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˖࣪ ❛ DÉCIMA SEGUNDA TEMPORADA
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12ª temporada, episódio 1
— Ei! Você está animado? — Helena sorriu, juntando-se a Jackson para caminhar pelo corredor.
— Sobre?
— April. Ela volta hoje à noite, certo? — ela inclinou a cabeça. — Eu tinha quase certeza de que era hoje à noite.
— Então, que horas é o evento hoje à noite? — perguntou Callie, juntando-se a eles.
— Que evento?
— Para April! Ela vai voltar hoje à noite, certo? — ela olhou para Helena, que lhe deu uma mistura de um aceno e um encolher de ombros. — Não estamos fazendo nada?
— Nós deveríamos fazer alguma coisa. E você deveria ficar animado. — Helena tentou.
— Não tem nada! — ele gritou para elas, deixando-as caminhar em direção ao pronto-socorro.
— Desculpa? — Helena balançou a cabeça. — Caramba.
— Deveríamos limpar o trauma um para remover o inseto gigante da bunda dele? — brincou a cirurgiã ortopédic.
——
— Jessica Tanner, 15 anos. — o paramédico contou a Helena e Callie, que tiraram a garota da ambulância. — Um trem em movimento a atingiu e a jogou no barranco. GSC é 15. Pressão é 100 pal. O lado direito levou toda a queimadura. Um grande hematoma.
— H-há um atalho p-para a escola. — a garota tentou explicar. — Eu pego todos os dias, sobre os trilhos. Eu-triplicou. Você sabe, meu pé ficou preso entre os trilhos.
— Jessica, querida, nós pegamos você. — Helena disse a ela, levando uma lanterna até a boca, para examinar suas vias aéreas. — Tente ficar calma.
— Você viu a outra garota? E-ela simplesmente apareceu do nada. Ela tentou me empurrar para fora do caminho... — ela murmurou, enquanto Owen, perto da outra garota, chamava por Callie.
— Torres. Dê uma olhada nisso. — ele tentou, fazendo Helena olhar para a outra garota, notando seu braço balançando na maca, com um coração desenhado nele.
— Eu a peguei, vá. — ela assentiu para Callie. Enquanto Jessica apertava mais a mão de Helena, ela a tranquilizou. — Vai ficar tudo bem, Jessica. Nós pegamos você. Vocês duas.
——
— Você está aqui, ótimo. — Helena disse a Alex, enquanto trabalhava em Jessica, junto com Maggie. — Ela tem vários ferimentos complexos. Ela precisa ir para a sala de cirurgia para uma lavagem.
— Hemotórax no lado direito que precisa ser drenado. — a cirurgiã cardíaca disse a eles, enquanto Helena se aproximava da menina.
— Ei, Jess?
— Você a viu? A outra garota? E-Ela ainda está viva? — a garota perguntou, claramente preocupada.
— Jess, você pode me dizer o nome dela? Isso realmente nos ajudaria. — a médica morena tentou.
— E-eu não a conheço, então... — ela parou de falar, fazendo a cirurgiã pediátrica acenar em direção ao coração desenhado em seu braço.
— Vocês tem os mesmos desenhos de coração. — a cirurgiã pediátrica deu-lhe um sorriso suave.
— O nome dela é Aliyah. — Jessica deixou escapar, relutante.
— E vocês estavam juntas lá? — Helena franziu as sobrancelhas, com simpatia.
— Sim. — Jessica olhou para o teto com culpa e os olhos marejados.
— Jess... Seu pé não ficou preso nos trilhos, ficou? — a médica quase sussurrou, fazendo a garota balançar a cabeça. Com isso, ela respirou fundo, colocando uma mão reconfortante na cabeça de Jessica. — Querida, por que você não me conta o que aconteceu lá fora?
— Nós só queríamos ficar juntas... — ela sussurrou, quase em lágrimas. — Vivas ou mortas.
Com isso, a pequena médica trocou um olhar com as amigas, antes de voltar a se concentrar na garota.
— Obrigada por me contar, Jess. Obrigada por confiar em mim. — Helena assentiu.
——
— Jess... Foi de propósito? Você... Você esperava que isso te matasse? — Helena perguntou, enquanto apalpava o abdômen da garota.
