137
˖࣪ ❛ DÉCIMA PRIMEIRA TEMPORADA
— 137 —
11ª temporada, episódio 9
— VOU QUERER MAIS EXAMES. Renderizações 3D para que eu possa conhecer melhor esse tumor. Vou precisar desenhar medidas e trajetórias. — Amelia disse a Arizona e Helena, cada uma de um lado dela. — Quando vou poder falar com os médicos anteriores dela?
— Bem, assim que falarmos com a Dra. Herman. — a loira disse a ela.
— Ótimo. Quando você vai fazer isso? — Amelia perguntou, as duas cirurgiãs pediátricos trocando olhares. — É um grande penhasco, você só precisa pular.
— Nós roubamos registros médicos em meu nome. Nós acumulamos tantas violações da HIPAA... — Helena deixou escapar, franzindo as sobrancelhas em preocupação.
— Não é um penhasco. Isso é uma prisão. E eu sou bonita demais para uma prisão. — Arizona soltou.
— Como eu disse a Alex, você já me viu com a altura, as covinhas e toda essa energia nervosa? Eu não conseguiria. — Helena balançou a cabeça, mexendo com sua aliança de casamento.
— Você está salvando a vida dela. Bem, eu estou salvando a vida dela. Mas você tornou isso possível. Quando você contar a ela, quando ela entender, ela ficará bem com isso. Ela ficará feliz. No final das contas, ela ficará emocionada. Você quer que eu conte a ela? — Amelie ofereceu, entrelaçando seus braços nos das outras mulheres.
— Não. Não, temos que fazer isso. — a menina mais nova negou.
— Só preciso descobrir como e quando. Como e quando... — Arizona assentiu enquanto entravam na sala de exames.
Enquanto elas faziam isso, encontraram Nicole parada ali. — Esse é meu tumor. Esse é meu tumor. Onde você o pegou e por que você o tem?!
★
— Vocês mostraram meu tumor para outros médicos, sem meu consentimento? — Nicole perguntou as suas duas colegas.
— B-bem, foi acidental, no começo. — Helena deixou escapar
— E precisávamos entender... — Arizona concordou.
— Vocês não tinham o direito! Vocês os roubaram!
— N-nós fizemos. — a garota baixa admitiu.
— Tivemos que fazer isso! — a loira assentiu.
— Vocês sabem quantas leis está quebrando agora? — gritou Nicole.
— Você não estava nos contando nada! — Helena retrucou.
— Eu posso remover o tumor. — Amelia disse a ela. — Eu não sei quem você tem consultado para isso, tenho certeza de que eles são ótimos, tenho certeza de que são os melhores em sua área. Mas eu só posso te dizer que eles não têm imaginação. Eles não têm escopo. Seu tumor é inteligente. É brilhante. Mas eu também sou. Eu posso vencê-lo. Eu vou vencê-lo.
Helena e Arizona sorriram para Nicole, que simplesmente pegou sua bolsa e saiu. — Eu tenho uma cirurgia.
★
— Eu te deixei sozinha por alguns minutos. Eu vou encontrar minha carteira no seu bolso? — Nicole deixou escapar, enquanto entrava na sala de limpeza onde Helena estava.
Arizona já se envolveu em um desses procedimentos, agora foi a vez de Helena.
— Sinto muito que agimos pelas suas costas. — Helena deixou escapar, pegando o sabão para começar a lavar.
— Você não está entendendo. Você me traiu. Eu pensei que podia confiar em você.
— Amelia está convencida de que pode fazer uma ressecção completa. Ela está convencida de que...
— Shepherd está em um grupo de uma pessoa. — Nicole a interrompeu.
— Nicole, se houver a mínima esperança, você não quer saber? — Helena tentou, encarando a mulher.
— Campos, você consegue citar o pior e mais maligno sintoma de câncer terminal? É esperança. É recorrente e continua voltando, não importa quantas vezes seja destruído. — Nicole disse a ela, enquanto Helena se lavava, balançando a cabeça. — A Mayo me deu esperança em um ensaio clínico de fase 3. Falhou. A NYU esperava que a radiocirurgia funcionasse. Não funcionou. E Barrow tinha grandes, grandes esperanças por uma combinação potente de quimio e ablação. Não deu. E toda vez que a esperança vai embora, ela leva pedaços de você junto. Até que você só consiga encontrar conforto na única coisa com a qual sabe que pode contar. Que essa coisa vai te matar. Então você diz a Shepherd para guardar a esperança para si mesma. Melhor ainda, diga a ela onde enfiá-la.
