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˖࣪ ❛ DÉCIMA PRIMEIRA TEMPORADA
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11ª temporada, episódio 12
COM O TABLET na mão, Helena caminhou até o elevador com Maggie e encontrou Meredith segurando sua mala.
— Você voltou! — a menina baixa sorriu.
— Ei! Como foi com as crianças? — a loira perguntou à irmã.
— Ótimo! Elas são incríveis, acabei de deixá-las na creche. — ela assentiu.
— Obrigada novamente por cuidar delas.
— E você? Como foi seu fim de semana? Em DC? Com seu marido? — Maggie perguntou.
— Foi... Divertido...! — ela sorriu. — Estou um pouco exausta, sabia?
— Mas foi o tipo bom de exaustão, certo? Vocês ao menos saíram do quarto? — Callie se juntou a elas. — Ele ficou surpreso? Ele surtou?!
— Ele fez isso, Mer? Esquisito? — Helena provocou, com um sorriso maroto.
— Ou você simplesmente começou a ficar esquisita? — Callie cantou.
— Sabe, nós apertamos o botão, porque é só... — Meredith apertou o botão do elevador novamente, repetidamente.
— Ah, você apertou o botão. — Helena sorriu.
Quando o elevador abriu, Alex, que estava lá dentro, gritou. — Ei, olha quem voltou!
— Meredith estava prestes a nos contar sobre seu fim de semana. Com Derek. — Maggie insistiu.
— Ah, era mesmo? — Helena tentou segurar uma risadinha.
— Me diga agora para que você não apareça na minha cama hoje à noite. Ainda bem que você não apareceu de surpresa esta manhã. — Alex sorriu.
— Ah, todo mundo está ficando esquisito, menos eu... — Callie exalou.
— Na verdade, eu estava prestes a... Na verdade, lembrei que tenho que, uh... Sim... — Meredith deixou escapar, saindo do elevador com Helena atrás dela.
— Você é uma péssima mentirosa. — disse a garota baixa.
— Cale-se...
——
— Ei! — Arizona soltou, entrando na sala de visualização de ressonância magnética, onde Amelia, Helena e Stephanie já estavam. Ligando o microfone, ela se desculpou. — Desculpe pelo atraso, desculpe pelo atraso.
— Três cirurgias hoje, Robbins. Campos não vai andar sozinha. — a mulher repreendeu.
— Eu sei, estamos nisso! — a loira tranquilizou, então contou às mulheres. — É, uh, Wilson simplesmente invadiu e roubou meu chuveiro. Edwards, ela sempre anda nua?
— Não perto do hospital, geralmente. — ela disse a eles.
Com uma risadinha, Helena soltou. — É como se os residentes tivessem enlouquecido.
— Robbins, você mora com residentes?! — Nicole sentou-se na máquina.
— Meu Deus. Essa coisa ainda está ligada? — Arizona olhou para o microfone.
— Você é uma adulta! Consiga seu próprio lugar, preciso que você se concentre aqui! — ela repreendeu.
— Deite-se, Nicole. — Amelia instruiu, e a mulher obedeceu.
— Então, o Wilson entrou no chuveiro com você? — ela perguntou.
— Sim... Não. Bem, em vez de mim.
— Ela estava dando em cima de você? — perguntou a mulher.
— Não! — Arizona exclamou.
— Duvidoso. — Stephanie deixou escapar.
— Sinceramente, tenho 95% de certeza de que Alex não se importaria. — Helena deu de ombros.
— Quer saber? Podemos... Simplesmente esquecer isso. — Arizona gritou.
— Residentes enlouquecidos. — Nicole riu, fazendo Helena fazer o mesmo.
— Vocês duas iriam? — Amelia perguntou. — Vocês estão fazendo ela rir demais.
Quando a Dupla de Covinhas saiu da sala, Helena soltou. — Sabe, Wilson ficando nua na sua frente me lembra de algo...
— O quê? — perguntou a loira.
— Bem, eu só vou te contar porque não tem tijolos por perto, mas quando Callie estava morando conosco, no meu ano de internato, ela tinha um pouco de uma coisa de andar nua também. Tipo, uma vez, ela tinha acabado de tomar banho e George disse que ela estava usando a toalha dele, e então, bum, Callie nua no meio do corredor. — ela riu.
— Sim, ela fez isso... — Arizona concordou.
— Acho que ela diminuiu o tom quando eu disse que era um pouco desconfortável para mim, porque eu gosto de garotas... Você deveria tentar isso. — Helena sugeriu.
——
Helena desceu as escadas com Nicole, aproximando-se de Arizona e Alex, a mulher mais velha gritando. — Robbins, vamos entrar.
— Estou indo. Escute, só fale com ela, e-e talvez compre um roupão para ela. — Arizona tentou.
— Por que eu faria isso? — Alex zombou.
— É sobre a residente nua? — perguntou Nicole.
— Sim. — Helena confirmou.
— Ah, você e Wilson. Vocês são um casal? — a mulher perguntou.
— Quer saber? Não vamos... — Arizona implorou.
— E Robbins pode ser prática com os residentes. — Alex disse a ela, fazendo Arizona ficar de boca aberta.
Com isso, Helena apenas riu, enterrando o rosto no ombro de Alex.
— Eu não! — argumentou a loira.
— Ano passado, ela foi prática. O RH se envolveu. Agora há políticas... — Alex explicou.
— Por sua causa? — perguntou Nicole. — Robbins, isso é incrível.
— Incrível? — Helena riu.