— É mais complicado do que isso... — ela explicou.
— Você estava parada na frente de um trem. — Alex apontou, fazendo Helena lhe lançar um olhar severo.
— Não éramos suicidas. Nós apenas... — a paciente balançou a cabeça.
Helena entendeu. Ela entendeu tudo, ela viu na maneira como Jess se preocupava com Aliyah, na maneira como seus olhos brilhavam quando falavam dela.
A cirurgiã respirou fundo, antes de lhe dar um pequeno sorriso. — Por que não te conto algo pessoal sobre mim, Jess? Tudo bem? — enquanto a adolescente assentia, ela revelou. — Sou atraída por homens. Gosto de homens romanticamente, até me casei com um. Mas, também, sou atraída por mulheres. Meu primeiro amor, quando eu tinha mais ou menos a sua idade, foi outra garota. — um pequeno sorriso apareceu no rosto da garota, quase um de reconhecimento. — Você acha que posso te perguntar algo pessoal sobre você? — a garota lhe deu um aceno lento, mas firme. — Você gosta de garotas, Jess? Você gosta de Aliyah?
— Eu a amo. — a adolescente deixou escapar, fazendo Helena sorrir brilhantemente para ela.
— O que vocês duas estavam fazendo lá fora, querida? O que aconteceu? — Helena perguntou.
— Não é que quiséssemos morrer. — a voz da garota quebrou. — Esta era apenas... A única maneira de ficarmos juntas... Para sempre.
— Oh, não, Jess. Não. Há tantas outras maneiras, querida... Esta não é... Não é uma solução. Não é uma dessas maneiras. Se matar? Não resolve nada. — Helena disse a ela, balançando a cabeça.
— Meus pais... Eles estão me mandando embora. Para um acampamento. — a adolescente revelou, fazendo Helena franzir as sobrancelhas em uma mistura de raiva e descrença, enquanto mordia o lábio. — Eles vêm te pegar no meio da noite, e te levam para esse lugar... Eles te mudam. Eles vão me fazer mudar de ideia sobre Aliyah.
— Não, não tem jeito. Esses lugares não funcionam. Eles nunca funcionam. — Alex tranquilizou.
— Seus pais estão fazendo isso? — Maggie perguntou.
— Por favor. Por favor. — Jessica agarrou a mão de Helena. — Você não pode ligar para eles. Por favor, não diga a eles que eu... Eles são a razão pela qual eu estou aqui. Por favor. Você não pode ligar para eles...
——
— Com licença, enfermeira? — uma mulher gritou, atrás de Helena, fazendo-a se virar. — Estamos procurando nossa filha. Jessica Tanner. Você pode nos encontrar um médico?
— Ah, eu sou médica. Na verdade, sou médica dela. — Helena deu à mulher loira e ao marido um sorriso de lábios apertados.
— Bem, onde ela está? Queremos vê-la imediatamente, por favor. — a mulher tentou, um pouco rudemente.
— Você disse que ela foi atropelada... Por um trem? — o pai perguntou.
— Sim. — Helena assentiu.
— Um trem? — outro civil perguntou, atrás deles. — Acho que nossas filhas podem ter estado nos trilhos, juntas.
— Jess estava c-com sua filha? — a mulher perguntou. — Qual é o nome dela?
— Aliyah. Eu sou Dakhir Hamed. — o homem estendeu a mão, fazendo com que a mulher o olhasse com desgosto.
— Mantenha sua maldita filha longe da nossa garotinha. — ela avisou.
——
— Aliyah e eu, nós gostamos de passar bilhetes na escola. Do tipo que você dobra de um milhão de maneiras diferentes. — Jessica disse a Helena, enquanto a preparavam para a cirurgia. — E eu os guardei. Cada um em uma caixa debaixo da minha cama. Você sabe, para que eu pudesse relê-los, quando eu tivesse dias ruins...
— Dias ruins? — Helena perguntou, suavemente. — Alguém...?
— Às vezes, as crianças na escola... As pessoas são péssimas, sabe? Gostam de nos provocar, jogar coisas... — ela explicou. — E outro dia eu cheguei em casa e minha mãe estava no meu quarto. Ela tinha encontrado minha caixa de notas. Ela as queimou na lareira... — os olhos de Jessica se encheram de lágrimas novamente.
