Capítulo 13
Estar de férias de fim de ano era uma coisa boa, longe da escola, fazer os preparativos para o Natal, talvez viajar... As férias desse ano, no entanto, não foram bem vindas para mim. Se eu estivesse indo colégio ia poder ver Lucio todos os dias e tentar reatar o nosso namoro, ele não respondeu minha mensagem e eu não enviei outras, ele não responderia também. Não me restava nada para fazer a não ser esperar, acordar todo o dia sem respostas estava sendo terrível, eu estava a cada dia ficando mais abatida. Minhas irmãs tentaram carinhosamente me convencer de que era realmente o fim e que eu tinha que seguir adiante, mas falar era mesmo muito fácil, por mais que eu tentasse Lucio não saía dos meus pensamentos. Seu anel em meu dedo era a prova real de que o que tínhamos era verdadeiro e podia ser duradouro, até eu estragar tudo.
Chegamos na penúltima semana do ano, a última semana de trabalho dos meus pais e ainda não tínhamos decidido se íamos ficar, viajar para algum lugar novo ou visitar os parentes na nossa cidade natal, meus pais pareciam estar em conflito para resolver, então não três tivemos o bom senso de não incomodá-los. Hoje foi um dia em que eles saíram para trabalhar brigados, o que era meio raro de se ver, meus pais não resolveram uma briga antes de sair de casa. Peguei o dinheiro que estava na bancada da cozinha deixado por eles e saí para ir a padaria, como sempre eu ainda era a única das irmãs a ir na padaria. Encontrei Mark saindo de casa enquanto rodava uma chave nos dedos.
— Stacy. — ele diminuiu o passo ao me ver e parou a poucos metros do carro, no caminho onde eu ia passar.
—Oi, Mark, como está? — não tínhamos nos visto e nem falado desde o dia da festa, eu meio que estava esperando ele mandar alguma mensagem para dizer qualquer coisa.
— Hm, estou legal e você? — ele enfiou as mãos no bolso do seu casaco de moletom.
— Estou bem, na medida do possível. — olhei pro chão e coloquei as mãos no bolso do meu moletom também.
— Entendo. Quer um carona?
— Ah não, só estou indo na padaria. — eu levantei o rosto e olhei para o seu, os cabelos dele estavam molhados e ficaram mil vezes mais bonitos assim, senti vontade de passar a mão para tirar algumas mechas que caíam em seus olhos.
— Ok. — ele olhou pro carro e o mesmo fez o som de destrave. — Eu já vou, mas antes se me permite dizer, você está linda.
— Ando fazendo dieta. — eu lhe disse, com um sorriso sem graça, na verdade eu tinha emagrecido um pouco por falta de apetite.
— Mas você não precisa disso, sempre foi linda. — ele falou quase em um sussurro, eu fiquei sem graça e não soube o que responder. — Nós vemos por aí?
— Sim, claro. — eu sorri de lado e olhei para seu carro lustroso. — Onde vai essa hora?
— Hm, encontrar uma pessoa. — ele franziu minimamente a sobrancelha, sendo enigmático na resposta. Provavelmente estaria indo ver a namorada, e ainda diz gostar de mim. Senti algo estranho no peito, uma dorzinha de desconforto que só podia ser uma coisa.
Ciúmes. Eu estava com ciúmes de Mark. Impossível!
— Não quero te atrasar, até mais. — eu acenei para ele e o contornei, andando apressadamente e com o estômago embrulhado.
Como era possível eu começar a sentir ciúmes dele de uma hora pra outra se eu nem gostava dele. Um absurdo! A não ser que eu gostasse dele... Não, não podia ser. Devia ser atração somente, eu já admiti para mim e para minhas irmãs que ele estava mais bonito, mas gostar ao ponto de ciúmes era loucura. Eu estava andando tão rápido que comecei a suar, cheguei na padaria com a respiração acelerada, quase não consegui fazer o meu pedido. Na volta eu andei mais devagar e perdida em pensamentos, minhas irmãs já estavam acordadas quando cheguei em casa.
— Vocês estão mal acostumadas. — reclamei, colocando o saco de pão em cima da bancada.
