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˖࣪ ❛ DÉCIMA PRIMEIRA TEMPORADA
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11ª temporada, episódio 16
— OH. — Helena deixou escapar, enquanto Meredith agarrava seu braço, puxando-a pelo corredor. — Olá para você também. — enquanto a loira se virava para olhá-la com desprezo, ela deixou escapar. — Oh. Não olá. Essa é sua cara de assassina. Cara de assassina não é boa.
— Precisamos de Alex. — Meredith anunciou, puxando Helena para uma sala de plantão.
Quando avistaram o homem no beliche de baixo, Helena sentou-se ao lado dele, enquanto Meredith estava deitada ao seu lado.
— Ai. — ele soltou.
— Liguei para o Derek. — a loira anunciou.
— Estou deitado aqui. Estou dormindo. — ele reclamou, sua voz ainda rouca.
— Uma mulher atendeu o telefone dele. — ela informou.
— Uma mulher? Que tipo de mulher? — Helena perguntou, em choque, sua boca ficando um pouco aberta.
— Há duas camas vazias, Lena, Mer. — Alex gemeu.
— Uma cama vazia. Estou aqui em cima. — Maggie espiou do beliche de cima. — Uma mulher atendeu o telefone dele?
— De quem é o telefone? — perguntou o homem, ainda grogue.
— O telefone do Derek. Continue. — Helena repreendeu, com um tapa no braço dele.
— Que tipo de mulher? — Maggie perguntou, assim como a menina mais nova.
— Não importa. — Alex deu de ombros.
— É importante. — as três mulheres disseram.
— Ela era alegre, parecia feliz e alta, com um cabelo lindo. — Meredith suspirou, estreitando os olhos.
— Espera aí, você a viu? Como você a viu? — Alex franziu as sobrancelhas.
— Eu não. Eu ouvi a voz dela. Sua voz alegre, feliz e alta. — Meredith descreveu.
— Eu odeio vozes assim. — Maggie compartilhou, enquanto Helena inclinava a cabeça, arregalando os olhos.
— Espera, espera, você consegue soar alta?! Isso significa que minha baixa estatura está sendo exposta no telefone? — enquanto Meredith lhe lançava um olhar, ela se desculpou. — Certo, além do ponto. Desculpe. Continue.
— O que Derek disse? — Maggie perguntou.
— Eu não falei com ele. Agora eu continuo indo para o correio de voz. Minha voz curta, distorcida e brava continua indo para o correio de voz. Ele não está me traindo, certo? — Meredith perguntou.
— Ele não está te traindo. — os outros três médicos garantiram.
Quando o pager de Meredith tocou, ela se levantou e disse: — Trauma.
Um som de bipe veio do jaleco de Helena, a garota espiando dentro do bolso para soltar. — Eu também.
——
— Chefe, onde você precisa de mim? — Helena perguntou, enquanto vestia seu avental de trauma, enquanto Callie vestia seu uniforme hospitalar.
— Trauma 1. Torres, preciso de você no trauma 2 - oh, você está trocando de roupa. — ele congelou, piscando lentamente. — Você sabe que temos salas de espera para isso.
— Sim, não tenho tempo. — ela deixou escapar, puxando o vestido pela cabeça, já com as calças vestidas.
— Uh, vou precisar de um residente. — a garota baixa soltou, prendendo o cabelo em um coque baixo e rápido.
— Edwards, você está com Torres. Wilson, você está com Campos. — ele informou.
— Ok, Wilson, me amarre? — ela pediu, enquanto a residente amarrava a parte de trás do seu avental de trauma. — Obrigada, vamos.
As duas caminharam rapidamente pelo corredor, Helena abriu a cortina que separava a sala de trauma. Ao fazê-lo, a confusão tomou conta de seu rosto.
— Onde está meu paciente? — ela perguntou, a sala vazia.
— Droga. — Jo deixou escapar, atrás dela.
— Wilson, não deixamos pacientes grávidas de trauma vagando pelo hospital sem supervisão! Por favor, encontre-a. Agora. — Helena ordenou, disfarçada de pedido.
——
— Oh, oh, paciente grávida! Eu a vejo! — Helena deu um leve tapa no braço de Jo, animada, ao ver a mulher conversando com April.
