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˖࣪ ❛ DÉCIMA SEGUNDA TEMPORADA
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— EI, WARREN. Você vai se juntar a nós hoje? — Helena perguntou, enquanto verificava seu prontuário de paciente com DeLuca, em uma estação de enfermagem pediátrica. — Não plásticos?
— O Dr. Webber vai nos trocar hoje. — ele explicou, dando de ombros.
— Bem, você poderia soar um pouco mais entusiasmado... — a garota baixa franziu o nariz, começando a andar pelo corredor, os dois homens atrás dela. — Vamos, hoje estou em fetal, embora eu tenha uma cirurgia pediátrica mais tarde que simplesmente não podia esperar. Em fetal, fazemos cirurgias em bebês que ainda nem nasceram. Você não acha que isso ganha um pouco mais de entusiasmo?
— Claro. — Ben assentiu.
— Você não parece convencido. — Helena estreitou os olhos, olhando por cima do ombro. — DeLuca, diga a Warren o que estamos prestes a discutir?
— Quadrupletos. — Andrew deixou escapar, erguendo as sobrancelhas em sinal de excitação.
Ao entrarem na sala, encontraram Bailey falando com o paciente. — Espera aí, então eu estou em uma categoria completamente diferente?!
— Bem, sim. Sua renda aumentou significativamente desde o ano passado e a do seu marido não. — ela respondeu, enquanto Helena caminhava até a pequena mesa ao lado da cama.
— Esses são os nossos impostos?! — Ben gritou.
— Bailey? Você acha que poderia parar de assediar meu paciente? — Helena sugeriu, com um leve sorriso.
— Ei, as pessoas nos pedem aconselhamento médico gratuito o tempo todo. — ela deu de ombros.
— Não é assédio, a menos que eu não queira. Acabei de fazer uma cirurgia fetal e estou de repouso na cama há semanas... O que é realmente muito bom se você é um contador na temporada de impostos. Nada mais para fazer além de trabalhar. — a mulher grávida deu de ombros. — Sem distrações. Exceto, bem, por isso. — ela apontou para seu estômago.
— Veja, eu normalmente faço nossos impostos. É meio que a minha praia. — Ben deixou escapar, espiando por cima do ombro da esposa para olhar a papelada.
— Mas Courtney acha que talvez devêssemos... — Bailey começou.
— Ok. — Helena interrompeu, fechando o prontuário em suas mãos. — Este é o momento do bebê, não o momento dos impostos. É o meu momento, e ele está sendo desperdiçado. Você está desperdiçando, Bailey. Então, estou te expulsando.
— Você não pode me dizer o que fazer! — ela argumentou. Com isso, Helena lhe lançou um sorriso suave, fazendo-a concordar. — Tudo bem.
— Ok, Warren. Presente. — Helena entregou-lhe o tablet.
— Ok, eu nem entendo... — o homem continuou olhando para os impostos.
— Ben? — gritou o médico.
— Desculpe. — ele balançou a cabeça. — Só me dê um minuto para...
— DeLuca. — Helena virou-se para o garoto, desistindo do morador mais velho.
— Ok, uh, Courtney Hall. 23 semanas de gravidez. — ele começou. — Ela está no pós-operatório de uma fotocoagulação fetal a laser para separar um vaso sanguíneo compartilhado entre dois de seus bebês.
— Uau. Quadrigêmeos... — Warren deixou escapar.
— Sim. Foi o que eu disse quando descobri. — o marido entrou na sala, com uma cesta de presentes.
— Bom, vocês conseguiram! Isto é para vocês. — Courtney deixou escapar.
— Ah, não, vocês não precisavam fazer isso. — Helena disse a eles, com um sorriso agradecido.
— Sim, fizemos. — a mulher disse a ela. — Você é a razão pela qual todas as nossas quatro pequenas deduções ainda estão vivas agora.
— Bebês. Ela quer dizer bebês. Você manteve todos os quatro seguros lá dentro, onde eles pertencem. — o homem explicou.
— E eu vou ficar aqui por mais oito semanas. Oba! — a mãe deixou escapar, ironicamente.
— Ela quer dizer obrigado. — ele traduziu mais uma vez.