— Você é de ouro, irmãzinha. — disse Tyessa, coçando os olhos sonolenta e se sentando ao lado de Allycia.
— Você não vai comer de novo? — Allycia quis saber, quando fui em direção a geladeira.
— Vou comer ovos mexidos e mamão, Mark disse que estou bonita, vou tentar manter esse corpo ou emagrecer mais. — peguei dois ovos, o mamão e me encaminhei para a pia, onde coloquei a tábua de carne para cortar a fruta.
— Hm, e quando você se encontrou com ele?
— Nos esbarramos lá fora, e não vem com pensamentos errados, Tyessa.
— Eu não disse nada. — ela riu, mas era óbvio que as duas iam pegar no meu pé por isso, mas hoje eu não estava a fim de me estressar, estava muito zen para discutir.
— Então voltou a falar com ele? — quis saber Allycia.
— Acho que sim. — dei de ombros e continuei a preparar meu café da manhã.
Nós três nos juntamos para arrumar a casa e ficar livres o mais rápido possível, estávamos de férias da escola e do curso e queríamos aproveitar cada minuto de cada dia em casa. Allycia estava planejando atualizar seus conteúdos para a Internet e Tyessa estava querendo começar a fazer Yoga. E eu me sentei na minha mesa de estudos para planejar as tarefas do meu dia para ver se eu conseguia ser mais produtiva e saudável. Então anotei tudo e passei marca texto nas tarefas mais importantes como: beber água, comer frutas, fazer exercício e estudar alguma matéria que eu não tinha escola. Como por exemplo: O comportamento humano. Era um assunto que me interessava e eu podia acrescentar a psicologia também, talvez assim eu passasse a entender melhor as pessoas e a me entender também. Principalmente a me entender, ultimamente estava sendo uma tarefa árdua.
Coloquei meu relógio de pulso para despertar de 1h em 1h para me lembrar de beber água, eu andava negligenciando esse fator importante e meu corpo quem estava sofrendo com isso. Quando era a tarde e estávamos assistindo um filme na sala, me lembrei que minha mãe tinha pedido para eu comprar os pães de rabana na padaria antes que a gente ficasse sem, pois era muito disputado nessa época do ano, que talvez fosse a única época em que eles eram produzidos. Avisei minhas irmãs onde eu e peguei o troco do pão para ir na padaria novamente, eu devia ter levado as duas para não terem mais desculpas de que não sabiam o caminho, o que era um disparate, pois elas sabiam muito bem onde era. Para o meu desassossego, Mark estava chegando de carro bem na hora em que saía de casa, ele estacionou e saiu dele rapidamente.
— Acho que não pode ser uma coincidência, está me vigiando? — ele sorriu e se escorou na sua máquina, cruzando os braços no peito.
— Claro que não! Por que eu faria isso? — respondi nervosa, vendo o sorriso dele de quem não acreditava em min, eu acrescentei: — Minha mãe me pediu um favor antes de sair e eu só lembrei agora.
— Então vamos, eu te faço companhia. — ele deu um impulso pra frente e esperou até eu estar do seu lado para começar a andar. — Então, tem aproveitado as férias?
— Não muito, mas mudando alguns hábitos sim. E você? Deve viajar com seu pai, né? — eu olhei pra cima por um momento, para estudar o seu rosto, ele olhava pra frente e começou a mexer nos anéis de seu dedo.
— Ele tem outros planos com a esposa atual. Pedi para ele me deixar com a casa, mas ele não permitiu, acho que imaginou o que ia acontecer. — eu virou o rosto pra mim e sorriu maliciosamente.
— E o que ia acontecer? — eu engoli em seco.
— Uma festa, é claro. — ele riu e deu alguns passos largos a frente, depois ficou de frente pra mim e começou a andar de costas. — Você provavelmente não poderia ir se eu te convidasse.
— Por que não? — ele devia estar querendo dizer por causa dos meus pais. Ele não respondeu porque entramos na padaria e estava cheia, eu comprei os 5 pães que minha mãe pediu e Mark fez questão de carregar.
