Capítulo 1
— Essa vai ser a nossa casa? — perguntou Allycia, antes de nós. Era uma casa grande, ao que parecia tinha dois andares, um gramado na frente e um pequeno espaço na entrada, onde tinha uma cadeira velha. Nós três corremos em direção a casa e subimos os 7 degraus até a varanda de madeira velha que rangeu em baixo de nossos pés.
— A chave está aqui comigo. Primeiro venham ajudar a pegar as malas. — meu pai balançava uma chave na mão e guardou novamente no bolso, abrindo o porta malas.
— A casa é mobiliado? — quis saber Tyessa, quando voltamos para ajudar com as coisas.
— Sim, meu bem. Mas vocês poderão decorar o quarto de vocês. — minha mãe respondeu. Ela era baixa, como Tyessa e tinha cabelos lisos como o meu, tinha casaco com meu pai a 30 anos atrás e quase matou meu pai na sala de parto quando disse que éramos três, ela estava querendo fazer surpresa, nada responsável de sua parte, sabemos, e não imaginava que um negro de 1,95 de altura e de grande porte fosse cair pra trás ao receber a notícia de suas trigêmeas. Eu fui a filha do meio a sair, mesmo assim eu era a mais alta, puxando ao meu pai. Eu estava com 15 anos e 1,71m de altura, Allycia devia ter uns 1,65m e Tyessa 1,55m igual nossa mãe.
— Eu quero o meu toda rosa! — Allycia pulou de alegria, evitando pegar qualquer mala para não quebrar suas unhas grandes e bem feitas, mas como eu tinha reparado de que ela estava dando uma de esperta, joguei a dela em sua direção, que gritou. — Podia quebrar minha unha, Stacy! Não seja ogra!
— Não chama sua irmã assim. E toma mais cuidado, Stacy. — nossa mãe nos repreendeu, apesar de nos darmos bem quase todas as vezes, não passamos de irmãs com gênios diferentes e que brigavam as vezes, como qualquer irmão normal. Principalmente na fase da TPM, que sempre ficávamos juntas, para a infelicidade do nosso pai, as vezes de nossa mãe também, aturar três adolescentes de mau humor não era fácil.
— Filha, abre a porta pra gente, por favor. — meu pai joguei a chave na direção de Tyessa, que a pegou no ar e fui na frente com sua mala. Um dos nossos terror de ter pais desatentos era quando eles chamavam "filha" quando nós três estávamos juntas, porque todas olhavam juntas. Era de querer puxar o cabelo de raiva, ainda mais quando estávamos fazendo alto que requeria toda a nossa atenção, como fofocar no WhatsApp com os nossos amigos. Uma de nós, ou as três, sempre reclamava com eles para nos chamar pelo nome, eles se desculpavam mas voltavam a fazer de novo no minuto seguinte.
— Eu vou ficar com o último quarto. — gritei tentando passar a frente delas, todas atrapalhasse com as malas pesadas, mas tentando subir as escadas juntas.
— Stacy, você está me machucando! — Allycia reclamou enquanto nos imprensávamos na escada para tentar passar na frente. Consegui passar a frente dela e corri até a última porta corredor, abrindo a porta e entrando no quarto, era bem iluminado, tinha uma cama de solteiro perto da cama e um armário antigo em uma das paredes. Também tinha uns pôsteres velhos na parede e eu fiz careta ao sentir um cheiro de mofo. Corri para ver como era o quarto delas, Ally tinha ficado com o quarto do meio e Tyessa com o quarto da frente.
— Que horrível, acho que vou passar mal da rinite. — Ally tampou o nariz fazendo careta e saiu do quarto, fomos para o quarto de Tyessa e vimos que os três quartos eram iguais, todos meio velhos e com móveis antigos. Descemos as três prontas para reclamar, mas nossas mãe não nos deixou nem abrir a boca.
— Todas tranquilas, respirem, todos os quartos vão ser reformados e o que mais for necessário reformar nessa casa também será reformado. — ela falava com uma mão estendida dizendo que não tinha gente e que não íamos procurar outra casa.