— Não é-é... Vocês dois. Parem. Ok? — Arizona então se virou para Helena. — E, Lena, um pouco de apoio?
— Alex, talvez só... Deixá-la andar nua pelo seu quarto? Sabe, ela é uma residente, Arizona é sua superior, ela é uma garota que gosta de garotas... — Helena tentou.
— Isso nos coloca em uma posição muito embaraçosa e você deve respeitar isso. — Arizona tentou.
— Bom, estou meio que preparado para o que acontecer. — ele deu de ombros.
— Eu te disse... — Helena inclinou a cabeça.
— Ei! — Jo cumprimentou.
— Ei. Você precisa começar a vestir calças em casa, porque Robbins fica olhando para sua bunda. — Alex disse a ela.
— Não, não. Alex, não. Sua bunda está... Está... Bem.
— Viu? Isso é denunciável. — Nicole assentiu.
— Nem eu posso te defender assim. — Helena sorriu.
—nNão! Eu... Eu odeio todos vocês. Eu vou fazer uma cirurgia. — Arizona anunciou, indo embora.
— Este é o melhor dia. — Nicole riu.
——
— Sabe, eu costumava ser divertida. — Arizona deixou escapar, deitada em um sofá com Herman do outro lado, Helena esparramada em uma poltrona. — Eu costumava patinar pelos corredores deste hospital.
— Por que você não faz isso? — Nicole perguntou, fazendo Helena lhe lançar um olhar. — Oops. Foi mal.
— Eu costumava ir dançar. Eu costumava... Flertar, e ser flertada. Agora eu moro em uma casa cheia de pessoas nuas, e todos os meus amigos são amigos dela, e tudo o que eu tenho é trabalho e eu nunca quero ir para casa. — a mulher soltou.
— Eu tinha uma vida muito, muito ocupada. Eu fazia parte de todos esses conselhos. Balé do Pacífico, Ópera de Seattle... — Nicole deixou escapar.
— Ah, você tem que ser corajosa para assistir a uma ópera... — a jovem murmurou.
— Eu só fazia o que era importante para o meu ex. Eu costumava ficar tão preocupada com o que ele pensava de mim, o que meus colegas pensavam, o que todo mundo pensava. Mas agora? Eu faço o que eu quero, quando eu quero, e é legal. — ela assentiu. — Eu tenho que te dizer, minha vida é muito melhor agora que eu não tenho nada. Quer dizer, eu não posso recomendar um tumor, mas você deveria tentar.
— Divirta-se. — concluiu Arizona.
— Sim. — ela assentiu.
— Eu me divirto. Nunca é... Não é como costumava ser. Não fico acordada até tarde para levar Cristina e Meredith para casa quando elas apagam bêbadas, e não temos festas dançantes como costumávamos fazer, pelo menos não com tanta frequência. Mark e eu não podemos ficar na cama o dia todo quando nossos dias de folga coincidem, e ele não acorda com nós três na cama dele. E-e talvez eu não saia para o Joe's com tanta frequência com os amigos, porque estamos mais ocupados agora, temos filhos o-ou parceiros, ou trabalho. Mas eu ainda me divirto. — Helena anunciou, com um sorriso suave. — Agora nós quatro dançamos pela cozinha, quando eu toco música portuguesa, para ouvir Ali tirando sarro do sotaque de Mark. E ainda podemos nos divertir antes que as meninas acordem, quando eu estou usando as regatas que ele ama, ou quando estou no clima. Agora podemos ir ao parque, e eu seguro Cara enquanto ela aponta e descobre como dizer "árvore", enquanto Mark e Ali alimentam os patos. — com uma risada, ela se lembrou. — Outro dia, Sofia e Zola vieram aqui, as três são inseparáveis, e Mark falhou miseravelmente em construir um forte de travesseiros para elas. Acabou desabando em cima dele. E eu ainda me divirto com meus amigos também. Meredith ainda fica bêbada de tequila enquanto Mark e Derek tomam conta das meninas, quando ela fica na minha casa. E nós ainda assumimos a cama de Alex quando um de nós tem uma emergência. Eu falo com Cristina pelo FaceTime, e finjo estar interessada em futebol quando Callie vem assistir com Mark, ou para gostar de assar quando April quer fazer um bolo. E eu quase passo mais tempo com vocês dois do que com meu próprio marido. Eu ainda me divirto. É só diferente. Melhor, de certa forma.
— Vocês duas deveriam ir para casa. — a loira suspirou.
— Estou em casa. Por que você acha que roubei este sofá? — a mentora delas assentiu em direção ao sofá em que estava deitada. — Não podemos perder um minuto. Vou ficar aqui até, uh... Até que acabe. Seja lá o que isso signifique.
— Então ficarei com você esta noite. — Arizona disse a ela.
— Sim, eu também vou ficar. Mark está com as meninas, só preciso ligar para elas. Posso ficar hoje à noite. — Helena sorriu, com um aceno de cabeça.
— Você deveria saber... Eu não vou fazer sexo com você. Nós não vamos fazer um ménage à trois no sofá. — Nicole deixou escapar, muito séria.
— Cale a boca! — Arizona soltou, enquanto ria.
— Oh, Deus... — Helena enterrou a cabeça nas mãos, rindo, enquanto Nicole orgulhosamente soltava.
— Eu traumatizei Campos.
——
11ª temporada, episódio 13
SEMANA UM
— Bom dia! — Arizona disse enquanto ela e Helena entravam no quarto onde haviam dormido na noite anterior.
— Robbins, você alguma vez não fica alegre? Isso acontece sempre? — a mulher mais alta perguntou.