— Você sabe que pão não pesa, né? — eu lhe perguntei quando estávamos voltando pra casa.
— Eu sou um cavalheiro, se você não percebeu ainda. — ele tocou minha mão por um segundo e eu senti meu corpo arrepiar de um jeito bom. Eu precisava seriamente ser estudada, porque não estava tendo controle do meu próprio corpo quando estava com esse garoto.
— E a faculdade? Faltam quantos anos para você terminar? — mudei de assunto.
— Três anos, Stacy. — sua voz soou como se fosse uma pergunta óbvia, mas eu nem sabia qual curso ele fazia. —Você pretende fazer também, certo?
— Sim, claro!
— Vai se sair muito bem. — ele sorriu e me entregou a sacola de pão ao parar de frente a sua casa, encostando em seu carro novamente sem tirar os olhos de mim.
— Obrigada. — eu agradeci, sem me mover do lugar. Ele desceu seus olhos pela minha roupa e parou na minha mão, franziu o cenho e a pegou na sua.
— Quem te deu esse anel?
— Lucio. Foi um presente. — eu puxei minha mãe de volta, falar o nome dele depois de tanto tempo foi muito estranho. Mas nem tive tempo de pensar no assunto pois Mark fechou a cara e num impulso deu um suco na lataria do seu carro que amassou o local, além de ter me dado um susto.
— Sua mão. — eu sussurrei, os nós dos dedos dele estavam vermelhos e parecia que iam sangrar a qualquer momento.
— Não encosta em mim, vá pra sua casa, Stacy. — falou rudemente e entre os dentes. Eu estava assustado, então fiz o que ele disse, mas ainda estava preocupa com sua mão e com o carro, que provavelmente ele gastaria uma fortuna com o conserto.
Deixei os pães no armário de cozinha subi para o meu quarto, me deitei na cama para pensar no ocorrido de agora pouco. Mark não sabia que Lucio terminou comigo e estava com ciúmes, pelo menos foi o que pareceu, mas eu poderia estar muito bem sendo narcisista. Ele tinha namorada e ela era muito linda e fofa, tudo bem que ele já confessou gostar de mim, mas ainda assim não dava para dizer com razão o motivo do seu ataque. Ele podia estar com ciúmes amigavelmente. Ciúmes de uma amiga, é isso que somos. Meus pensamentos intrusivos começaram a formar imagens dele discutindo com alguém por mim e a namorada vendo, então ela foi embora e ele me tomou nos braços com possessão. E o pior era que eu me senti bem com isso. Foi muito louco e durou alguns segundos, mas eu afastei pra longe esses pensamentos, eu jamais iria querer ver ou ser a causa da separação de alguém. Sei o que é ter o coração partido e não desejava esse sentimento para ninguém. Me levantei e tomei um banho gelado para ver se me acalmava um pouco.
#
Poucos dias depois, meus pais já estavam em casa para o recesso, quando a companhia toca. Allycia foi atender e voltou dizendo que a vizinha estava na porta. Minha mãe foi falar com ela e vi quando elas foram pra cozinhar conversar, pelo visto ela e a mãe do Mark tinham virado amigas. Era de noite e eu estava jogando no notebook, enquanto Ally fazia a unha e Tyessa e papai assistiam a um programa na TV, tínhamos passado horas no mercado fazendo compras para o Natal. Um tempo depois a mãe de Mark passou pela sala se despedindo da gente e minha mãe veio com uma expressão estranha, chamando a nossa atenção.
— Então, a nossa vizinha vai viajar para visitar família que não vê a anos. — ela disse olhando diretamente para o papai. — O filho dela vai ficar e ela não queria que ele passasse o Natal sozinho, então eu aceitei ele como nosso convidado, espero que não tenha problema.
— Ele foi tão gentil em pedir que a mãe dele ficasse, eles devem se dar muito bem. — Papai respondeu — Não tem problema nenhum ele passar o Natal conosco.
— O que? — minha voz saiu alta de mais e todos olharam pra mim.
— Ele é seu amigo, não é?
— Sim. Sim. — eu respondi, sorrindo de lado. Mark vai passar o Natal com a gente! Eu vou surtar, na verdade já estava surtando internamente.