★
— E por que queremos evitar colocar outra porta? — perguntou Nicole, na sala de cirurgia.
— Porque cada incisão aumenta as chances de ruptura das membranas. — Helena disse a ela.
— Exatamente.
— Lena. — Jackson chamou, entrando na sala de cirurgia. — Uh, desculpe interromper. Eu queria perguntar se eu poderia me encontrar com você e conversar, você, eu e April.
— As mãos dela estão um pouco ocupadas agora, doutora. — Nicole deixou escapar.
— C-claro, Jacks. Estamos quase terminando aqui. — Helena assentiu.
— Sim, eu quis dizer depois. Mas logo, por favor. Eu só, uh... Eu preciso estar preparado para o que quer que seja. Precisamos saber tudo o que pudermos. O que é, o que podemos fazer. Tudo. — Jackson disse a ela, segurando uma máscara no rosto.
— Eu te encontro o mais rápido possível. — Helena sorriu, tranquilizadora. Então, depois que ele saiu, ela explicou para Nicole. — Eles são meus amigos, o bebê com osteogênese imperfeita.
— Uh, entendo. Você tem clareza sobre o que dizer a eles? — perguntou Nicole.
— Sim, eu sei. — Helena assentiu.
— Só lembre-se do que eu disse sobre esperança. Não torne isso mais difícil para eles do que já é.
Com isso, Helena zombou, balançando a cabeça. Ela tinha bebido demais. — E-eu sinto muito, você pode atender, por favor?
— Campos?
— Terminei aqui. — Helena arrancou as luvas.
— Campos!
★
— Campos! — Nicole gritou, juntando-se a ela no posto de enfermagem. — Você nunca sai de uma sala de cirurgia no meio de um procedimento. Nunca.
— Não! — Helena retrucou, seu rosto endurecido suspiro de raiva. — Você tem uma chance. Você tem uma chance. E pode ser pequena, e pode ser arriscada. Mas é uma chance. Uma chance que meus amigos dariam tudo para ter, que eu daria tudo para ter. E você está ignorando. Você está desperdiçando! Você nem está considerando!
★
Amelia, Arizona e Helena estavam na sala de observação, olhando para os exames de Nicole mais uma vez. Quando Herman entrou, as três se viraram para olhá-la por um momento. Owen estava atrás dela.
Então, Nicole soltou. — Vamos conversar.
— Ok. Vê isso aqui? — Amelia apontou para a imagem. — Essa hipointensidade linear? É um plano de LCR. É isso que pode me dar uma dissecção limpa. Se eu deixar para trás um bilionésimo de uma malignidade, o tumor estará de volta, então terei que usar todas as ferramentas da caixa. Cusa, lasers, fluorosceína, sementes radioativas... Não vou parar até ter dizimado completamente cada uma das últimas células. Chefe? O que você acha?
— É complexo. E é arriscado...
— Vejo três cenários aqui. Um, Shepherd opera e eu morro na mesa. Dois, Shepherd opera e resseca algo que não deveria, e eu acordo estrangulada. E três, o menos provável de todos, Shepherd opera, remove todo o tumor, e eu acordo viva, sem déficit. — Nicole apontou. — Estou certa?
— Sim. Mas como um... — Amelia concordou.
— Quão longe o tumor precisa chegar antes que se torne impossível ressecá-lo completamente? — ela perguntou.
— Nicole... Precisamos fazer isso agora.
— Quão longe? — ela repetiu para si mesma.
— Uma vez que ele passa pelo aparelho óptico e rompe o hipotálamo, não tem jeito... Eu não vou tocar. Se você coagular, ou sangrar... É muito arriscado. — Amelia disse a ela.
— Ótimo. Então esperamos. E quando o tumor começar a ameaçar o nervo óptico e ir para o hipotálamo, você pode operar. — Nicole disse a ela.
— Esse é um plano perigoso... — Helena murmurou.
— É um plano estúpido! — Amelia deixou escapar.
— É o plano. Você pega meu tumor, Robbins e Campos pegam meu conhecimento. Eu pego minha vida. Todo mundo fica feliz. — Nicole anunciou.