— Com licença, você não consegue sair da cama. — Jo a repreendeu, enquanto April lançava um olhar para Helena.
A menina baixa colocou uma mão reconfortante em seu ombro, como se quisesse indicar que a tinha pego.
— Você não está ouvindo, mãe. — a mulher falou ao telefone. — Um carro bateu na nossa casa.
— Oi, Blair. Eu sou a Dra. Campos. Precisamos verificar você e seu bebê, e não podemos fazer isso aqui. — Helena explicou, com um sorriso suave.
— Um segundo. — a mulher pediu, sentando-se na cadeira de rodas que Jo segurava. — Mãe, eu acabei de te dizer que um carro bateu na nossa casa e é com isso que você está preocupada?! A música está boa para o bebê, mãe. — quando ela desligou, ela reclamou. — Ugh. Meu marido está em uma banda de punk rock, e minha mãe não aprova. Ainda assim. Já faz... Oito anos. Ele está bem?
——
— Não é nada demais, é só um corte. — Blair tranquilizou, depois de dar uma olhada no marido, enquanto Amelia trabalhava em sua testa.
— É um corte muito profundo. — a neurocirurgiã corrigiu. — Alguma tontura ou visão turva?
— Eu continuo dizendo a todos que me sinto bem. Exceto pelo fato de que estou exausta e enorme. — a mulher deixou escapar.
— É, você está grávida, acho que é seguro dizer que isso vem com o território. — Helena sorriu, escrevendo algumas notas. — Então, seu marido está em uma banda de punk rock?
— Sim, nos conhecemos em um show. — ela assentiu.
— Eu gostava de punk rock. — Helena sorriu, com um aceno de cabeça.
Enquanto Jo soltava uma risada, Amelia parecia não estar convencida. — Ok...
— O que? É verdade! — a garota riu, divertida. — Quero dizer, Green Day, The Clash, Ramones... Na faculdade de medicina, quando eu tinha vinte e poucos anos, eu até tinha algumas camisetas. — Helena disse a elas para fazerem um aceno.
— Claro que sim, Lena. — Amelia sorriu, ainda não convencida.
— É mais uma cena pós-punk, agora. — a paciente disse a ela, dando de ombros. — Ou proto punk. Não me lembro da diferença... — a fala da mulher ficou arrastada, fazendo Amelia soltar.
— Temos uma convulsão.
— Wilson, segure os braços dela. — Helena instruiu, movendo-se para mantê-la firme.
— Empurre 10 de lorazepam. — Amelia pediu. — A pupila está estourada na direita.
— Ela estava consciente e falando há apenas 10 segundos. — Jo exalou.
— Andando e falando. Hematoma extradural clássico... — Amelia explicou. — Quão grávida ela está?
— 35 semanas — Helena disse a ela, com clara preocupação nos olhos. — Ela está com 35 semanas de gravidez.
Com isso, as duas médicas assistentes trocaram um olhar, e a neurocirurgiã soltou. — Ela não está respondendo. Comece a dar fenobarbital a ela.
— Ela precisa de uma via aérea... Por favor, me dê uma nota 7.0 e uma endoscopia! — a morena deixou escapar.
——
— Como estamos com essa via aérea? — perguntou Amelia alguns minutos depois.
— E-eu não consigo colocar o tubo... — Helena franziu o rosto em uma mistura de concentração e frustração. — Os dentes dela estão cerrados. Há quanto tempo?
— Estamos quase em quatro minutos. — Jo disse a ela.
— Desacelerações persistentes. O bebê está com problemas. — Helena disse a eles, com cara de jogo.
— As convulsões estão fritando o cérebro dela. — Amelia disse à amiga. — Lena, precisamos colocá-la sob efeito de drogas.
— Uh, ok, ok. Aplique 100 de sux e 20 de etomidato. — a cirurgiã fetal instruiu, e a residente obedeceu.
— Oh, ela parou. — Jo exalou aliviada. — Graças a Deus.
Houve um momento de paz no meio do caos, Helena se movendo para afastar uma mecha de cabelo do caminho, antes que o monitor cardíaco da mulher começasse a apitar.
— Começando as compressões. — Amelia informou.