— Ok, pare agora, ou você vai me fazer corar. — Helena avisou, levando a mão ao rosto.
— A medicina fetal tem suas vantagens. — Warren deixou escapar, dando uma mordida em uma maçã da cesta de presente.
——
— Oh, DeLuca. — Helena sorriu, enquanto o garoto se juntava a ela na caminhada até a sala de cirurgia. — Ei, notei que você tem estado muito comigo ultimamente. Você ainda não terminou a rotação obrigatória de pediatria?
— Ah, sim, estou. — ele assentiu.
— E você vai ficar? Achei que você não gostasse de pediatria? — a mulher franziu as sobrancelhas, tirando o velho gorro de Mark do bolso do laboratório e começando a colocá-lo.
— Bem, não. Eu não gostava de ver os pais sofrendo. — ele corrigiu. — Mas então... Nós salvamos muitas crianças também, Dra. C. Eu nunca tinha salvado uma criança antes, nunca. Eu só tinha perdido uma. Eu sabia o quão ruim isso podia ser. Eu simplesmente não sabia...
— Quão bom é salvá-los também? — a mulher morena completou, fazendo-o concordar. — Bem-vindo à pediatria, DeLuca. O ruim é muito ruim, mas o bom também é muito bom. A sensação de saber que você salvou uma criança, ou um bebê, o-ou um feto... Bem, eu gostaria de pensar que isso compensa as perdas.
Com um aceno de cabeça, ele perguntou. — Onde você precisa de mim hoje?
— Uh, preciso de alguém para ficar de olho no meu pós-operatório. Você pode fazer isso por mim? — Helena pediu.
— Claro. — o garoto concordou, caminhando em direção ao elevador.
Nesse momento, Callie e Maggie se juntaram a Helena na caminhada até a sala de cirurgia, encontrando-a em uma esquina. — Ei!
— Oi. — Maggie cumprimentou.
— Então, acabei de desligar o telefone com a Bauer Medical. Eles disseram que Carson está se recuperando bem e que seus locais de incisão e retalhos estão ótimos. — a cirurgiã ortopédica disse a ela, com um grande sorriso.
— Oh, isso é ótimo! Meu pequeno enxerto está prosperando. — Helena sorriu de volta.
— É, a Dra. Vaughn também achou. — ela disse a ela. — Ela também achou que você poderia ter dado o número errado?
Com isso, Helena lançou um olhar para Callie, quase a repreendendo por tocar no assunto, enquanto se sentava nos bancos de entrada do andar cirúrgico.
Sentando-se no banco atrás da garota portuguesa, Maggie soltou. — Vaughn? Quem é Vaughn?
— Ela tem o número certo. — Helena cantarolou, tirando os protetores de sapato da caixa.
— Ok, então você vai, o quê? Ignorar as ligações dela? — Callie franziu as sobrancelhas.
— Espere. Alguém pode me dizer o que está acontecendo e quem ela é? — Maggie perguntou.
— Lena trocou números com um cirurgião militar gostoso na Bauer. — a mulher mais velha exalou. — Ela disse que ligou, mas silêncio de rádio.
— Ei, isso é uma simplificação exagerada! — Helena deixou escapar, sua voz um pouco mais alta e ela se virou para encarar as mulheres no banco atrás dela. — Eu pensei que ela queria minha orientação profissional. Acontece que ela não queria. Então eu não atendi suas ligações. Fim da história.
— Por que você não me contou isso? — Maggie perguntou.
— Porque eu não atendi as ligações. Fim da história! — ela deu de ombros, terminando de calçar os sapatos e se levantando. — Além disso, estamos prestes a operar uma criança de dez anos. Temos coisas maiores com que nos preocupar.
——
Na cirurgia, Helena no lado do cirurgião-chefe da mesa, as três mulheres trabalhavam, enquanto DeLuca observava. Enquanto a médica mais baixa se concentrava em seu trabalho, os outros dois cirurgiões ainda fofocavam.
— Então, que tipo de cirurgiã ela é? — Maggie perguntou.
— Residente do ano passado. Residente chefe, ouvi dizer. — Callie contou a ela.
— Podemos trabalhar com isso. — Maggie assentiu.
