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15. oração ao abismo.




                 Mary estava largada na cadeira de frente à mesa da madre superiora, completamente despreocupada, com os pés sujos apoiados sobre a superfície impecável de madeira. Ela brincava com os objetos sobre a mesa, mexendo nos papéis e canetas como se fossem brinquedos, sem dar a mínima para o que quebrasse ou não. Os olhos dela vagavam pelo escritório, desinteressados, até que pousaram em uma moldura prateada.

Dentro, uma foto antiga da madre superiora, jovem, ao lado de um bispo italiano, ambos sorrindo de forma estranha para a câmera. Mary pegou o porta-retratos, inclinou a cabeça e observou a imagem por um momento, mas logo revirou os olhos com desprezo.

—— Já era uma mocreia naquela época —— murmurou com desdém, um sorrisinho sarcástico surgindo em seus lábios. Sem cuidado algum, jogou o quadro de volta na mesa, o som do impacto reverberando pela sala. O vidro tremeu dentro da moldura, mas Mary não ligou. Ela apenas se recostou na cadeira, esperando pelo próximo ato com a habitual indiferença.

Mary sabia que deveria estar no salão, lidando com as freiras e seus intermináveis ensaios de canto para o maldito coral. A harpa tocava num ritmo lento, agoniando seus nervos a cada nota que ressoava pelo ambiente abafado. Ela sentia que, se ouvisse mais um acorde, perderia a cabeça e começaria a gritar até a própria voz falhar. Seus dedos tamborilavam impacientes sobre a mesa, o olhar fixo no teto enquanto sua mente vagava, cada vez mais irritada.

Foi quando o telefone antigo no canto da sala soou de repente, o toque estridente quebrando a monotonia sufocante do ambiente. Mary saltou em direção a ele, como uma saída temporária de sua própria tortura mental. Sem pensar duas vezes, pegou o fone com um movimento rápido e o levou ao ouvido.

—— Alô?

Do outro lado da linha, a voz era formal, impessoal. —— Aqui é do Hospital St. Vincent. Estamos ligando para informar sobre um acidente envolvendo a irmã Megan.

Mary franziu o cenho, a irritação momentaneamente substituída por uma curiosidade fria, ela realmente não se importava. —— Que tipo de acidente?

A pausa que se seguiu parecia durar uma eternidade. —— Ela está internada... o acidente foi grave, mas ainda estamos avaliando a situação.

Por um momento, Mary ficou em silêncio, processando a informação. Seus olhos escureceram novamente, uma faísca sombria brilhando neles. Megan? Internada? Ela apertou o fone com mais força. —— Estou a caminho —— respondeu, a voz carregada com um misto de satisfação disfarçada e ansiedade, antes de desligar o telefone abruptamente.

Finalmente, uma distração.

(...)

Mary caminhava pelos corredores longos e frios do hospital, o som de seus passos ecoando contra as paredes brancas e impessoais. Em suas mãos, carregava um pequeno buquê de flores silvestres em tons suaves de rosa e roxo, um contraste delicado com o peso que carregava em seu peito. Seus dedos apertavam levemente os caules das flores enquanto ela se aproximava da porta do quarto de Megan.

Ao se aproximar, Mary parou abruptamente, os olhos fixos na cena à sua frente. Do outro lado da porta, parcialmente aberta, ela avistou uma mulher negra, de postura firme e presença imponente. Os cabelos curtos e ondulados caíam emoldurando um rosto sério e determinado. O olhar da mulher estava cravado em Megan, que jazia na cama, conectada a diversos aparelhos médicos. Mesmo da porta, Mary podia ouvir o som monótono dos aparelhos, a cada bip recriando o ritmo fraco, mas constante, do coração de Megan.

A presença da mulher fez com que algo se revirasse dentro de Mary.

A mulher, sem desviar o olhar de Megan, quebrou o silêncio. —— Pode entrar, irmã.

Sua voz era calma, mas carregava uma firmeza que fez Mary hesitar por um breve instante. Mesmo assim, ela entrou, passos lentos e decididos, se aproximando de um vaso de vidro com flores que estava ao lado da cama. Cravos roxos, frescos e bem arranjados, adornavam o ambiente com uma beleza sóbria.