— Pás, por favor. — Helena pediu, movendo-se para pegá-las da enfermeira. — Empurre um de Epi. Ok, vamos carregar para 200, todo mundo fora. Limpo! — a garotinha deu um choque nela uma vez, sem sucesso. — De novo. Carregue para 300. Limpo.
— Lena... — Amelia murmurou.
— Uh, tome outro Epi e vamos para 360. Limpo! — Helena tentou novamente.
— Lena. — a neurocirurgiã insistiu, fazendo Helena balançar a cabeça e morder a parte interna da bochecha, enquanto ela recuava.
— Ok. Ok , você é a neurocirurgiã. Você deveria ligar. — Helena disse a ela, devolvendo as pás para a enfermeira, mordendo o lábio em frustração.
— Hora da morte. 23h16. — Amelia deixou escapar.
— E-eu não... — Jo deixou escapar, seus olhos se enchendo de lágrimas. — Ela estava apenas falando conosco. O que aconteceu tão rápido?
— Sangramento intracraniano maciço. — Amelia informou. — Não consigo me recuperar disso.
A sala de trauma ficou em silêncio por um breve momento, Helena suspirando enquanto olhava para os lábios pálidos e os olhos fixos de Blair.
Então, ela limpou a garganta. — Tranquilidade grave. Jo, por favor, comece a ensacar o paciente.
— Começando a RCP. — Amelia disse a ela, concordando com a cabeça.
— Espera, o quê? — Jo parecia perdida enquanto Helena lhe entregava a bolsa.
— Ensaque a paciente.
— Por quê? — Jo perguntou, franzindo as sobrancelhas. — Ela está morta. Por que estamos fazendo RCP?
— Precisamos manter o sangue circulando. — Amelia disse a ela.
— Para que?!
— A mãe morreu, Jo. Mas o bebê não. Não enquanto você continuar bombeando essa bolsa. — Helena explicou. — Temos que fazer o parto.
— Bem aqui, agora? — a voz de Jo tremeu.
— Bem aqui, agora mesmo. — ela assentiu, determinada. — Lâmina 10, por favor.
— Espere! — Jo levantou a voz. — Betadine, esquecemos de colocar betadine na barriga dela, para que ela fique estéril.
— Não precisamos disso. — Helena tranquilizou.
— Não, nós temos, porque... — os olhos de Jo estavam cheios de lágrimas.
— Não precisamos disso, Jo. Ela se foi. A mãe morreu, não há mais nada para protegê-la. — A garota baixa explicou, enquanto pegava a lâmina, indo para o primeiro corte. — Agora protegemos o bebê dela.
Ela trabalhou silenciosamente e com precisão, enquanto Amelia e Jo compartilhavam palavras sussurradas, que ela bloqueava em seu foco.
— Tudo bem. — Helena deixou escapar. — Quase lá.
— No minuto em que o bebê nascer, podemos parar de fazer RCP. — Amelia disse a residente.
— Ok, ele saiu. Você saiu, garotinho. — a garota estrangeira sussurrou para tranquilizar o recém-nascido.
— Ele não está chorando. — a médica de olhos azuis apontou. — Helena.
— Eu sei. Eu sei, não está chorando. — ela assentiu. — Você pode pegar o fio, por favor?
— Ok. — Amelia concordou, cortando o cordão umbilical.
— Ok. — Helena assentiu, levando o bebê para seu próprio cantinho.
— Como ele está? Lena? — Jo perguntou, com os olhos marejados.
— Silêncio, por favor. Preciso de silêncio. — a morena olhou para eles rapidamente, antes de se concentrar novamente no bebê, estetoscópio nos ouvidos. — Vamos, garotão. Você consegue.
Quando o primeiro grito foi ouvido, o alívio tomou conta da sala, a boca de Helena se curvando em um pequeno sorriso. — APGAR de um minuto é 8. Bons sons respiratórios, coração forte... Ele está bem, ele vai ficar bem.
— Pulmões fortes também. — Amelia riu.
Com isso, Jo começou a soluçar, levando a mão enluvada à boca.
— Vá buscar água, Jo. Está tudo bem, você merece. — Helena assentiu, com um sorriso compreensivo.
— Boa defesa, Lena. — a neurocirurgiã sorriu para ela antes de sair da sala.
