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Capítulo 6

 
Na semana seguinte, eu estava passando pelo pátio para ir até a biblioteca quando vi Lucio e Morgan sentados em um banco e dividindo um pacote de biscoito enquanto riam de algo. Parei atrás de uma mureta e fiquei decidindo se eu ia falar com ele ou não, e sem conseguir me segurar mais, eu caminhei a passos largos até eles, parando na frente dos pombinhos sorridentes.

— Oi, Lucio. — eles pararam de sorrir e ele franziu a testa pra mim.

— Você conhece ela? — Morgan estava de boca aberta. — Fala sério, como vou competir com ela?

Morgan bufou e pegou seu biscoito da mão dele, indo em direção a escola de novo.

— Morgan, espera. — ele gritou, se levantando. Me virei e voltei a caminhar em direção a biblioteca, mas Lucio me pegou pelo braço. — Volta aqui, você faz essa cena e vai embora?
 
— Eu não fiz cena alguma. — eu disse. O pátio estava vazio, a não ser por dois rockeiros que não davam a mínima para a elite da escola, então eles nem estavam olhando.

— Por que resolveu falar comigo agora? — ele parecia bravo, e ficava fofo com raiva, quase disse isso a ele.

— Não posso te dizer um “oi”?

— De acordo com a sua regra, não.

— Fala mais baixo, está fazendo tempestade em copo d’água. — ele bufou no meu rosto, fazendo meus cabelos balançarem, que agora batiam no meio das costas.

— Stacy, por acaso está com ciúmes de Morgan? — ele diminuiu o tom, me questionando.

— Ciúmes por que? Vocês estão namorando? — ergui as sobrancelhas, torcendo para ele dizer que não.

— Se eu disser que sim, isso te incomodaria? — ele mudou toda sua raiva para um semblante mais insinuante, como se já soubesse a resposta.

— Nem um pouco, por que incomodaria? — menti.

— Por que me incomodaria se soubesse que você tem um namorado ou algo assim. — ele sorriu, me pegando totalmente desprevenida e me deixando sem palavras.
 
Fiquei ali parada no meio do pátio, olhando Lucio voltar para sua aula sorrindo, então um sorriso começou a se formar em meus lábios e eu coloquei uma mexa de cabelo atrás da minha orelha. Bom, parece que ele gosta de mim também, pensei, com o ego lá em cima. Corri para a biblioteca, agora já estava atrasada para a minha aula também, peguei um livro de geografia emprestado, pois tinha esquecido o meu em casa. O colégio Church era o melhor colégio público da cidade, muitos pais queriam que seus filhos estudassem aqui. Eu já tinha descoberto que Lucio tinha sido transferido, o que era algo raro, porque provavelmente o quadro de alunos já estava completo, imagino que o tio dele devia ter mexido os “pauzinhos” e conseguido a vaga. Mas eu ainda não tinha descoberto o por que dele ter sido transferido no segundo ano, ele estava fazendo o primeiro ano em outro colégio, então alguma coisa devia ter acontecido.

Quando cheguei em casa naquele dia, fui pesquisar sobre Lucio na Internet e não achei nada, óbvio ele não era nenhum famoso. Você conseguia achar coisas sobre os Triboys na internet e suas famílias, mas porque eles eram muito ricos. Pesquisei sobre o tio dele, o Brad, lá estava dizendo que ele era um dos solteiros mais cobiçados do momento, tinha nome do pai e da mãe, mas não tinha nada sobre alguma tia ou tio. Consegui achar algumas fotos de Brad com Lucio, em uma das fotos eles estavam de terno e Lucio estava um deus grego de 16 anos. Salvei a foto, obviamente. Na matéria, só dizia que Brad estava em uma festa de gala com seu único sobrinho Lucio, apenas isso.

— Está fazendo o que? — disse Ally, entrando no meu quarto, chamei ela com a mão para ela ver as fotos de Lucio com o tio. — Meu Deus, ele fica muito gostoso terno.

— Corre lá e chama Tyessa. — falei, ela ia cair pra trás ao ver tanta foto de seu amado. Ally saiu correndo mesmo e foi chamar nossa irmã, que veio andando atrás de Ally.

— Ah, eu já pesquisei o nome de Brad na internet. — ela não fez questão de olhar o computador e sentou na minha cama.

— Já viu Lucio também? — eu quis saber.

