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˖࣪ ❛ DÉCIMA TERCEIRA TEMPORADA
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ALEX E MEREDITH desceram as escadas da casa de Helena, a dona da casa logo atrás deles. Quando chegaram à sala de estar, onde Alice leu um livro para Caroline, Helena se moveu para alisar a parte de trás do cabelo de Alex, ficando na ponta dos pés para alcançar o topo da cabeça dele.
— Quer dizer, você tem certeza de que não quer que a gente vá com você? — Meredith perguntou.
— Poderíamos ir com você. — Helena assentiu. — Mer está de folga e eu já pedi para Arizona fazer minhas rondas para mim.
— Não, estou bem. Só preciso de um segundo.
— Você precisa de pessoas. É bom mostrar a elas que você tem pessoas. — a loira tentou, enquanto Helena ajeitava a gravata do amigo. — Você não quer parecer um lobo solitário e assaltante sem amigos.
— Olha, tudo o que eles estão fazendo é marcar uma data para o julgamento. Vai levar uns dez minutos. A fila de segurança vai demorar mais. — ele disse a Meredith, então se virando para Helena. — Pare de se preocupar.
Com isso, ela levantou as mãos, quase fazendo beicinho. — Tudo bem, desculpe.
— Se você tem certeza, tudo bem. — Meredith disse a ele. — Boa sorte.
— Meninas? — Helena chamou. — Venham dizer tchau para o tio Alex.
Com isso, as duas se levantaram do sofá, seus pequenos pés batendo no chão, enquanto corriam em direção a ele. Quando Alex se agachou, elas quase o fizeram cair com o impacto do abraço, fazendo o homem rir.
——
— Oi. — Helena sorriu para Amelia, ambas no pronto-socorro. — Bom dia.
— Bom dia. — Amelia sorriu de volta, pressionando um beijo em seus lábios. — Sabe, eu ainda fico nervosa de fazer isso na frente de todo mundo.
— Está bem, nervosa? — perguntou Helena, indo ajudar a namorada a amarrar o vestido de trauma.
— Sempre. — ela se virou para dizer.
— Chegando! A qualquer momento, MVC. — April deixou escapar, movendo-se para amarrar seu vestido. — Amelia, Helena, criança com traumatismo craniano. Também pai com problemas abdominais.
— Bem atrás de você. — Amelia deixou escapar, correndo atrás da ruiva até a área da ambulância.
Enquanto pegava as luvas para colocar, Helena seguiu as outras mulheres, chegando perto do garoto, quando ele saiu. — Foi como uma montanha-russa!
— Tudo bem, Robbie. Eu sou a Dra. Shepherd e este é a Dra. Campos. — a neurocirurgiã se apresentou, movendo-se para verificar a laceração do couro cabeludo, enquanto Helena verificava sua resposta pupilar.
— Onde está meu pai? Preciso perguntar a ele o quão rápido estávamos indo. — ele soltou, fazendo Helena olhar para a ambulância que entrou na baía.
— Parece que ele está vindo logo atrás de você. Sua cabeça está doendo, Robbie? — perguntou a cirurgiã pediátrica.
— Mal. Posso perguntar a ele?
— Espero um minuto, vamos dar uma olhada em você primeiro. — Amelia deixou escapar, enquanto o casal o levava para o hospital.
——
Mais tarde, na sala de trauma, Amelia examinou a cabeça de Robbie, enquanto Helena verificava seus sinais vitais.
— Passamos por um monte de carros, e continuamos indo cada vez mais rápido! Mas aposto que demos uma lição naquele idiota que nos cortou. — o garoto de doze anos soltou, Helena compartilhando um olhar com Amelia, enquanto a mulher mais velha fazia seu exame neurológico.
— Siga meu dedo com os olhos, por favor. — ela pediu, eles comentando. — Que corte e tanto você tem aí, Robbie. Dói?
— Eu aguento. — ele deixou escapar. — Meu pai está bem? Porque eu provavelmente deveria dar uma olhada nele. Quer dizer, ele é meu pai.
— Vou te dizer uma coisa, Robbie. — Helena deixou escapar, enquanto tirava suas luvas usadas. — Vou ver se você pode ver seu pai enquanto você cuida desse corte, ok?
——
Helena estava sentada com Maggie e Alex no almoço, comendo seu sanduíche, enquanto o homem ao lado dela mal mastigava sua salada.
Depois de encarar por um momento, seu nariz ligeiramente franzido, Maggie soltou. — Você não está mastigando.
— Estou com fome, não tenho tempo. Esperando os resultados da biópsia. — ele soltou.
— Pelo menos tome um pouco de água com isso. — Helena lhe passou sua garrafa de água, enquanto ele tomava um gole.