— Olhos azuis. Meio alta. E ela é militar, então ela tem um lado autoritário. — Torres acrescentou.
— Você sabia que eu posso te ouvir? — Helena ergueu os olhos do corpo.
— Mas você não consegue ouvir o telefone tocando? — Callie provocou, fazendo Helena olhar feio para ela.
— Talvez o toque dela esteja desligado. — sugeriu Maggie.
— Não, não é. — a menina mais nova soltou, com um pequeno suspiro. — Sucção.
— Às vezes, seu toque está desligado, e está desligado há tanto tempo que você esquece que está desligado, e precisa de alguém para ajudá-la a descobrir como ligá-lo novamente. — Maggie deu de ombros. — Mas quando está ligado...
— Oh! — Callie riu. — É isso, seu toque precisa estar ligado. Você está no modo vibrar há muito tempo.
— Ah, cala a boca. — Helena pediu, com um sorriso. — Eu não quero atender o telefone, porque então ela vai me chamar para sair, e eu vou ter que dizer não. E eu não gosto de rejeitar as pessoas, então por que atender em primeiro lugar? Além disso, meu toque está ótimo do jeito que está. — ela revirou os olhos.
— Não, você precisa ligar esse toque alto e rápido. — Callie encorajou.
— Um pequeno reforço, Bokhee? — com isso, a enfermeira simplesmente deu de ombros. — Uh, entendi. Isso é uma emboscada... E eu aqui achando que você gostava de mim.
——
— O que aconteceu?! — Helena correu até o elevador do andar cirúrgico, tirou a máscara e DeLuca a contou tudo.
— Não consegui encontrar o bebê C, o bebê C da Courtney, então Warren e eu ligamos para o obstetra, e eles confirmaram. Ela está em trabalho de parto. — o interno disse a ela, entregando as imagens do ultrassom em seu tablet.
— Ok. — Helena assentiu, enquanto esperavam o elevador chegar ao seu andar. — Oh, isso não é bom, ok.
Quando as portas bateram, Helena abriu seu sorriso tranquilizador, aquele que ela aprendera a sempre mostrar aos criadores dos pequenos humanos.
— O que aconteceu, Dra. C? Eu estou tendo contrações? Eu notaria, certo? — Courtney perguntou.
— Quando os bebês são tão pequenos, às vezes você nem sente as contrações. — ela explicou, enquanto eles começavam a levar sua maca para a sala de cirurgia.
— Bem, isso é porque ela não deveria tê-los! — argumentou o marido.
— Ok, Doug. Vamos levar Courtney para a sala de cirurgia, caso algo aconteça, então estaremos prontos. — Helena assentiu.
— Não, ninguém vem hoje. É muito cedo. Eles precisam de mais tempo, certo? — ele pediu a médica assistente. — Por favor. Faça alguma coisa.
— Eu vou. — Helena tranquilizou. — Estamos começando a medicar ela para parar o trabalho de parto e eu vou ver o colo do útero dela temporariamente fechado, e isso... Isso pode nos dar tempo suficiente.
— Pode ser? — perguntou Courtney.
— O trabalho de parto é como... Como uma pedra descendo uma colina. Uma vez que começa, é difícil parar. — a morena explicou.
— Mas você está parando a pedra? — perguntou Doug.
— Estou tentando. — Helena assentiu enquanto eles levavam a mulher para a área esterilizada do andar deles.
——
Rapidamente, Helena se esfregou na sala de cirurgia. Ao lado dela, Bailey estava com um olhar cético, enquanto perguntava. — Uh, por que há apenas uma linha umbilical configurada?
— Vou manter os outros bebês aqui dentro. — Helena deixou escapar. — Charles está saindo, não tem como impedir, eu só senti os pés dele. Mas os outros, eles... Eles vão ficar aqui dentro. — ela assentiu determinada, olhando para a sala de cirurgia.
— O quê? — o Chefe deixou escapar.
— Vou fazer o parto de Charles, interromper o trabalho de parto, costurar o colo do útero e deixar todos os outros pequenos dentro. — explicou a cirurgiã fetal.