— Os pais de Jessica querem vê-la. — um interno informou, entrando na sala. Com isso, Helena franziu o nariz. Ela tentou dizer a eles para esperarem um pouco. — E falar com sua equipe cirúrgica.
— Eles estão aqui? — a voz de Jess tremeu com uma mistura de medo e traição.
— Quando um menor está no hospital, seus responsáveis são notificados automaticamente. Sinto muito, Jess. — Helena explicou, então se virando para o interno. — Por que você não diz a eles que ela está em pré-operatório? Eles terão que esperar para vê-la até depois da cirurgia.
— M-mas nós geralmente não deixamos os pais...? — a estagiária começou.
— Nós temos. Mas nada sobre isso é normal. — Helena assentiu.
——
Helena se aproximou dos pais, Maggie e Alex ao seu lado. A menina baixa manteve o rosto impassível, tentando o máximo permanecer profissional.
Limpando a garganta, Alex começou. — Uh, Jess sofreu múltiplas fraturas, incluindo duas na perna esquerda, que precisam de intervenção cirúrgica imediatamente, ou ela pode perder o uso da perna.
— Infelizmente, ela também precisa que sua barriga seja explorada para avaliar a origem de sua hemorragia interna. — acrescentou Helena.
— Também há sangue nos pulmões, o que exigiu um tubo torácico. — Maggie acrescentou. — Felizmente, parece estar estável no momento.
— Vamos chamá-la agora e informaremos vocês depois da cirurgia. — Helena disse a eles, enquanto os três médicos começavam a subir as escadas.
— Bethany, por favor... — pai começou, atrás deles.
— Cale a boca, Steven! Cale sua boca idiota. — ela gritou, fazendo Helena morder o interior da bochecha, enquanto subiam as escadas. — Se você tivesse ficado de boca fechada, Jess estaria segura no acampamento agora. — a garota baixa congelou no meio das escadas, tentando não intervir. — Mas você tinha que avisá-la, não é?
— Está tudo bem. — Maggie tranquilizou, colocando a mão no ombro da garota.
Helena considerou por um segundo. Ela considerou não dizer nada. Ela sabia que não deveria, não de acordo com o protocolo e com seus guias éticos.
Mas ela simplesmente não podia ficar parada assistindo Jess ser mandado embora, não sem antes fazer tudo o que estava ao seu alcance para mudar isso.
Balançando a cabeça, Helena se virou.
— Lena, não vale a pena. — alertou Alex.
A médica desceu as escadas, encarando o casal. — Sinto muito, mas realmente não acho que você entenda como são esses acampamentos... Sei que você está tentando ajudar sua filha, mas esses acampamentos... São horríveis. Não darão a ela o apoio e o amor de que ela precisa. Entendo que essa é sua maneira de mostrar que se importa com Jess, mas esses...
— Se importa com ela?! — a mãe parecia chocada. — Nós a amamos. Ela é nossa filha. Nossa filha. Por favor, isso não diz respeito a você.
— Senhora, o medo de Jess daquele lugar foi o que a fez entrar na frente do trem. Sua filha não se sente segura. — Helena tentou, sua voz calma e baixa, mas áspera.
— Não estamos fazendo isso! Não estamos fazendo isso, agora! — a mulher gritou. — Você quer dar conselhos sobre criação de filhos? Fale com o desavisado ali. — ela acenou para Dakhir, que estava sentado perto, esperando por atualizações de Aliyah. — Você não tem o direito de falar comigo sobre nada além dos cuidados médicos da minha filha.
Desistindo da mãe, Helena tentou implorar ao pai. — Senhor, Jess está certa em se sentir assustada. Esses lugares são prejudiciais. Eles vão machucá-la. Mentalmente, emocionalmente, alguns até fisicamente. Eu já vi isso antes. Eles são... Eles são abuso infantil.
— Lena... — Alex gritou.
— Você está fora da linha! — a mulher se adiantou. — Estou aqui por uma coisa, e apenas uma coisa. E isso é cuidar dos ferimentos da minha filha, para ajudar minha filha. Então você pode calar a boca e fazer o trabalho que está aqui para fazer, ou eu vou me livrar de você.