— Você nunca deixa de ser sarcástica? — Helena estreitou os olhos. Diante do olhar confuso que a loira lhe lançou, ela explicou. — Eu preciso dormir. E você, Nicole, ronca. Se eu não durmo, fico amuada.
— Uh, sim. Não posso ficar aqui de novo sem protetores de ouvido... — Arizona concordou. — Então, temos sete casos hoje. O primeiro é em duas horas.
— Além disso, é sexta-feira. Sexta-feira é dia de ressonância magnética. — Helena ressaltou.
— 47 minutos do meu tempo de vida muito limitado desperdiçados. — ela revirou os olhos.
— Vamos, vamos. — Arizona tentou.
— Deus, estou indo. Pare de piar! — Nicole reclamou.
— Pare de ser sarcástica. — Helena retrucou.
——
— Três já foram, faltam todas essas. — Herman apontou, pegando algumas cartas do tabuleiro, com Helena ao seu lado.
— Temos quatro meses de cirurgias aqui. Como vamos conseguir fazê-las em oito semanas? — ela mordeu o interior da bochecha.
— Nós apenas fazemos, eu suponho. — ela deu de ombros. — E você fará o próximo você mesma. Eu assistirei.
Com isso, a garota baixa soltou uma risadinha de pânico. — O quê? Não. Eu aprecio o voto de confiança, mas eu não...
— Preciso ver o que você aprendeu. O que você pode e não pode fazer sozinha, enquanto eu ainda estou por perto para consertar quando você errar. — ela explicou.
— Que otimista... — Helena murmurou.
— Não é um voto de confiança, é uma necessidade. As rodinhas de apoio estão fora, Campos. O tempo acabou. — a mulher mais velha disse a ela. — Agora, o que vem depois?
— Seu tratamento de radiação.
Com isso, Herman fez um pequeno barulho de reclamação. — A radiação ainda não funcionou. Não vejo por que de repente deveria começar a funcionar. Radiação é besteira...
— Eu não me importo. — Helena interrompeu, fazendo uso do seu olhar de mãe. — Eu não me importo se você não quer, eu não me importo se você não acredita nisso. Shepherd diz que você precisa, e ela é a médica. Então, nós estamos levando sua bunda para o andar de radiação e estamos fazendo isso agora.
— Caramba, tudo bem. — Herman reclamou. — Vejo que a maternidade começou. Robbins me avisou sobre isso.
——
— Você está aquecida o suficiente? — Helena perguntou, enquanto colocava o cobertor sobre as pernas de Nicole.
— Estou bem. — a mulher disse a ela, então assentindo em direção ao teto do quarto. — Encantador, não é? Eles colocam nuvens no teto para distrair você. O mínimo que eles poderiam fazer é colocar algo interessante lá em cima. Como pornografia.
Helena riu, enquanto a enfermeira colocava a coberta sobre a cabeça de Nicole. Enquanto ela a fechava, a mulher mais velha começou a respirar rapidamente.
— Você está bem? — Helena perguntou.
— Claro. — ela concordou, respirando fundo.
— Ok. — ela assentiu. — Vejo você depois, então?
No entanto, quando ela estava se virando para sair, Nicole agarrou sua mão e Helena imediatamente colocou as duas sobre o punho da mulher.
Ela segurou a mão de sua mentora, enquanto a via em pânico, enquanto via a mulher forte que ela estava quebrando.
— Você está bem. — Helena sussurrou, com lágrimas nos olhos. — Você está bem.
Então, com um suspiro profundo, ela saiu da sala.
——
SEMANA DOIS
— Aqui, sente isso? Você quer encontrar um lugar com a quantidade certa para dar. — Herman instruiu, na cirurgia com Helena. — É aí que você quer cortar. Você está pronta, Campos.
— Oh, eu-eu nunca fiz essa parte antes. — ela murmurou. — Eu- sério? Você está falando sério?
— Está na hora. Faça o corte.
— Ok. — Helena disse respirando fundo. — Bisturi, por favor.
Com a lâmina na mão, a garota baixa ajustou os pés no banquinho antes de pressionar a lâmina na carne.
——
— Ei. — Helena deu um beijo na testa do marido, que se sentou com Callie, Meredith, Alex e Maggie no almoço. — Ali trouxe sua boneca favorita para a creche esta manhã, certifique-se de que ela não se esqueça dela quando você for buscá-las?
Com um zumbido, ele assentiu. — Mariana?
— Sim, Mariana, a boneca. — então, estreitando os olhos para o prato dele, ela soltou. — Oh, cenouras, baby.
Ela sentou-se ao lado dele, levando o vegetal à boca, sintonizando-se com o que Callie estava dizendo. — Meu Deus. E eu desejando seriamente um relacionamento sem sexo, onde eu não tenha que me arrumar? É onde estou agora?
— Parece bom para mim. — Maggie deu de ombros.
— Bem-vindos à minha vida hoje em dia. — compartilhou Meredith.
— Vocês, garotas, precisam transar. — Alex deixou escapar.
— Isso também parece bom para mim. — Maggie assentiu.
— Não sem a preparação. — Meredith disse a ela.
— Está lá. Ele pode encontrar. O quê, ele não pode fazer um pequeno trabalho primeiro? — ela deu de ombros.
— Eu gosto dela. — Mark deixou escapar, com uma risada.
Quando Helena viu seu pager disparar, ela olhou para o aparelho e disse: — Eu tenho que ir.
Levantando-se, ela olhou novamente para a bandeja do marido e sorriu para ele enquanto roubava sua gelatina.
