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˖࣪ ❛ DÉCIMA SEGUNDA TEMPORADA
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— OK, E LEMRE-SE. Seja gentil, aprenda muito e faça amigos! — Helena deu um beijo rápido na testa da filha mais velha, enquanto segurava a mão de Caroline.
— Eu vou, mamãe! — ela assentiu, seu pequeno cobertor amarelo, presente de Lexie, aparecendo para fora de sua pequena mochila.
— Ok, agora vá. Sofia está esperando por você. — Helena encorajou, então gritou atrás da garota. — Eu te amo!
— Também te amo! — exclamou a garotinha, já correndo em direção às portas da pré-escola.
À sua direita, Callie se aproximou da mulher, depois de ter deixado sua própria filha.
— Primeiro dia de pré-escola. — a cirurgiã ortopédica exalou, com um sorriso. — Como estamos nos sentindo?
— Meio orgulhosa, meio velha. — Helena riu, então perguntou. — Arizona veio?
— Não, decidimos que eu deveria deixar Sofia e ela poderia buscá-la. — Callie assentiu.
Nesse momento, os dois pagers tocaram, fazendo com que as mulheres os procurassem nas bolsas.
Ao encontrá-lo primeiro, Helena disse à amiga: — Grande incêndio, aparentemente.
— Vamos. — a mulher mais velha encorajou, enquanto Helena pegava sua filha mais nova no colo.
— Vamos, pequenina. Vamos te colocar na creche para a mamãe poder ajudar.
——
Colocando as luvas, Helena correu para o pronto-socorro, já com o vestido amarelo. Passando pelas portas, ela olhou rapidamente para Callie, que colocou a perna de um homem, antes de caminhar até o posto de enfermagem.
— Keps, onde você precisa de mim? — Helena perguntou à amiga ruiva, que rapidamente levantou os olhos do tablet.
— Uh, crianças nas camas 2 e 9. — ela disse a ela.
— Obrigada. — Helena sorriu, começando a se afastar. Ao fazê-lo, no entanto, ela franziu as sobrancelhas, avistando Amelia roendo as unhas perto da parede.
— Ei, Amelia? Você está bem? — ela perguntou.
— Sim, claro. — a mulher assentiu. — Só checando meus prontuários.
Com um aceno de cabeça e um sorriso, Helena caminhou rapidamente até a cama 2. Algo estava claramente diferente com Amelia, ela teria que dar uma olhada nela mais tarde.
Abrindo as cortinas ao redor da cama, ela sorriu, após ler o nome do menino no prontuário. — Bom dia, Lucas. Eu sou a Dra. Campos, mas você pode me chamar de Dra. C, se quiser. Eu serei seu médico por hoje.
——
— Ei, você viu Mer? — Helena perguntou a Maggie, que auscultava um paciente em uma das camas.
— Não, acho que ela estava no trauma 1. — Maggie disse a ela. — Por quê?
— Precisava de uma consulta geral, e ela não está respondendo a mensagem dela. — Helena explicou. — Vou até lá, ver se ela não está muito ocupada.
Afastando-se das camas na área geral do pronto-socorro, Helena caminhou até as salas de trauma, abrindo a porta da primeira enquanto falava. — Ei, Mer, você não recebeu o...?
Diante da visão diante dela, a mulher congelou, sua respiração ficou presa na garganta.
Meredith estava deitada no chão, seu rosto ensanguentado enquanto lágrimas rolavam por suas bochechas. Ao lado dela, um homem grande em um vestido paciente soluçava no chão, embora aparentemente ileso.
Helena podia sentir todo o seu corpo gelar de medo, quase sentindo seu sangue congelar.
Então, ela se lançou para frente, ajoelhando-se rapidamente ao lado de sua pessoa, enquanto gritava. — Preciso de ajuda aqui! Agora mesmo!
Com lágrimas nos olhos, Helena verificou o pulso de sua pessoa, enquanto segurava seu rosto, sussurrando. — Eu te peguei, Mer. Eu te peguei.
——
Enquanto uma equipe de médicos trabalhava em Meredith, Helena se afastou, pressionando as costas contra a parede o mais forte que pôde, assim como fizera quando pensou que seu corpo havia se afogado, em seu ano de internação.
Ela podia sentir sua visão ficando turva com lágrimas, embora não tivesse percebido que estava chorando, pois tudo parecia vir um pouco abafado para ela. Quase como se ela estivesse debaixo d'água.
E, de repente, ela não estava mais na sala de trauma.