— Então está ótimo. — minha mãe bateu palmas? — Vocês três se comportem, ele é muito bonito e faz faculdade, mas não quero nenhum das três se assanhando pra cima dele.
— Onde que ele é bonito? — Tyessa perguntou, então riu e olhou pra mim. Que boba.
— Ele é sim, antes eu não achava muito, mas ele mudou rápido, né? Enfim, vou ficar de olho em você, Tyessa.
Allycia, que não tinha se pronunciado até agora, jogou a cabeça pra trás e começou a rir alto e sem parar, ela deitou no chão e ficou rindo por um bom tempo, sem responder nossa mãe que perguntava o motivo da graça dela. Outra boba. Mas esse Natal daria o que falar. Será que Mark tinha pedido pra mãe dele vir aqui? Mas eu achava que ele estava com raiva de mim pelo lance do anel, que eu ainda insistia em usar mesmo não tendo mais nenhuma notícia de Lucio a semanas. Eu achava que meu amor por ele estava se esfriando, mas não sabia como meu coração iria se comportar se o visse novamente. E se ele já estivesse com outra pessoa? Eu não tinha pensado nisso antes e nem queria. No momento eu estava curiosamente mais preocupada com o nosso convidado do Natal.
#
Se era nascimento de Jesus ou não, ninguém sabia ao certo, mas tínhamos a tradição de decorar a casa, fazer um banquete, decorar biscoitos juntos e assistir a filmes de Natal. Todo o ano era a mesma coisa e esse não seria diferente, passamos o dia nos divertindo em família, fizemos até uma competição de decoração de biscoitos e mamãe ganhou. Ela decidiu reabrir a competição mais tarde para o nosso convidado escolher o mais bonito, já que meu pai era suspeito como jurado. Eu estava nervosa e ansiosa quando subi para tomar banho e me arrumar, tive que lavar o cabelo pois estava cheio de farinha de trigo. Minha roupa era um vestido simples verde escuro e largo do busco para baixo, coloquei uma presilha no cabelo para prender uma mecha da frente e dar um toque diferente e antes de sair do quarto eu tirei o anel que ganhei de Lucio e guardei na gaveta da escrivaninha.
Passei no quarto de Allycia e ela estava com um cação jeans e rosa e uma blusa branca por dentro, esperei ela ficar pronta pelo que pareceu uma infinidade, Tyessa apareceu também para esperar. Ela estava linda com vestido tubinho e vermelho e os cabelos com uma trança gladiadora, que combinou muito com seu estilo. Ouvimos a campainha tocar e eu dei pulo.
— Que susto. — falei com a mão no peito.
— Tá nervosa, irmã? — Tyessa deu um sorriso malicioso. Mostrei a língua para ela.
— Queria que John pudesse vir também. Ele estava querendo falar com nossos pais de uma vez.
— Ally, eu não faço a mínima ideia de como nossos pais reagiriam, mas eles podem reagir bem e a gente estar sofrendo antecipadamente.
— Não custa tentar. — falou Tyessa.
— Vou conversar melhor com ele. — ela suspirou e nos abraçou. — Feliz Natal, meninas.
— Feliz Natal. — dissemos em uníssono.
— Meninas, o convidado chegou, venham logo. — ouvimos nossa mãe gritar, ela olharam pra mim e piscaram. Nós descemos juntas e encontramos Mark sentado no sofá da sala. Ele estava com uma camisa preta, uma jaqueta vermelho e uma calça de linho vinho. No pulso dele tinha uma pulseira masculina prata que parecia ser muito cara e nos dedos seus anéis de sempre.
— Oi, Mark. — Allycia sorriu e ele se levantou para lhe dar um abraço.
— Feliz Natal, Ally. — ele lhe desejou, Tyessa também o abraçou e então chegou a minha vez, eu dei um passo na direção dele sem graça, não sabia se ele ia me abraçar, mas estranhamente era o que eu queria.
— Oi. — eu disse, ele olhou rapidamente para minha mão e mal me abraçou. Queria ser Tyessa ou Allycia agora.