— Já, melhor não procurar muito também, assim como tem várias fotos de Brad com vários mulheres linda, também tem de Lucio com uma garota. — ignorei o aviso dela e fui pesquisar mais fotos, encontrei a foto em que Lucio estava com uma menina do cabelo loiri até a cintura, rosto angelical e o maior dos sorrisos ao lado do suposto namorado, ela era bem nova. Lucio também tinha um sorrisão no rosto e seu braço estava em volta dos ombros da menina, eles estavam no hotel de Brad e a foto era de 2 anos atrás. 

— Será que ele tem namorada? — perguntou Ally, sabendo que ninguém aqui conseguiria responder essa pergunta. Mas se ele ainda estivesse com ela e fosse mesmo sua namorada, então ele estava brincando comigo quando disse aquelas palavras no pátio.

— Será que ele foi transferido porque brigou com algum carinha que estava dando em cima dela? — minha mente ia longe as vezes, e me senti como em uma filme depois que falei isso, mas não estávamos em um filme.

— Eles podem ter terminado e ele não aguentou o termino e pediu transferência. — disse Ally, todos nós estávamos com o cenho franzido, enquanto nos fazíamos nossos questionamentos sem fundamentos.

— Isso se... eles forem mesmo namorado. — eu disse, olhando para a foto de novo, os dois sorrindo para mim. Desliguei o computador e fui até o guarda-roupas para separar uma roupa pra vestir e tomar banho.

— Vamos perguntar a ele amanhã.

— Claros que não, Ally! — me virei pra ela, alarmada.

— Claro que sim, Stacy. — Tyessa concordou, olhei para ela como se ela estivesse delirando. — E você deveria perguntar, chama ele para a lanchonete de novo e de lá você vai pro curso de inglês.

— Por que logo eu tenho que perguntar?

— Porquê você é a primeira da fila a gostar dele. — ela deu um tapinha no meu ombro e saiu do meu quarto, Ally fez o mesmo gesto e saiu também. Eu estava ferrada, teria que dizer a ele que estava pesquisando sobre sua vida na internet, eu estava mesmo uma stalker, ele iria querer me denunciar pra policia. E curiosamente eu não achei ele no Facebook e nem no Instagram, ele não parecia ser um excluído da sociedade, pelo contrário, já tinha visto ele conversando com algumas pessoas da escola, jogando com os meninos do basquete também, apesar de não ser tão alto quanto os Triboys e os outros jogadores. Ele era um mistério que eu iria desvendar.
 
   Consegui achar Lucio sozinho no corredor do colégio, então segurei a mão dele para lhe passar o papel que dizia pra gente se encontrar na lanchonete depois das aulas. Como ele tinha levado um susto com alguém pegando em sua mão, o papel caiu e vi quando Morgan apareceu e o pegou do chão, parei de andar vendo que ela o abriu para ler.

— O que isso significa, Stacy? — ela estava falando mesmo comigo? Pelo visto ela estava mesmo interessada em conseguir Lucio de qualquer jeito.

Eu não respondi, o corredor estava cheio e as pessoas começavam a olhar para ver o que estava acontecendo, já que eu estava sem minhas irmãs e aparentemente tinha tentado entregar um papel ao menino novo sorrateiramente.

— Me dê aqui. — Lucio pegou da mão dela e leu, ele demorou uns segundo para levantar o rosto e olhar pra mim, que já estava quase dando meia volta e fugindo. Ele me entregou o bilhete de volta e começou a se afastar com Morgan. — Deve ter sido algum engano.

Morgan seguiu ele mas olhava pra trás para me fuzilar com o olhar. O corredor estava um burburinho e eu saí de lá apressadamente. Me perguntei o que os Triboys fariam com a insubordinação de Morgan, mas se pensar bem, eu que tinha infligido as regras primeiro. De toda forma, Morgan estava muito marrenta, rolava uma conversa de que ela namorava um dos meninos do futebol, mas ela não saía da cola de Lucio. Eu pensaria em algo para desmascarar ela se continuasse a falar comigo assim.

Quando estava saindo do colégio com minhas irmãs, vi Lucio do outro lado da rua indo em direção onde se ia para a lanchonete, minhas irmãs me empurram para ir atrás dele. Consegui alcançá-lo somente quando ele já estava passando pelo pub.

— Você... anda... muito... rápido. — consegui dizer, apoiando as mãos nos joelhos.

— Você veio correndo? — ele sorria, para o meu alívio.

— Quase isso. — falei dando um último suspiro e endireitando o corpo.