★
— Então Amelia vai operar. Ela vai operar e está confiante de que pode fazer isso. — Helena disse a Mark, os dois sentados no sofá, Cara em seu broche de brinquedo enquanto Alice desenhava, na mesa da sala de estar.
— Isso é ótimo, querida. — ele sorriu. — Amy está bem. Eu confio nela. Vai ficar tudo bem.
— É. É, é, certo? E Nicole vai ficar velha e enrugada, ainda gritando com as pessoas, mesmo com seu andador. — ela sorriu, fechando o livro, quase como se tentasse se convencer. Então, ela balançou a cabeça, tentando mudar de assunto. — Onde você acha que estaremos quando estivermos velhos e enrugados?
— Eu acho... Eu acho que ainda estaremos aqui, nesta casa. Espero que não precisemos ir para um asilo, porque cuidaremos um do outro. Eu acho... Que operaremos até não podermos mais, e então faremos pequenas competições bobas com galinhas, para reviver quando fizemos isso com humanos. E você obviamente vencerá, na maioria das vezes, mas eu realmente não me importarei, porque você é você. E eu acho que pelo menos uma das garotas seguirá nosso caminho, então ouviremos histórias de sua residência, e falaremos sobre como costumava ser em nossa época. Eu zombarei das novas classes de internos, direi que elas são estúpidas, e você me lembrará que nós também já fomos. Mas você não poderá me bater, porque eu estarei frágil até lá. Acho que ainda acordarei com Grey em nossa cama, mas você terá que me ajudar a levantar, porque sou mais velho que você, então ficarei duro mais cedo. — Mark disse a ela, fazendo Helena rir. — E as meninas virão visitar de vez em quando. Você ficará super animada para arrumar os quartos delas e dar sopa a elas, e eu ficarei animado para assistir futebol com elas. Torres virá para o futebol também. E quando tivermos netos, você pedirá que eles fiquem aqui algumas vezes, para que possamos mimá-los. Você fará discursos por todo o condado e pelo mundo, quando se aposentar também. Helena Campos, a vencedora do prêmio Harper Avery. E tiraremos alguns meses para ir a Portugal e viajar pelo mundo. Todos nós, antes que as meninas tenham sua própria família. — ele terminou, para encontrar uma Lena sorridente, mas com os olhos marejados.
— Eu gostaria disso. — ela assentiu. — Parece perfeito.
★
11ª temporada, episódio 10
— Eu mandei uma mensagem para você. — Meredith contou a Alex, com Helena ao seu lado, na manhã seguinte.
— Nós mandamos uma mensagem para você. — Helena assentiu.
— Sim, eu vi isso. Eu estava ocupado. — ele justificou.
— Bom, Cristina teria respondido, não é assim que funciona. — a loira quase fez beicinho.
— Não se ela estivesse fazendo o que eu estava fazendo. — Alex disse a ela.
— Você faz uma pausa. É assim que funciona. — Helena disse a ele.
— O que?
— Se o texto for urgente, Cristina diria para Owen fazer uma pausa, Lena diria para Mark fazer uma pausa, e eu diria para Derek fazer uma pausa. E nós trocaríamos mensagens de texto. — Meredith explicou.
— No meio do sexo? — ele franziu o rosto.
— Se for urgente. — Helena assentiu. — Só se for urgente.
— O fato de você estar verificando uma mensagem enquanto faz isso já é triste. — ele riu.
— Tínhamos um toque especial! — explicou a cirurgiã geral.
Com um suspiro animado, Helena deu um tapinha em seu braço. — Você quer um toque especial?
— Não. — ele negou, rindo. — Espera, a coisa da pausa... Tipo, suas pernas estão no ar, e você está gritando e...
— Pausa. — Meredith disse a ele.
— Não. Eu não pauso. Jo não pausa. Ela avança rápido, ela retrocede, mas ela não pausa. — Alex disse a eles.
— Nojento. — Helena franziu o nariz.
— Você quer ajudar no meu sarcoma da veia cava inferior? — sugeriu Meredith.
— Não posso. Estou muito ocupada com o feto hoje. Desculpe. — Helena se desculpou.
— O paciente tem ossos quebrados? — perguntou Alex.
— Não.
— Então não. Por quê? — ele franziu as sobrancelhas em confusão.
— Porque eu quero companhia! — ela soltou.
— Consiga um residente. — ele sugeriu, dando de ombros.