— Querida, por favor... — Steven tentou.
Helena começou do pai para a mãe, balançando a cabeça levemente em descrença. Então, ela se afastou deles, subindo as escadas.
— Onde você pensa que vai? — a mãe gritou atrás dela.
— Vou ajudar sua filha.
Se não houvesse nada que ela pudesse fazer para mudar a opinião deles, ela tentaria convencer outra pessoa a fazê-lo.
——
— Aquela mulher era uma valentona. Uma valentona homofóbica, estridente, aparentemente tóxica para o marido. — Helena assentiu, claramente ainda frustrada, na cirurgia.
— Por que você acha que as pessoas fazem isso? — Maggie perguntou.
— Eu... Não tenho ideia. — Helena suspirou. — Alex?
— O quê? — perguntou o homem.
— Quer dizer, você costumava ser meio valentão... — ela deu de ombros.
— O quê? Não, eu não era. — ele argumentou, franzindo o rosto.
— Uh, sim, você era. Você intimidava enfermeiras, intimidava estagiários, intimidava George! — ela apontou. — Eu, pela primeira vez, nunca fui uma valentona. Na verdade, as pessoas pegavam no meu pé.
— Pessoas como Karev costumavam me chamar de 'Lil Maggot'. Porque eu sempre fui mais jovem que você. E menor. E mais inteligente. E meu li sp ... Eles tinham um dia de arquivo com meu lisp. Então eu era 'Lil Maggot Pierth.'
— Ah, eu entendo. — Helena disse a ela, trabalhando no abdômen da adolescente. — Não foi ruim comigo, só que... Eu realmente não tinha muitos amigos. Eu era provocada por ser inteligente e mais jovem. E então, é claro, quando me mudei para cá, o sotaque era uma coisa grande. O sotaque e a idade. Quando as pessoas da minha vizinhança descobriram sobre minha namorada, isso foi... Não foi legal também. Mesmo quando eu estava na faculdade de medicina, quando ninguém realmente se importava, eu era bem solitária. Não é como se uma garota de dezoito anos tivesse muito em comum com uma de vinte e dois anos ou mais, sabe? — ela deu de ombros. — E, quero dizer, crianças podem ser horríveis, mas elas não entendem realmente o que estão fazendo. Não de verdade. Ou mesmo se entendessem, elas são facilmente pressionadas pelos colegas. Aquela mulher... Ela sabe exatamente o que são aqueles campos, não me importa o que ela diz. Ela tinha que saber, não é o século XVIII. Ela simplesmente não se importa. Ela prefere que sua filha se jogue na frente do trem do que aceitar que ela é gay.
——
— Oi. — Maggie cumprimentou, juntando-se a Helena e Alex, no posto de enfermagem do andar pediátrico. — Diga que é algo bom.
— Mer diz que Aliyah está resistindo. — ela sorriu suavemente.
— Bem, isso é alguma coisa... — Alex aceitou.
Eles ficaram em silêncio por um momento, Helena nervosamente batendo sua caneta, antes de soltar. — Eu fiz algo.
— Ah, sim? — perguntou Maggie.
— Eu, uh... Eu posso ter feito algumas ligações. — Helena olhou para o telefone, enquanto Alex lhe lançava um olhar. — O quê? Sinto muito, esse não é um ambiente doméstico saudável para aquela garota! Ela merece algo melhor! E, talvez, se alguém sentar a mãe e forçá-la a ouvir, talvez... Talvez ela realmente ouça.
— Qual de vocês fez isso? — a voz de Bethany veio de trás delas, fazendo Helena se virar, como um cervo pego pelos faróis. — Vocês chamaram os serviços de proteção à criança para mim? Isso é uma piada? Isso é algum jogo para vocês?! Se eu quiser enviar minha filha para um lindo acampamento administrado por um pastor adorável... Então eu tenho todo o direito legal de fazer isso, e não é da sua conta.
— Senhora, por favor, você poderia... — Helena tentou.
— Você entendeu? — a loira gritou, se aproximando de Maggie, fazendo Helena franzir as sobrancelhas em confusão. — Fique longe da minha garotinha. E pare de encher a cabeça dela com suas bobagens infiéis e inapropriadas. — ela começou a empurrar a médica contra a parede.