— Venha, você me convidou, é por sua conta. — ele pegou meu pulso e me puxou para entrar na lanchonete, olhei para sua mão que tocava em mim, sorrindo feito uma adolescente apaixonada e seguindo ele até uma das mesas.

— Nada de refrigerante e batata fritas? — eu perguntei a ele, ao ver a garçonete entregando seu pedido, ele tinha optado por uma salada se frutas e eu por um milk-shake e decido não pedir as batatas, pois queria fingir que eu me preocupava com meu corpo.

— As vezes o meu tio me deixa usar a academia dele, estou tentando fica em forma. — ele me olhou sorrindente, quase achei que ele ia levantar a camisa e me mostrar algum resultado.

— Você mora com seu tio? — perguntei, começando a bebericar minha bebida de morango.

— Sim. — ele garfou uma uva e comeu, como ele podia ser lindo até comendo fruta?

— Então, eu estou meio sem garça de perguntar isso, mas... — eu comecei a estalar os dedos e evitar seus olhos. — Você tem ou tinha alguma namorada fora do colégio.

— Já tive uma sim, a muito tempo. Como você sabe? — olhei para o seu rosto rapidamente e voltei a fitar o meu canudo.

— Eu pesquisei sobre você na internet. — confessei, me sentindo a maior idiota.

— E por que você faria isso? — tive que olhar para ver como estava seu semblante, eu quis voltar atrás quando o vi sério.

— É que não sei muito sobre você.

— Eu estou aqui, é só me perguntar.

— Vi uma foto de você é uma garota no hotel do seu tio. — eu disse, cautelosamente. Lucio largou o garfo na mesa e desviou o olhar.

— Aquela não era minha ex namorada.

— Ah, sim. — eu esperei e esperei, ele não deu continuidade ao assunto. Eu também fiquei quieta, terminando meu milk-shake, sem saber mais o que falar. A menina poderia ser uma irmã, ou uma prima, talvez até uma melhor amiga. Seja o que fosse, parecia ser um assunto delicado.

— E você, Stacy, algum namorado ou ex namorado choramingando por aí por ter perdido uma menina linda como você? — ele voltou ao bom humor, mas antes que eu pudesse responder, três corpos altos e com casacos da Universidade pararam na nossa mesa.

— Grande, Stacy, é um prazer te encontrar aqui. — John disse, ele e Selton estavam de bom humor, mas Mark não, seu semblante estava sério enquanto ele encarava Lucio sem desviar o olhar.

Era o só o que me faltava, eles tinham mudado um pouco, John estava com o cabelo mais arrumado e Selton pegou mais corpo. Mark não tinha mudado muito, mas ele parecia mais másculo, o queixo forte e uma barba querendo crescer.

— Não vai apresentar seu amigo? — disse Mark, ainda olhando para Lucio, que também franzia o testa para ele.

— Este é Lucio, ele estuda no colégio.

— Espera, eles são os Triboys? — Lucio parou de franzir a testa e começou a rir. — Achei que era só uma lenda, mas é mesmo verdade.

— Qual o motivo da piada, para você estar rindo? — Mark perguntou, ficando ainda mais raivoso. Eu comecei a ficar tensa e olhar para John e Selton.

— A piada é vocês.  — Lucio só podia estar ficando doido, e Mark também, pois pegou Lucio pela frente da camisa, levantando ele do lugar.

— Larga ele, Mark! — eu falei, temendo que ele fosse bater no Lucio, que era bem mais baixo que eles. John e Selton seguraram Mark, tentando fazer ele soltar Lucio.

— É melhor você me largar e agora. — disse Lucio, olhando tranquilamente para Mark, que o olhava de cima.

— Todos pra fora agora. — o dono da lanchonete apareceu e Mark soltou Lucio, seus amigos o empurraram pra fora e eu pedi desculpas a Lucio.

— Preciso ir, estou atrasada pro curso. — eu disse quando todos estavam do lado de fora, Mark ainda encarando feio Lucio, que estava ao meu lado.

— Eu levo você, estou de carro. — disse Mark, ele não esperou eu responder e se encaminhou para o seu carro novo e brilhoso. Eu não soube o que fazer, olhei para Lucio.

— Ele é seu namorado? — ele perguntou.

— Claro que não! É meu vizinho só. — eu disse apressadamente, a última coisa que eu queria era que Lucio desistisse de mim.

— Então vá com o esquentadinho, assim você não perde a aula do seu curso. — estudei seu rosto e ele não parecia estar com raiva. Para provar que eu não estava nem aí para Mark, eu coloquei as mãos no ombro de Lucio e lhe dei um beijo na bochecha. Ele sorriu e acenou.