— E onde vamos ficar até lá? — Tyessa perguntando, tirando a pergunta da minha boca.
— Em um Hotel, não vai levar nem 1 mês, antes que vocês reclamem.
— E porque viemos direto pra cá?
— Só por hoje vamos ficar aqui. E não quero ouvir nenhuma reclamação. — ela se adiantou, vendo que já começamos a bater os pés no chão, insatisfeitas. — A corretora virá aqui hoje, juntamente com uma pessoa da empresa que nos levará até o hotel que vamos ficar, com tudo pago. Então considerem que será uma mine férias até as aulas começarem e aproveitem ao invés de reclamar.
— E não esqueça da designer de interiores, Vivian. — meu pai apontou para minha mãe, todo contente. — Papai contratou uma e ela virá, provavelmente hoje também, e vocês vão conversar com ela sobre como irão querer a decoração do quarto de vocês.
— Vocês são os melhores pais do mundo! — Tyessa abraçou nosso pai e como marias vai com a outra, Ally e eu abraçamos nossa mãe e depois nosso pai.
— Vão subir e trocar de roupa, vamos jantar fora a noite, logo depois que falarmos com elas. — ela se virou pro papai. — Clerson, vai verificar se você trancou o carro mesmo.
— Eu tranquei. — nós rimos da cara dele antes de subir, vendo que ele foi verificar logo que nossa mãe colocou as mãos na cintura. Nosso pai era extremamente esquecido das coisas, mesmo sendo tão diferente, ele sempre trocou nossos nomes, mas era um fofo e cedia a qualquer drama nosso, ao contrário de mamãe.
Depois de esperar 1 hora, as três mulheres chegaram quase juntas, a corretora, a designer e a uma moça do trabalho da nossa mãe, ela nos levou pro hotel logo que tínhamos resolvido os problemas da casa, que precisava urgentemente de uma reforma mesmo.
O Hotel em que ficamos era lindo, minha mãe soube depois que "tudo pago" incluía nossas refeições no hotel também e qualquer serviço de quarto, desde que ninguém ultrapassasse o valor diário que a empresa dela impôs, que era bem alta, daria para nos virar tranquilamente. Depois de jantamos, pedimos se a gente podia dar uma volta para conhecer o hotel e nossos pais deixaram. O hotel tinha piscina, academia e uma área para jogar tênis, o que deixou Tyessa animada, já que ela sabia esse esporte, e quase todos os outros também.
— Stacy, porque você não muda um pouco o seu estilo esse ano? — Ally perguntou, olhei para Tyessa e ela parecia concordar com nossa irmã. Estávamos com os pés dentro da piscina, ela estava vazia, então resolvemos sentar e descansar depois de andar o hotel quase todo. Eu estava com meu habitual jeans, enrolado na canela e uma blusa do RHCP, o cabelo curto ia até o queixo, mas estava na moda hoje em dia. Tyessa estava com seu habitual short jeans curto e uma regata e Ally toda pomposa de saia preta com umas lantejoulas e blusa rosa de seda.
— Eu gosto de me vestir assim, é confortável. — eu voltei a olhar para água, enquanto balançava os pés.
— Você tem pernas longas e bonitas, irmã, além desse rosto e cabelo lindo que você cisma de esconder com um gorro. — Tyessa apontou para o gorro na minha cabeça, eu o achava estiloso também, por isso usava.
— Mas eu sou mais cheinha do que vocês, então me sinto bem com as roupas largas e eu acho bonito também. — confessei, eu gostava mesmo do meu estilo, mas o jeans apertado e cós alto, somando com as camisas largas e sobretudo, me ajudavam a parecer mais magra.
— Claro que você não é, Stacy! De onde tirou isso? — Ally se alarmou e virou pra mim, como os olhos arregalados e segurando a minha mão.