— Vocês todos já se conhecem? — nosso mãe perguntou, que nos observava bem de perto.
— Quando elas entraram no colégio Church eu estudava lá, fazia o terceiro ano. — Mark disse e voltou a se sentar.
—Ah tá. Você quer algo? Não se acanhe, pode pedir o que quiser. Está com fome? — minha mãe disse a Mark. Ela estava muito estranha, minando Mark assim.
— Se não for incômodo, eu sou apaixonado por pastel. — ele sorria, um sorriso lindo.
O que estava acontecendo comigo? Meu Deus!
— Pai delas faz o melhor pastel. Inclusive ele está fritando agora, vai sair quentinho. Com licença. — minha mãe respondeu e saiu da sala.
— Vou lá beliscar alguma coisa também.
— Vou com você, Tyessa. — e foi assim que Mark e eu ficamos sozinhos na sala. Eu me sentei do outro lado no sofá e cruzei as pernas, estava me sentindo desconfortável de vestido, eu devia ter colocado uma calça como pretendia.
— Está linda, Stacy. — eu quase engasguei com a própria saliva, olhei na direção da cozinha onde minha família conversava algo, ele falou baixo então provavelmente ninguém tinha ouvido.
— Obrigada. Você também está muito lindo. — fechei os olhos por um segundo me xingando mentalmente, eu precisava mesmo ter falado aquilo?
Mark dei um pequeno sorriso e passou a língua no lábio superior.
— Terminei com Virgínia. — ele soltou do nada.
— O que? Por quê?
— Já te falei sobre isso. Ela merece estar com alguém que a ame por inteiro.
— Ela deve estar arrasada. — fiquei realmente triste pela menina.
— Mas era o certo a se fazer. — ele me olhava fixamente nos olhos e eu fingi ligar a TV e prestar atenção no que estava passando quando ouvi minha mãe vir para sala e falando com Mark.
— Não sabia qual refrigerante você gosta.
— Esse está ótimo, obrigado. — ele pegou o prato e o copo da mão dela e sorriu. Minha mãe voltou pra cozinha e minhas irmãs voltaram pra sala.
— Você não passa o Natal com sua namorada, Mark? — a cara de pau da Allycia perguntou.
— Não tenho mais namorada. — ele mordeu metade do pastel, antes tinha sorrido para ela.
— Que coincidência, Stacy também não.
— Tyessa! — eu a repreendi, nossos pais podiam escutar. Ela só piscou.
— Sutileza não é o seu forte, Tyessa. — Mark disse, mas sorriu alegremente para minha irmã.
— Eu não quis ser sutil. — ela fingiu beijar o próprio ombro. Eu estava envergonhada de mais para olhar pro Mark e meu rosto devia estar igual um pimentão.
— Pisca, Mark. — ouvi Allycia dizer, mas não olhei pra ele.
Mamãe e papai nos chamaram para sentar a mesa para começarmos a aproveitar o banquete. Fizemos uma oração e depois começamos a comer, Mark estava sentado ao meu lado, então braço estava roçando o meu toda hora, e sua jaqueta agora estava no encosto de sua cadeira, deixando os braços fortes a mostra. Meus pai fez algumas perguntas a Mark sobre a faculdade e sobre o pai dele, minhas irmãs e eu conversamos sobre o filme de Natal que rolaria mais tarde. Ao contrário de nós três, meus bebiam vinho, mas eles tinham ultrapassado os limites, foi a primeira vez que vimos eles bêbados, convidaram até Mark para dormir e cancelaram o filme, dizendo que iam fazer o próprio e sumiram para o quarto deles. Tyessa, Allycia e eu estávamos de boca aberta e olhos arregalados.
— Acho que é melhor eu ir embora, mas esse foi um dos Natal mais divertidos da minha vida. — Mark disse, rindo.
— Espera virar meia-noite, deve ser horrível ficar sozinho em casa, principalmente no Natal. Sua mãe veio pedir pra gente não te deixar sozinho. — Allycia praticamente tirou as palavras da minha boca, faltava pouco para dar meia-noite.