— Pierce contou a vocês sobre sua nova residente favorito? — Arizona perguntou, sentando-se ao lado deles e tomando um gole de seu refrigerante.
— Não posso operar, então não me importo. — Alex deu de ombros.
Com um tapa no braço dele, Helena soltou. — Bem, eu quero. Temos uma nova residente?
— Quero dizer, tecnicamente, é uma antiga residente. — Arizona disse a ela. — Leah Murphy.
Enquanto Helena arregalava os olhos um pouco, Alex perguntou. — Ela voltou?
— Eu a amo. Técnicas de sutura realmente ótimas, mãos firmes. — Maggie compartilhou.
Com isso, Helena trocou um olhar com Arizona, os cantos de sua boca se curvando enquanto ambas tentavam não rir.
— Oi. Como você está? — Maggie perguntou enquanto Amelia se sentava.
— Bom. Mas tenho uma criança que sofreu um acidente de carro. — a neurocirurgiã disse a eles, sentando-se do outro lado de Helena. Sob a mesa, Helena gentilmente bateu a perna contra a dela, como um cumprimento.
— Webber pode realmente recontratá-la? — Arizona perguntou. — Quero dizer, eu estou no conselho.
— Qual é o problema? Precisávamos de uma nova residente, ela é uma boa. — Maggie deu de ombros.
— Robbins dormiu com ela. — Alex contou a cirurgiã cardíaca.
— Alex também! — Arizona apressou-se em acusar.
— Se você for lá, tome cuidado. Ela se apega. — o homem aconselhou.
— E então ela pode ou não fazer alegações de assédio por despeito, o que todos nós sabemos que é o principal problema aqui. — Helena levantou uma sobrancelha, dando uma mordida em sua maçã. — Quer dizer, eu sou totalmente a favor de fazer regras para manter internos e residentes seguros, mas ela culpou Callie por deixá-la nervosa e fazê-la furar a perna de um paciente, quando ela nem sabia o que tinha acontecido naquele momento.
— Ah. — Maggie deixou escapar.
— Sim. — Alex assentiu para ela.
Nesse momento, o pager de Amelia tocou, fazendo a mulher se levantar. — Eu tenho que ir. Eles precisam de mim no andar neurológico.
— Certo, eu te aviso se tiver alguma novidade sobre Robbie? — Helena perguntou, enquanto sua namorada se abaixava para beijá-la rapidamente.
— Por favor. — a neurocirurgiã assentiu enquanto ela saía.
— Tenho que dizer que gosto de ver mais da Lena gay. — Arizona sorriu, divertida.
— Oh, eu estava com mulheres antes de estar com um homem. — Helena sorriu de volta. — A eu gay sempre esteve aqui.
——
— Robbie, tenho boas notícias. — Helena sorriu, enquanto entrava na sala de exames em que o menino estava. — Seu pai saiu da cirurgia, então assim que sua mãe chegar, ela pode te levar para vê-lo.
— Minha mãe ficará muito feliz com isso. — ele assentiu.
— Aposto que sim.
— Ela provavelmente está... Bem assustada. — ele olhou para a parede à sua frente, apertando os lábios.
Compreendendo, Helena olhou para baixo, antes de soltar. — Aposto que sim. — movendo-se para sentar-se ao lado do menino, na cama do hospital, ela continuou. — Sabe, Robbie, se você está com medo, como sua mãe deve estar... Está tudo bem. Está tudo bem estar com medo. Você passou por algo assustador. E está tudo bem dizer que está, e falar sobre isso.
Com isso, o lábio inferior do garoto tremeu, antes que ele fechasse os olhos para deixar as lágrimas caírem, encostando-se no ombro da cirurgiã. Instintivamente, ela colocou um braço em volta do ombro dele.
— Ele ficou tão bravo. — o menino chorou.
— Eu sei. — Helena suspirou, esfregando suas costas confortavelmente. — Está tudo bem.
— E fomos tão rápido, que pensei que íamos sair da estrada. Pensei que morreríamos. Só quero minha mãe. — Robbie fungou.
— Ela está vindo. Sua mãe está a caminho. E você está seguro agora, Robbie. — ela prometeu. —Ok?"
Enquanto ela se afastava, no entanto, o garoto começou a balançar para frente e para trás, levemente. — Eu só quero...
— O que foi, Robbie? — a médica levantou-se num pulo.
— Dói... — ele desabou na cama.
— Robbie? Você sabe onde dói? Pode apertar minhas mãos? — ela entrou em ação, movendo suas mãos para as do paciente. Na falta de reação, ela examinou seus olhos com sua caneta-lanterna, enquanto o confortava. — Estou bem aqui, vou ajudar você.
