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˖࣪ ❛ DÉCIMA PRIMEIRA TEMPORADA
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MEREDITH ESTAVA EM frente ao quadro de salas de cirurgia, preenchendo os campos de sua cirurgia para mais tarde, enquanto Helena se aproximava dela.
— Ei. — ela soltou. — Acabei de sair da sala de cirurgia. Ele perdeu?
— Não, você está bem. — a loira disse a ela.
— Acabei de terminar minha corpectomia. — Amelia cumprimentou. — Eu perdi?
— Estamos bem. — Helena disse a ela, no momento em que o telefone de Meredith tocou.
— Uau, isso foi rápido. — ela soltou.
— O que foi rápido? — perguntou sua cunhada.
— Fiz uma sondagem com um agente imobiliário sobre a casa. — Meredith explicou. — Parece que recebi uma oferta.
— Vocês vão vender a casa? — perguntaram as duas médicas morenas.
— Não. Não sei. Talvez. — ela deu de ombros.
— Por que as pessoas sentem constantemente a necessidade de matar suas artérias? — Maggie perguntou, movendo-se para mudar o painel de cirurgia.
— Eles já chegaram? — Callie perguntou a elas. — Oh, eu perdi? Digam que eu não perdi.
— Eu quase esqueci! — Maggie deixou escapar.
— Mal posso esperar para ver as gotas de suor nos rostinhos assustados deles. — Callie sorriu.
— Eu perdi? — Alex perguntou a elas.
— Não. — Helena lhe disse.
— Eu quero ver alguém cagar. Cagar de verdade. — Alex desejou.
— Vi. — Callie assentiu. — Cheirei. Não é tão divertido quanto você pensa.
— Ah, vamos lá. Vocês são simplesmente maus, todos vocês. — Helena balançou a cabeça. — Deveríamos estar animados por eles, encorajadores. Essas crianças são o futuro da cirurgia. O futuro deste hospital. Elas estão ansiosas para aprender, motivadas e ainda não dessensibilizadas para toda essa morte... É emocionante. Não é uma oportunidade para desejar humilhação pública a elas.
— Está acontecendo! — Arizona quase cantou, andando pelo corredor. — Os pintinhos e patinhos estão aqui!
— Viu, é isso que eu quero dizer. — ela apontou, com um sorriso, movendo-se para seguir o loiro.
——
— Cada um de vocês hoje vem aqui esperançoso, querendo entrar no jogo. — Richard disse aos novos internos, enquanto o grupo assistia da galeria, murmurando as palavras. — Um mês atrás vocês estavam na faculdade de medicina, sendo ensinados por médicos. Hoje, vocês são os médicos. Os cinco anos que vocês passarão aqui como residentes cirúrgicos serão os melhores e os piores de suas vidas. — uma garota levantou a mão, fazendo-o perguntar. — Você tem alguma pergunta?
— Sim. Por quê?
— Uh, você levantou a mão... — ele franziu as sobrancelhas.
— Não, me desculpe. Quero dizer, por que esses serão os melhores e os piores anos de nossas vidas? — ela perguntou.
— Uh, eu estava chegando lá. Onde eu estava...? Ah, certo. Vocês serão levados ao ponto de ruptura. Olhem ao redor. Digam olá para seus concorrentes. 8 de vocês mudarão para uma especialidade mais fácil. 5 de vocês cederão à pressão. 2 de vocês serão convidados a sair. Esta é sua linha de partida. Esta é sua área. O quão bem vocês jogam, isso depende de vocês?
— Bem, quando se trata da nossa classe, eu acho que seria inteligente acrescentar algo sobre pessoas morrendo... — Helena deixou escapar, fazendo cabeças virarem. — Desculpe. É verdade, pensei. Isso bagunçou as estatísticas...
— Eles parecem estúpidos. — Alex deixou escapar.
— Eles parecem bebês. Já fomos tão jovens? — Meredith perguntou.
— Eles estão tão... Ben descansados. — Ben ressaltou.
— Bem, isso vai mudar em breve. — Helena riu.
— E ansiosos. Como cachorrinhos. — Meredith ressaltou.