— Tchau, meninos. — eu disse a Selton e John. Depois entrei no carro de Mark, que apontou para eu colocar o sinto de segurança. Ele deu a partida e fiquei olhando pra frente, depois de lhe dizer o endereço.

— Está namorando com aquele idiota, Stacy? — ele preencheu o silêncio, lembrei de quando Ally disse que ainda conversava com John e que ele lhe disse sobre Mark, que estava namorando uma menina da faculdade. Foi só por esse motivo que entrei no carro dele e aceitei sua carona, além do fato de estar atrasada.

— Ele não é idiota e não é meu namorado. Ainda. — falei, quem ele achava que era, meu irmão mais velho?

— Ele é sim um idiota. E eu achei que você não queria namorados ainda.

— Eu nunca falei nada disso. — eu olhei pra ele, sem entender seu raciocínio. Não é porque ele estava um pouco mais bonito que eu tinha passado a olhar ele com olhos românticos.

— Então espera mais um ano, eu espero até você fazer 17 anos. — ele tirou os olhos da pista rapidamente, para me olhar.

— Você tem namorada, Mark. — olhei pra ele, incapaz de acreditar no que ele estava dizendo. Chegamos no curso e eu soltei o cinto.

— Como sabe? Está perguntando sobre mim? — ele soltou o sinto também e virou um pouco pro meu lado.

— Claro que não. Nunca vou esquecer o que você fez. — eu olhei pra janela do carro, levando a mão até a porta para abri-la.

— Stacy, eu já implorei mil vezes o seu perdão, me afastei de você para te dar um tempo. — ele não me segurou nem nada, mas eu que fiquei parada, de costas e ouvindo o que ele tinha para dizer. Naquela noite ele tinha me assustado muito, não dava para esquecer tão facilmente.

— Não anula o fato de ter sido um erro.

— Você pode até ter achado um erro, mas eu não mudaria a parte do nosso beijo. — ele puxou minha mão, para que me virasse pra ele. Eu não sabia o que dizer, não queria magoar ele, apesar de ter sido um grosso com Lucio.

— Desculpa, mas não posso dizer o mesmo, Mark.

— Uma garota de 16 anos partindo o meu coração. — ele colocou a mão no peito, porém sorria. — Não posso obrigá-la a ficar comigo, Stacy. Mas você não sabe de uma qualidade minha, sou paciente. Infelizmente eu praticamente moro na faculdade agora e só volto em alguns finais de semana. Espero que consiga te ver, sinto falta das nossas conversas.

— Quem sabe. Obrigada pela carona. — eu saí do carro e entrei no prédio do curso, mas estava quase no fim da aula já. Só entrei para sair em seguida, mas pelo menos me livrei de Mark, eu estava ficando confusa com suas confissões. Como ele tinha uma namorada da faculdade e ainda está interessado por uma menina do ensino médio?

   Resolvi que seguiria a vida normalmente, ele não me mandava mais mensagens mesmo, eu não o veria tão cedo e muito provavelmente nem aos fins de semana. Entrei pela primeira vez no Instagram dele, só para stalkear, a última foto postada era dele e sua namorada no campus da faculdade. Ela era bonita, estava abraçando a cintura dele e ele a abraçava de volta, os dois estavam sorrindo. Só para ele ver que eu tinha visto, já que a gente se seguia mas eu nunca tinha entrada para ver as fotos dele, cliquei duas vezes na tela e curti a foto deles. Me arrependi na hora quando ele me mandou uma mensagem na DM que dizia: “Ela não significa nada para mim, Stacy, no minuto que você disser que podemos ficar juntos, eu termino com ela.” Eu arregalei os olhos ao ler sua mensagem e saí do Instagram, que menino mais louco. Contei para minhas irmãs quando nos juntamos para fofocar no quarto de Ally, naquela noite.

— Meu Deus, o Mark gosta de você! — disse a dona do quarto, eu não ainda tinha contado para elas sobre o que tinha acontecidos na noite que o Mark me beijou, guardei essa vergonha a sete chaves.  

— Que loucura, ele deve ser possessivo, coitado de Lucio. — disse Tyessa, mas então riu. — Mas Lucio também zombou da cara dos meninos, e homens odeiam esse tipo de coisa.

— Preciso do número de Lucio, não sei como não peguei ainda. — falei, deitando nos travesseiros de minha irmã.