— Senhora, não é apropriado que você esteja... — a morena baixinha tentou.
— Você me dá nojo! Você é nojenta! — ela estava bem na cara de Maggie.
Então, o punho da cirurgiã voou em direção ao rosto dela.
— Oh, droga! — os olhos de Maggie se arregalaram, ao perceber o que ela tinha acabado de fazer.
——
— Meu coração estava batendo forte, e havia um barulho na minha cabeça, e o rosto dela estava vindo em minha direção! E eu fiquei tipo "ahh!" E então meu punho teve vida própria. — Maggie explicou, enquanto Callie cuidava de sua mão, Helena sentada perto, balançando os pés para fora da cama do hospital. — Porque eu nem sabia que ia socá-la até que ela levou um soco! Oh, meu Deus! Eu perdi o controle. Eu sou um monstro.
— Eu teria pago dinheiro. Dinheiro vivo. Tipo mil pratas. — Amelia deixou escapar, entrando na sala.
— Valeu cada centavo. Foi lindo. — Callie disse a ela, fazendo Helena bater em seu braço.
— Não, não estamos chamando isso de bonito! Era um processo em andamento, é isso que era. Também era merecido e muito satisfatório, sim, mas um processo em andamento, no entanto. — Helena deu de ombros.
— O que aconteceu?! — Meredith entrou na sala com um pouco de iogurte congelado, fazendo os olhos de Helena brilharem.
— Sim, queremos detalhes. E alguém poderia me chamar, por favor, da próxima vez que Pierce aparecer? — a neurocirurgiã tentou.
Enquanto Helena tirava o iogurte da mão de Meredith para comer um pouco, com um sorriso no rosto, a loira avisou. — Você acha engraçado? Não vai ser quando ela perder o emprego.
— Vou perder meu emprego? — os olhos de Maggie se arregalaram em pânico.
— Você não vai perder seu emprego. — Amelia deu de ombros. — Ela atacou você. Mais ou menos. Certo?
— Ok, você não estava lá. — sua cunhada revirou os olhos. — Você não sabe.
— Oh, a moça mereceu. — Callie deu de ombros. — Você sabe que ela mereceu.
— Ela levou um tapa de intolerante. — Helena cantarolou, levando uma colherada de frozen yogurt à boca.
— Não importa. Há uma maneira certa e uma errada de nos comportarmos... — Meredith explicou.
— Ah, por favor, já vi coisas muito piores, e as pessoas não foram demitidas. Quer dizer, houve cortes de LVAD, cirurgias secretas e ilegais em estagiários, e até, digamos, adulteração de ensaios clínicos ou roubo de bebês. — Helena lançou um olhar acusador para sua pessoa, fazendo Callie rir. — Só estou dizendo que, em comparação, Maggie provavelmente só vai levar um tapa no pulso.
— Grey tem razão, no entanto. — a cirurgiã ortopédica acrescentou. — Da próxima vez, deixe o polegar para fora do punho quando você cerrar. Dessa forma, você evita danos ósseos. — ela exemplificou com a mão. — Viu?
— Ok, a vadia está bem. — Alex anunciou, entrando no quarto. — Medicamente, nenhum ferimento real. Mas ela está seriamente irritada e atrás da sua cabeça.
— Viu? — Meredith apontou, pegando a sobremesa de volta da menina menor.
— Oh, Deus. — Maggie deixou escapar, Helena acariciando sua cabeça.
— É verdade? — Arizona perguntou alegremente, entrando na sala correndo. — Callie deu um soco em uma homofóbica?
— Pierce deu um soco em uma homofóbica. — Amelia contou a ela.
— Ooh, inesperado. Toca aqui. — ofereceu.
— Não... — Maggie balançou a cabeça.
— Sim! — Callie aceitou, e todos lhe deram um high five, exceto a agressora.
— Tenho que ir me desculpar com aquela mulher, não é? — a cirurgiã cardíaca gemeu.
— Você tem. — Helena assentiu. — Desculpar-se por ter feito você socar ela.