——
Helena caminhou até o posto de enfermagem principal, depois de ter sido chamada. Inclinando-se sobre o balcão, a mulher soltou. — Ei, recebi uma chamada?
— Sim, Dra. C. Há uma mulher querendo vê-la. — a enfermeira assentiu.
Quando Helena se virou para olhar a sala de espera, sua respiração ficou presa na garganta.
Era Hannah. Hannah Turner.
Ela se recompôs, então se aproximou dela, com um sorriso suave. — Hannah. Oi, é bom ver você.
— Dra. C. — ela sorriu, indo para um abraço. Dessa vez, no entanto, a barriga de grávida estava no caminho. — Obrigada por vir.
— Claro. Você sabe disso, para você e Peter, sempre. — ela assentiu. — Como vocês dois estão? Não os vejo há... O quê? Um ano?
— Um pouco mais, eu diria. — ela assentiu. — Nós estávamos aguentando. Agora realmente temos algo pelo que ansiar. — q mulher colocou a mão na barriga de grávida.
— O que posso fazer por você? — Helena perguntou.
——
— Nicole! Nicole! — Helena gritou, correndo pelo corredor para encontrar a mulher, que caminhava com Arizona. — Preciso que a gente atenda outro paciente.
— Desculpe? — perguntou a mulher.
— Aqui. — Helena entregou-lhe o prontuário. — Hannah Turner. Precisamos pegar o caso dela.
— Você já viu esse tipo de caso antes. — a mulher mais velha apontou. — Estamos trabalhando em um prazo, tenho uma lista muito específica para ensinar a vocês dois. Essa mulher não é uma delas.
— Isso é um não? — Helena franziu o nariz.
— É um não.
— Bem, então como um favor pessoal para mim. Por favor. — a garota baixa pediu. — Só para mim pessoalmente, precisamos pegar esse caso.
— Não temos tempo para tornar isso pessoal. É um não. Sinto muito. Vou dar alguns nomes para ela, ela pode ver um deles. — a mulher a desligou, saindo.
— Sinto muito. — Arizona murmurou.
——
SEMANA TRÊS
Helena sabia que não deveria ter feito o que fez. Ela não gostava de mentir e não gostava de agir pelas costas das pessoas. Mas, neste caso, ela sentiu que tinha que fazer isso.
Então, agora, no quarto de paciente de Hannah Turner, ela disse a Herman. — Estou preocupada com a pressão arterial dela. Ela aumentou para 140 sistólica, na semana passada, e o inchaço dela piorou...
— Uh, eu costumava ter tornozelos. Agora tenho balões com dedos. — Hannah sorriu. — Nunca foi tão ruim com Alice.
Helena sorriu suavemente para ela, enquanto fazia seu ultrassom, Nicole lhe disse. — Então, seu bebê tem um grande tumor na parte inferior das costas. É muito provável que seja benigno, mas devido ao seu tamanho e natureza vascular, pode causar um acúmulo de fluidos no bebê.
— Mas o tumor pode ser removido, certo? — ela perguntou, inquieta. — A Dra. C diz coisas incríveis sobre você... Que você é uma das melhores.
— Ela disse isso? Que lisonjeiro... — Nicole deixou escapar, lançando um olhar mortal para sua companheira.
——
— Essa era Hannah Turner. — Nicole repreendeu, no corredor. — Você tem me perguntado sem parar nos últimos dias, e eu disse não. Como eu poderia confiar em você quando você faz algo assim?
— Só estou tentando obter sua ajuda para uma paciente. Uma paciente que precisa de sua ajuda. Que precisa da nossa ajuda. E essa paciente... Se você soubesse o que ela passou... — Helena implorou.
— Agora você está tentando apelar para meu coração triste e sangrento. Não funciona comigo. — a mulher interrompeu.
— Bem, então eu vou apelar para o seu ego. — Helena anunciou, aumentando um pouco o tom. — Você diz que é a melhor. Então seja a melhor. Você pode salvá-la. Você pode salvar a vida do bebê dela. Então salve a vida do bebê.
— Não! — ela negou, virando-se para sair, enquanto Helena a seguia.
— Não, não faça isso. Tenho dormido aqui várias vezes por semana. Mal tenho tido tempo para comer, muito menos para ficar sozinha com meus próprios filhos e marido. Trabalhei duro, sacrifiquei minha própria vida, e é para que possamos fazer isso. Para que possamos salvar a vida dos bebês Hannah! — Helena insistiu, enquanto entravam em seu salão.
— Campos, para com isso.
— Não, eu entendo, ok. Eu entendo que já vi um tumor assim antes, mas isso não pode ser só sobre minha educação! Em algum momento...
— Em algum momento, temos que tomar decisões e segui-las! — ela repreendeu. — Gostaria que tivéssemos tempo, mas não temos. Temos muito pouco controle sobre o tempo que temos, e temos um plano.
— E eu sou totalmente a favor de planos! Sou totalmente a favor de estratégias e de manter o que decidimos, mas às vezes os planos precisam ser ajustados! — Helena argumentou.
— Tudo bem. Você quer? — Herman assentiu em direção ao quadro. — Ajuste o plano. Pegue uma dessas cartas para que tenhamos tempo de ajudar a Sra. Turner. Qual delas? Que tal Meghan Carlson, obstrução congênita das vias aéreas? O marido dela está no Iraque agora. Ou Julie Hall, Vasa prévia. Ela passou por 2 lágrimas de tratamentos de fertilidade. Então, escolha uma. Decida qual bebê não vai viver para que o de Hannah Turner viva. Vá em frente, escolha uma carta. Você escolhe.