—Isso é fácil. A empresa da família de John é cibernética, ele entende dessas coisas. Vou enviar só o nome e sobrenome de Lucio e ele vai achar o que eu quiser. — disse, Ally, pegando seu celular.

— Pergunta só o número. — eu disse, não queria invadir ainda mais a privacidade dele. Ally me deu o número de Lucio 5 minutos depois, John quis saber se era pra mim mesmo e disse que Mark não podia saber disso. Tanto faz se ele soubesse, ele não tinha nada a ver com isso.

Mandei uma mensagem pro Lucio no WhatsApp dizendo que era eu.
 
Lucio: Como conseguiu meu número? Você é mesmo sinistra, estou ficando com medo.

Stacy: Meu amigo é hacker.

Lucio: O esquentadinho?

Stacy: claro que não, nunca pediria algo assim pra ele.

Lucio: Saquei. Ele gosta de você. Mas tipo, você tem 16 anos, é considerado pedofilia, que cara nojento.

Stacy: Nem me diga. Mas enfim, desculpa mesmo por hoje cedo.

Lucio: Não, você não teve culpa alguma. Eu que gosto de um conflito mesmo e ele caiu igual um patinho.

Stacy: Ah, então irritá-lo foi proposital?

Lucio: Foi depois, porque antes eu estava mesmo achando graça do nome que eles se deram. Aí eu reparei que ele me olhava de cara feia sem nem mesmo me conhecer e resolvi tirar proveito disso.

Stacy: Não ficou com medo? Ele tem quase 2m de altura.

Lucio: Não tenho medo de nada, minha Stacy.
 
“MINHA STACY”? Eu reli a mensagem umas 20 vezes e mesmo assim não estava acreditando que ele tinha me chamado assim. Abafei o gritinho de felicidade no meu travesseiro, eu tinha ido pro meu quarto enquanto conversávamos por mensagem, mas não sabia que a hora tinha passado tão rápido, já era quase 00:00 e a ainda estávamos conversando.
 
Lucio: Dormiu?

Stacy: Não, estou aqui!

Lucio: E então, quer ser a “minha” Stacy?

Stacy: Está me perguntando se quero ser sua namorada?

Lucio: Uma namorada que fala comigo no colégio, de preferência.
 
Droga, demorei a responder de novo, pensando no que eu faria. Queria muito largar a popularidade de lado só para ter um status de namorada de alguém, principalmente se fosse Lucio. Mas isso implicava em acabar com a popularidade das minhas irmãs também, que estavam gostando de ser as TriGirl. Demorei tanto a responder que recebi outra mensagem dele.
 
Lucio: Sei como essa coisa de rainha da escola é importante pra você, então vou te dar um tempo para pensar, sem pressão. Estou te dando o direito de escolha.

Stacy: Eu nem estou sabendo fazer as coisas direito, já falei com você no colégio. Não estou em dúvida sobre você e a popularidade, só estou pensando nas minhas irmãs também.

Lucio: Elas podem ser as DuoGirl hahahaha

Stacy: Você é muito sem noção. Hahaha

Lucio: TwoGirls? Nossa, me superei, eu devia ser inventor de nomes para garotas populares.

Stacy: Ou não tão populares.

Lucio: O que vai fazer fim de semana, Stacy-não-tão-popular?

Stacy: Estaremos no hotel do seu tio, ele cumpriu mesmo o que disse, acredita?

Lucio: Acredito sim, ele sabe que você é a garota dos meus sonhos.

Stacy: Ele sabe que seu sobrinho é galanteador também?

Lucio: Sim, ele quem me ensinou. ;)
 
Eu sorri para a tela do celular, com certeza eu teria bons sonhos hoje, então lhe desejei uma boa noite e fechei os olhos, o sono não demorando muito a aparecer.

Acordei porque minha mãe balançando meus ombros dizendo que eu estava atrasada, dei um pulo da cama, o despertador tinha tocado e eu o desliguei, tamanho o sono que eu estava. Corri pro banheiro e tomei um banho, depois vesti uma roupa e corri para a rua, onde meu pai e minhas irmãs me esperavam, no carro. Hoje era dia de educação, e como eu odiava fazer, minha nota não está a boa, então não podia se quer me dar ao luxo de faltar, ou só pioraria as coisas. Corri para o  vestiário assim que cheguei no colégio e coloquei o short azul marinho e a blusa branca que eles davam.