Ela estava vendo os olhos sem vida do pai, olhando para ela do assento do motorista. Ela estava observando o corpo mutilado de George, enquanto procurava por sua sarda em forma de Texas. Ela estava observando a pequena Alice Turner sangrar até a morte, sabendo que seria sua vez em breve. Ela estava olhando para o corpo de uma de suas melhores amigas, esmagada sob um avião, enquanto implorava para Lexie apenas se segurar. Ela estava segurando o corpo sem vida do filho, seus olhinhos fechados. E ela estava olhando para Mark, deitado no hospital, enquanto lhe diziam que ele não acordaria.
Entretanto, quando os olhos de Meredith se abriram, os pés da menina se moveram quase por conta própria, para confortá-la enquanto os outros médicos trabalhavam.
Vendo os olhos azuis, confusos e em pânico olhando para ela, Helena acariciou suavemente seu rosto. — Estou aqui, Meredith. Nós pegamos você. Estamos aqui.
— Olá, estou aqui. — Maggie entrou na sala, com lágrimas nos olhos, antes de começar a trabalhar também.
Enquanto a equipe médica movia a Chefe-Geral para o seu lado, ela soltou um gemido de dor, fazendo Helena levar a mão à boca enquanto um soluço abafado saía.
— Ok, ok, calma. — Richard disse a paciente, enquanto Helena se apoiava no braço de Alex, que tentava se conter para não chorar também.
— Meredith, me desculpe. Me desculpe, eles têm que fazer isso. — Helena continuou encorajando sua pessoa.
— Chegamos. O que... — Amelia deixou escapar ao entrar na sala, logo congelando ao perceber quem estava na mesa.
Owen a informou rapidamente, e então disse a ela. — É Grey. É Grey, desculpe. Pensei que você soubesse.
— Dra. Shepherd? — Stephanie Edwards chamou, a mulher ainda congelada no lugar. — Dra. Shepherd?
— Amelia? — Helena perguntou, ao ver a neurocirurgiã encostada na parede, como fizera momentos antes.
As reações de Amelia e Helena foram semelhantes. No entanto, assim como o estado congelado da menina mais nova foi temporário, superado por sua necessidade de ajudar a pessoa que amava, o de Amelia não foi. Ela se encolheu no chão, joelhos no peito, enquanto observava.
Todos continuaram trabalhando, enquanto Helena segurava a mão de Meredith. Ela era cirurgiã pediátrica, neonatal e fetal. Não havia nada que ela pudesse fazer por si mesma que os outros não pudessem.
— O que é isso? O que diabos aconteceu? — Jackson deixou escapar, entrando na sala de trauma.
— Ela foi atacada por um paciente. — explicou Richard, enquanto Maggie se preparava para inserir um dreno torácico.
Novamente, Helena não estava exatamente prestando atenção ao trabalho da outra. Ela ficou ao lado da cabeça de Meredith, passando as mãos pelos cabelos dela e sussurrando confortavelmente, enquanto tentava evitar que suas lágrimas caíssem.
— Você não pode trabalhar em sua família. — Webber disse à filha biológica.
— Todos nesta maldita sala são a família dela! — Alex deixou escapar, lançando um olhar preocupado para Helena.
— Nenhuma evidência de lesão cerebral traumática, não- nenhum déficit focal. — Stephanie os faz. — Uh, exceto... Dra. Grey, preciso que você mova seus dedos para mim. Ou seus dedos dos pés. — nada. — Vamos, só, vamos. Mexa alguma coisa.
— Não-não, ela respondeu ao estímulo doloroso. — Helena apontou. — E ela estava se movendo, no chão. Eu vi. Talvez ela esteja...
— O dreno torácico tem um pequeno vazamento de ar. — Richard notou.
— Ela tem um enfisema sub-q leve. — Jackson apontou. — Precisamos proteger essa via aérea e entubar ela.
— Eu acho... Eu não acho que ela pode nos ouvir. — Helena disse a eles, percebendo o motivo do olhar alienado da amiga. — Eu não acho que ela pode ouvir, de jeito nenhum.
— O quê? — várias vozes perguntaram.
— Você tem certeza? — Ben tentou.
— N-não, eu só... Eu acho que ela não consegue ouvir. — Helena tentou falar com ela novamente. — Mer? Mer, você consegue me ouvir? Pisque duas vezes.
— Vejo evidências de Barotrauma, possivelmente dos golpes. — Jackson disse a eles, enquanto inspecionava as orelhas dela. — Acho que Lena pode estar certa. Não acho que ela consiga ouvir nada do que estamos dizendo.
——
Depois que Meredith estava na cirurgia, Helena sentou-se na galeria. Ela sentou-se na galeria, e ela assistiu.