— Isso é impossível. — Bailey estreitou os olhos. — Depois que ele sair, a mãe vai continuar tendo contrações e dar à luz o...
— A placenta. — a morena assentiu. — E então todos eles sairiam. Então, não estou tirando a placenta. Estou cortando o cordão, estou esterilizando a placenta, estou colocando-a de volta para dentro e estou dando antibióticos para Courtney.
— Isso é perigoso, Lena! Ela pode ter uma infecção, sepse... — a outra médica balançou a cabeça.
— Eu sei, Bailey. Eu sei. — Helena continuou esfregando, subindo para os antebraços. — Mas acho que consigo fazer isso. E Courtney, ela me fez prometer manter as outras gêmeas dentro. Ela me fez prometer.
— Você já fez isso antes? A-a Nicole Herman já fez?
— Não. Não sei se alguém já fez isso. — Helena admitiu. — É por isso que pedi para a enfermeira te chamar. Preciso da sua permissão. — quando a Chefe abriu a boca para falar, a outra mulher correu para explicar. — Isso é um julgamento, eu sei disso. Mas, e com todo o respeito e admiração e amor que tenho por você, seu julgamento não é melhor aqui. Eu sou a cirurgiã fetal. Eu sei o que tem que ser feito e essa é a única maneira de fazer. Ou esses bebês podem nem ter uma chance.
— Ok... O que eu ia dizer era boa sorte. — Bailey disse a ela.
— Obrigada. — Helena assentiu, claramente grata. — Obrigada por ter fé em mim.
——
— Adivinha o que eu acabei de fazer? — Helena sorriu brilhantemente, entrando na sala de espera dos médicos e encontrando Amelia sentada no sofá. — Acabei de dar à luz um quadrigêmeo enquanto deixava os outros lá dentro. E acho que pode ter funcionado. Bem, vai ser uma coisa do dia a dia, mas... — enquanto ela se jogava no sofá, ela notou a expressão da mulher. — O que há de errado?
— Desculpe, eu só... Esse dia... — Amelia balançou a cabeça. — Mas o que você estava dizendo?
— Ei, ei, não. O que houve? — Helena insistiu, colocando uma mão no antebraço da outra mulher.
— Perdi um paciente. E a esposa dele também o perdeu. — a neurocirurgiã começou. — E Blake...
— Blake perdeu seu paciente? — a cirurgiã pediátrica franziu as sobrancelhas e sentou-se.
— De jeito nenhum. Blake tem mãos de microscópio, uma cabeça equilibrada, mais segura na sala de cirurgia do que qualquer residente que eu já vi... Ela é uma neurocirurgiã nata. — Amelia suspirou. — E agora eu tenho que ensiná-la. Eu devo isso a ela, ensiná-la.
Com isso, Helena assentiu em compreensão. Então, depois de um momento de silêncio, ela perguntou: — Ei, você gosta de filhotes?
— Filhotes? — a cirurgiã mais velha parecia confusa. — Quero dizer, claro, mas por quê?
— Venha comigo. — Helena se levantou, com um sorriso, estendendo a mão. Sem questionar, Amelia a pegou, as duas caminhando até o elevador. — Tenho algo que vai te animar.
— Sabe, eu realmente não gosto de surpresas... — s médica disse, um pouco reticente, em tom de desculpas.
— Tudo bem, eu também não. — Helena riu. — Todo mês, o andar da pediatria recebe uma empresa que traz filhotes. É bom para as crianças, elas adoram. Então... O que você diz para vários filhotes muito fofos para acariciar? Você não pode ficar chateada enquanto acaricia filhotes...
Com isso, o rosto de Amelia se iluminou. — Filhotes?
Enquanto caminhavam para um dos lounges do andar de pediatria, Helena perguntou. — Com licença, Linda? Você acha que podemos ter só cinco minutos, antes de você ir embora?
— Claro, Dra. C. — a mulher assentiu, enquanto Helena abria a porta de uma sala cheia de cachorrinhos, com um sorriso.
Imediatamente, Amelia se ajoelhou ao lado deles, junto com Helena, para acariciá-los Enquanto os bichinhos lambiam o rosto de Amelia, que riu, a menina mais nova olhou para ela.