Cheguei na quadra com a péssima notícia de que a aula seria mista, ou seja, tinham mais duas turmas com a nossa, já que duas professoras de outras matérias tinham faltado. Quando olhei para o monte de alunos na quadra, procurando por minhas irmãs, achei foi Lucio e Morgan sentados na arquibancada, conversando. Duas turmas e nenhuma delas era de Ally ou Tyessa, eu estava com muito azar hoje. Lucio era mesmo um galanteador, por estava dizendo algumas coisas que fazia Morgan rir e bater no seu braço toda hora, e eu prestes a interromper os dois quando o professor chamou meu nome e o de outra Morgan.

— Vamos jogar queimado. Acho que todos já sabem as regras, então vamos fazer time de 8 pessoas. Morgan  escolhe 8 pessoas e Stacy também. Vai, Morgan.

— Lucio. — era óbvio que ela escolheria ele primeiro, fiz cara feia e Lucio passou por mim, piscando.

Escolhi um menino que era o mais forte da turma. Depois ela escolheu e assim foi até termos 8 em cada time, o restante ficou livre para jogar vôlei na quadra pequena ao lado ou ficar sem fazer nada, como eu queria.

A bola começou com o meu time, e óbvio também que eu tentei acertar Morgan, que se desviou. Depois corri para me esconder atrás do fortão, porque não sou boba, ela tentaria me mirar também, pois seu semblante estava puro ódio. O time de Morgan estava ganhando, eles já tinham eliminado duas pessoas do nosso time, Lucio jogava bem, estava agarrando todas as boladas do nosso time. De repente Lucio agarrou outra e passou a bola para Morgan, que me acertou em cheio no rosto, eu estava distraída, então o impacto me fez cair pra trás. Levei a mão no olho sentindo muita dor, o pessoal do meu time se agachou perto de mim, e depois ouvi a voz de Lucio.

— Sai da frente! —ele gritou para o pessoal. Quando ele agachou na minha frente, puxou minha mão para ver o meu olho. — Merda, está doendo?

— O que você acha? — respondi, furiosa. Muitos dos meus “fãs” vieram correndo para me ver, sentada pateticamente no chão da quadra.

— Vem, Stacy, vamos para a enfermaria. — o professor me ajudou a levantar e pediu pro pessoal se afastar. Senti uma mão pegar a minha, tive que virar bem o rosto para ver quem era, já que eu mantinha uma das mãos no olho machucado como se isso fosse amenizar a dor, a pessoa era Lucio.

— Vou te ajudar. — fomos nós três para a sala da enfermeira, ouvi a voz de Morgan atrás de mim, pedindo desculpa, mas não me virei. E quando entramos na sala, Lucio soltou minha mão e fechou a porta para ninguém mais entrar.

— O que aconteceu? — a enfermeira perguntou, indicando uma cadeira para que eu sentasse. Tirei a mão do olho. — Meu Deus, talvez isso fique roxo. Vou pegar uma bolsinha de gelo.

— Vou fazer a ocorrência na secretaria e mandar um e-mail com ocorrido para os seus pais. — o professor disse, colocando a mão no meu ombro e verificando meu olho de novo. —Lucio, pode acompanhar sua colega até em casa? Faço uma ocorrência para sua saída também.

— Posso sim. Vou ligar pro meu tio, ele vai mandar um carro. — Lucio saiu da sala para buscar o seu celular. Eu achava que ele ia embora de ônibus todo dia, mas pelo visto o tio rico dele enviava um carro para buscá-lo. A Enfermeira me deu uma bolsinha gelada e coloquei sobre o olho, o professor tinha saído de sala, então a enfermeira perguntou quem tinha feito isso no meu olho.

— Uma menina chamada Morgan, ela deve estar com raiva de mim. Pois o sentimento é recíproco. — falei, sentindo raiva, eu queria fazer a mesma coisa com ela.

— Mas não pode ser assim, vocês tem que resolver o desentendimento entre vocês. Uma não pode ficar machucando a outro por brigas de colégio.  — ela disse, me dando um analgésico e um copo plástico com água. 

— Eu não vou fazer nada com ela, não foi isso que aprendi em casa.

— Tudo bem, mas se for o caso dela continuar a ser agressiva ou implicar com você, faz uma ocorrência na diretoria.

— Ok. — respondi. Lucio voltou dizendo que o carro já estava chegando, pra gente esperar lá fora. Fui caminhando ao seu lado com a bolsa de gelo no rosto, fomos até o portão do colégio em silêncio.

— Sinto muito, não sabia que ela iria acertar você assim. Foi covardia, ela não devia mirar o seu rosto.

—Ela é uma menina má, por que você ainda anda com ela? — ele deu uma risadinha.