— Não, não como filhotes. Pintinhos e patos. — Arizona disse a eles.
— Quando começamos a chamá-los assim? — Meredith perguntou.
— Você se foi há quase um ano... — Helena deu de ombros.
— Se deixados por conta própria, eles se afogariam. — Arizona lhes disse.
— E levem os pacientes com eles. — Callie acrescentou. — Que Deus nos ajude a todos.
——
— Oh, Deus. — uma mulher grávida, que tinha sofrido um acidente, soltou. — Tem outro.
— Ok, continue respirando para mim. Bem devagar. — Helena instruiu, ao lado da cama, enquanto monitorava as contrações da mulher.
— Edwards, bom trabalho reduzindo o pulso. — Callie elogiou.
— Na verdade, o Dr. DeLuca fez isso em campo. — ela contou a eles.
— Dr. Quem? — perguntou o cirurgião de trauma.
— Eu. Oi. — um homem entrou na sala. — Dr. DeLuca. Eu estava no local. Os paramédicos ficaram sem talas, então essa é, na verdade, minha gravata.
— Era sua gravata. — Callie mostrou a ele o pedaço de tecido cortado. — Desculpe.
— Eh, sem problemas. Mas era o meu favorito. — ele deu de ombros.
— Oh, Deus! — gritou a paciente.
— Tudo bem. Três centímetros de dilatação. — Helena informou, espiando por baixo do lençol.
— Olha, ela tem uma fratura em C5-6. — Stephanie mostrou para Callie.
— O que é um C5-6? — a mulher perguntou.
— Joan, você fraturou um osso do pescoço, mas ele está estável por enquanto, então vamos consertar depois que você der à luz, ok? — ela perguntou, então instruindo. — Mantenha-a na coleira até que os exames de laboratório retornem. Então a levaremos para cima para que ela possa dar à luz e consertar a fratura.
— Mande-os me chamar quando as contrações dela ficarem mais frequentes, ok? — Helena perguntou, então se virando para sair do quarto. — Obrigada pela ajuda, DeLuca.
——
Vestindo seu avental amarelo de emergência, Helena correu até a área de ambulâncias, onde a equipe de campo, Meredith, Maggie e Amelia, deixaram uma ambulância.
— Ei, você trouxe alguma...? — Helena começou, mas parou quando percebeu Amelia e Meredith brigando.
— Eu estava disposta a tentar uma ex-volta. — Meredith disse a ela.
— Meu Deus. Você pode ficar quieta sobre o ex-lap idiota? Não é esse o ponto! — a mulher soltou.
— A questão é que talvez devêssemos ter ficado. — Maggie deu de ombros. — Talvez não tenhamos tentado tudo o que podíamos para salvá-lo.
— Estávamos todos lá. Todos nós vimos aquele carro. — Meredith retrucou.
— Ei, vamos lá. — Helena insistiu, percebendo rapidamente que elas estavam brigando por um paciente que elas concluíram que não poderiam salvar. — O que está feito está feito, não adianta brigar por isso.
— Só estou dizendo que há uma diferença entre saber quando você pode salvar alguém de forma realista e quando é hora de ir embora! — explicou a loira.
— E quando é isso, Meredith? — Amelia perguntou, claramente irritada. — Quando é esse ponto? Quando você olha para uma situação horrível e triste e decide que está pronta para virar as costas para ela? Estou curiosa. Estou curiosa sobre como você toma essas decisões. Você, especificamente. Quando você está ok para fazer a ligação de que alguém não tem mais chance? Como você olha ao redor e decide isso? Quando você decide que deve ir embora?
Com isso, Maggie e Helena trocaram um olhar, enquanto um interno se aproximava delas, olhando para Maggie. — Dra. Shepherd? A Dra. Edwards disse que precisa de você no trauma 2 imediatamente.
— Eu sou a Dra. Shepherd. — Amelia disse a ele.
— Ah, desculpe. A Dra. Edwards disse que precisa de você, imediatamente. — ele se desculpou, saindo com a mulher.
Quando o pager de Helena começou a apitar, a garota olhou para ele e explicou: — E-eu sinto muito. É 911. Eu tenho que ir.