——
— Você está pronta? — Helena perguntou a Jess, prestes a levá-la para ficar com seus pais, depois da cirurgia.
— Estou pronta. — ela assentiu.
Helena empurrou sua cama para dentro do elevador e ficou ao seu lado enquanto esperava as portas fecharem.
— Dra. C? — perguntou a garota.
— Sim?
— V-você acha... Você acha que eles serão capazes de me mudar? Mudar o que eu sinto... O que eu sinto sobre as garotas? — a garota tentou, com os olhos marejados.
Helena franziu os lábios, pensando por um momento no que exatamente dizer, antes de olhar para a garota. — Você se lembra de como eu te contei sobre meu primeiro amor, Jess? — enquanto a adolescente assentia, ela prosseguiu. — O nome dela era Beatrice. Bea, só para mim. Os pais de Beatrice... Eles eram um pouco como os seus. Eles justificavam o que pensavam dos gays com a religião deles. E então Bea e eu namoramos em segredo por um longo tempo, assim como você e Aliyah. Até que, um dia, eles descobriram. Eu ainda não sei como, até hoje. Ela estava na minha casa, e eles vieram buscá-la. Eles me chamaram de todo tipo de coisas horríveis, me ameaçaram e me insultaram. E eles a levaram para casa. Na manhã seguinte, acordei com uma carta que ela tinha escapado para me entregar. P-pais dela, estamos levando ela embora, dizia. Para algum tipo de... Acampamento. Como aquele para onde você está indo. Naquela manhã, ela já tinha ido embora. E eu não ouvi nada dela por anos e anos. — Helena disse a ela, suavemente. — Até alguns anos atrás, quando a encontrei no Facebook. E, adivinha, Jess? Ela é muito feliz casada com uma linda ruiva, e eles têm um filho adorável. — os lábios de Jess formaram um grande sorriso, quando ela terminou. — Eu acho que vai ser difícil. E eu fiz tudo que pude para tentar te impedir de ir, querida, eu fiz. Mas eu acho que, se você se lembrar do que estou prestes a te dizer, você ficará bem: você não está errada, Jess. Não é errado, não é pecado sentir o que você sente por Aliyah ou qualquer outra garota. É uma coisa linda. E não é, nem nunca será, algo para se envergonhar, ou algo para se sentir culpada, ok? Nem algo que você tenha que mudar. É... Puro e genuíno. É amor. Então, algo para celebrar.
Enquanto Jess assentiu, com os olhos marejados, ela agarrou as mãos de Helena. — Obrigada.
Helena apenas assentiu de volta, enquanto o elevador apitava. Quando as duas saíram do elevador, ouviram uma voz masculina. A voz de Steven.
— Eu não me importo se ela é gay! Eu me importo se ela é amada. Eu me importo se ela é feliz. E é com isso que você deveria se importar! O que há de errado com você, que você não se importa? — ele gritou.
Enquanto Helena levava a adolescente para o corredor do seu quarto, eles encontraram o pai dela, com os olhos marejados, olhando para a filha.
O sorriso de Jess era maior do que Helena imaginava que seria.
E ela não pôde deixar de derramar um pequeno ano feliz.
——
12ª temporada, episódio 2
— Chefe Bailey. — Helena sorriu, encontrando-a no elevador. — Feliz primeiro dia.
— Obrigada. — a mulher sorriu de volta.
— Ouvi dizer que Meredith está dando uma aula de anatomia, acho que ela está tentando passar isso adiante. Nós conversamos, e eu estaria disposta a aceitar, se você me deixar. — Helena sugeriu, enquanto caminhavam pelo corredor.
— Não, você não vai ter tempo. — a mulher balançou a cabeça.
— O quê? Sim, eu vou. — a morena franziu as sobrancelhas. — Além disso, eu amo ensinar, e os estagiários sempre amaram que eu os ensine. Então... Eu posso assumir? — Helena tentou.
— Uh, impossível. Você não terá tempo. — a Chefe insistiu.
— Algumas horas por semana? Eu posso fazer isso. — a garota argumentou, com uma pequena risada de confusão. — Não é grande coisa.