— Ela não é má comigo e eu nunca tinha visto ela sendo má com ninguém.

— Você sabe que ela tem namorado, não é? É o capitão do time de futebol. — eu olhei para ele, com o olho bom.

— Eu sei, mas ela é apenas minha amiga. Ela pode ter amigos mesmo namorando. — um carro preto parou na nossa frente, tinha uma logo do hotel de Brad no painel traseiro. Lucio abriu a porta para mim e demos bom dia ao motorista, ele respondeu e vi ele olhando para Lucio pelo retrovisor, que assentiu para o motorista. Então uma janelinha preta subiu, separando a gente do motorista, para que ele não participasse da nossa conversa. Achei aquilo muito chique. — Então, não se preocupe, vou falar com Morgan, ela vai se desculpar com você.

— Não quero as desculpas dela, se ela tinha intenção de me machucar, então suas desculpas não vão valer de nada.

— Tudo bem, mas tentem não ser rivais, eu gosto de vocês duas. — ele falou, simplesmente, e eu olhei em seu rosto para ver se estava brincando.

— Não vou ficar competindo com ela pela sua atenção. Ela notavelmente gosta de você em outro sentido.

— Espera, está com ciúmes? — ele estava com as sobrancelhas erguidas, tentando não rir, que patético. Revirei os olhos e virei o rosto pra janela.

— Espera, como ele sabe onde eu moro? — eu me virei para Lucio, vendo que estávamos na rua da minha casa e eu não tinha falado meu endereço para eles.

— Eu disse quando liguei para o meu tio, também pesquisei sobre você.  — ele tocou meu nariz com o dedo indicado. O carro parou e Lucio se virou para abrir sua porta e sair, mas eu voltei a falar, fazendo ele se virar para trás, sem sair do carro.

— Então, você mora com o seu tio, né? — perguntei cautelosamente, não tinha ninguém em casa, então eu podia conversar com ele até o horário que iríamos sair do colégio, se estivéssemos lá. Eu tinha mandado mensagem para minhas irmãs avisando que eu tinha ido pra casa mais cedo. Lucio voltou a sentar de lado, virado pra mim.

— Sim, já me perguntou isso. — ele respondeu somente isso, talvez esperando que não perguntaria mais nada, mas eu estava muito curiosa para saber mais sobre ele e sua vida.

— E o seus pais? — ele ficou me encarando durante uns 2 minutos, sua expressão dizia que ele estava em dúvida se me contava ou não. Lucio suspiro e piscou, fechando os lábios em linha fina.

— Meus pais se foram em um acidente, aquela menina da foto era minha irmã, Aurora. Ela estava junto. — ele desviou os olhos e fitou o chão do carro.

— Meu Deus, eu sinto muito mesmo. Desculpa por ter perguntado. — eu me senti muito mal por ver ele assim, parecendo tão arrasado. Eu quero abraçar ele, mas seus braços estavam em seu colo e ele estava virado um pouco pra frente agora, iria ficar um abraço estranho, e eu não sabia mais o que fazer ou dizer.

— Aquela foto, foi a última que tiramos juntos, ela era tudo pra mim. Não que eu não amasse meus pais, mas eu tinha um vínculo muito forte com Aurora, quando ela nasceu eu tinha 2 anos. Me lembro e meus pais também contaram que eu senti muito ciúmes dela, mas depois eu fui aceitando sua presença e ela foi ganhando espaço no meu coração. Eu não queria que ninguém pegasse ela, tinha medo que fossem roubá-la, e quando fomos crescendo, eu ajudei a cuidar dela e protegia ela com unhas e dentes, como um irmão mais velho mesmo. Não entendia quando via algum dos meus amigos tratando mal suas irmãs, já que a minha era tão importante pra mim. Ela estava sempre grudada comigo, onde eu fosse queria ir junto, tinha combinado com meu pai de que ela não iria namorar ninguém até fazer 20 anos. — ele riu sem humor, olhando pro banco da frente, seus olhos estavam lá no passado, e o meus estavam se enchendo de lágrimas. — Eu ajudava ela com as lições de casa e fazia sua comida, enquanto meus pais trabalhavam. Ela me chamavam de irmãozinho, dizia assim: “irmãozinho, quando eu crescer, eu quero aprender tudo que você sabe, vou ser inteligente igual a você.”

— Não precisa continuar, se não quiser. — eu falei, aos prantos e limpando o nariz que escorria, a voz dele estava embargada e uma lágrimas escorreu de seu olho.