E Helena não pôde deixar de sorrir brilhantemente também, ao ver Amelia tão feliz.
——
Assim que Helena voltou para o salão para trocar de roupa, seu pager tocou, fazendo a garota choramingar. — Ah, vamos lá...
No entanto, quando ela olhou para baixo, um sorriso surgiu em seu rosto. Ela não se importava em ficar acordada até mais tarde naquele dia, não se fosse para o transplante triplo de órgãos de Kelsey.
——
— Então, vamos começar com o transplante duplo de pulmão de Kelsey, primeiro. — Helena estava no final da cama da menina, falando com os pais. — Então, supondo que vá bem, faremos o fígado e o pâncreas.
— E tem que ser tudo de uma vez? — perguntou a mãe, com um olhar preocupado.
— A fibrose cística dela comprometeu todos os três órgãos. Se substituíssemos apenas um agora, o outro simplesmente quebraria. — Helena explicou, com um aceno reconfortante. — Eu sei que parece esmagador, uma cirurgia tão longa e extensa, mas é nossa melhor chance.
— Eu não quero fazer isso. — a jovem adolescente deixou escapar.
— Kelsey, você sabe o quão importante isso é... — o pai implorou.
— Eu não me importo. Eu não quero fazer isso. — ela balançou a cabeça.
— Olha, eu entendo, Kelsey. Mas é realmente uma pena. Este doador é uma combinação perfeita. Um em um milhão. — Helena explicou. — E, ei, se fizermos isso agora, você poderá até mesmo fazer seu baile de primavera. Você não disse uh... Peter te convidou?
— Parker. — ela corrigiu, com um pequeno sorriso.
— Bem, se não fizermos isso, Parker terá que encontrar outra pessoa.
— Eu não quero ir se só posso sentar e assistir e... Ser lamentada. — explicou Kelsey.
— Com esses pulmões? — Helena franziu as sobrancelhas. — Esses são ótimos pulmões. Parker vai ter que te arrastar para fora da pista de dança.
— Realmente?
— Sério. — ela assentiu. — Então, o que você diz? Queremos os pulmões de dançarina?
— Sim, eu acho. — a garota sorriu, tentando esconder sua excitação.
— Ótimo. Vejo vocês em breve, então. — Helena sorriu, saindo da sala. Quando encontrou Meredith e Maggie esperando do lado de fora, ela sorriu brilhantemente, deixando escapar a excitação. — Transplante triplo de órgãos! Vocês duas estão prontas?
— Claro. — Meredith assentiu.
— Ah, eu nem estou mais cansada! — Helena quase gritou, praticamente pulando pelo corredor.
——
No banheiro, em frente à pia, Helena pulava para cima e para baixo, fazendo polichinelos.
Quando Callie entrou na sala, ela franziu as sobrancelhas. — Por quê?
— Não durmo há vinte horas e estou prestes a fazer um transplante triplo de órgãos. — Helena explicou, virando-se no meio do salto para encarar a amiga.
— Uau, que noite longa. — Callie franziu o rosto e entrou em uma das cabines.
Parando de pular, Helena se virou de novo, para se encarar no espelho. Então, ela perguntou. — Callie? — um zumbido respondeu de trás das baias. — Você realmente acha que eu deveria ir a um encontro com Vaughn?
— Sim. — ela deixou escapar, enquanto Helena jogava água no rosto. — Vamos, seria bom para você. Voltar a montar no cavalo. No cavalo Vaughn. Esse é um cavalo quente. Esse é... Secretariat.
— Ninguém vai subir num cavalo. — Helena suspirou, de repente ficando mais séria. — Estou com medo de que seja estranho. E que seja... Eu não quero que pareça que estou traindo Mark.
— Não. Não, Lena, não. — Callie deixou escapar, ainda na baia. — Ele iria querer isso para você, você sabe disso. Ele iria querer que você encontrasse alguém.
— Certo. — Helena balançou a cabeça, sua voz assumindo seu tom mais feliz mais uma vez. — Bem, eu tenho que ir. Obrigada. Transplante triplo de órgãos, aqui vou eu.