As enfermeiras levaram o recém-nascido para o andar de pediatria, deixando apenas Helena e outra enfermeira na sala de trauma.
Olhando para a mulher na mesa, ela se inclinou para se aproximar da paciente, uma carranca puxando os cantos da boca. — Sinto muito. Era pelo seu bebê, eu tive que fazer isso. Sinto muito, Blair. Ele está bem, agora. Ele vai ficar bem.
——
Helena estava agora na UTIN, ao lado do bebê de antes, enquanto ela inseria os dados dele em seu tablet.
— Oi. — Meredith cumprimentou, aproximando-se dela. — Ouvi falar da mãe. Você está bem?
— Eu- sim. Sim. Foi... Ruim. Bem ruim. Mas esse carinha está bem. Então, sim. — ela assentiu, com um sorriso de lábios apertados. — Alguma coisa do Derek?
— Nada... — a loira lhe disse.
— Ele vai ligar, Mer. Ele vai. — ela assentiu.
— Veremos.
— É melhor que sim, senão eu vou bater nele pessoalmente. — Helena sorriu enquanto colocava o tablet no chão.
——
— Ei. — Helena sorriu do tablet, enquanto Jo se aproximava dela, ainda na UTI Neonatal. — Você tem um pouco de ar?
— Peguei um pouco de ar. — ela assentiu.
— E você está bem?
Com isso, a residente hesitou. — Ele está vivo há apenas duas horas e já perdeu a mãe. O pai dele mal sobreviveu à cirurgia... Ele nem tem nome.
— Por enquanto, estou chamando-o de Dan. Eu sempre dou nomes a eles, só para mim. Geralmente ajuda. — a atendente disse a ela, enquanto o bebê envolvia a mão em volta do dedo dela, fazendo-a sorrir.
— Como vamos fazer isso, Helena? As mães mortas, os bebês sem mãe... É muito difícil, triste e confuso. — seus olhos se encheram de lágrimas.
— Eu sei que é difícil. — Helena assentiu em compreensão. — Eu só... Eu não sei se há uma resposta? Alguns anos atrás, a primeira vez que trabalhei com Arizona, ela me deu a dela. Ela me disse... Ela disse que se concentra no bem. Ela vira as costas para os caixões, para a morte. E ela olha para frente, para a próxima criança, o próximo paciente. Eu não... Bem, eu concordo com isso, em parte. Mas, também, minha resposta é um pouco diferente. — ela suspirou, desligando seu tablet. — Se Arizona é uma otimista natural, eu sou um pouco mais realista. Não posso simplesmente ignorar o mal. Não sou capaz de simplesmente focar nos unicórnios e nos arco-íris, de fingir que o que vemos não é às vezes horrível. Porque é. E o que vimos hoje foi apenas isso. Foi horrível, não há como adoçar a pílula. — Helena deu de ombros. — Então eu me permito reconhecer isso. Eu foco no trabalho e, quando chego em casa, eu me permito trabalhar nisso, da forma que eu preciso. Às vezes é chorando. Outras é passando tempo com minha família. Ou é simplesmente lendo os prontuários para me assegurar de que não havia mais nada que eu pudesse ter feito. E então eu me lembro da verdade. O fato de que eu não fui a única a matar o paciente, não em traumas como esse. Eu tento lembrar que, nesses casos, se eles não tivessem recebido ajuda, eles teriam morrido, com 100% de certeza. Tudo o que podemos fazer é diminuir essas chances. Dar a eles uma chance, melhorar suas probabilidades de sobreviver. Então, não importa o que aconteça, um paciente que sobrevive é sempre uma vitória. E eu sempre tenho que me lembrar de quanto isso tem que ser do que qualquer perda. As vitórias sempre têm que parecer maiores, ou não podemos fazer esse trabalho. Mesmo que, no começo, elas certamente não sejam. Então é horrível, sim. Mas fizemos tudo o que podíamos. Nós demos ao paciente a melhor chance que poderíamos ter. E isso é tudo o que podemos esperar fazer.
——
Helena ficou entre dormir e acordar, deitada no beliche de baixo de um quarto de plantão. Ao sentir a cama se mover ao seu lado, ela sorriu antes mesmo de deixar seus olhos se abrirem, sabendo imediatamente que era Mark.
— Ei. — ela disse, sonolenta.