— Você não está me ouvindo, Lena. — Bailey parou, bem na frente do posto de enfermagem. — Você não terá tempo, porque vai assumir mais tarefas. Eu queria fazer isso mais tarde, mas como você não para de ser irritante... Você sabe que o chefe do Neonatal está pensando em se aposentar há anos. Finalmente vai acontecer esta semana. E eu quero que você faça isso. Quero que você seja a chefe do departamento neonatal.
Com isso, a boca de Helena abriu e fechou, enquanto ela sorria. — Eu? Sério?
— Você merece. Você pode aceitar. Você tem uma Harper Avery. Faz sentido. — Bailey explicou, com um encolher de ombros indiferente. — Você cuida das pessoas. Você sempre cuidou, desde que te conheci. Preciso que você faça isso pelo departamento, porque confio em você.
Com isso, Helena sorriu brilhantemente. — Você faz?
— Você quer ou não?! — Bailey perguntou.
— Sim! Sim, sim, eu quero. — Helena sorriu brilhantemente. Então, seus olhos de cachorrinho saindo para brincar, ela murmurou, fazendo beicinho. — Além disso, eu não sou irritante. Eu sou dedicada. É isso que eu sou.
— Ótimo. — ela assentiu e foi embora.
Com um sorriso suave, Helena não pôde deixar de se sentir aquecida ao saber que seu marido ficaria orgulhoso.
——
Uma Helena muito alegre entrou em uma sala de reunião, juntando-se a Maggie, Amelia e Callie, que falaram. — Quer dizer, eu só... Eu mal conheço essa mulher. Tivemos dois encontros na semana passada. Ela pediu para me ver de novo hoje à noite. É uma loucura. Não consigo parar de pensar nela. Sabe quando você conhece alguém e fica com aquela vibração? — ela riu. — Aquela pressa, e parece que você os conhece e eles conhecem você e você pensa consigo mesmo 'Eu poderia olhar para o rosto dessa pessoa para sempre'? Você sabe o que quero dizer?
— Eu sei. — Helena sorriu tristemente, então balançou a cabeça. — Mas, chega de papo de vida amorosa, porque adivinha?
— O quê? — perguntou Amelia.
— Sou oficialmente a nova chefe de cirurgia neonatal da Grey Sloan. — a morena sorriu brilhantemente.
— O quê? — Maggie perguntou. — Isso é ótimo!
— Parabéns! — Callie sorriu.
— Então, pesquisei e Bailey é a primeira. — Arizona se juntou a elas.
— Primeira o quê?
— Primeira mulher chefe de cirurgia deste hospital. Antes disso? Todos homens. — a loira disse a elas.
— Eu digo que já era hora. — compartilhou Jackson.
— E todos os chefes de departamento são mulheres. — Amelia apontou. — Neuro, cardio...
— Temos um trauma. — Jackson disse a eles.
— Deixe para lá. — Owen deu de ombros, pois eles foram ignorados.
— Orto, fetal... E agora neonatal. — Amelia continuou.
— Neonatal? Ah, eles finalmente contrataram um substituto para Hanson? — Arizona perguntou, olhando para sua prodígio.
— Eles fizeram. Você está olhando para ela. — Helena sorriu orgulhosa.
— Oh...? Oh. Oh! Parabéns! — Arizona deu-lhe um abraço rápido. — Parece que você era apenas uma residente, não sei se estou bem com isso... — ela riu.
— Badass! — Callie deixou escapar, animada. — Senhoras. Este lugar é administrado por mulheres, é... Lady Place.
— Não. Não é Lady Place. — Maggie balançou a cabeça. — Lady Place é como minha avó chama sua vagina.
— Oh, Deus... — Helena riu.
— Para quem quiser ouvir, a propósito. Ela não é tímida. Não, não podemos chamar esse lugar de Lady Place. Não preciso pensar na doce e atrevida vagina daquela velha senhora toda vez que entro pelas portas.
— Eu também não, mas agora vou. — Alex deu de ombros, fazendo todos rirem.
— Ela está vindo, ela está vindo! — Webber avisou, todos parados na porta enquanto esperavam por Bailey, Meredith abrindo a porta para ela.
— Bem, estou feliz em ver que todos vocês estão aqui. Uh, mas se você tivesse lido seu e-mail, saberia que uma das muitas coisas que implementarei como chefe é não mais comparecer às reuniões semanais. — Bailey alertou.