Helena ficou em silêncio, olhando para baixo enquanto balançava a cabeça, uma mistura de irritação e descrença em seu rosto.
— Foi o que eu pensei. — ressaltou Nicole.
— Não! Não, não faça isso. Você não entendeu, ok? Você não sabe o que... Você não entendeu. Eu devo isso a ela, ok? Eu devo isso a ela. — Helena explicou, mordendo o interior da bochecha. — Eu sou a razão pela qual a filha mais velha dela não está mais viva. Eu devo a ela salvar esta.
— Você não deve nada a ela, Campos. Você é uma cirurgiã pediátrica, você salva algumas crianças e perde algumas crianças. — a mulher mais velha argumentou. — Sinto muito que você a tenha perdido na cirurgia, mas isso acontece.
— E-eu não. Eu não a perdi na cirurgia. — Helena balançou a cabeça, respirando fundo. — Cinco anos atrás, Derek Shepherd tinha um paciente. Ele tinha um paciente com morte cerebral, que tinha um marido. Eu era residente, e fui eu quem expliquei a ele que sua esposa não iria acordar. Que tínhamos que desligá-la por causa de sua papelada. Alguns meses depois, ele veio a este hospital com uma arma. Ele veio a este hospital procurando pelas pessoas que ele achava que eram responsáveis pela morte de sua esposa. Procurando por Richard Webber, por Lexie Grey, por Derek Shepherd... E por mim. — sua voz tremeu, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. — Eu estava no andar da pediatria. Eu ia fazer um procedimento em Alice Turner, filha de Hannah Turner. Os pais dela não estavam aqui, então eu era responsável por ela. E-e aquela garotinha... Ela era especial. Ela sempre foi tão curiosa, ela amava me ver, e eu amava vê-la. Eu a levava escondida nas rondas de t-to, e a levava para o laboratório de pele do meu marido... Ela era especial. — uma lágrima rolou por sua bochecha, enquanto ela fungava. — E-então quando Gary Clark veio me procurar, eu saí do quarto onde as crianças estavam. E eu implorei para ele não machucá-las. Nós e-estávamos no corredor, e ele estava apontando a arma para mim. E então eu a ouvi. A-Alice tinha me seguido. E, a próxima coisa que eu sei, ela estava morta no chão. Ela estava deitada em uma poça de seu próprio sangue, seu ursinho de pelúcia despedaçado. E-ele fez questão de que eu soubesse que era minha culpa. Que ele nunca teria tocado nela se não fosse por mim. E então foi a minha vez. Minha vez de deitar no chão, em uma poça no meu próprio sangue. Ele veio atrás de mim. Mas eu consegui, e Alice não. — Helena enxugou as lágrimas, enquanto balançava a cabeça. — Então, não me importo se não dormirmos. Não me importo se ficarmos acordadas a cada duas noites trabalhando neste caso, se não tivermos tempo para comer. Se eu não puder ir para casa por uma semana. Estamos pegando este caso, Nicole. Estamos pegando este caso, porque devo a eles. Devo tudo a Hannah e Peter Turner, porque tirei a filha deles, e eles nunca me culparam por isso. Eles nunca hesitaram em me garantir que não me culpavam. Então, não me importo com o que for preciso. Não vamos tirar nenhuma carta da mesa, e não vamos mandar Hannah embora. Estamos pegando este caso."
——
SEMANA QUATRO
A cabeça de Helena levantou-se rapidamente de onde estava apoiada, sobre os braços cruzados na mesa de canto da biblioteca do hospital, enquanto ela ouvia o telefone tocar perto de sua cabeça.
— E-eu estou acordada. Eu estou acordada, eu estou acordada. Ah, o telefone. — ela percebeu, esfregando o olho esquerdo enquanto sua mão direita se erguia para atender a ligação. — Alô?
— Querida? Sou eu. — Mark falou. — Você dormiu, eu acho, já que não recebi atualizações?
Ao olhar para o relógio, Helena soltou alguns palavrões em português baixinho, enquanto se desculpava. — Oh, Deus. Querido, me desculpe. Me desculpe, nós deveríamos jantar, e nós contratamos a babá, a boazinha e tudo! Espera, eu acho que eu ainda posso... Q-Quando é a reserva? Em, o quê, vinte minutos? Eu ainda posso tentar ir.
— Lee... — ele gritou.
— Não, não, eu consigo. — Helena balançou a cabeça, levantando-se rapidamente do assento enquanto apoiava o telefone no ombro, juntando seus materiais de estudo. — Dez minutos para chegar em casa, já que estou a pé, e então vou me arrumar bem rápido, eu prometo, para não chegarmos muito atrasados.
— Ei, Lee...
— Deus, como eu perderia uma noite de encontro?! Desculpe, querido. Eu estava estudando para a cirurgia de amanhã, e a cadeira da biblioteca era tão agradável e aconchegante, mesmo que normalmente seja desconfortável, e a próxima coisa que sei é que estou acordando com o telefone. — ela jogou a bolsa por cima do ombro enquanto saía rapidamente da biblioteca, pilha de livros na mão. Então, ela engasgou. — Oh, Deus, eu quase roubei livros do hospital. Espere, eu tenho que voltar e devolvê-los.
— Lee. — ele interrompeu, finalmente conseguindo.
— Sim? — ela perguntou, enquanto colocava os livros de volta no lugar.
— O que você acha de pedir uma pizza para que eu possa te colocar na cama mais cedo? — ele sugeriu.