— Em um dia, eu estava jogando videogame na sala, meus pais me chamaram para ir no mercado, lembro com detalhes; ela segurava a mão de minha mãe, me olhava enquanto eles me perguntavam se eu queria ir junto. Eu pausei o jogo e olhei nos olhos delas “você quer que eu vá, princesa” eu lhe perguntei. Ela sorriu e disse que não precisava, me prometeu que escolheria algo bem gostoso de lá pra mim. Depois eu recebi a notícia de que um carro desgovernado pegou eles na calçada.

— Sinto muito pela sua família. — eu chorava mais do que ele, que estava secando os olhos e segurando o choro. E me arrastei até perto dele e puxei sua mão, para poder abraço e puxar sua cabeça para o meu ombro. Ele estava lutando para não chorar também, secando o rosto toda hora, enquanto o queixo estava apoiado no meu ombro.

— Faz dois ano, mas é difícil superar ainda, sabe? — ele disse, sua voz continha raiva e emoção ao mesmo tempo. — Ela só tinha 12 anos, e ela me salvou.

— Oh, Lucio, não estava na sua hora. — eu apertei meus braços em volta dele, querendo dizer que ia ficar tudo bem, mas eu não imaginava como poderia ser se algo assim acontecesse com alguém da minha família, eu não suportaria. — Tenho certeza de que eles estão em um lugar bom.

Ele não disse mais nada, só deixou que eu o abraçasse até eu parar de chorar, eu queria dizer mais palavras reconfortantes, mas sabia que nada ia adiantar, já fazia 2 anos e provavelmente ele estava lutando para seguir em frente. Me pareceu que ele tinha guardado tudo isso desde aquela época, desde o dia em que sua vida mudou drasticamente, e eu me senti conectada a ele, como se fosse algum tipo de porto seguro em quem ele confiou o seu magoado coração. Em que ele confiou para desabafar, soltar tudo que estava preso dentro de si.

— Obrigado. — ele me soltou e pigarrou, evitando que eu visse seus olhos, e abriu a porta do carro. — Venha, vou te acompanhar até sua porta.

— Obrigada. — eu segurei a mão que ele estendia e saí do carro. Lucio colocou as mãos nos bolsos da calça enquanto caminhava ao meu lado até a entrada da minha casa. — Você vai ficar bem?

— Eu estou bem. — ele riu, olhando pro chão e chutando uma folha amarela do outono que estava caída no chão. — Minha psicólogo vai gostar de saber que conversei com você.

— Já falou sobre mim? — eu disse, ficando surpresa e buscando seu olhar. Ele riu e finalmente me olhou nos olhos, os seus estavam um pouco vermelhos, mas agora ele estava com bom humor pelas minha palavras.

— Não sua boba, mas conversei com você como nunca tinha conseguido conversar com ela. — ele desviou seus olhos de novo, ficando sem graça. — Você podia trabalhar com isso um dia, vai ser a melhor no ramo.

— Nunca tinha pensado nisso. — eu sorri. Mas eu não tinha feito nada, ele simplesmente confiou em mim porque tínhamos algum tipo de conexão, tenho certeza de que ele sentia também. Desde o dia em que nos vimos pela primeira vez, quando ele estava pairando em cima de mim, na piscina, ao reclamar que ela iria fechar.

— Bom, preciso ir. Nos vemos amanhã no hotel? — ele disse, me olhando.

— Com certeza. — eu sorri para ele, queria abraçá-lo de novo, não como modo de reconfortar, mas era bom o seu abraço quentinho. Lucio me estudou por um momento, decidindo se faria mais alguma coisa, um beijo no rosto, por exemplo. Mas ele apenas colocou sua mão na minha bochecha e com o dedo indicar secou uma lagrima em baixo do meu olho bom.

— Cuide-se. — ele virou e foi embora.



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Aí, gente, sou a única que esta chorando? 🥺
Que triste! Mas agora vocês sabem um pouco mais sobre a história de vida de Lucio, só um pouco... ou talvez tudo, não sei, ele é novo ainda, né?

Que capítulo grande! Me empolguei, sério. Mas espero que tenha ficado legal, deixa seu comentário e sua estrela abóbora para um maior incentivo da jovem aqui.🧡

Infelizmente não sairá mais um capítulo por dia, talvez um ou dois por semana. Estou com bloqueio, além de alguns problemas pessoas, peço que entendam e agradeço a quem está tirando um tempo para ler minha obra. 🥰❤

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