— Eu tenho um residente. Eu quero um adulto. Cristina teria se entrado, você não é bom nisso. — ela fez beicinho.
★
— Ok, você vai sentir um pouco de pressão. — Helena anunciou, enquanto pressionava uma agulha na barriga de April.
— E isso nos dirá conclusivamente se a osteogênese imperfeita é do tipo II ou III? — perguntou Jackson.
— Sim.
— Provavelmente é tipo III, certo? — April perguntou. — Quero dizer, até agora não houve nenhuma indicação de sofrimento fetal.
— Saberemos em breve. — Helena assentiu.
— Vai ficar tudo bem. OI tipo III é difícil, claro, e há cirurgias e desafios, mas somos cirurgiões. Podemos... Podemos lidar com desafios, certo? Quero dizer, ainda seremos capazes de dar ao nosso bebê uma vida maravilhosa. — April falou com o marido. — Certo?
— Muitos bebês tipo III vivem vidas muito felizes. Eu mesma monitorei alguns. — Helena sorriu.
— Lena, a Dra. Herman não deveria estar fazendo isso? — o homem percebeu.
— Oh, este é um procedimento de rotina. A Dra. Herman é a... Arma grande. E não precisamos da arma grande para isso. Eu sou a... — ela parou de falar, franzindo o nariz. — Parece uma piada curta, mas eu ia dizer que sou a arma pequena. Então é bom que você só precise da arma pequena.
★
— Onde você estava? — perguntou Nicole, em uma sala com Arizona, quando a morena entrou.
— Eu estava fazendo um CVS em April Kepner, agora estamos esperando os resultados. Eu odeio esperar. Na verdade, odeio isso. Não há nada que você possa fazer, e eu odeio isso. Pelo menos na pediatria, a criança está bem ali, então os pais podem segurá-la. C-com isso, não há nenhuma criança para segurar ainda. — Helena deixou escapar. — Os pais ficaram desamparados, eu me sinto desamparada, odeio isso.
— E você apressou os resultados? — perguntou Nicole.
— Sim. Devo recebê-los em cerca de 24 horas. — Helena murmurou, sentando-se ao lado de Arizona.
— Bem, então não há mais nada que você possa fazer sobre isso hoje. — ela deu de ombros.
— Uh, eu sei. É isso que eu odeio! — a garota baixa reclamou, então acenando para as pilhas de papelada. — Agora, o que é tudo isso?
— Tenho feito milagres. Encontrei as cirurgias mais incríveis para nós, tudo para as próximas semanas. — a mulher revelou.
Animadamente, Arizona apontou para alguns cartões. — Olha, um TTTS em uma de 19 semanas, uma sequência TRAP de 21 semanas que precisa de um RFA, uma agenesia pulmonar unilateral.
— E isso é só o começo. — Herman assentiu.
— Começo do quê? — Helena inclinou a cabeça.
— Vocês são um curso intensivo. Eu cacei os fetos mais ferrados e clinicamente comprometidos que pude encontrar, e estou trazendo todos eles aqui para este hospital, para vocês dois aprenderem, e nós salvarmos.
— E nós vamos consertar todos eles? — os olhos de Helena se arregalaram de admiração.
— Vamos. Comece a ler. Você pode me agradecer depois.
Enquanto as duas mulheres dividiam a papelada em pilhas, Helena começou a olhar a dela, soltando. — É ruim que isso pareça um pouco com a manhã de Natal quando eu era criança?
★
— Este caso HLHS parece impossível. — Arizona deixou escapar. — A mãe está grávida pela terceira vez, e cada bebê nasceu morto.
— Bem, esta também será. Exclusão do 22q11? Ela deveria adotar. — Nicole deixou escapar, despreocupadamente, guardando o arquivo.
— Não. O quê? Não! Não diga isso... — Helena murmurou.
— Este, no entanto... — Nicole deu de ombros. — Oclusão de balão traqueal para CDH? Cartão esse cachorrinho.
— Como você faz isso sem... Quero dizer, essas histórias são horríveis. — Arizona suspirou.
— Eles são pacientes. Quanto mais você encontra, mais você aprende, mais nós economizamos. É simples assim. — Nicole explicou. — Seu trabalho está criando essas três categorias: possível, impossível, talvez. Qualquer outra abordagem é um desperdício do nosso tempo.