——
— Quer dizer, eu sinto muito por deixar a paciente. Ela sabe disso, certo? — Meredith desabafou com Helena, em uma sala de médicos, ambas sentadas em uma mesa. — Eu também não queria deixá-lo lá.
— Mer, não é por isso que ela está brava... — Helena suspirou, levando um garfo cheio de salada à boca.
— E também lamento não ter falado com ela sobre a casa. Eu lamento. — a loira explicou. — Ela ainda está exagerando.
— Meredith, isso não é sobre... Você desligou o irmão dela. Você o desligou sem que ela o visse primeiro. E então você foi embora. — Helena murmurou, brincando com sua comida. — Você simplesmente foi embora. V-você sabe... Você sabe o quão difícil isso foi para todos? O quão difícil foi para Maggie, que perdeu a família que ela tinha acabado de encontrar? O quão difícil foi para Alex, que sempre foi tão preocupado com você? E-e para Amelia? Ela só tinha você e Derek aqui, e vocês dois foram embora, ao mesmo tempo. Ela estava sozinha.
— Lena, eu não conseguia respirar. Eu não conseguiria existir aqui. Sabe, eu olhei em volta para minha casa e para aquelas crianças, e eu não conseguia respirar! — Meredith disse a sua pessoa, recebendo um golpe na defensiva.
— Tudo o que estou dizendo é que você deveria entender por que ela está brava! — Helena deixou escapar, deu de ombros e então esfaqueou sua salada. — Quer dizer, estou brava. Estou tão, tão brava com você, Mer. E eu não quero estar, porque eu sei por que você foi embora. Eu entendo! Mas você... Você nem ligou...!
— Eu não liguei para ninguém! Eu precisava de tempo! — Meredith tentou explicar.
— Deus, eu não... — Helena se levantou do seu assento, de costas para Meredith, enquanto ia fazer um café para si. — Eu sei que você não ligou para ninguém. Mas eu sou sua pessoa. Você não acha que eu poderia ter recebido um pequeno aviso, o-ou uma confirmação de que você estava segura?! E quando você ligou, a única vez que ligou, em um ano inteiro... Eu mal consegui falar, Mer. Foi... Você foi rude, e você foi desagradável, e você nem me perguntou como eu estava!
— Meu marido morreu, Lena. Eu não estava... — ela balançou a cabeça.
— Bem, o meu também! — Helena gritou, finalmente estalando, enquanto se virava. — Mark morreu também. E eu ainda estava lá por você. Eu estava lá por você quando você estava aqui, e eu teria estado lá por você quando você foi embora. Você sabe o quão preocupada eu estava com você, o tempo todo? E então eu recebo uma ligação dizendo que você está no hospital e eu largo tudo e venho correndo porque eu não... Porque eu pensei que você estaria morta também. Eu pensei que teria que perder mais uma pessoa. E então você... Você não estava. E você tinha Ellis. Então eu tentei o meu melhor para não ficar brava com você, porque eu estava tão... Aliviada. E todo esse tempo, você nem se deu ao trabalho de me checar. Você nem pensou duas vezes antes de sair com um maldito bilhete! — Helena fungou, uma lágrima rolando pela sua bochecha. — Você tirou a melhor amiga da minha filha dela, depois que o pai dela tinha acabado de morrer. Você sabia que nós escrevíamos cartas para Zola toda semana? E você me deixou sem minha melhor amiga. Sem minha pessoa. Meu marido tinha acabado de morrer e em um ano, a única vez que eu consegui falar com você, você nem me perguntou como eu estava...! Eu estava... Eu estava sozinha. — Helena chorou, tentando não soltar seus soluços, que ameaçavam escapar. — Mark tinha acabado de morrer, e você me deixou. Você me deixou, assim como ele fez. Mas Mark não teve escolha. Você decidiu ir embora. — Helena balançou a cabeça, enxugando as lágrimas, enquanto respirava fundo. Então, ela falou novamente, sua voz quase um sussurro. — Derek morreu. Você tem que ser um pouco egoísta. Mas não a esse ponto. Não quando Mark morreu também.
