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19. manto sagrado e cicatrizes.


                          Mary despertou lentamente, os sentidos voltando aos poucos enquanto seus olhos se ajustavam à penumbra do quarto. Sentiu a textura dos lençóis contra sua pele nua e, ao puxar o tecido sobre o corpo, o aroma familiar de Charlie se fez presente. O cheiro dele estava impregnado ali, misturado ao suor da noite passada. Dois travesseiros estavam espalhados pela cama, e a sensação de vazio ao lado revelava que ele havia estado com ela até recentemente.

Seus pensamentos estavam confusos, a realidade oscilava entre lembranças desconexas e a certeza de que haviam passado a madrugada juntos. Mary se levantou lentamente, sentindo o corpo dolorido e as marcas da noite anterior ainda gravadas em sua pele.

Ela se sentou na cama, puxando o lençol para cobrir seu corpo nu, enquanto olhava ao redor. Suas roupas estavam espalhadas pelo chão, peças jogadas de qualquer jeito, como se tivessem sido arrancadas com pressa e descaso. O quarto estava em silêncio, mas a ausência de Charlie era gritante.

Ele não estava ali.

Ela passou a mão pelos cabelos bagunçados, tentando organizar os pensamentos, mas a confusão tomava conta. Dormir com ele nunca tinha sido parte dos seus planos. Na verdade, nada daquilo havia sido planejado. Ela queria poder dizer que foi um erro, mas sabia que aquilo era muito mais complexo do que um simples deslize.

O eco dos acontecimentos da noite anterior ainda pulsava em sua mente, trazendo uma mistura desconfortável de arrependimento e desespero.

A porta se abriu lentamente, revelando Charlie, agora impecável em sua batina de padre. Ele parecia uma figura de autoridade intocável, como se a noite anterior tivesse sido apagada de sua mente, um homem renovado pela rotina religiosa. Seu olhar não se encontrou com o de Mary enquanto ele caminhava até a mesa ao lado da cama, aquela mesma mesa que fora testemunha da sua violência e desejo na noite passada.

Charlie fez o sinal da cruz sobre a mesa, murmurando uma bênção silenciosa. Aquele gesto era quase uma negação do que havia acontecido ali. Era como se ele estivesse tentando purificar o espaço, exorcizar os pecados que ambos cometeram. A aura de santidade ao redor dele contrastava com o caos que Mary ainda sentia dentro de si.

Ele não disse uma palavra. Não havia desculpas, nem explicações. Era como se aquele ritual de bênção fosse sua única forma de lidar com o que havia acontecido entre eles.

Charlie olhou para Mary em silêncio por um longo momento, seus olhos agora focados nela de uma forma que ela não esperava. Então, lentamente, com uma voz calma e controlada, ele quebrou o silêncio.

—— Por que suas coxas estão queimadas, Mary?

A pergunta pairou no ar, e por um momento, Mary ficou confusa. Seus olhos se estreitaram levemente enquanto tentava entender aonde ele queria chegar. Ela não se lembrava de ter mencionado nada sobre suas queimaduras, e certamente não esperava que ele soubesse. Sua confusão ficou evidente em sua expressão, mas antes que ela pudesse dizer algo, Charlie continuou.

—— Quando te coloquei na cama, vi suas pernas. Estavam queimadas. —— Sua voz estava calma, mas carregada com uma mistura de preocupação e algo mais sombrio, como se estivesse tentando decifrá-la.

O quarto ficou pesado com o silêncio. Mary podia sentir o peso da pergunta, algo que ela tentava enterrar dentro de si estava agora exposto sob o olhar de Charlie. Ela desviou o olhar por um momento, a confusão misturada com uma leve irritação.

Charlie se aproximou ainda mais, sua expressão se tornando mais intensa à medida que ele recitava as palavras da Bíblia.

—— Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o Senhor. —— Ele citou com uma seriedade que cortou o ar entre eles. O versículo ressoou com um peso que parecia pairar no quarto, ecoando as preocupações que ambos tentavam ignorar.

Mary revirou os olhos, uma mistura de frustração e desdém evidente em seu rosto. Ela estava cansada de questionamentos e da moralidade que Charlie tentava impor.

—— Eu nunca quis saber dos cortes nas suas costas...  —— respondeu ela, a voz desafiadora. —— Por que você quer saber das minhas queimaduras?

Ela se sentiu provocativa, como se estivesse forçando Charlie a encarar sua própria hipocrisia. O silêncio a seguir foi carregado de tensão. Charlie parecia se preparar para responder, mas Mary não estava disposta a esperar. Ela estava farta das regras e da moralidade que o cercavam.

—— Todos temos nossos demônios, Mary. Não finja que está acima disso. —— A provocação em sua voz era inegável, e a forma como ele a olhou desafiava sua autoridade.

Mary se levantou abruptamente, pegando suas roupas do chão e vestindo-as de qualquer jeito, a irritação transparecendo em cada movimento desajeitado. A tensão no ar era palpável enquanto ela se vestia, seu corpo tremendo de raiva e uma estranha empolgação que ainda não se dissipara.

—— Eu não tenho demônios, —— disse ela, sua voz carregada de desdém. —— Eu sou o próprio diabo.

As palavras saíram com uma ferocidade que fez Charlie parar. Mary riu, um som baixo e quase sarcástico.

Charlie a observou atentamente, buscando respostas nas palavras dela. A confissão de Mary parecia vir de um lugar profundo e doloroso.

—— Por que você se tornou freira tão nova, Mary? Você só tinha 19 anos.

Ela hesitou por um momento, a expressão dela mudando enquanto ponderava sobre a pergunta. Então, com um olhar distante, respondeu.

—— Eu achei que a fé poderia me salvar.

—— Salvar de quê? —— ele perguntou, curioso e preocupado.

Mary fez uma pausa, como se as palavras estivessem presas na garganta. Quando finalmente falou, a vulnerabilidade em sua voz era palpável.

—— De mim mesma.

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