— Oi, querida. — ele sorriu de volta, dando um beijo em sua bochecha. — Ouvi falar da mãe.
— É... — ela deixou escapar, reposicionando-se para descansar a cabeça no peito dele. — Como está o pai?
— Espero que ele se recupere. As queimaduras dele parecem que vão sarar. — o homem assentiu.
— Eu só não quero que Dan fique sozinho... — ela suspirou, fechando os olhos mais uma vez.
— Ei?
— O bebê. Eu não quero que ele fique sozinho. Isso é o pior que pode acontecer a alguém, eu acho. Perder todo mundo. Ficar sozinho. — Helena murmurou, sua fala já arrastando um pouco por causa da sonolência.
— Eu sei, Lee. Eu sei.
——
— Ele provavelmente perdeu o telefone e alguma mulher qualquer o encontrou. — Callie sugeriu, enquanto Helena estava deitada com a cabeça no colo, nos túneis.
— Alonge-se. — avaliou Meredith.
— Ou foi roubado. — Alex deu de ombros. — Uma garota roubou e atendeu.
— Puta. — Callie soltou, comendo algumas amêndoas.
— Ou talvez ele estivesse em cirurgia e uma enfermeira o atendeu, mas ele quebrou o aparelho depois, então não pode retornar a ligação. — sugeriu Helena.
— Como está o motorista? — Meredith perguntou a Maggie, que se aproximou delas.
— Tão triste. Ele tinha Alzheimer, mas não tinha Alzheimer, mas não queria ter matado ninguém, então agora ele vai seguir em frente e ficar com o Alzheimer que não é realmente Alzheimer. — Maggie explicou, fazendo Helena rir.
— São muitas vezes necessárias palavras como Alzheimer em uma frase. — ela disse a ela, enquanto roubava uma amêndoa de Callie.
— Webber falou com você? — Meredith perguntou à irmã, fazendo-a franzir as sobrancelhas.
— Sobre o que?
— Nada. — a loira deu de ombros.
— Ei, talvez uma criança tenha roubado e a mãe dele tenha pegado. — sugeriu Callie.
— Sim, acontece. Crianças roubam. Alguns meses atrás, eu perdia todas as minhas canetas. Acontece que uma enfermeira as encontrou todas empilhadas debaixo do travesseiro de uma criança. Ela as pegava toda vez que eu vinha visitá-la. — Helena assentiu. — Uma criança pode ter roubado.
— Roubaram o quê? — Maggie perguntou.
— O telefone do Derek. Estamos tirando Meredith do sério. — Callie explicou.
— Mmm! Eu sou boa nisso! — Maggie se animou.
— O quê? — Alex perguntou.
— Opções. Ele estava em cirurgia e uma enfermeira atendeu. — ela sugeriu. — Elas atendem nossos telefones o tempo todo.
— Viu, é isso que eu estou dizendo! — Helena deixou escapar. — Ou ele estava no laboratório, e uma assistente de pesquisa pegou.
— Ele estava no banheiro e um zelador pegou. — Maggie acrescentou. — Ou ele sofreu um acidente e um paramédico pegou.
— Uau. — Callie soltou.
— Ei, escuta, não é a melhor opção, mas é viável. — Maggie disse a ela.
— Como isso pode fazer alguém se sentir melhor? — Helena sorriu, franzindo as sobrancelhas. — Olha, nós tivemos mais do que nossa cota justa de acidentes, então não há mais nada para acontecer. Estatisticamente, não é viável de forma alguma.
— Só estou dizendo, não vá procurar zebras aqui. — Maggie deu de ombros.
— E um acidente não é uma zebra? — Helena riu, sua cabeça ainda apoiada nas pernas de Callie.
— Ele já fez isso antes. — Meredith deixou escapar.
— O que?
— Mudou-se para uma nova cidade, conseguiu um novo emprego, ignorou as ligações da esposa, conheceu uma garota. Apaixonou-se, começou de novo. — Meredith deu de ombros.
— Ei, ei, isso é diferente. Nós duas sabemos por que ele foi embora, você não fez o que Addison fez. Ou, bem, o que meu marido fez. — Helena tranquilizou.
— Do que estamos falando, conhecemos uma garota? — Callie perguntou.