— Calma, não precisa falar tão alto, mas vocês sabem que eu vivo comendo, estou sempre com fome. Ao contrário de Tyessa eu odeio exercícios e você, Ally, não precisa se preocupar porque sua genética é boa e você nunca engorda.
— Mas irmã, você não está gorda. — Tyessa se levantou e correu para sentar do meu outro lado, abraçando meus ombros. — Você é uma garota linda, de nós três você é o que chamam de padrão dessa sociedade nojenta.
— Eu não sou padrão nenhum, você duas são muito mais lindas. — eu falei, e então nós três começamos a elogiar uma as outras, dizendo os pontos que amávamos uma na outra até rimos, de cair pra trás deitadas e segurar a barriga.
— A piscina será fechada, moças. — tinha um garoto em pé na nossa frente, olhando nós três deitadas no chão e olhando pra cima, para sua cara emburrada e linda. Ele parecia ser da nossa idade para estar trabalhando em um hotel, ainda mais essa hora, esse hotel poderia se meter em encrenca se o conselho tutelar aparecesse.
— Desculpa, nos hospedamos hoje, não sabíamos a hora que fechava. — explicou Ally se levantando e pegando a minha mão e de Tyessa. O menino não respondeu quando pedimos licença e nos afastamos, só ficou lá parado olhando.
— Tirem o olho, falei primeiro! — eu disse, quando víamos um garoto que achamos interessante, tínhamos que falar "vi primeiro" ou algo assim, para não ter briga se outra tivesse se interessado também. A regra só não valia se o menino não demonstrasse interesse de volta, então pedíamos deixar o caminho livre para a irmã que disse que viu por segundo, na maioria das vezes nós gostávamos do mesmo garoto. Outro ponto que nos tornavamos iguais, o gosto pelo sexo oposto, não que fôssemos muito experientes no assunto, na verdade tínhamos largados nossas Barbies finalmente para trás antes de vir para essa cidade.
— Vi por segundo! — falou Ally. Tyessa deu de ombros e fez um careta de quem não tinha achado o menino bonito.
— Talvez ele fique mais bonito ainda sem as roupas do hotel. — Ally olhou pra mim, os olhos brilhando.
— Você viu o cabelo dele? Estilo Timothée Chalamet! — comentei, me abanando.
— Achei um charme! — disse Ally e depois cutucou nossa irmã. — Ty, você também gosta de meninos com cabelo assim.
— Sim, mas ele é muito alto e magricelo, gosto mais dos caras malhados. – ela riu.
— A maioria dos malhados tem o dobro da nossa idade, difícil encontrar garotos assim com menos de 17 anos. — Ally suspirou e eu também.
— Bem, vamos subir e dormir, amanhã Stacy pergunta o nome dele, já que vamos passar um bom tempo aqui. — Tyessa apertou o botão do elevador e subimos até o 5° andar, onde fomos obrigadas a dividirmos um quarto de uma cama só, King size pelo menos.
Como era de se imaginar, também tínhamos problemas com arrumação, eu era a louca do impecavelmente limpo, Tyessa era a que gostava de ver limpo, mas não gostava de arrumar e Ally, que tinha mais coisas do que nós todas, era a louca da bagunça, deixava tudo espalhado e não estava nem aí para arrumar, e o pior era que ela nem se incomodava. Sempre dizia:
— Uma hora eu arrumo. — e nunca arrumava. A olhei feio, nosso quarto parecia ter passado pelo furacão Catrina no dia seguinte, quando acordamos, eu entrei para o banheiro a fim de escovar os dentes e tinha toalha até na pia, então voltei furiosa para reclamar com ela, a única que tinha tomado banho até agora.
— Se papai e mamãe entrarem e ver essa bagunça, vão pedir para nós três arrumar e não tem nada meu fora do lugar! — reclamei, tudo sobrava para as três, independente de quem tinha sido a culpada, que no caso era das duas, porque também tinha roupas de Tyessa pelo chão.
— Eu vou catar minhas coisas depois das flexões. — respondeu Tyessa, no chão enquanto fazia seu exercício matinal de sempre.
— Eu não vou ficar aqui, vou descer para tomar café na frente, quando eles passarem aqui, vocês falam que fui primeiro. — saí e bati a porta, com certeza eles obrigariam elas a arrumar aquela bagunça, que nada tinha a ver comigo, então fui para o restaurante do hotel me servir do farto café da manhã. Uma das melhores coisas em se ficar em hotel, eu já contava as horas para chegar o almoço. Peguei um prato e me servi de um croissant de queijo branco, alguns morangos e uma fatia de bolo de chocolate. Depois peguei um suco e escolhi uma mesa com 5 lugares, para minha família se sentar comigo.
— Você está sozinha? — olhei pra cima e quase caí da cadeira ao ver o menino de ontem, não esperava vê-lo tão cedo e principalmente na minha hora sagrada. Será que ele queria se sentar comigo? Ele não estava com uma cara amigável de quem queria me conhecer e flertar comigo.
— Sim. — respondi, já que eu estava mesmo, por enquanto.
— Você poderia se sentar em uma mesa para dois, por favor? — ele apontou para um canto, onde havia uma mesa de dois lugares. Então entendi que ele estava dizendo que eu estava tomando o lugar de quem pudesse estar com mais pessoas, como uma família.
— Ah não, minha família está descendo. Sabe, as meninas de ontem? E meus pais também.
— Tudo bem. Desculpe. — ainda sério e sem retribuir o sorriso que lhe ofereci, ele se virou e foi para a porta do restaurante, vigiar mais infratores de mesas.
Comi bem devagar, para parecer que eu era uma moça requintada e alguns minutos depois vi minha família aparecer, e Ally ficar atrás do menino e apontar para sua cabeça, mostrando que ele estava ali, como se eu não tivesse visto. Elas pegaram o café rapidamente para se sentar na mesa antes dos nossos pais.
— Você viu?? Ele tá todo guarda-costas da cozinha, todo sério. — disse Ally e Tyessa e eu quase passamos mal de tanto rir da sua definição.
— Guarda-costas da cozinha? Pelo amor de Deus, Ally. — Tyessa secou as lágrimas dos cantos dos olhos, eu fazia o mesmo. — Nunca mais fale isso, isso é um restaurante.
— Eu sei, falei brincando. Mas vocês me entenderam, né? — ela começou a desconversar e começou a comer. Nossos pais se sentaram com seus pratos e xícaras.
— Filha, você tomou o café sozinha. Quando for assim nos espera. — disse minha mãe, puxando a touca da minha cabeça.
— Mãe! — tentei pegar de volta e ajeitei o cabelo curto, ela deu o gorro pro meu pai e ele colocou no bolso.
— Já falei que não quero você na mesa com isso na cabeça. — ela não me deixou protestar e começou a tomar seu café.
— Você está linda, irmã. — disse Tyessa, passando a mão em meu braço.
— Só precisa de uma maquiagem.
— Ela é linda sem maquiagem, Ally, vocês três são. Não quero que fale isso de novo. — nossa mãe a olhou séria e Ally se preparou para o seu discurso de sempre.
— Eu sei, querida mamãe, só estou falando que ela pode se sentir bonita com ou sem maquiagem, mas a maquiagem realça a beleza dela, foi feita para isso. E, Stacy, você não é linda, é maravilhosa. A única pele daqui que não tem espinha, até mamãe tem, então você não é obrigada a usar maquiagem. Mas se um dia quiser, eu te passo uma maquiagem bem fraquinha e natural.
— É lindo ver você aumentar a autoestima da sua irmã e diminuir a minha. — disse mamãe, ela estava séria mas não estava realmente brigando com Ally, era assim seu modo de fazer piada. Eu não entendia esse humor que os pais tinham.
— Desculpa. — Ally riu e contagiou a mesa toda com sua inocência e modo inconveniente de sempre, nos fazendo rir também.
Terminamos o café e nos levantamos para subir e nos trocar para tomar banho de piscina e pegar sol. Quando passamos pelo menino na porta, ele olhou pra mim por um segundo antes de desviar de novo, Ally disse que foi o efeito do "não gorro" como ela resolveu chamar. Eu achei que ela estava delirando, provavelmente ele olhou pra mim como aviso para não esquecer que ele estava de olho, caso eu me sentasse no lugar errado. Quando chegamos no quarto, reparei que estava todo arrumado, pelo bem da minha sanidade, mas sei que voltaria a bagunça agora que íamos nos arrumar para a piscina. Como sempre, optei por maiô, ele tinha o desenho de garças nele e bem justo no corpo. Ally colocou um biquíni rosa florescente, o que achei um exagero desde quando ela o comprou e Tyessa optou por um biquíni branco, que colocou o nosso no chinelo, contrastando com sua linda cor.
— Você podia dar um pouco da sua beleza pra mim, Ty. — brincou Ally, colocando um vestido largo por cima do biquíni. Tyessa também colocou um e eu só vesti um short.
—Somos lindas iguais. — disse Tyessa, rindo e dando uma voltinha, exibindo seu corpo pequeno e magro.
— Vamos, não esqueçam do protetor. — falei, indo em direção a porta, eu odiava carregar bolsa então uma das duas sempre carregava as coisas em suas bolsas, já que elas amavam carregar uma. Descemos juntas de elevador e fomos até a piscina, onde vimos o garoto bonitinho em pé, observando a movimentação. Ele devia estar morrendo de calor com aquele uniforme, me deu pena dele.
— Eu podia perguntar o nome dele e dizer que você, Stacy, está interessada, já que falou primeiro. — disse Tyessa, enquanto caminhávamos para encontrar três espreguiçadeiras perto e vazias, o que estava sendo difícil.
— Se ele falar que não está interessado onde vou enfiar minha cara durante o mês inteiro, já que estamos presas aqui?
— Aí eu pergunto sobre Ally e se ele também disser que não, as duas podem choramingar juntas. — Tyessa riu e se sentou quando achamos duas vazias, íamos ter que revezar, mas eu não me importava muito, já que preferia ficar na água.
— Muito engraçada. — Ally revirou os olhos para nossa irmã.
— Eu vou lá. — Tyessa levantou e correu antes que pudéssemos detê-la, então enquanto ela ia na direção do garoto, eu deitei na cadeira e virei o rosto pro lado oposto, enquanto Ally sorria e olhava na direção deles.
— Ela tá falando com ele... agora tá vindo... e tá sorrindo! — Ally narrava os acontecimento toda empolgada como se estivesse narrando uma partida de futebol. Só virou o rosto de novo quando Tyessa estava de volta.
— Ele disse que não pode conversar no trabalho. — ela deu de ombros. — Pelo menos ele não disse que não estava interessado, então há uma chance maior dele estar, Stacy!
— Que vergonha, só vou sair daqui quando ele for embora. — me levantei e tirei o short, sentindo que minhas bochechas estavam vermelhas de vergonha. Entrei na água quando vi que nossos pais se aproximavam acendo pra gente, de roupa de banho, as coisas só podiam piorar mesmo daqui em diante.
O problema é que me esqueci de que precisaria sair da piscina para almoçar, fiquei a manhã toda na piscina e nada do adolescente trocar o posto com alguém e sair, então quando nossos pais nos reuniu para ir almoçar, eu fui escondida atrás deles, andando pelo lado oposto em que o garoto estava, em pé na porta. Quando estava na piscina, achei ter visto ele me olhar algumas vezes, já que eu fazia o mesmo tentando ser sutil, o que me fez sentir mais vergonha, ele devia estar me achando uma panaca.
A comida do hotel era muito boa, aproveitei que não tinha nenhum menino tão gato o suficiente para eu ficar com vergonha e enchi o meu prato, pretendia ficar na piscina o restante da tarde. Quando voltamos, ele não estava de guarda na piscina, tinha um homem com a roupa igual no lugar, outro funcionário. Quando chegou no meado da tarde, estávamos em uma crise familiar, Ally tinha esquecido de passar o protetor e estava muito vermelha e com febre, a pele parecia que ia dar bolhas a qualquer momento.
— Eu avisei! — eu disse, nervosa enquanto Ally reclamava de dor quando nossa mãe a tocou.
— Vamos subir e pedir uma pomada para sua irmã, não fiquem muito tempo no sol. — disse meu pai e saiu junto de nossa irmã e nossa mãe. Ficamos, mesmo estando preocupados com nossa irmã, mas lembrava que isso já tinha acontecido comigo e só precisei de muito creme hidratante gelado e pomada. E virei chacota na escola. Ally ficaria bem e daqui a alguns dias as marcas vão estar sumindo. O sol estava mesmo pelando, estávamos em pleno verão e era indispensável o protetor, pelo menos Ty e eu tínhamos passado bastante e toda hora.
— Não percebi que ela não tinha passado. — disse Tyessa, olhando pra piscina, distraída.
— Eu também não e disse logo que chegamos, depois daquele mico que você me fez passar.
— Em falar em mico, ele tá vindo na sua direção.
— O quê? — sem pensar eu virei a cabeça pra trás, mas era mentira, no entanto ele estava de volta ao seu posto e olhava pra gente, o que me deixou mais sem graça por ter olhado para ele tão rápido, fez parecer que estávamos falando dele, o que de fato estávamos, mas ele não precisava saber. — Para com isso, Tyessa!
— Mas ele estava olhando, você poderia dar uma de mulher empoderada e ir falar com ele.
— É, só que eu não sou mulher e nem empoderada.
— Nunca é tarde, irmãzinha. — ela piscou.
— Vou pensar, quando ele não estiver trabalhando. Ou seja, falo com ele um dia.
— Ou seja, nunca. Talvez você nunca o verá fora do trabalho. — Tyessa levantou e tirou o vestido, se jogando na piscina em seguida. Se ele disse que não podia conversar aqui, então como eu daria uma de garota empoderada?
Me perguntei, enquanto deitava na espreguiçadeira e fechei os olhos para tentar tirar um cochilo. Acordei não sei quanto tempo depois ao sentir alguém cutucar minha perna com o dedo, achei que fosse Tyessa.
— Quer ficar igual a sua irmã? — arregalei os olhos, era o garoto que estava em pé na minha frente, tampando o sol que provavelmente estava me queimando, já que senti minha coxa formigar de tão quente.
— Que? – perguntei, querendo segurar ele mais tempo ali.
— O sol mudou de posição e está pegando em você. — ele deu um passo pro lado e eu tive que colocar o braço no rosto para proteger os olhos do sol.
— Ah, sim, obrigada. — eu disse, quando ele voltou a tampar o sol com o próprio corpo.
— Você que é Stacy? — ele perguntou, comecei a ficar nervosa e me sentei para evitar seus olhos, que me mediam.
— Como sabe?
— Aquela menina me disse, a de biquíni branco. É sua irmã?
— Sim. — comecei a ficar decepcionada, achando que ele estava a fim de Tyessa.
— Stacy é um nome bonito. — ele não estava sorrindo nem nada, então não dava para saber em que ele estava pensando.
— Obrigada. E qual é o seu? — reuni todo o meu lado empoderado, como diria minha irmã, para perguntar o seu nome.
— Lucio. — ele olhou em direção a porta de entrada da piscina e então começou a se afastar. — Preciso ir, Stacy, espero que aproveite bem a piscina.
E ele foi embora, um homem de terno o esperava e quando Lucio chegou até ele os dois começaram a caminhar para fora da área da piscina, sumindo de vista. Talvez ele levasse uma bronca por estar conversando em trabalho, mas fiquei rezando para ele não se encrencar por ter me ajudado.
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Olá! Recadinho. Se você (como eu) costuma ler no modo off-line e estiver gostando dos capítulos, volta aqui depois para me prestigiar com sua estrela e comentário. É muito importante para incentivar o escritor, grata desde já!❤
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