— Não, mas você ama encontros românticos. E eu também.
— Sim, eu me importo. Mas eu me importo mais que você durma, o que eu sei que você não tem conseguido. Além disso, eu realmente não quero arriscar que você adormeça no seu prato. — ele provocou, fazendo Helena rir.
— Obrigada. Eu te amo, Mark.
— Eu te amo mais, Lee.
——
Arizona, Nicole e Helena estavam deitadas na grama do parque próximo, todas vestindo jaquetas cinza do Sloan Memorial Hospital.
Elas olharam para o céu, o cabelo da menina baixa caindo em ondas ao redor de sua cabeça, enquanto Nicole soltava. — Eu lembro da minha mãe me dizendo uma vez que quando morremos, vamos para o céu. Eu não conseguia imaginar. Tudo o que eu conseguia imaginar era o que vemos em desenhos animados... Pessoas pequenas em túnicas, com asas, sentadas nas nuvens. Mas ninguém realmente sabe o que tem lá em cima, sabe?
— Acho que talvez não conseguíssemos lidar com isso. Não conseguíamos lidar com esse conhecimento. — Helena deu de ombros. — Mas pessoas pequenas com asas parece legal o suficiente. A única conversa séria sobre céu e inferno que tive quando criança foi meus avós dizendo que eu iria para o inferno por namorar uma garota, quando eu era jovem.
— Ah, sim, essa conversa... Quando eu era criança, eu costumava pensar que éramos como dentes-de-leão... — Arizona compartilhou. — Tipo, a parte que nos faz ser quem somos simplesmente voava para longe e pousava e crescia em outra coisa...
— Isso também é legal. — a garota baixa sorriu. — Eu costumava pensar que não havia nada. Apenas... Absolutamente nada. O mesmo tipo de nada que há antes de você nascer, eu acho. Agora... Quer dizer, eu não sei. Eu ainda acredito nisso, mas quando você vê tantas pessoas que você ama morrerem... Fica mais difícil aceitar que elas simplesmente se foram agora, apenas enterradas em algum cemitério.
— Eu não quero ser enterrada, a propósito. Que me cremem. — Herman disse a elas, fazendo as outras duas mulheres, de cada lado dela, virarem suas cabeças.
— O quê? — Arizona perguntou.
— Desculpe? — Helena tentou.
— Se eu sobreviver à cirurgia, mas não acordar, me deem cinco dias. Uma semana, no máximo. — ela disse a elas.
Helena soltou um suspiro, enquanto Arizona argumentava. — Isso é... Não precisamos falar sobre isso...
— Se eu acordar, mas estiver dependente de respiradores ou tubos... Desligue o aparelho também.
— V-sabe de uma coisa? Você não- você não está morrendo. — Arizona negou. — Você não vai acordar groked. Shepherd sabe o que está fazendo. Ela sabe.
— Ok. Claro. — Nicole deu de ombros.
— Ela faz!
— Eu te ouvi.
Todos ficaram em silêncio novamente, antes que Helena finalmente falasse. — Nicole?
— Sim.
— Não morra em nós, ok? Porque talvez você vá para o céu, ou se torne uma planta, ou não haja nada. De qualquer forma, você ou não percebe que está morto ou está em um lugar melhor. E eu sei que você aceitou isso. Mas nós ainda vamos estar aqui. — Helena tentou, mordendo o lábio inferior levemente. — Então, apenas... Não morra em nós.
Com isso, Nicole simplesmente apertou a mão de Helena rapidamente, antes de informar. — Aquele pássaro vai fazer cocô na gente. O que vem depois hoje?
— Hannah Turner. — Arizona disse a elas, fazendo Helena sorrir.
——
— Obrigada por me trazer de volta. — Hannah sorriu enquanto Nicole fazia seu ultrassom, fazendo Helena sorrir brilhantemente para ela.
— Dêem uma olhada. — a mulher mais velha disse aos dois rapazes.
— O teratoma cresceu. — ressaltou Arizona.
— Está apresentando sinais precoces de hidropisia. — Helena assentiu.
— Está tudo bem? — a mãe mexeu na bainha do seu vestido de hospital.
— Hannah, seu bebê está retendo líquido, o que está começando a afetar o coração dele. Estou recomendando que façamos a cirurgia hoje à noite. — Nicole disse a ela.
— Hoje à noite? Não, Dra. Herman, é muito cedo. Dra. C, é muito cedo, certo? — a mãe olhou para a médica mais baixa, em pânico.
— O tumor está criando pressão na sua placenta, Hannah. Não está colocando apenas o bebê em perigo, mas você também. — Helena explicou, com um aceno tranquilizador.
— Mas meu bebê não sobreviveria, não é? — Hannah perguntou, com os olhos marejados. — Se você tivesse que dar à luz de repente? Porque eu estou com apenas 24 semanas e eu sei que ajudaria se ela tivesse tempo para crescer, certo? — ela murmurou. — Se eu pudesse segurar por mais algumas semanas...
— Não é o melhor para você. — Nicole disse de forma simples.
— Eu não me importo comigo! M-minha Alice está morta. Mas esse bebê que está dentro de mim... Não posso arriscar a vida dele. Não vou. — ela fungou, enquanto Helena agarrava sua mão. — Então, se há uma escolha entre me ajudar ou ajudar minha filha, eu escolhi minha filha. Não vou perder outra criança, eu- eu simplesmente não vou!
——
— O que ela acha que estamos tentando fazer aqui? — Nicole desabafou com suas companheiras. — Eu não estou negociando com um paciente. Eu sou a médica. Vou dizer a ela quando nós vamos...
Com isso, Helena e Arizona trocaram um olhar, a loira riu abertamente enquanto Helena abafou sua risada com a mão.
— Que diabos?! — perguntou Nicole.
— Sinto muito. S-Sinto muito. — Helena murmurou.
— É só que... É engraçado ouvir você ficar tão irritada.
— Já que, bem, isso é exatamente a mesma coisa que você tem feito com Amelia Shepherd desde que ela se ofereceu para salvar sua vida. — Helena deu de ombros.
— Exatamente a mesma coisa. — Arizona cantarolou em concordância. — Faremos a cirurgia quando eu estiver pronta.'
— E é realmente frustrante. Isso nos deixa loucas. — Helena concordou. — É apenas... Irônico. Como algum tipo de carma, eu acho. Mas, bem, desculpe. Continue.
— Vou dar à Sra. Turner uma semana extra, mas quero que ela seja internada. E se ela tiver um soluço engraçado, vou levá-la para uma cirurgia. — Nicole avisou.
— Ok. Ótimo. Gostei disso. — Helena assentiu. — E obrigada por aceitar o caso. Sei que é trabalho extra.
— Você meio que não me deixou escolha... — a mulher revirou os olhos.
——
SEMANA CINCO
— É tão bonito, pequenina. — Helena sorriu para o desenho em que Alice estava trabalhando, agachada perto da mesa da creche. — Que desenho bonito.
— Obrigada, mama. Obrigada. — ela sorriu. — Mamãe, vou brincar com Zola e Sofia agora, ok?
— Tudo bem, meu amor. — ela sorriu, dando um beijo no topo da cabeça. — Divirta-se, hoje.
— Bye, mama. Eu te amo!
— Eu te amo mais. — ela sorriu, observando a garota sair correndo, enquanto se levantava.
Helena caminhou até o pequeno cercadinho onde estava sua caçula, com algumas de suas amigas, rapidamente cobrindo-a de beijos antes de se despedir do dia.
Ao sair da creche, ela viu Mark se aproximando, enquanto sorria. — Oi, querida.
— Bom dia. — ela sorriu. — Como foi o turno da noite?
— Era... O turno da noite. — ele murmurou, quase fazendo beicinho, enquanto tomava um gole de seu café. — Eu odeio o turno da noite. E você?
— Ali simplesmente me dispensou para sair com as amigas. Estamos ficando velhos. — ela franziu o nariz e então pegou o café da mão do marido para roubar um gole.
— Fale por você. — ele provocou.
— Ah, então vamos ignorar o fato de que você nasceu mais de uma década antes de mim, uh? — ela provocou de volta, com um sorriso no rosto. — Ok, então.
— Uh huh. Ignorar parece funcionar. — ele riu.
Os dois ficaram em silêncio por um momento, observando os cachos da mais velha no ar enquanto ela pulava com Zola e Sofia.
Então, a garota baixa soltou. — Estou com medo, Mark.
— Querida? — ele franziu as sobrancelhas.
— Eu gosto do Herman. Eu realmente gosto do Herman... Ela é ótima, divertida, inteligente e assumidamente... — ela explicou.
— E doente. — Mark entendeu, colocando um braço em volta dos ombros dela.
— Sim. Ela está doente. E-e eu só... Eu sei que Amelia tem. E eu confio nela. Mas, ao mesmo tempo... Esse é um baita tumor, Mark.
— Então você está com medo de que ela não sobreviva? — o cirurgião plástico tentou.
— Sim. Mas, egoisticamente, também estou realmente, realmente com medo de não conseguir aguentar se ela não aguentar. Não sei se consigo aguentar outra perda. — ela exalou, balançando a cabeça.
Com isso, Mark simplesmente a puxou para mais perto, dando um beijo em sua testa enquanto os olhos de Helena se encheram de lágrimas.
— Você tem certeza de que não é só porque nossa filha te deu um fora? — ele brincou, fazendo Helena rir em meio às lágrimas, empurrando seu braço.
——
— 911? — Helena perguntou, juntando-se a Nicole e Arizona na sala de limpeza. — O que está acontecendo?
— Faixas umbilicais. — explicou Nicole, enquanto Helena ia se lavar com seus colegas.
— Ah. Ok. Mas estamos apenas ajudando, certo? Você está assumindo a liderança nisso? — ela perguntou, pegando o sabonete.
— Porque eu faria isso?
— Porque é emergente. — explicou Helena.
— E nunca tentamos cortar faixas umbilicais antes. — acrescentou Arizona.
— Primeira vez para tudo. — a mulher mais velha deu de ombros.
— Escute-nos, ok? Ainda não estamos prontas para assumir isso. — Arizona argumentou.
— Não importa.
— Claro que sim- você não está nos ouvindo! — Helena argumentou. — Isso importa. Estamos dizendo que não estamos prontas.
— E você acha que eu não estou? Você acha que isso é fácil para mim? Você acha que eu estou pronta? — Nicole argumentou de volta, tirando sua máscara. — Eu estava bem. Eu fiquei bem com a morte. E então vocês duas me infectaram com sua estúpida- com Shepherd e seu plano e sua estúpida esperança. E agora... — sua voz quebrou, olhando para baixo. — Está mais difícil do que nunca entregar tudo isso! Eu não quero, estou com medo. Estou com medo de deixar isso ir, e é tudo culpa sua, então... Eu acho que o mínimo que você pode fazer é merecer. Assuma, faça bem, faça com que eu não me arrependa. Vocês duas podem fazer isso? Por favor?
——
— Amelia! — Helena gritou, entrando em uma sala de exames de TC em um ritmo rápido. — Preciso de Herman, preciso de Herman agora mesmo. O bebê de Hannah Turner está em perigo, acabei de ir ver como ela está e ela está gravemente hipertensa, mostrando sinais de insuficiência cardíaca. Precisamos levá-la para a sala de cirurgia, imediatamente. Eu realmente preciso do Herman, então se você puder terminar...
Enquanto Amelia simplesmente olhava para o scan, um rosto vazio, Helena soltou. — O que há de errado? Amelia, o que há de errado? Eu conheço esse rosto, já o vi muitas vezes, o que está acontecendo?
A neurocirurgiã simplesmente acenou com a cabeça em direção ao computador, anunciando. — Está na hora.
— Agora?! — Helena deixou escapar.
— Vou... Preparar uma sala de cirurgia. — Amelia parecia congelada de medo.
— O-ok. Ok. Você está pronta para isso? — Helena perguntou, sua voz trêmula. Enquanto a mulher cantarolava, a garota baixa suspirou. — Amelia...?
— Vou preparar uma sala de cirurgia. Você vai informar a paciente? — ela perguntou, virando-se para sair.
Quando ela estava prestes a fazer isso, no entanto, Helena se virou. — Espere. Eu só... Derek não é melhor que você. Eu sei que às vezes você acha que ele é, mas você precisa saber que ele não é. Ele é mais velho, ele é um homem, e ele certamente teve menos obstáculos para superar em sua vida e sua carreira. Por isso ele obteve mais reconhecimento. Mas eu trabalhei com ele, quando eu era residente. E eu tenho acompanhado seu trabalho ultimamente, com Herman. Ele é incrível. Mas ele não é melhor que você. Nem de longe. Se você vai fazer isso, Amelia, eu preciso que você se lembre disso.
— Eu vou. — ela assentiu com um sorriso agradecido.
——
— Campos. — Nicole deixou escapar, pulando para fora da máquina de TC, enquanto o sujeito entrava na sala. — O que está acontecendo?
Com isso, Helena suspirou, enquanto soltava. — Eu vi seu scan...
— Entendo. — a mulher assentiu lentamente, percebendo. — Shepherd está preparando a sala de cirurgia?
— Sim. — a morena assentiu.
— Se eu tivesse que adivinhar, diria que o tumor invadiu o quiasma óptico.
— Sim. — a jovem confirmou, sem saber o que mais dizer.
Enquanto dois homens empurravam uma maca para dentro do quarto, Nicole soltou. — Ah. Minha carruagem espera. Um pouco de privacidade, rapazes? — quando eles saíram do quarto, ela perguntou. — Vocês precisaram de mim para alguma coisa? Uma paciente?
Helena se virou quando Nicole começou a levantar a blusa sobre a cabeça, trocando para o vestido do hospital. — Uh, o bebê de Hannah Turner tem hidropsia. A mãe está espelhando e entrando em CHF.
— Uau. — a mulher mais velha soltou. — Parece um grande dia para nós duas. —cCom isso, Helena fechou os olhos, mordendo o interior da bochecha enquanto olhava para baixo. — O que você precisa fazer primeiro é tentar embolizar os vasos fetoscopicamente. Certifique-se de que a pressão arterial dela esteja estabilizada.
— Ela tem você. Amelia tem você. Você sabe disso, certo? — Helena perguntou, claramente preocupada. — Agora você precisa confiar nela. E você precisa lutar, ok?
— Não entre sem verificar a contagem de plaquetas e a compatibilidade de Hannah.
— Nicole, você precisa lutar. Ok? — ela repetiu.
— Tudo pronto. — Herman anunciou, evitando a pergunta. Quando a garota baixa se virou, ela soltou. — Não deixe a contagem de plaquetas de Hannah cair abaixo...
— 100. Sim, eu sei. — ela assentiu, tentando conter as lágrimas.
— Você vai me amarrar? — perguntou Nicole, Helena assentindo enquanto se virava.
Enquanto ela experimentava seu vestido, o lábio inferior da garota tremeu, seus olhos se encheram de lágrimas. No entanto, antes de terminar o nó, ela se recompôs.
Herman se virou, pronto para entrar na cama dela. No entanto, Helena a interrompeu. — Espere.
De repente, ela fez algo profundamente incomum para a amizade delas até então. A garota baixa se aproximou da mulher muito mais alta, envolvendo os braços ao redor do corpo dela.
— Campos...
— Não. Está tudo bem. Não diga nada. Já terminei. — Helena assentiu, começando a recuar.
No entanto, naquele momento, os braços de Herman envolveram o corpo da pequena garota. — Eu lutarei, Helena. Eu lutarei.
——
Já na sala de cirurgia, Helena estava ao lado da mulher, como ela lhe disse. — Arizona está em cirurgia, mas ela estará lá quando você acordar. E eu também, ok?
Enquanto o anestesista tentava colocar a máscara sobre seu nariz, Nicole a afastou com um calçado.
— Ei, ei. Você vai ficar bem. Amelia consegue. Você consegue. Você vai ficar bem. — ela tranquilizou, com um sorriso suave.
Com isso, a mão de Herman disparou até o braço dela, agarrando-o com força. — Espere, Campos.
— Não. Nicole, não. Você vai ficar bem. Não ouse. — Helena avisou, sentindo sua própria voz falhar.
— Hora de ir. — Nicole anunciou, enquanto a médica colocava a máscara sobre seu rosto.
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