Nesse momento, Ben Warren entrou na sala, com uma mulher ao seu lado. — Dra. Campos, aqui é a mãe de...
— Ben, entre aqui! — Helena pediu, assim como a mãe pediu.
— Robbie?
— Precisamos de ajuda aqui! — Helena virou-se para gritar pelos enfermeiros, enquanto instruía o residente. — Tire-a daqui.
Pegando uma máscara de oxigênio e colocando-a em Robbie, Helena falou com as enfermeiras que entraram na sala. — Ok, alguém ligue lá em cima e tire quem estiver na TC. Precisamos subir lá agora. E chame a Dra. Shepherd, por favor. Vamos.
Quando começaram a empurrá-lo para fora do quarto, a mãe agarrou o braço de Helena, forçando-a a ficar para trás. — O-o que há de errado com ele? Disseram que ele estava bem.
— Ele estava, senhora, mas eu realmente preciso ir agora. — Helena quase se desculpou, enquanto corria até o grupo.
Quando chegaram ao andar da TC, Amelia rapidamente caminhou até eles, já apanhada. — O que aconteceu? A TC estava boa. Nenhuma contusão, nenhuma fratura.
— Ele deve ter tido uma MAV incidental no temporal esquerdo. — explicou Helena enquanto caminhavam pelo corredor.
— Deve ter rompido. — Amelia concluiu, enquanto sua namorada assentia.
— Se a MAV dele rompeu, isso é ruim, certo? Muito ruim. — Warren percebeu.
— Quero uma sala de cirurgia de prontidão. — Amelia solicitou, enquanto ambos as médicas entravam na sala de visualização de TC. — Faça isso acontecer, agora mesmo.
——
A próxima coisa que ela soube foi que Helena estava realizando compressões torácicas em Robbie, enquanto seu monitor torácico apitava repetidamente. Perto da cabeça dele, o neurocirurgião trabalhava, Ben ao lado dela.
— Dê 25 de manitol. — pediu Amelia.
— Isso aconteceu tão rápido... — Ben deixou escapar, enquanto ajudava a mulher mais velha.
— Hemorragia espontânea. — a neurocirurgiã deixou escapar.
— Mas nós vamos trazê-lo de volta, certo? Temos que trazê-lo de volta. — Helena insistiu, uma camada de suor se formando em sua linha do cabelo com o esforço de colocar seu peso nas compressões, apesar da sala de cirurgia fria.
— V-Fib. — o residente soltou, aproximando-se do carrinho de emergência. — Carregue as pás para 120. Afaste.
Com isso Helena levantou as mãos, olhando para o monitor cardíaco. — Assistolia.
Ao retornar às compressões, Amelia instruiu. — Empurre mais 25 de manitol. Verifique as pupilas dele.
Movendo-se para pegar a caneta-lanterna médica, o residente examinou os olhos de Robbie, depois os soltou. — Consertados e dilatados.
— Não. — Helena parou as compressões, movendo-se para o outro lado da cama cirúrgica, enquanto balançava a cabeça. — Não, deixe-me ver isso. — depois de verificar por si mesma, ela repetiu, quase como um apelo. — Não. Não, vamos lá. Não...
Deixando a caneta de lado, Helena virou as costas para a equipe de OR, pegando uma mão para puxar sua máscara para baixo. Sua respiração ainda estava difícil devido ao esforço, enquanto ela engolia em seco.
— Ele se foi. — Warren murmurou atrás dela.
— Fizemos tudo o que podíamos, Helena. — Amelia deixou escapar, de seu lugar na mesa, como a cirurgiã-chefe. Enquanto a menina mais nova balançava levemente a cabeça, levando a mão enluvada à boca, a neurocirurgiã anunciou. — Hora da morte, 18h38.
——
— O acidente causou danos a um ponto fraco no cérebro dele. — Amelia explicou aos pais de Robbie, sua mãe parada ao lado da cama de hospital do marido. — Tentamos consertar, mas Robbie teve uma parada cardíaca na mesa.
— Não, não, mas você disse que ele estava bem. Ela disse que ele estava bem. — os olhos da mãe caíram sobre Helena, fazendo o coração da menina afundar.
— Sim. — ela deixou escapar. — Sim, ele parecia estar. Mas não havia como nós termos...
— Você disse que ele estava bem. — ela repetiu, com a voz embargada.
— Sinto muito. — April, a cirurgiã do pai de Robbie, deixou escapar.
— Fizemos tudo o que podíamos. — confortou Warren.
Ainda assim, os olhos da mulher estavam focados em Helena, sem piscar.
— Sra. Reeves... — a cirurgiã pediátrica começou, sua própria voz tremendo. — Laura. Se houver algo que possamos fazer...