——
— Ok, aqui vamos nós. — Helena avisou, enquanto levavam Joan para um elevador, depois que um interno deslocou sua fratura espinhal. — Você está indo muito bem, Joan. Respire fundo.
De repente, a mulher respirou fundo.
— O que foi? — Edwards perguntou. — Fale conosco, Joan.
— Eu sinto algo. Nos meus dedos. — ela disse a eles.
— Ótimo. Isso significa que a tração está funcionando. — Callie disse a ela.
— E nos meus dedos dos pés. Oh, graças a Deus. Eu posso sentir minhas pernas novamente. — ela riu aliviada, então ficou mais séria. — Oh meu Deus. Eu posso sentir tudo. Oh meu Deus! — ela gritou.
— Ela está tendo uma contração. — Helena ressaltou.
— Tudo bem, Joan. Eu sei que dói, mas precisamos que você fique parada, para que seu pescoço não se desloque novamente. — Callie disse a ela.
— Estamos quase lá, Joan. — Helena encorajou. — Estamos quase lá.
— Ah, pessoal. — Stephanie apontou, levantando o lençol para mostrar o sangue saindo entre suas pernas.
Com isso, Helena se moveu para dar uma olhada, anunciando. — Ela está coroando.
— Ela tem apenas seis centímetros! — o residente deixou escapar,
— Preciso empurrar mais uma vez! — Joan gritou.
— Ok. Ok, esse bebê está chegando agora. — Helena disse a eles. — Edwards, segure-a firme.
——
— Você está indo muito bem, Joan! Mais um grande empurrão e deve ser isso, ok? — Helena pediu, pelas pernas da mulher, pronta para pegar o bebê.
Não era algo em que ela tivesse muita experiência, já que normalmente caberia ao obstetra, mas sua especialidade a tornava mais qualificada do que qualquer outro cirurgião no elevador.
— Eu não posso... Eu não posso fazer isso. Eu não posso. Ele deveria estar aqui comigo, conosco. E ele se foi! — a mulher gritou.
— Eu sei, Joan. Eu sei que dói, ok? Mas você tem que fazer isso. Você tem que fazer isso, pelo seu bebê. Para manter seu bebê seguro. — Helena encorajou, a mulher empurrando. — Tudo bem, Joan. Simples assim.
Um grito foi ouvido quando Helena pegou o bebê, movendo-se para envolvê-lo em um pequeno cobertor. — Você foi ótima, Joan. É isso. Você terminou.
— Keith deveria ter cortado o cordão. — a mulher soluçou. — Ele deveria ter ouvido o primeiro choro.
— Você está bem, Joan. Segure seu bebê. Ele está bem. — Helena encorajou, passando-lhe o bebê, para tirar sua mente do marido. O homem que Meredith, Amelia e Maggie não achavam que poderia ser salvo.
— Não é assim que deveria ser. — ela chorou. — Não faz parte do plano. Keith deveria estar aqui. Keith deveria estar aqui.
Depois de entregar o bebê à mãe, Helena recuou um pouco, fechando os olhos enquanto olhava para a parede do elevador.
Não era assim que deveria ser. Nada disso. Mark deveria estar aqui também.
——
— Ainda sente os dedos dos pés, Joan? — perguntou Stephanie enquanto tiravam a mulher do elevador.
— Sim. — ela confirmou.
Percebendo a mancha vermelha crescendo nas pernas de Joan, Helena pediu. — Tudo bem, rapazes, vamos parar um momento. Por favor.
— O que está acontecendo? — perguntou o paciente.
— Há um pouco de sangramento, o que é normal após o parto, mas queremos que você seja examinada antes da cirurgia, ok? — Helena sorriu tranquilizadora, tirando cuidadosamente o bebê do colo.
— Não, não. O que você está fazendo? — Joan perguntou, ficando alarmada. — O que você está fazendo com meu bebê?
— Só precisamos ficar com ele um pouco, ok? — Helena acalmou, gesticulando para que Edwards fosse buscá-lo.
— Não, por favor! Nós fomos esmagados em um carro, meu noivo pode estar morto! Você não vai levar meu bebê! Por favor! — ela gritou.
— Joan, seu bebê está bem, ok? — Callie tranquilizou. — Só precisamos dar uma olhada em você.
— Leve-o para a UTIN, ok? — Helena disse a residente, que saiu com o bebê.
Então, aproximando-se de Callie, ela sussurrou. — Parece atonia uterina. Precisamos ir mais rápido.
— Nós nos movemos rápido e a paralisamos. — disse a mulher.
— Se formos muito devagar, ela vai sangrar até a morte. — explicou Helena, enquanto elas retomavam o movimento.
——
— Tudo bem, o cateter está funcionando e o sangramento parou. — Helena anunciou, tirando as luvas, na sala de cirurgia.
— Nenhum rasgo na dura, surpreendentemente. — Amelia deixou escapar. — Então, um interno abriu o colarinho dela?
— Ugh, idiota. — Callie revirou os olhos.
— Era o estagiário que pensávamos ser um assistente? — perguntou Helena.
— Você confundiu um estagiário com um assistente? — perguntou Amelia.
— Bem, ele estava basicamente comandando o trauma. — a garota baixa deu de ombros. — DeLuca, acho que é assim que ele se chama.
— Como um chefe. Como um chefe gostoso, gostoso. — Callie riu. — Alguém deveria entrar nisso.
— Talvez você devesse. — Helena sugeriu.
— Sabe de uma coisa? — Callie olhou para Amelia. — Você deveria entrar nisso.
— Eu não acho. Eu comecei uma política rigorosa de não namorar no local de trabalho. — a neurocirurgiã informou. — É tudo muito... Sabe? Eles veem você, todos vocês. Então eles vêm trabalhar e veem você aqui também. E você tenta manter o profissionalismo e fazer as coisas, mas de repente você está pensando... 'Eu estava nu em você antes.' Ou 'Eu queria que você estivesse nu agora.' 'Ei, lembra quando você estava lá no meu fundo do poço e eu desci o coelho inteiro e arrastei você comigo e expus as partes mais sombrias da minha alma para você nas horas da meia-noite? Então, agora vamos ter uma reunião de orçamento.' É uma política sólida. Confie em mim.
— Bom, funcionou para mim. — Helena deu de ombros. — Quando Mark não estava tentando me fazer dormir com ele em um quarto de plantão, é claro.
——
No fim do dia, Helena sentou-se em um banco, na capela do hospital. O casamento de Richard e Catherine foi adiado, pois ambos foram necessários na sala de cirurgia.
Agora, ela assistia ao primeiro beijo do casal, com todos comemorando ao redor dela.
Ela não se lembrava de ter chorado de verdade em um casamento. Ela nunca tinha sido como April, por exemplo, que soluçava ao seu lado. Era tão típico da amiga dela, que a morena tinha se lembrado de pegar lenços de papel antes.
Helena não era assim. Ela sorria, batia palmas e comemorava. Talvez ela tivesse tido uma lágrima no canto do olho uma ou duas vezes. Mas ela nunca chorou.
Desta vez, ela fez.
Ela sentiu falta de seu Mark.
——
Após o casamento, April pediu para Arizona e Helena ficarem para trás. Ela revelou a elas que havia dito a Jackson que queria voltar para o exército, e ele ameaçou terminar com ela.
Agora, a morena e a loira seguravam a mão da mulher, que soluçava no ombro de Helena.
— Eu sei. — Arizona sussurrou confortavelmente. — Eu sei, eu sei.
— Shhh. — Helena se acalmou, passando a mão para cima e para baixo nas costas da amiga. — Nós pegamos você.
——
— Ei. — Helena deixou escapar, aproximando-se de Meredith na varanda dos fundos de sua casa, copo de gim e tônica na mão. — A babá acabou de me dizer que as crianças estão dormindo.
— Elas estão? Bom. — ela deu um sorriso de lábios apertados. As duas ficaram em silêncio por um momento, antes que ela acrescentasse. — Eu deveria ter ligado. Antes e depois que eu saísse.
Novamente, houve um momento, Helena tomando um gole de sua bebida, antes de assentir, olhando para seu copo. — Sim. Sim, você deveria ter.
— E eu deveria ter checado você. Eu deveria ter me certificado de que você estava bem. — Meredith reconheceu.
— Você deveria ter feito isso. — Ela repetiu.
— Eu fui egoísta.
— Não, Mer, eu sei o que você está passando, eu não queria... — Helena olhou para sua pessoa, balançando a cabeça.
— Não, não. Eu era. E eu era um idiota.
— Tudo bem, ok. Um pouco, você estava. — a mulher confessou, com um pequeno sorriso nos lábios, fazendo Meredith rir.
Nesse momento, elas ouviram um pequeno som de soluço vindo do outro lado da varanda, fazendo Helena franzir as sobrancelhas em preocupação enquanto ambas se levantavam.
— O que há de errado? — Meredith perguntou, vendo sua irmã chorando por sua bebida. — E não diga que você está bem!
Sentando-se ao lado da mulher, Helena colocou uma mão reconfortante sobre a dela. — Maggie? Ei, o que aconteceu? E-estão todos bem, a-alguém morreu ou...?
Maggie respirou fundo, antes de revelar. — Meus pais estão se divorciando. Minha mãe ligou e me contou hoje. Ela está tendo um caso com o homem que faz a manutenção dos carros deles... Há 11 anos.
Os olhos de Meredith se arregalaram com isso, enquanto Helena soltou, uma mistura de choque e alívio. — Oh... isso é- Oh.
— Ele estava consertando os carros deles e da minha mãe. — ela assentiu. — E meu pai descobriu sobre isso anos atrás e ele ficou furioso, e ele continuou com isso. Por mim. Porque eu estava... Ainda na cidade. Eu estava sempre por perto. Você sabe, então eles se mantiveram firmes pela criança. Clássico. Exceto que a criança é uma mulher adulta. Eles queriam preservar minha mentira feliz, ideal... Patética e cheia de merda de infância!
— Por que você não me contou? — Meredith sentou-se ao lado de Helena.
— Você poderia ter nos contado. — a morena assentiu. — Eu realmente sinto muito.
— Seus maridos morreram... E eu estou chorando como uma criança de sete anos pela mamãe e pelo papai. — ela balançou a cabeça.
— Ei, não diga isso. — Helena repreendeu. — A dor de alguém não tira a sua, não é assim que funciona. Seus sentimentos são válidos.
— Eu simplesmente não cresci como você. Nunca perdi ninguém. Nunca tive um gato sequer morrendo. Ainda tenho todos os meus avós. Não há escuridão na minha vida. Só... Nunca tive. Então não vou falar com nenhum de vocês sobre isso. — Maggie deu de ombros.
— Bem, você sempre deveria vir falar comigo... — Meredith disse a ela. — Porque seja o que for, as chances são de que eu já tenha visto pior. E eu sou qualificada para lhe dizer como você vai sobreviver. Você sempre deveria vir falar comigo.
— Além disso, isso nos torna bons ouvintes. E, ei, se tudo mais falhar, eu faço uma sopa reconfortante muito boa. — Helena sorriu, fazendo Maggie rir.
Quando Amelia se aproximou delas, com os olhos vermelhos e inchados, Helena perguntou. — Você está bem?
— Sim. — a mulher exalou, sentando-se ao lado de Maggie e perguntando a ela. — Por que você está chorando?
— Por que você está chorando? — ela repetiu.
As quatro mulheres olharam para dentro da casa por um momento, antes de Meredith soltar. — Derek teria adorado isso. Ele veio de uma família grande e barulhenta. Quero que essa seja minha última lembrança desta casa. É o que ele queria: enchê-la de barulho e pessoas.
— Mark teria me pedido para colocar a gravata dele para ele. — Helena assentiu. — E então ele falaria docemente comigo e me olharia de forma suja a noite toda, porque eu estou de vermelho. Ele amava quando eu usava vermelho. E ele me convidaria para dançar. Haveria muita dança ruim.
Com isso, Meredith lançou um olhar para a garota mais nova, fazendo-a suspirar, em resposta. — Sim! Estamos dançando.
— O quê? — perguntou Amelia.
— O que isso significa? — Maggie franziu as sobrancelhas.
— Vamos. — Meredith encorajou.
— Ah, como eu senti falta de dançar. — Helena sorriu.
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