Ela não falava. Ela não comia. Ela não bebia.
Ela apenas observou, pressionando os joelhos contra o peito e esperando que, se tentasse bastante, pudesse se dobrar e se tornar parte da cadeira em que estava sentada.
Porque Meredith pode não sobreviver.
E ela não podia perder mais ninguém.
——
três dias após o acidente
O hospital estava quieto naquela noite, enquanto Helena estava sentada ao lado da cama de Meredith, que dormia. O lado direito do rosto dela estava roxo e inchado, a perna engessada. Sua mandíbula estava no lugar, o que a impedia de abri-la. Não que ela tivesse energia para tentar falar, dormindo a maior parte do tempo, como efeito dos analgésicos. Quanto à audição, ainda faltava seu retorno.
Ainda assim, Helena falou com ela, segurando suavemente sua mão. — Então, eu fiz o jantar para Ellis, Zola e Bailey, e então Alex os levou para sua casa para dormir. Você sabe que eu ficaria feliz em tê-los, mas cinco filhos é muito para mim. Eu acho que eles se divertiram, sabia? Zola e Ali são obviamente inseparáveis, e eu acho que Bailey está se tornando muito próxima de Cara também. Eles estavam brincando com os brinquedos dos animais da fazenda. A pequena Ellis comeu bem seu jantar, e então eu li um pouco para ela, não que ela entenda muito ainda. — ela exalou, olhando para a mulher. — Você vai ficar bem, sabia? Jackson disse que sua mandíbula está se curando bem, e nós cuidamos de sua hemorragia interna. Callie disse que sua perna vai ficar como nova. Agora só temos que esperar sua audição voltar. Jackson disse que é uma boa chance, mas eu sei que vai acontecer. Eu sei que vai. — Helena agarrou a mão de sua pessoa um pouco mais forte. — Você vai ficar bem. Então, espere um pouco, por favor. Ok? Porque você é minha pessoa, Mer. Cristina nos deixou, e nossos maridos morreram, e... Olha, nós perdemos muitas pessoas, mas temos uma a outra. Nós sempre tivemos. Então não me deixe. Por favor, não me deixe sozinha.
——
seis dias após o acidente
— Oi. — Alex cumprimentou, juntando-se a Helena em um posto de enfermagem, que olhou para dentro do quarto de Meredith. — Como você está?
— Estou bem. — Helena assentiu. — Estou bem. Eu só... Deus, ela parece tão mal, Alex. E tudo o mais que aconteceu... Não torna isso mais fácil."
— E todo o resto? — ele perguntou.
— Só... Tudo o que aconteceu. — Helena balançou a cabeça, olhando para baixo. — Porque não tem nada a ver com isso, eu sei disso. Mas torna mais difícil. Torna mais difícil que eu tenha visto tudo o que vi. Não apenas como médica, porque essa perda é... É horrível, mas você aprende a viver com ela. Mas que eu tive que ver... Que eu tive que ver tanta coisa acontecer com pessoas que eu amo. — a médica olhou para baixo, limpando a garganta. — E então o que aconteceu comigo também. O acidente de carro, e o tiroteio, e o acidente de avião... E quando eu fui atacada também.
— O quê? — Alex franziu as sobrancelhas. — Quando foi isso.
— Eu tinha dezenove anos. — Helena engoliu em seco, mordendo o lábio inferior. — Mer e Cristina sabem. Contei para Mark, e Callie e Arizona meio que descobriram. Mas, quando eu tinha dezenove anos... Eu estava andando na rua, à noite. E um homem me agarrou e me atacou. Ele esmagou minha cabeça no chão. E então ele... Ele fez pior. E eu quase morri naquela noite, por causa da quantidade de sangramento interno que ele causou. — a garota baixa sorriu tristemente para ele.
— Lena... — Alex murmurou, dando um beijo no topo da cabeça dela. — Que droga. Desculpa.
— Eu só... Eu sei o que Mer está passando, de certa forma. Eu passei por algumas coisas que ela não está passando e vice-versa. Mas eu sei como é. — Helena balançou a cabeça. — E o fato de que eu não posso fazer nada para melhorar, é só... Eu só quero melhorar.
——
dez dias após o acidente
Helena sentou-se em frente ao diretor da creche de sua filha, seu pé se movendo para cima e para baixo enquanto ela brincava com a aliança em volta do pescoço. Na frente dela estava sentado um homem vestido com roupas casuais de negócios, atrás de uma mesa de carvalho escuro.
— Então, Dra. Campos, acreditamos que seria mais adequado ao nível de conhecimento e maturidade da Alice recorrermos ao aprendizado acelerado. — o diretor explicou.