——
— Certo, pessoal. Ouçam. — Helena encorajou, cercada por residentes, internos, enfermeiros e equipe geral da sala de cirurgia, Meredith ao seu lado. — Sei que é uma surpresa, não sabíamos que isso aconteceria hoje à noite. Já estamos todos cansados, então vamos ser espertos sobre isso. Temos três órgãos sendo transplantados hoje, o que significa que haverá longos períodos em que nem todos serão necessários. Então aproveite esse tempo para tirar uma soneca, comer, beber água, alongar-se... O que for preciso para voltar à minha sala de cirurgia 100%. Isso vale para enfermeiros e anestesia também. — Helena lançou-lhes um olhar gentil. — Revezem-se e cuidem de si mesmos. Esta é uma grande cirurgia, então vamos nos certificar de dar o nosso melhor, ok?
— Kelsey está preparada e pronta. — Maggie disse a eles, entrando na sala de cirurgia.
— Tudo bem. — Helena assentiu, pisando em seu pequeno banco, para alcançar a mesa. — Vamos mudar uma vida, pessoal. Horário de início 23:58.
——
— Ok, um pulmão e seis horas de recuperação, talvez... Mais onze? — Helena perguntou, revirando o pescoço, na sala de cirurgia.
— Talvez dez, se der certo. — sugeriu Meredith.
— DeLuca? — Helena perguntou ao garoto que observava, ao seu lado. — Se importaria em me fazer um favor?
— Sim, Dra. C? — ele perguntou.
— Você pode ir no meu telefone e procurar o número da minha casa? A babá deve estar preparando-as para a escola. — a mulher pediu, enquanto trabalhava.
— Claro.
Quando o telefone tocou no viva-voz, uma voz veio do outro lado. — Alô, você ligou para a residência Campos-Sloan.
— Oi, Amanda! É Helena. — Helena cumprimentou. — Você acha que pode passar o telefone para as meninas?
— Claro, Dra. Campos. — a voz respondeu.
Logo, a voz vinda do telefone estava muito mais aguda. — Mamãe?
— Oi, Ali! Bom dia! — a mulher cumprimentou. — Como foi sua noite? Você está se divertindo com Amanda?
— Sim, mamãe. Ela me ajudou a fazer o dever de casa e depois assistimos Frozen. — a garotinha informou. — Ela fez panquecas para o café da manhã também.
— Oh, isso parece divertido, estou com inveja. — Helena riu. — Tia Amelia vai levar você, Cara, para a casa dela para jantar e depois eu vou te buscar para a hora de dormir, ok?
— Ok, mamãe. Você quer falar com a Cara? — ela perguntou.
— Sim, por favor. Tenha um bom dia, pequenina. Lembre-se que eu te amo.
— Eu também te amo.
Trabalhando com Helena, Jo sorriu, deixando escapar. — Ela é mais esperta que eu.
— Eu também. — Bokhee concordou, fazendo Helena rir.
Alguns segundos depois, uma voz mais jovem veio do telefone. — Mamãe?
— Oi, Cara! Como você dormiu, pequenina? — a cirurgiã perguntou.
— Ótimo. 'Manda fez panquecas! — a garotinha parecia incrivelmente animada.
— Foi o que ouvi dizer. Elas eram boas?
— Muito boas! — a criança de dois anos concordou.
— Aposto que sim. Ok, tenha um bom dia. Eu te amo muito. — Helena desejou.
— Bom dia, mamãe! — ela concordou, enquanto DeLuca desligava o telefone.
— Obrigada, DeLuca. Eu sempre tento ligar para as meninas antes da escola, quando passo a noite aqui. — ela explicou.
— Estou ficando com febre de bebê só por causa desse telefonema. — Jo deixou escapar.
——
No banheiro do salão de atendimento, Helena estava com uma perna no vaso sanitário, coberta de creme de barbear e uma lâmina de barbear na mão direita. Na esquerda, ela segurava o telefone, trocando mensagens rapidamente com Cristina, que a encorajava.
— Oh. — Amelia deixou escapar, enquanto entrava no banheiro. — Você sabe que temos um chuveiro, certo?
— É, m-me desculpe. Só... Tentando aproveitar ao máximo as duas horas que tenho antes de ter que voltar para a cirurgia. Mer está fazendo o fígado e eu tenho essa... Coisa hoje à noite. E, meu Deus, eu preciso dormir um pouco. — Helena balançou a cabeça.