Finalmente, seus olhos se ergueram de Helena, para pousar em seu marido. — Eu queria que fosse você... — ela sussurrou. — Deveria ter sido você. Deveria ter sido você! — ela se lançou em seu marido, socando seu peito.
Enquanto April e Warren se apressavam para separar o casal, Helena saiu da sala, seguida de perto por Amelia.
Correndo para a sala dos médicos, Helena encarou a parede, respirando fundo enquanto mantinha as mãos juntas. À sua direita, ela ouviu Amelia entrar atrás dela, encostada na porta que ela fechou.
— Você quer falar sobre isso? — uma voz chamou do sofá, fazendo Helena, com os olhos marejados, se virar para encontrar Alex sentado no sofá. — Estou apenas esperando para ouvir como foi a cirurgia, então tenho algum tempo para matar. Ou não. — enquanto Helena respirava fundo, ela inclinou a cabeça ligeiramente para trás, levando a mão à boca. — Ou talvez apenas sentar. Às vezes, sentar ajuda.
Na porta, Amelia levantou as costas e caminhou para mais perto de Helena.
— Uh, eu... — Helena deixou escapar, fungando. — Quando eu tinha quatorze anos, meu pai morreu em um acidente de carro. Você sabe disso. Nós tínhamos acabado de sair para um piquenique, estávamos no carro, e então... A próxima coisa que eu soube, ele estava morto, olhando diretamente para mim, e meu irmão teve sua perna quase cortada ao meio. Aquele era um motorista bêbado. — ela assentiu, apertando os lábios, enquanto sua namorada não conseguia evitar agarrar sua mão. — Um garoto, na verdade, vinte e dois anos. Ele achava que estava bem para dirigir, e então... Então meu pai estava morto. E então novamente, dois anos e meio atrás, meu marido estava no carro, com seu melhor amigo. E ele deveria estar indo para o aeroporto, para dar uma palestra em Hopkins. Mas então, houve um acidente, porque, e eu sei disso porque perguntei, esse garoto achou que era legal roubar o carro de seu pai e sair em alta velocidade com sua paixão. — a cirurgiã pediátrica deu a eles um sorriso triste. — E então meu marido morreu exatamente da mesma forma que meu pai. Morte no impacto.
— E-eu não sabia disso... — Amelia deixou escapar, apertando sua mão com mais força, enquanto Alex se levantava para se aproximar dela.
— É... — Helena assentiu, furiosa. — E quando foi com meu pai, eu fiquei tão brava. Fiquei tão brava com o motorista, por matá-lo, e fiquei tão brava com meu pai, por morrer, e fiquei tão brava comigo mesma, por não ter conseguido fazer nada. E foi... Quando você fica bravo desse jeito, isso te consome. Te consome de um jeito que só o perdão pode curar. Então eu os perdoei. E quando foi com Mark, eu perdoei o garoto. E eu o perdoei. E, eventualmente, eu consegui me perdoar. Porque não havia nada que eu pudesse ter feito. Foi... Eles que morreram no impacto. — a voz de Helena tremeu, algumas lágrimas rolando pelo seu rosto. — Mas hoje... Robbie estava bem. Ele estava bem. O pai dele perseguiu alguém na estrada. Ele perseguiu alguém porque eles o cortaram. — ela zombou, com uma fungada. — E, ainda assim, Robbie estava bem. Ele estava falando comigo, e fingia não estar assustado, mas estava bem. E então... — a cirurgiã balançou a cabeça, pegando uma mão para enxugar a lágrima que rolava por sua bochecha. — Então ele estava morto. Ele tinha doze anos, e agora ele está morto. E eu não sei como não ficar brava com todos por causa disso. Com o pai, e com o cara que os cortou, e com... E comigo mesma. Porque ele não morreu no impacto. Porque, aqui, havia algo que poderia ter sido feito. E eu passei o dia com ele, e eu o abracei, e ele chorou no meu ombro e eu simplesmente... Eu simplesmente não percebi. — ela soltou um soluço, usando a mão para abafá-lo. — Eu não percebi a tempo, e agora ele está morto.
— Não é sua culpa, Lena. — Alex balançou a cabeça.
— Não é sua culpa. — a mulher repetiu, abraçando-a. Colocando a mão na parte de trás da cabeça de Helena, ela deu um beijo em sua têmpora, enquanto repetia. — Não é sua culpa. Eu sou a neurocirurgiã, e não o salvei. Porque ninguém poderia ter o salvado. Não é sua culpa.
Enquanto seu lábio inferior tremia, Helena soltou um pequeno gemido, enquanto um soluço silencioso fazia seu corpo tremer.
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