— Você recomenda que ela pule uma série, então? Direto para o jardim de infância? — Helena se inclinou para frente, franzindo as sobrancelhas.
— Dois, na verdade. — ele revelou. — Talvez três, embora isso seria um pouco pouco ortodoxo.
— Desculpe, eu não quero ser desrespeitosa, mas como você percebeu isso? Quero dizer, Ali está na escola há apenas alguns dias, ela mal teve tempo de fazer amigos. — a mulher riu.
— E é exatamente por isso que seria o melhor momento para fazer isso, para que seja o mais tranquilo possível, socialmente. — o homem explicou. — Alice não está conosco há muito tempo, mas sua professora relatou que ela já sabe fazer adições básicas e ler. Ela já está basicamente no nível da segunda série. — ele deu de ombros.
— Bem, sim, comecei a ensiná-la a ler alguns meses atrás, ela me pediu, porque ela queria ser capaz de fazer isso sozinha. Meus-meus pais fizeram a mesma coisa, e eu amava isso quando criança, então pensei que ela também faria... — Helena explicou.
— Então você entende o potencial da sua filha.
— Sou cirurgiã pediátrica, sei em que estágio de desenvolvimento intelectual ela deveria estar, e sei qual ela apresenta. — a mulher morena assentiu, então voltou a se mexer. — Eu só... Não posso tomar uma decisão sem ver como ela se sente sobre isso, Sr. Brown. Não vou forçá-la a fazer isso se ela não se sentir pronta, nem vou deixá-la ficar para trás se ela me disser que não é desafiador o suficiente. No final das contas, vai depender do que Alice sente, já que não há- não há um certo ou errado aqui.
——
doze dias após o acidente
— Richard? — Helena chamou, enquanto se aproximava do homem, que estava sentado perto de uma estação de enfermagem. — Você tem um minuto?
— Claro. — ele assentiu. — O que você precisa?
— Eu só... Estou preocupada com Amelia. — a garota começou, franzindo o nariz um pouco, enquanto se encostava no posto de enfermagem. — Falei com ela sobre isso na semana passada, porque ela não parecia... Porque eu estava preocupada que algo estivesse errado. E ela foi bem hostil, o que, você sabe, só me deixou mais preocupada. Eu sei que não é da minha conta, já que ela claramente não parece querer falar sobre isso, mas ela mesma disse... Somos como irmãs por extensão. Então, bem, eu vi você falando com ela outro dia, e pelo quão acalorado ficou, eu presumo que era sobre ela... Acho que eu só queria perguntar isso, se houver algo que eu possa fazer, você me diga. — Helena suspirou, terminando. — Eu só quero realmente ajudar.
— Ok. — Richard assentiu. — Eu vou. Mas, Lena, não há muito que qualquer um de nós possa fazer para ajudá-la se ela não estiver pronta para se ajudar.
Enquanto ela se afastava do posto de enfermagem, Helena encontrou Meredith soluçando em seu quarto, como Alex perguntou, ao lado de sua cama. — O que há de errado?
— Ei, o que está acontecendo? — Helena franziu as sobrancelhas preocupada, entrando no quarto.
Enquanto Alex dava de ombros, a médica mais jovem andou ao redor da cama, subindo cuidadosamente nela para abraçá-la.
— Shhh. — Helena murmurou, Alex sentado aos pés do loiro. — Estou bem aqui. Estamos bem aqui. Só tire isso, vai ficar tudo bem.
— Você tem muito ranho. — Alex soltou, tentando aliviar o clima, fazendo Helena rir e bater suavemente em seu braço. Meredith soltou uma risada também. — Estou falando sério. Estou falando sério. Você pode ter uma condição séria.
— E-espera aí. — Helena bateu no braço de Alex de novo, agora um pouco mais forte. — Mer? Você acabou de nos ouvir? Consegue nos ouvir?
Enquanto a loira assentia, Alex perguntou. — Você pode nos ouvir? Você pode nos ouvir?
— Ah, você pode nos ouvir! — Helena sorriu brilhantemente, dando um beijo na testa da loira.
— Meu Deus! — Alex riu, e Meredith logo se juntou a ele.
Helena olhou para os dois com um sorriso divertido, antes de começar a rir também, enterrando a cabeça no ombro de Meredith.
— Oh, eu senti falta disso. — a garotinha soltou. — Eu senti falta de nós.
——
— Ei, Ali? — Helena chamou da sala de jogos, enquanto observava Cara brincar. — Precisa de ajuda?
— Não, mamãe. Estou quase pronta! — ela anunciou.
