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05. A tentação da carne.

   
                         Todos escondem segredos. Alguns são banais, quase inofensivos; outros, no entanto, têm um peso sombrio que corrói lentamente quem os carrega. Mary sabia disso melhor do que ninguém. Ela não se sentia culpada por seus segredos. Não. O que a incomodava de verdade era esconder quem ela realmente era.

Quando era mais jovem, tentava lutar contra essa sensação, acreditando que, com o tempo, as coisas fariam sentido, que a fé ou o amor poderiam preenchê-la. Mas, ao longo dos anos, percebeu que isso nunca aconteceria.

A fé que mantinha Mary, era a única coisa que parecia esconder o que havia de pior nela. Não porque acreditava cegamente em tudo o que lhe diziam sobre o bem e o mal, mas porque, de alguma forma, a religião oferecia um refúgio, um lugar onde ela podia esconder as partes mais sombrias de si. As orações, os rituais, os votos — tudo isso formava um escudo, uma barreira invisível entre ela e o mundo, entre seus demônios internos e aqueles que não poderiam jamais compreendê-los.

Mas às vezes, mesmo a fé vacilava. E nessas horas, as sombras dentro dela ameaçavam tomar conta.

Mary estava no jardim, varrendo o chão com movimentos lentos e quase automáticos. As folhas caídas das árvores se acumulavam em pequenos montes, levadas pela vassoura para longe do caminho de pedra. O vento suave balançava as árvores, e o som das folhas secas sendo empurradas preenchia o silêncio do lugar, oferecendo uma tranquilidade momentânea.

Então, um pequeno ruído diferente chamou sua atenção. Ao longe, um passarinho, pequeno e frágil, lutava para se manter em pé. Uma de suas asas estava claramente quebrada, pendendo de seu corpo de forma antinatural. Ele piava baixo, em um lamento quase silencioso, tentando, em vão, se mover.

Mary parou por um momento, observando a criatura indefesa.

Ela se aproximou devagar, os olhos fixos no passarinho. De início, sua expressão era quase suave, como se estivesse ponderando a melhor maneira de ajudá-lo. Seus dedos tocaram delicadamente o pássaro, sentindo sua fragilidade, e por um breve instante, parecia que Mary iria realmente cuidar dele, salvar sua pequena vida. Mas então, sua expressão mudou. Seus lábios se curvaram em um sorriso frio e calculado, e seus olhos escureceram.

Sem hesitar, ela se levantou e olhou ao redor. Encontrou uma grande rocha no jardim, coberta por musgo, pesada o suficiente para fazer o que precisava ser feito. Mary a ergueu com facilidade, os dedos firmes em torno da pedra, e olhou para o passarinho mais uma vez.

—— Vai ficar tudo bem —— sussurrou, quase em um tom de consolo. —— Eu vou acabar com sua dor.

Antes que o pequeno pássaro pudesse piar mais uma vez, Mary ergueu a pedra e, em um único movimento rápido, a jogou sobre ele. O corpo frágil da ave se silenciou instantaneamente, esmagado sob o peso da rocha. O som foi abafado, mas ainda assim perturbador, contrastando com a calma do jardim ao redor.

Mary ficou parada por um momento, olhando para o que havia feito. Não havia arrependimento em seus olhos, apenas uma frieza controlada, como se matar o pássaro tivesse sido uma ação necessária, quase natural. Ela deu um suspiro leve, baixou a cabeça por um breve instante, e então, sem cerimônia, voltou a varrer as folhas, como se nada tivesse acontecido.

(...)

Durante as tardes de confissão, Mary se ajoelhava com um ar de devoção no lado do confessionário, seu terço em mãos, os dedos deslizando nervosamente pelas contas. O espaço pequeno e abafado exalava um aroma de cera de vela e incenso, criando uma atmosfera quase sagrada, embora Mary soubesse que as sombras dançavam nas entrelinhas.

Ela se posicionava de forma que pudesse observar pela pequena fresta de buracos, o olhar fixo na figura do Padre Charlie do outro lado. Ele estava ali, calmo e sereno, a luz suave do ambiente iluminando seu rosto jovem e atraente. Mas havia algo em Mary que se transformava na presença dele; seus olhos, que antes refletiam uma doçura quase inocente, escureceram lentamente, e um sorriso malicioso começou a surgir em seus lábios.

Quando chegou sua vez de se confessar, Mary sentiu uma mistura de excitação e desafio. —— Padre —— começou, a voz baixa e quase sedutora, —— Eu pequei.

—— Confesse seus pecados, minha filha —— Charlie respondeu, sua voz firme, mas suave, como se estivesse tentando ancorar-se em princípios que estavam começando a vacilar.

Mary hesitou por um momento, a mente agitada com pensamentos que desafiavam a própria estrutura de sua fé. —— Eu... eu penso muito no pecado da carne —— disse ela, a sinceridade em seu tom contrabalançada por uma provocação sutil. —— Não sei como controlar.

Charlie respirou fundo, tentando manter o foco, a voz ressoando com a autoridade que seu papel exigia. —— Sua fé deve ser maior que seu desejo, Mary. Você deve resistir às tentações.

Ela inclinou a cabeça, um gesto de consideração, mas não antes de lançar a pergunta que fez seu coração acelerar. —— E quão grande é o desejo do senhor, padre? —— A ousadia em suas palavras estava acompanhada de um olhar que sugeria mais do que simples curiosidade.

A pergunta pairou no ar, e o ambiente pareceu se comprimir por um momento, carregado de uma tensão inegável. Charlie ficou em silêncio, os pensamentos correndo em sua mente, desafiando a compostura que tanto se esforçava para manter. Mas antes que pudesse responder, Mary se apressou a pedir desculpas, um gesto que soou quase automático, como se estivesse voltando para o caminho da redenção.

Com um rápido sinal da cruz, ela se levantou, a expressão em seu rosto mudando de malícia para a pureza esperada de uma freira. —— Obrigada, padre —— murmurou antes de se afastar do confessionário, deixando Charlie sozinho. A porta do confessionário se fechou suavemente atrás dela, mas o eco da conversa ainda pairava no ar, uma lembrança de que, por trás da fé e da devoção, havia um abismo de desejo e tentação que ambos estavam lutando para entender.

Charlie ficou parado por um instante, abismado com a pergunta de Mary, e ele sentia o calor adentrar o confessionário, tornando o ambiente sufocante.

Ele olhou para a pequena grade do confessionário, onde a jovem havia se retirado, e por um momento, sua visão turvou. O ar parecia pesado, carregado com a eletricidade do que acabara de acontecer. A sensação era tão intensa que Charlie teve a impressão de que o inferno todo havia passado por ali, deixando sua marca ardente e insuportável.

Sentindo a necessidade de se libertar daquela pressão, ele abriu a túnica, permitindo que um pouco de ar fresco entrasse em contato com sua pele.

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