★
— Ei. — Helena sorriu, entrando na sala da impressora 3D. — O que estamos fazendo?
— Estamos resolvendo um tumor imprimindo-o em 3D. — Maggie disse a ela, ao lado de Meredith e Bailey.
— Ainda estou trabalhando sobre Herman. — Amelia disse a ela.
— Estou fazendo pilhas de bebês não nascidos, decidindo quais podemos salvar. Deus, eu odeio isso. Herman diz que é a única maneira de fazer isso, e eu sei disso, mas ainda são mães, e bebês, e famílias. — ela exalou, jogando-se em uma cadeira, enquanto abria seu saco de batatas fritas. — Pelo menos ela me deu uma pausa para um lanche.
— Onde estão as crianças? — Amelia perguntou à cunhada.
— Lá em cima. Creche. Creche. Qualquer cuidado. Fica aberto 24 horas.
— Você sabe que isso é só para cirurgiões de plantão, certo? — perguntou Bailey.
— Bailey, não me julgue. Derek mora em DC.
— Não, estou dizendo, se eles perguntarem, invente algo sobre estar de plantão. Quando eu tinha meu laboratório de genoma, eu estava de plantão duas vezes por semana. — ela explicou.
— Sinto falta das minhas meninas. Quer dizer, eu as vi esta manhã, mas ultimamente estou trabalhando ou dormindo. Ou, bem, alimentando-as ou algo assim. Tenho passado tanto tempo aqui, que sinto falta delas. — Helena murmurou, levando uma batata frita à boca. — Eu me sinto uma péssima mãe.
— Você não é uma mãe ruim. — Maggie balançou a cabeça.
— É, você já olhou para si mesma? Você é, tipo, o modelo de mãe cirurgiã." — Meredith riu.
— Vocês três percebem que imprimir essa coisa vai levar, tipo, mais cinco horas? — perguntou Amelia.
— 7 horas e meia. — Bailey corrigiu.
— Só estou dizendo que você pode ir para casa, dormir e depois voltar. — a neurocirurgiã deu de ombros.
— Alguém tem que ficar, caso a impressora quebre. Além disso, eu não me importo. Eu gosto do som, é meio relaxante. — Meredith deu de ombros. — É estranho dormir sozinha. Não estou acostumada. Não sei por quê. Ele costumava ir embora o tempo todo. Mas, dessa vez, ele se foi, e eu sei que ele se foi. E a cama parece solitária. É como se eu não soubesse dormir sozinha.
— Você não sabe. Quero dizer, antes de três meses atrás, toda vez que eu ligava para sua casa, ou ia até lá, ou falava pelo Skype ou o que quer que seja... Cristina e Lena estavam lá. Não tem como você dormir sozinha. Quer dizer, você tinha Derek, e se você não tivesse Derek, você tinha Cristina e Lena. Eu estou supondo que se chegasse a isso, você era a colher do meio no meio de uma situação de conchinha muito estranha. — Amelia explicou, fazendo Helena rir.
— Você adivinhou. Estou tão ocupada agora que nem consigo fazer a estranha conchinha na cama da Mer. — ela fez beicinho.
— Nunca conheci uma pessoa menos solitária do que você costumava... — a mulher se interrompeu.
— Costumava ser. — Meredith completou. — Tenho que aprender a dormir sozinha.
— Ben ronca. — Bailey deixou escapar. "Às vezes ele fala dormindo. E ele é quente. Como uma fornalha, como se chamas saíssem dele. Ele tem sorte que eu o amo. E ele é um residente e dificilmente está em casa à noite, ou ele estaria morto.
— Sinto falta de dormir com um homem na minha cama. Você sabe, de costas um para o outro, mal nos tocando, exceto pelo braço jogado sobre sua cintura. E quando eu acordava à noite com medo de... Mim, eu gostava de saber que ele estava lá. Que eu não estava sozinha. — Amelia compartilhou.
— Eu durmo com a cabeça no peito do Mark, toda noite. N-nós fazíamos isso antes, quando nos conhecemos, às vezes, mas agora... Depois de tudo, eu só preciso ouvir o coração dele, saber que... Que ele está bem. Que nós não estamos... Que estamos seguros. E quando eu tenho pesadelos, isso me ajuda a me acalmar e voltar a dormir. — Helena contou a elas.