— Eu. Ele me conheceu. Ele deixou Addison quando o casamento ficou difícil, mudou-se para Seattle, me conheceu em um bar. E se ele estiver fazendo a mesma coisa agora? — a loira perguntou.
Com isso, Helena bateu no braço de Alex, como se estivesse procurando reforços, fazendo-o falar mais alto. — Olha, eu vi vocês dois se beijando por anos. Vocês me dão nojo há muito, muito tempo. Ele está a fim de você. E se um cara ainda está a fim de você, isso ainda significa que ele quer transar com você, e se ele ainda quer transar com você, você é sólida.
— Alex... — Helena jogou a cabeça para trás.
— Eu não conheço você tão bem quanto todos os outros aqui, mas eu realmente preciso que você diga para parar de falar agora. — Maggie disse a ele.
— Eu não queria dizer nada em primeiro lugar. — ele reclamou, lançando um olhar furioso para Helena, que torceu o nariz de brincadeira para ele.
— Mer, eu passo tanto tempo na sua casa. Eu já vi de tudo, ok? As lágrimas e o drama, e os amassos... Olha, não tem jeito. Ele te ama. — Helena disse a ela.
— É, e eu, por exemplo, estou torcendo por vocês dois. — Callie soltou, então gritou. — Time MerDer.
— Não estou dizendo isso. — Alex franziu o rosto.
— Parece um pouco com assassinato. — Helena sorriu, roubando outra amêndoa.
— Bem, em algum lugar em Georgetown, há uma mulher. Uma mulher muito alta, feliz, animada, com um cabelo muito bom. E se ela conhecesse Derek em um bar? E se ele se apaixonasse por ela? — ela perguntou. — Tenho certeza de que os amigos dela também estão torcendo por ela. Escute, eu não sou uma zebra nesse cenário. Eu queria ser, mas não sou. Sou apenas um cavalo.
——
11ª temporada, episódio 18
— Então ele acabou de voltar? — Maggie perguntou a Meredith, Helena ao lado delas, enquanto estavam na ponte do hospital. — Para sempre?
— Sim. — a loira assentiu.
— Ok, essa cara que você está fazendo... Eu não te conheço bem o suficiente para saber o que isso significa... — Maggie deixou escapar.
— Sim. É um rosto feliz. — Helena sorriu.
— Você conhece aquelas pessoas muito felizes e alegres que têm tudo? E quando o fato de que elas têm tudo vem à tona, elas agem muito humildes e dizem 'Eu sou tão abençoada'? Essas pessoas. Como Lena. — Meredith contou a elas.
— Ei! — a garotinha reclamou. — Eu não digo que sou abençoada! Se alguma coisa, eu digo que sou sortuda!
— Bem, não se preocupe. — Meredith deixou escapar. — Eu sou uma dessas pessoas agora. Esta manhã, eu estava parada na varanda da minha casa perfeita, olhando pela janela para meus filhos maravilhosos, perfeitos. E meu marido maravilhoso. A caminho do meu trabalho maravilhoso. E eu pensei comigo mesma, eu tenho tudo o que sempre quis. Eu sou tão abençoada.
— Eu realmente quero socar sua cara agora mesmo. — Maggie deixou escapar. — Pelo menos Lena não se gaba.
— Certo. Eu me castigaria. Só que estou muito cansada de...
— Você está prestes a dizer que está exausta de toda essa maravilha que está tendo? — Maggie perguntou.
— Eu sou tão abençoada. — repetiu Meredith.
— É, eu entendo você. Às vezes eu só olho para as meninas, e para o Mark, para meus amigos e meu trabalho, e sinto que poderia chorar. Eu penso em todas as coisas não tão boas pelas quais passei, e sinto que é assim que a vida me compensou, de alguma forma. Ao me dar essa família incrível, de sangue ou não. Talvez todas as coisas realmente ruins já tenham acontecido. Talvez eu tenha vivido tudo isso e minha cota de desastre tenha sido gasta, apenas mais concentrada do que o normal. E talvez, agora, tudo o que eu tenha que fazer é gastar minha cota de coisas boas.
— Vou me afastar de vocês dois agora. — Maggie avisou.
— Então, isso significa que não preciso machucar Derek por não atender o telefone? — Helena perguntou a sua pessoa.
