12. O lobo e o cordeiro.
Charlie, com a respiração pesada, manteve a mão no meio das pernas de Mary, seus dedos sentindo a ausência de qualquer barreira de tecido. O calor que emanava dela o fazia suar, e, em um impulso que misturava desejo e vergonha, ele sussurrou com a voz embargada. —— Você está... sem calcinha?
Mary, em resposta, segurou a mão dele com força, apertando-a contra a intimidade da mesma com uma intensidade que o fez estremecer. Seus olhos, antes já escurecidos por algo que Charlie mal podia compreender, agora pareciam devorar a alma dele. Uma sombra densa e incontrolável se apossava do quarto, como se o próprio ambiente estivesse sendo consumido por algo profano.
Ela se inclinou mais perto dele, seu hálito quente contra o pescoço de Charlie, e sussurrou com uma frieza cortante.
—— Não é tão bom ser o cordeiro do lobo de alguém, não é?
A frase ecoou como uma sentença.
Charlie sentiu o peso das palavras como um soco no estômago. Ele, que tantas vezes havia pregado sobre a fraqueza humana e o poder da tentação, agora se via no papel daquele que era devorado, o cordeiro que havia sido caçado e capturado. O olhar de Mary era predatório, faminto, e o contraste entre sua aparência inocente e o que ela fazia o fazia se sentir ainda mais perdido.
Os olhos de Charlie, agora cheios de medo e arrependimento, encontraram os de Mary, e ele percebeu que ela não era apenas uma jovem mulher confusa ou frágil; ela era algo mais, algo que desafiava sua fé e sua compreensão. O controle que ele achava ter estava completamente fora de suas mãos, e ele se via vulnerável, entregue à escuridão que ela representava.
O quarto, antes um santuário de oração e devoção, agora era uma prisão onde o pecado e a tentação se entrelaçavam, prendendo Charlie em um ciclo de desejo e culpa.
Ele continuou ajoelhado, congelado, incapaz de reagir. Seus olhos arregalados fitavam Mary enquanto ela pegava sua mão e, sem hesitar, a guiava penetrando seus dedos dentro da intimidade dela. A respiração dele se tornou rasa e irregular, enquanto o calor de dentro dela se espalhava por seus dedos, como uma corrente que ele não podia controlar.
Mary jogou a cabeça para trás, os lábios entreabertos deixando escapar um gemido suave, que reverberou pelas paredes silenciosas do quarto. Os olhos dela, escurecidos por uma força indescritível, fixaram-se no teto por um momento, como se estivesse invocando algo muito além daquele espaço. Seus movimentos eram lentos e calculados, cada gesto provocando mais a tensão entre eles.
Ela começou a rebolar contra a mão dele, usando-a para explorar seu próprio prazer. O calor que emanava de Mary parecia crescer a cada segundo, preenchendo o quarto com uma atmosfera pesada, quase sufocante. Charlie, ainda de joelhos, assistia em um estado de choque, incapaz de se desvencilhar, seus olhos capturando cada detalhe—o jeito que ela arqueava o corpo, o leve tremor que percorria suas coxas, os gemidos cada vez mais audíveis.
O som de Mary se entregando ao prazer fazia ecoar pela mente de Charlie, destruindo as barreiras de autocontrole que ele tinha construído ao longo dos anos. Ele tentou desviar o olhar, mas seus olhos eram puxados de volta, como se houvesse uma força invisível o mantendo preso naquela cena.
Ela gemeu mais alto, seu corpo se movendo com maior intensidade, e o som invadiu os ouvidos de Charlie, fazendo com que ele sentisse uma onda de vergonha e desejo em conflito dentro de si. O padre, ainda ajoelhado, estava imóvel, impotente, como se estivesse sendo consumido pelo próprio pecado que havia jurado combater.
O peso da situação o esmagava. O homem de fé, que passara a vida pregando sobre a redenção e a força espiritual, agora se via como uma marionete na escuridão que emanava de Mary. Ela, por sua vez, continuava, perdida no seu próprio prazer, ignorando completamente o que ele sentia ou pensava.
(...)