— Ah. É uma depilação de emergência na perna. — Amelia ressaltou.
— Bem, é um... Não é grande coisa. Só estou saindo para beber. — Helena tentou minimizar, tentando não entrar em pânico.
— Uh, ok... — a neurocirurgiã soltou, olhando rapidamente para a perna exposta da garota mais baixa. — O que você vai vestir?
— Uh... O que tem no meu armário? — Helena franziu as sobrancelhas, então balançou a cabeça. — Isso é estúpido. Sem sentido.
— Ei, eu trouxe um top comigo, hoje. Você pode pegar emprestado, se quiser. — ela deu de ombros, embora um pouco relutante.
— Obrigada. — Helena sorriu. — Isso é... Você não precisava fazer isso.
— Eu sei. — a neurocirurgiã deixou escapar. Se ela fosse honesta consigo mesma, havia uma pequena parte dela que não queria.
——
Depois de um cochilo de uma hora, Helena foi acordada por alguém entrando no quarto de plantão em que ela estava. Deixando escapar um pouco de ar, ela abriu os olhos e viu Alex subindo para o beliche de cima, levantando a mão para esfregar os olhos.
— Alex? — ela gritou.
— Sim? — ele deixou escapar.
— Eu tenho essa coisa hoje à noite. — ela franziu as sobrancelhas, olhando para o beliche em cima dela.
— Uma coisa?
— Bebidas. Com Vaughn. — ela assentiu. — Eu só contei para Mer, Cristina e Amelia porque sei que todo mundo iria... Fazer um alarde muito grande sobre isso. Mas não tenho certeza se quero- não tenho certeza se devo ir.
— Huh. — o homem soltou. — É, bem. É difícil, a primeira vez depois que alguém importante sai. Primeira garota depois que Izzie foi embora? Foi bem bagunçado.
— Eu sei, eu me lembro disso. — Helena riu, colocando o braço sobre os olhos, dobrado no cotovelo.
— Você se sente como se pertencesse a outra pessoa, como se estivesse traindo, sabe? Quer dizer, você não está, mas, cara, com certeza parece assim. — ele soltou. — Eu nunca tive uma esposa que morreu, mas... Eu tive algumas primeiras vezes depois, Lena. Sempre tem algo depois. Eventualmente. Nós perdemos pessoas e então encontramos novas.
— Eu acho. — a morena exalou. — É só como se eu tivesse perdido muito, sabe?
— Eu sei. Olha, se você não quer ir porque não está a fim dela, então não vá. Mas se estiver... Está tudo bem. Ok? — ele se abaixou para olhar para a garota menor, que sorriu suavemente para ele.
— Ok.
— Além disso, vai ser estranho de qualquer maneira, então é melhor acabar logo com isso. — ele deu de ombros.
— Oh, uau, isso é otimista. — ela riu, sentando-se no beliche de baixo. — Eu deveria ir comer alguma coisa. Eles vão precisar de mim em cirurgia em breve.
— O que você está fazendo?
— Transplante triplo de órgãos. — ela sorriu enquanto se levantava.
Com um gemido, Alex espiou por cima das barras do beliche superior, enquanto reclamava. — Como é que você consegue todos os casos legais?
——
Após a cirurgia, Helena falou com os pais de Kelsey. — Ela deve acordar logo. Parece que ela vai conseguir ir ao baile.
—nNão há mais tosse ou chiado? — perguntou a mãe.
— Bem, esses novos órgãos não carregam o gene da FC. Então, uma vez que ela esteja fora do respirador, é provável que você nunca mais a veja em um. — Helena sorriu.
— Oh, obrigada. — a mãe sorriu, indo abraçar o médico.
——
Helena estava do lado de fora do Joe's, mexendo em seu pingente de pombo, enquanto mordia a parte interna da bochecha.
Ela estava nervosa. Ela estava assustada. Ela se sentia culpada.
Mesmo assim, ela entrou. Ao ver o outro médico no bar, ela sorriu e tirou o casaco.
Ela poderia fazer isso.
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