— Acho que sim. — ela riu. — Embora eu adoraria ver isso.
——
Helena ficou de lado, observando Jackson e Mark conversando sem jeito com as crianças que tinham vindo para uma excursão, Ben com elas.
— Então, eu sou o Dr. Sloan, chefe da cirurgia plástica. Eu também opero ouvido, nariz e garganta. — Mark explicou às crianças.
— Eu sou o Dr. Avery, também sou cirurgião plástico e otorrinolaringologista. E este é o Dr. Warren. Ele é um residente cirúrgico fantástico. — ele disse a eles, então compartilhando um olhar com Mark.
— E juntos formamos... O bando dos plásticos! — Mark deixou escapar, claramente animado, enquanto ele e Jackson faziam seu gesto característico com as mãos, dedos entrelaçados.
Com isso, Ben limpou a garganta. — Bem, eles nos chamam assim, mas eu não...
— Uh, é assim que somos chamados. É assim que nos chamam. — Jackson deu de ombros.
— Não, veja, eles não acham isso legal porque não é.
— Bem, não é deles, Ben. É para nós! — Mark tentou.
— Certo, crianças. Vamos dar uma olhada no pronto-socorro. — Webber sugeriu, enquanto as crianças passavam pelos médicos.
— Então... Imagino que o recrutamento não esteja indo muito bem? — Helena riu enquanto seu marido se aproximava dela.
— Chegaremos lá. Além disso, talvez eu deva deixar a interação com os filhos dos outros para você... — ele murmurou.
— Uh, sim, você provavelmente deveria. — ela riu.
——
— Oi, pessoal? — Arizona perguntou, enquanto ela e Helena falavam com as crianças.
Quando o grupo de crianças de dez anos estava no pronto-socorro, vítimas de um assalto à mão armada chegaram, as crianças acidentalmente viram um casal. Como solução, Webber sugeriu que fossem levadas para ver os recém-nascidos.
— Você vê aquele ali atrás? — a loira apontou para um bebê. — Esse é um dos meus. Eu o operei antes mesmo de ele nascer. Agora ele tem duas horas de vida e é fofo como um botão.
— E a garotinha ao lado dele é minha paciente. — Helena sorriu. — Eu a operei antes dela nascer também. E quando ela nasceu, eu a operei mais uma vez, para ter certeza de que ela estava toda saudável. Eu sou uma cirurgiã fetal, neonatal e pediátrica, então isso significa que eu consigo acompanhar os bebês desde antes de eles nascerem até eles se tornarem adultos.
— Duas tortinhas pop saudáveis. — Arizona soltou.
— Torta pop? — Helena perguntou, franzindo as sobrancelhas.
— Acabei de inventar. Um feto que estourou, um bebê que nasceu do útero de sua mãe. — a loira explicou, fazendo Helena rir.
Com isso, uma criança levantou a mão. — O que é um útero?
— Oh, cara... — Arizona deixou escapar, o grupo inteiro se virando para olhá-los, expectante. — Hum...
— Você não é boa nisso. — Helena deixou escapar, a mulher mais velha olhando para ela em busca de ajuda. Com isso, ela se levantou. — Então, você sabe quando dizemos que o bebê está dentro da barriga da mãe? Eles estão realmente dentro do útero. É o que mantém o bebê protegido de tudo o mais que está acontecendo lá dentro.
— Eu tenho uma pergunta... — uma garotinha levantou a mão.
— Vá em frente. — Helena assentiu encorajadoramente.
— Aquele policial vai morrer? — ela perguntou, fazendo os médicos trocarem olhares. — Ele levou um tiro na garganta. É por isso que ele estava borbulhando sangue daquele jeito. E isso significa que ele não consegue respirar, então ele não vai morrer?
— Bem, temos muitos médicos muito bons cuidando dele, agora mesmo. E temos maneiras de ajudar as pessoas a respirar, quando coisas assim acontecem. Eles estão trabalhando muito duro para curá-lo, lá embaixo. — Helena assentiu.
— Você é boa nisso. — Arizona sussurrou.
——
Helena estava agora em uma sala de visualização de raios X, as crianças esperando ansiosamente enquanto ela escolhia uma imagem. Como ela estava tendo um dia mais lento, ela se ofereceu para ajudar Stephanie Edwards com as crianças, pois ela não parecia muito confortável.