— Eu falei para ela que não precisava, mas ela é muito preocupada. — ele revirou os olhos e nos seguiu até a sala. Minhas irmãs correram para sentar em lugares estratégicos, sobrando o maior para eu e Mark sentarmos juntos. Elas ainda fizeram o favor de ficar rindo.
— Vamos de filme ou vamos brincar? — questionou Tyessa.
— Filme. — respondi.
Allycia escolheu um filme natalino e de terror, então foram muitos gritos meu e de Tyessa. Na metade do filme, senti a mão a mão de Mark encostar na minha, minhas irmãs estava muito concentrada no filme para perceber. Olhei para ele e dei de cara com seus olhos intensos sobre mim e ele mordia os lábios, então no minuto seguinte ele estava mais perto de mim e sua boca a centímetro da minha.
— Posso? — ele sussurrou. Só consegui balançar a cabeça e na mesma hora ele passou um braço pela minha cintura, me puxando pra cima e selando nossas bocas.
Senti uma eletricidade passando do seu corpo para o meu, sua boca faminta estava quase engolindo a minha, o beijo de Mark era apressado e possessivo, sua outra mão que apertava a minha cintura também. Ele estava quase me colocando em seu colo, parecia que nós dois estávamos esperando por isso a tempos, pois eu estava sentindo a conexão que o beijo estava nos dando. Pensei em minhas irmãs que deviam estar vendo a cena de camarote, mas elas não tinham dado um pio, então continuei a beijar Mark até precisarmos de espaço para respirar.
— Foi só um beijo. — eu consegui sussurrar, o peito subindo e descendo rapidamente, o corpo em brasa e sentindo suas mãos ainda me tocando. Olhei para minhas irmãs, as duas olhavam pra TV, mas eu tinha certeza que elas tinha visto.
— Só um beijo. A não ser que queira mais. Posso dar quantos você quiser. — ele sorriu, suas mãos acariciavam a minha cintura.
— Meninas, vou levar Mark até a porta. — eu informei. Elas só acenaram com a mão sem tirar os olhos da TV.
Me levantei e levei Mark comigo. Assim que fechei a porta ele me tomou nos braços de novo, quase me tirando do chão, sua boca tomou a minha e nossas línguas se acariciavam. Minhas mãos apertaram os ombros de Mark e eu não queria para de beijá-lo, eu tinha gostado de sua boca desde a primeira vez que que nos beijamos, mas dessa vez foi mais intenso. Eu podia aproveitar o momento que a vida estava me proporcionando, beijar não era nada de mais, você não estava selando uma vida com uma pessoa só por isso.
— Me fala, eu fui mesmo o seu primeiro beijo? — ele disse quando paramos pra respirar, sua testa colada a minha e nossos corpos sentindo o calor um do outro.
— Sim.
— Que honra, eu não tinha certeza se estava falando sériona época. Me desculpa por ter estragado tudo naquele dia. Queria poder voltar no tempo.
— Não precisa voltar no tempo e nem quero falar sobre isso novamente. Só me beija de novo. — eu queria aproveitar o tempo que eu tinha, podíamos nos tornar amigos que se beijam. Eu só via vantagem nisso.
— Gosta mesmo de me beijar. — ele riu e me apertou mais contra si, seus lábios roçaram o meu bem devagar, depois subiu pela minha bochecha e voltou a roçar meus lábios que queriam loucamente ser beijados. — Queria isso a tanto tempo...
— Então não perca mais tempo. — ele me obedeceu e voltou a me devorar. Mark gemeu quando passei a mão em seu peito e eu senti o corpo todo tremer. Ficamos nisso por um bom tempo, parando poucas vezes para recuperar a respiração, até que ele me soltou e disse que precisava urgentemente ir embora antes que ele estragasse mais uma vez a noite. Mas antes de partir ele disse algo que me fez pensar pelo resto da noite que passei vendo filme e conversando com minhas irmãs.
— “Essa foi a melhor noite da minha vida”.
Droga, eu estava encrencada.
***********************
Oi, meninas, tudo bom? O surto veio? Lembrando que tudo pode acontecer! Hahah fiquem ligadas nos próximos capítulos.
E não me matem! Amo vocês. ❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro