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23. orações dos abandonados.


                          O ambiente no confessionário parecia comprimido pelo peso da tensão entre eles. O rosto de Mary estava iluminado apenas pela luz tênue que atravessava as pequenas grades, e ela podia sentir o ar denso ao redor. Charlie permanecia calado do outro lado, mas seu olhar a atravessava, carregado de algo sombrio e opressivo. —— Eu vim em busca de perdão.

As palavras saíram frágeis, como se ela estivesse apenas cumprindo um ritual. Mas Charlie, imerso em sua escuridão interior, respondeu com frieza.

—— Deus nunca irá te perdoar pelo que você fez.

Aquelas palavras atingiram Mary como uma sentença. Mas, antes que a dor se instalasse, ela manteve seu olhar firme no dele, um desafio silencioso.

—— Mas e você?...

Ele hesitou, o silêncio crescendo entre eles, até que finalmente virou o rosto, os olhos se encontrando através da tela que os separava. Havia algo de perturbador em seu olhar, algo que Mary sabia que estava ali, mas nunca quisera admitir. —— Vamos casar, para que Deus nos perdoe.

A proposta soava mais como um castigo do que uma promessa. Mary apertou as mãos sobre as pernas, tentando conter a confusão que começava a ferver dentro dela. —— Você não me ama, Charlie. Você só está obcecado.

Charlie ficou em silêncio por um instante, e então, com um sorriso amargo e resignado, admitiu o que Mary já sabia.

—— Tem razão —— ele inclinou o rosto um pouco mais perto da grade, seus olhos escurecendo, preenchidos por algo além de desejo, além de fé, algo quase doentio. —— A diferença entre o amor e a obsessão é essa, Mary. Quando você ama, deixa a pessoa ir... quando está obcecado, não.

As palavras saíram como um sussurro quase perverso.

Mary observou os olhos dele, que antes eram os de um homem devoto em crise, agora tomados por uma sombra inquietante. Ela sentiu uma onda de pavor misturado com uma atração sombria. O confessionário, outrora um símbolo de pureza e absolvição, agora parecia uma cela de tormento compartilhado.

Ela sabia que estava presa àquele ciclo com Charlie.

(...)

Mary estava submersa na água da banheira, seus cabelos loiros flutuando ao redor do rosto como uma moldura silenciosa. Ela segurava a respiração, sentindo o peso da água a pressionar. O silêncio sob a superfície era confortável, abafando o caos dos pensamentos que insistiam em invadir sua mente.

Abaixo da água, tudo parecia distante — as palavras de Charlie, o olhar perturbador que ele lançara sobre ela no confessionário, a obsessão declarada. Mas quando o ar começou a faltar, a realidade forçou seu retorno.

Ela saiu da água ofegante, o som de sua respiração ecoando no banheiro vazio.

Ela olhou ao redor, os azulejos brancos e frios brilhando sob a luz suave. O banheiro estava calmo, mas dentro dela, uma tempestade rugia. As palavras de Charlie reverberavam em sua mente como um sino constante, A diferença entre amor e obsessão...

Aquelas palavras não a deixavam em paz. Elas a assombravam como um eco sombrio que ela não conseguia calar. Mary olhou para o reflexo distorcido nas gotículas de água que escorriam pelo espelho, o olhar perdido e vazio que a encarava de volta.

Ela tocou seus próprios ombros molhados, como se tentasse se ancorar à realidade, mas sabia que algo dentro dela estava fora de controle.

A água que antes parecia calmante agora a lembrava da sufocante pressão que sentia em todos os lugares — no convento, diante de Charlie, dentro de si mesma. Mary deslizou a mão pela superfície da água, os dedos tremendo levemente, e deixou escapar um suspiro pesado.

O que Charlie havia dito não era sobre perdão ou redenção, mas sobre controle, uma prisão física e emocional da qual ela não sabia como escapar.

Ela inclinou a cabeça para trás, deixando a água escorrer pelo rosto, tentando afastar os pensamentos que a prendiam. Mas, no fundo, sabia que era impossível.

Mary saiu do banheiro, seus cabelos ainda molhados enquanto passava a toalha para secá-los. Seus pensamentos estavam distantes, mas o som que ouviu ao passar pela porta de Charlie a trouxe de volta à realidade.

Gemidos abafados de dor vinham de dentro do quarto dele, intensos e perturbadores. Ela parou na porta, hesitando, com a mão pairando sobre a maçaneta.

Ela se perguntou se deveria intervir, se era algo que realmente queria ver. O instinto dizia para se afastar, para não se envolver mais com aquele homem em ruínas, mas o impulso a dominou.

Lentamente, ela girou a maçaneta e abriu a porta.

Dentro, a cena que encontrou a deixou estática. Charlie estava em frente a um espelho, os ombros nus, com sangue escorrendo pelas costas. Ele tentava, com as mãos trêmulas, costurar os próprios cortes, o rosto contorcido em dor. O espelho refletia seus olhos atormentados, enquanto o fio passava pela carne rasgada. A dor era visível em cada movimento.

Mary ficou parada por um momento, sentindo um arrepio percorrer seu corpo. A atmosfera do quarto era densa, quase sufocante. Charlie não parecia notar sua presença imediatamente, concentrado em cada agulhada que dava. A expressão de sofrimento, o sangue que se acumulava no chão, tudo naquela cena gritava desespero.

Ela deu um passo para dentro do quarto, as palavras presas na garganta.

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