— Lá vamos nós. — Helena sorriu, quando a imagem de um prego entrando em um crânio apareceu.
— Uau! — as crianças soltaram. — Incrível!
— Bem legal, né? — ela sorriu para eles. — Alguém tem perguntas?
Todas as crianças levantaram as mãos, Helena apontou para uma para falar. — Uma vez, uma bolinha de gude ficou presa no meu nariz.
— Bem, isso não é uma pergunta, mas obrigada por compartilhar. — ela riu. — Sabe, nós realmente tivemos uma médica que trabalhou aqui, Heather Brooks. Ela também ficou com uma bola de gude presa no nariz quando era criança.
— Podemos conhecê-la? — uma garotinha perguntou.
— Bem, ela não trabalha mais aqui. — Helena sorriu suavemente, evitando a verdade.
— Ok, pessoal. O ônibus chegou, vamos embora. — a professora entrou na sala, inclinando a cabeça para a imagem. — O que é isso?
— É um prego. — um deles disse, como se fosse óbvio.
——
No fim do dia, Helena entrou na sala de jogos das meninas de pijama, com o cabelo ainda molhado do banho que havia tomado. Ela sorriu ao ver Alice tentando ajudar Cara a fazer uma torre de blocos de construção.
Sentada ao lado do marido no sofá, ela apoiou a cabeça no ombro dele, espiando o artigo que ele estava lendo.
— Você foi buscar Ali depois do karatê hoje, certo? Como foi? Ela gostou? — Helena perguntou a ele.
— Eu acho que sim. O sensei diz que ela mostra promessa, que ela tem muita disciplina. Nós dois sabemos que ela herdou isso de você. — ele sorriu, olhando para sua esposa. — Embora, honestamente, eu me importasse mais em ver o quão bonita ela ficava no quimono.
Com isso, sua esposa engasgou. — Você tem uma foto?
— Bem aqui. — ele mostrou, depois de procurar na galeria do seu celular.
— Meu Deus, e com as marias-chiquinhas que eu fiz? Eu vou ser a pessoa que vai buscá-la da próxima vez! — ela avisou. — Ali, você gostou de karatê?
— Sim, mamãe! E eu fiz um amigo chamado David. — ela sorriu brilhantemente, suas covinhas aparecendo.
— Isso é ótimo, pequenina. — sua mãe imitou seu sorriso. — E você, querido?
— Na verdade, tenho ótimas notícias. — ele sorriu orgulhoso.
— Sério? — Helena endireitou-se no sofá, animada.
— É, você sabe como tenho trabalhado muito no laboratório de pele ultimamente? Bem, Hopkins realmente me pediu para falar lá sobre isso, em alguns dias. — ele sorriu.
— Hopkins?! Mark, isso é incrível! — Helena pulou em seu assento, batendo em seu braço de excitação. — E eu sei o quanto você ama o laboratório de pele, muito mais do que as cirurgias cosméticas!
— Verdade. — ele sorriu. — Estou feliz com isso. E conosco, e com as crianças, e com nossas vidas. Estou simplesmente feliz.
— Sabe de uma coisa? Eu também estou. Estou muito, muito feliz. — Helena assentiu.
— Sabe, às vezes eu olho para a nossa família, para o meu trabalho, para você, e quase não consigo acreditar. — ele balançou a cabeça. — Por muito tempo, nunca pensei que conseguiria ter algo assim. Um casamento, filhos, uma família... Nunca pensei que seria bom para isso. Nunca pensei que alguém fosse querer algo assim comigo. E então, agora... É como se eu tivesse tudo o que eu poderia querer.
— Você é um ótimo marido e um pai ainda melhor, Mark. Sei que talvez você nem sempre tenha tido esse instinto, mas não é isso que importa. O que importa é que você o tem agora, e um muito melhor do que qualquer homem que eu conheço. Eu te amo, Mark Sloan. — Helena quase sussurrou, brincando com os cabelos da nuca dele.
— Eu te amo mais, Helena Campos. — ele sorriu.
Momentos como esses entre os dois sempre pareciam especiais. No entanto, de alguma forma, esse em particular parecia quase sagrado.
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