— Uh, na verdade isso é um... — Richard começou.
— Vejam, menos conversa sobre salvar vidas e mais sobre salvar vidas. Obrigada. — ela disse a eles, saindo.
— Ah, sério...? — Helena fez beicinho. — Eu queria um pedaço daquele bolo...
——
— Ei. — Helena sorriu suavemente, entrando no quarto em que April estava em quarentena. Ela tinha acabado de voltar do exército, com lesões e tosse. Como tal, ela estava oficialmente em uma bolha. — Como você está?
— Eu me sinto... Nua. — a ruiva envolveu os braços em volta do corpo. — Aquela enfermeira Betsy? O nome dela era Betsy. Ela pegou minhas roupas. Pegou, selou em plástico. Ela pegou todas as minhas roupas. Eu estou usando calcinhas de papel! Você sabe como calcinhas de papel são? — ela divagou.
— Imagino que não estejam confortáveis. Mas, ei, não é como se fosse ideia da Betsy roubar suas roupas. — Helena deu de ombros, tentando ver o lado bom. — E, veja por esse lado, se alguma vez houver alguma pandemia maluca que, sejamos realistas, é cada vez mais provável que aconteça com a globalização, você tem alguma prática de quarentena na manga! — diante do rosto exasperado da cirurgiã de trauma, ela disse a ela. — Escute, pense nisso como uma chance de relaxar. Você pode tirar uma soneca para ajudar com o jet lag, ou ler, ou assistir a algum programa de TV... É como umas pequenas férias.
— Estou em uma bolha! — ela exclamou. — Estou presa em uma bolha. Jackson? Ele entrou uma vez. Ele entrou uma vez, olhou para mim e então simplesmente foi embora. E-e eu não pude ir atrás dele, porque a bolha não viaja! — April bateu nas paredes de plástico.
— Isso não. Talvez ligar para ele? — Helena sugeriu, inclinando a cabeça.
— Estou sozinha aqui. Estou presa como um inseto, como algum tipo de inseto desagradável, e estou coberta de doenças. Você pensaria que ele iria querer falar comigo. Vou morrer de uma doença misteriosa, que é uma bunda irritada e cheia de insetos, sozinha! — lágrimas apareceram em seus olhos.
— Ei, ei, não surte! — Helena encorajou, colocando a mão no plástico. — Primeiro, você não está morrendo. Nós nem sabemos se você tem alguma coisa. Segundo, você está aqui há, o quê? Uma hora? É muito cedo para surtar!
— Não é isso! — April gritou. — É o Jackson!
— Oh... — Helena exalou. — Certo. Desculpe. H-há algo que eu possa fazer?
— Só... Fale. Fale sobre outra coisa. — a mulher tentou. — Qualquer coisa.
— Bem, eu não... Minha vida são as crianças e a cirurgia, eu realmente não tenho nada para... — Helena tentou pensar em algo, ofegando ao ver Arizona passar. — Arizona! Entre aqui, por favor! Preciso que você converse.
— P-para conversar? — a loira franziu as sobrancelhas.
— Sobre qualquer coisa. Vá. — a morena tentou.
— Uh... Ok... Uh... É o seguinte! Callie conheceu alguém.
— Eu ouvi. Não pensei que tivesse. — Helena assentiu.
— Oh. — April deixou escapar. — Então... Você está bem com isso, ou...?
— Sim. Super. — a mulher mais velha assentiu. — Incrível.
— Ok, isso é... Isso é ótimo, então. — April franziu as sobrancelhas desconfiada, enquanto Helena estreitava os olhos.
— Quer dizer, eu deveria estar feliz por ela, certo? — a cirurgiã fetal perguntou. — E ela parece feliz, sabe, mais feliz do que nunca , ela diz- quer dizer, aparentemente, tipo, para sempre, feliz.
— Temos que conversar sobre isso? — April perguntou.
— Bem, você sabe, ela faz. Porque ela está falando com todo mundo sobre isso. — a loira deu de ombros.
— Então, concluindo, você não está bem com isso. — Helena deu de ombros, enquanto Arizona lhe lançava um olhar. — O quê? Estou mentindo?
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