Alguns momentos se passaram, Helena observou Caroline brincando com alguns carrinhos, antes que a menina mais velha entrasse na sala, vestida com seu vestido de princesa.
— Oh, uau. Você parece uma princesa. Forte, justa e amorosa. — ela sorriu, então deu um tapinha no lugar ao lado dela no sofá. — Agora, você me daria a honra de finalmente assistir A Bela e a Fera comigo, sua alteza real?
— Sim, meu leal súdito. — a garota riu, jogando-se no sofá.
Enquanto Helena pegava o controle remoto para colocar o filme, ela perguntou. — Então, lembra do que eu perguntei ontem? Você já pensou sobre isso, Ali? Sobre talvez começar a primeira série em breve?
— Sim. — ela assentiu.
— E o que você acha? Você sabe que eu fico feliz com o que você decidir. — a morena tranquilizou.
— Bem, eu quero aprender mais coisas. — Alice assentiu, virando-se para encarar sua mãe, suas pernas dobradas nos joelhos. — O que estamos aprendendo é chato... M-mas eu não quero deixar Sofia, mamãe.
— Ok. — Helena cantarolou. — Isso faz sentido. Eu amo que você seja tão atenciosa, pequenina, mas, veja bem, é importante que você pense no que você precisa e no que você quer aprender, não no que seus amigos querem, agora. E, ei, você vai estar na mesma classe que Zola!
— Hmmm... — Alice fez um pequeno som pensativo. — Promete que ainda vou dormir na casa da Sofia?
— Promessa de mindinho. — Helena sorriu.
— Ok! Vou para a primeira série, então. — a garota decidiu, pulando no sofá de um jeito que fez o vestido bufante ao redor dela levantar. — Podemos assistir ao filme, agora?
——
quatorze dias após o acidente
— Ei. — Helena exalou, sentando-se ao lado de Richard, do lado de fora do quarto de Meredith.
— Oi. Como você está? — ele perguntou.
— Sabe, Amelia me ligou ontem. — a garota se virou para encará-lo, franzindo as sobrancelhas. — Eu acho que ela está... Ela está se sentindo culpada, porque decidiu ir ver outro trauma, na noite do ataque, em vez do de Mer. Acho que ela se culpa, Richard.
— Eu sei. — Ele assentiu. — Ela me contou. Mas eu perguntei como você está.
— Estou bem. — ela lhe deu um sorriso de lábios apertados. — Estou bem. Estou bem. Eu só... Queria poder fazer mais. Por Amelia, por Meredith, por April e Jackson, com o divórcio... Só queria poder fazer mais.
— Helena, você não pode... — Richard começou. — O perdão é uma coisa poderosa. Não apenas para os outros, mas para você mesma. Você precisa se perdoar, Lena. Você precisa se perdoar por não ser capaz de fazer mais, por não ser capaz de ajudar a todos com tudo. Você precisa se perdoar por não ser tudo para todos, o tempo todo. — o homem disse ao médico mais jovem, lágrimas surgindo em seus olhos. — Por não ser capaz de nutrir a saúde de todos ou desejar que a dor deles desaparecesse. Por não aceitar a dor deles como sua, e por não sofrer no lugar deles. Por não ser infalível, por ser humana. Você precisa se perdoar por não ter estado com Mark naquele dia, Helena. Por não ter ido com ele, e por não ter sido capaz de protegê-lo. — com isso, Helena enterrou o rosto nas mãos, pequenos fungados saindo de seus ombros trêmulos, enquanto Richard esfregava suas costas.
——
Quando Meredith recebeu alta, Helena e Alex a levaram para casa. Eles a cobriram com um cobertor no sofá e Helena levou seus filhos para brincar com os de Meredith.
Depois de se certificarem de que sua pessoa tinha tudo o que precisava, Alex e Helena foram embora.
Naquela noite, Helena não fez o jantar, ela parou em um drive tru de fast food. Ela comeu com as crianças e depois as colocou para dormir meia hora mais cedo, o que não foi recebido com reclamações, já que toda a energia das meninas foi gasta no encontro para brincar.
Ela não tirou nenhum papel da bolsa e não checou seu e-mail. Ela não lavou a louça na pia nem limpou o quarto de brinquedos das meninas. Em vez disso, ela fez uma xícara de chá e assistiu a um filme. Ela tomou um banho e foi dormir cedo, vestindo uma das camisas velhas de Mark.
Naquela noite, Helena se permitiria não ser perfeita. Ser humana. Ela seria gentil consigo mesma, e se perdoaria como perdoava os outros.
Foi a primeira vez que ela dormiu na cama dela e de Mark desde a morte do marido.
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