Charlie, com o rosto contorcido de raiva e vergonha, arrancou a mão de dentro de Mary, seu corpo tremendo. —— Saia! —— Ele gritou, sua voz rouca, carregada de frustração. Sua respiração pesada preenchia o quarto enquanto ele tentava recuperar algum controle sobre a situação, tentando se livrar da sensação de estar completamente despido de suas defesas espirituais.
Mary, ainda com o corpo suado, levantou-se calmamente, sem esboçar remorso. Um sorriso frio cruzou seus lábios enquanto ela o observava, sua postura controlada contrastando com a vulnerabilidade evidente em Charlie.
Ela sabia que havia tocado algo profundo dentro dele, algo sombrio que ele tentava desesperadamente esconder.
——!Você vai se punir depois, Charlie? Vai se ajoelhar e pedir perdão por ter cedido ao que você realmente é? —— A voz de Mary era baixa, sedutora, mas carregada de uma escuridão calculada. Ela o encarava, desafiando-o, sabendo que ele não tinha respostas para suas provocações.
Charlie não respondeu de imediato. Ele olhou para o chão, o rosto contorcido pela luta interna. O padre que ele acreditava ser estava sendo destruído, dilacerado pelas suas próprias fraquezas. Quando finalmente olhou para ela, seus olhos brilhavam com um misto de raiva e culpa. —— Você... você não entende. Eu não sou como você.
Mary deu um passo à frente, os olhos escurecidos, o sorriso enigmático. —— Ah, mas você é. No fundo, o lobo é você, escondido na pele de um cordeiro. Está na hora de parar de se esconder, Charlie. E ambos sabem que, no fim, o lobo sempre vence.
Charlie não pôde suportar aquelas palavras. Sua raiva o consumiu, e ele apontou para a porta. —— Saia, agora!—— Ele vociferou, a voz transbordando de ódio e desespero, mas também de medo—não dela, mas de si mesmo.
Charlie, ofegante e com os olhos ardendo de conflito interno, não resistiu mais. —— Isso é pecado —— ele murmurou, a voz falhando enquanto se aproximava de Mary, como se fosse a última tentativa de reafirmar sua fé.
Mas Mary, com um sorriso cheio de escuridão, sussurrou. —— Seremos pecadores para sempre.
Essas palavras rasgaram qualquer réstia de controle que ele ainda possuía. Num ímpeto feroz, ele a puxou para si, seus lábios encontrando os dela com uma intensidade bruta, cheia de desejo reprimido. O beijo era feroz, desesperado, como se ele estivesse tentando consumir a culpa e o desejo de uma só vez. Suas mãos, fortes e decididas, ergueram Mary sem esforço, colocando-a em cima da cômoda ao lado da cama.
Charlie beijava seu pescoço com voracidade, como se quisesse devorá-la, deixando marcas em sua pele, o calor de seus lábios e a urgência de seus gestos denunciando o que estava por vir. Mary arqueou o corpo, cedendo ao momento, os gemidos abafados entre os suspiros. Seus dedos correram pelos cabelos dele, puxando com força, enquanto os dois se entregavam ao que havia sido alimentado pela tensão e pela escuridão compartilhada.
Cada toque de Charlie era uma batalha entre o homem que ele era e o padre que deveria ser. Mas, naquele instante, ele havia cedido completamente à sua natureza mais primitiva, perdido no calor e na intensidade do momento.
Charlie puxou a toalha para baixo, permitindo seu membro tocar na intimidade de Mary e adentrar com força brusca, sem se importar se Mary era virgem, mas ela não era. Os gemidos deles ecoaram pelo quarto, sem qualquer preocupação com as paredes finas ou as horas avançadas. O silêncio do convento foi quebrado pela sinfonia de suspiros, gritos abafados e respirações descompassadas, enquanto ambos se entregavam ao desejo.
Cada movimento fundo era um rompimento dos votos que Charlie havia feito, uma rejeição completa da fé que havia prometido seguir.
Seus corpos se moviam em sincronia, perdidos um no outro, enquanto a escuridão que Mary carregava parecia tomar conta de ambos. Era como se o tempo tivesse parado, e nada mais importava além do momento em que se consumiam, sem culpa, sem medo.
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