—— Essas flores são suas? —— Mary olhou para a mulher de canto de olho e perguntou, com um tom desinteressado.

A mulher assentiu, apenas com um pequeno movimento de cabeça, mantendo o foco em Megan. Mary, então, estendeu a mão, pegando os cravos do vaso com firmeza. Ela os apertou até que as pétalas se amassassem em sua palma, destruindo a delicadeza das flores. Com um sorriso frio e uma expressão desafiadora, Mary jogou as flores amassadas no lixo ao lado da cama.

Sem perder tempo, substituiu as flores destruídas por seu buquê de flores silvestres, colocando-o no vaso como se fosse um gesto natural. Se aproximou de Megan e, enquanto ajeitava as flores.

—— Essas são do jardim do convento. Cheiram melhor que os cravos. —— Sua voz soava suave, mas carregava uma malícia velada, como se estivesse se deliciando com o desconforto que causava.

O quarto permaneceu em silêncio, exceto pelo som contínuo dos aparelhos médicos e o farfalhar suave das novas flores no vaso.

Mary se acomodou na cadeira ao lado da cama de Megan, cruzando as pernas com um ar de desdém, como se o ambiente sombrio não a afetasse. Lois, finalmente decidindo romper o silêncio pesado, se apresentou com uma calma estudada.

—— Meu nome é Lois...

Antes que pudesse continuar, Mary a interrompeu bruscamente. —— O que os médicos falaram? Algo sobre não criar falsas esperanças, não é? —— Sua voz soava impaciente, cheia de um sarcasmo áspero, como se a situação de Megan fosse mais um aborrecimento em sua agenda.

Lois piscou, surpresa pela ousadia da freira à sua frente. O choque ficou estampado em seu rosto quando Mary, com uma expressão indiferente, fez a próxima pergunta sem cerimônia. —— Que porra ela estava fazendo com você tão longe?

A intensidade de Mary parecia encher o ar ao redor, uma energia densa e perturbadora que deixou Lois desconcertada.

Lois havia esperado encontrar um tipo diferente de calma em uma freira – talvez conforto ou piedade –, mas Mary irradiava uma aura quase antagônica. Era como se uma sombra pairasse ao redor dela, carregando algo sombrio e inquietante.

—— Cobrir assassinatos, essa era a função dela. Ela é uma jornalista. É meio parecido com o maldito Inquirer Nacional Católico, certo? —— Lois, com a voz pesada e os olhos fixos em Mary, disparou.

Mary, com o olhar calculado, soltou a pergunta fria e direta. —— Você sabe quem atirou nela? Ao menos sabe quem está atrás de vocês?

O ambiente ficou gelado. Lois ficou hipnotizada pela presença sombria de Mary, o silêncio entre elas parecia denso demais, quase insuportável, até que Lois finalmente murmurou.

—— Eu conheço você... você me lembra alguém.

Foi como se o coração de Mary tivesse parado por um segundo. Não, não. Ela não iria reviver todas aquelas malditas memórias, não mais. Mary levantou-se ligeiramente da cadeira, seu rosto agora sombrio.

—— Vá embora.

Lois, confusa, franziu a testa. —— O quê?

Mary endureceu, sua voz agora gélida e afiada. —— Não é óbvio? Vocês foram perseguidas, e Megan levou um tiro que, tenho certeza, era para acertar você. Você a usou como isca.

Lois, chocada, tentou se defender: —— Você acha que eu colocaria uma jornalista em perigo? Esse é o meu trabalho!

—— Você estava sendo caçada e ainda está. Cada momento que você fica aqui, coloca Megan em perigo. ——  Mary se aproximou, o olhar fixo e implacável.

Lois sentiu o peso das palavras de Mary afundar ainda mais o ambiente, o clima entre elas tão tenso e sombrio que mal conseguia respirar. Ela queria argumentar, dizer algo para se defender, mas as palavras se perdiam em sua mente, presas na garganta. A aura ameaçadora de Mary era forte demais para ser combatida naquele momento.

—— Vá logo! —— Mary ordenou, a voz rasgando o silêncio. —— Procure quem fez isso!

Sem dizer mais nada, Lois se levantou e saiu do quarto, deixando Mary e Megan sozinhas. As portas se fecharam, e o silêncio reinou novamente.

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