Houve um momento de silêncio, antes de Maggie contar a elas. — Eu não consigo dormir com alguém deitado ao meu lado. Literalmente não consigo. Meu único cara sério? Dean. Dean adorava ficar de conchinha e aconchegado. E eu simplesmente... Ficava ali, olhando para cima em silêncio, contando os segundos até que ele adormecesse e eu pudesse me esgueirar para dormir no sofá, e então eu voltava furtivamente para a cama, antes que ele acordasse de manhã. As pessoas acham que é uma história fofa, mas não é uma história fofa. Aquele sofá era duro como uma pedra, eu estava exausta. Dean era um cara muito doce. Alto, gentil, advogado de direitos civis, engraçado... Então quando ele me pediu em casamento, eu expliquei a ele sobre dormir. Eu disse, sabe, talvez ele pudesse dormir em um quarto no final do corredor. Eu queria dormir sozinha.
— O que aconteceu? — Helena perguntou.
— Bem, ele agora é casado. Com alguém que ama ficar de conchinha e aconchegar. E eu durmo como um bebê. — ela riu. — Eu posso ser boa demais em ficar sozinha.
— Talvez eu pudesse imprimir um Derek. Só para dormir. — Meredith sugeriu, fazendo Helena rir, enterrando a cabeça no ombro dela.
★
Na manhã seguinte, Helena entrou na sala onde April e Jackson aguardavam os resultados dos testes.
Ela respirou fundo antes de se afastar da porta e anunciar: — Só vai demorar um minuto.
— Ah, ok... — Jackson deixou escapar em compreensão, lágrimas brotando em seus olhos. — Essa é uma conversa de armas grandes, não é?
— Sim. Sinto muito. — Helena assentiu.
Quando Nicole entrou na sala, ela informou. — April, Jackson. Temos os resultados dos seus testes.
★
11ª temporada, episódio 11
— Com o tipo II, estamos olhando para baixo peso ao nascer, pulmões subdesenvolvidos, problemas de deglutição, problemas respiratórios... Se levados a termo, os bebês do tipo II geralmente morrem algumas horas após o parto. Às vezes, dias. — Nicole explicou, sentando-se na frente do casal, enquanto Helena estava atrás dela. — Seu bebê também corre alto risco de fratura intrauterina.
— Desculpe, desculpe... Você disse intrauterino? — April murmurou. — Meu bebê - os ossos do meu bebê estão quebrando dentro da minha barriga? O lugar onde ele deveria estar seguro, os ossos dele- os ossos dele estão quebrando?
Com isso, Helena olhou para baixo, seus próprios olhos ligeiramente marejados, enquanto Jackson sussurrava. — April...
— Não, eu só... — a voz dela quebrou, enquanto ela chorava. — Ele consegue sentir? Os ossos dele quebrando, quer dizer, ele consegue sentir, certo? Então... Ele está com dor. Ele está com dor.
— Mais uma vez, sinto muito. — repetiu Nicole.
★
Depois de algumas horas de soneca, Helena caminhou rapidamente até um dos quartos dos pacientes e encontrou Nicole saindo.
Percebendo que April e Jackson estavam lá dentro, ela disse a sua mentora. — Eu pensei que eles tinham ido para casa...
— Eles queriam conversar um pouco mais. Não tenho certeza se ajudou... — Nicole explicou.
— Por que você não me chamou? Eu posso ajudá-los, eu d-devo ser capaz de ajudá-los... Eles precisam de alguém que os conheça, que se importe com eles e que possa fazer isso... — ela parou de falar, com lágrimas nos olhos.
— Quem pode fazer o quê?
— Legal. — Helena murmurou, sua voz embargada. — Eu quero que eles tenham alguém que seja legal, alguém que se importe e que esteja lá. Eu quero fazer isso o mais legal possível. E você nem sempre é legal...
— Você realmente se importa com eles, não é? — perguntou Nicole.
— Sim. Eles são meus amigos, são quase família... — ela explicou.
— E é por isso que você não tem nada a ver com isso naquela sala. Só há um conjunto de sentimentos que importa aqui, e não é o seu. Não sei o que vai ajudá-los, mas não é você. April Kepner não é mais sua paciente. — Nicole decidiu.
★
— Oi. — cumprimentou Amelia, aproximando-se de Helena, que olhava intensamente para as velas na capela do hospital.
— Ei. V-você sabe como fazer isso? As velas? — ela perguntou, franzindo as sobrancelhas. — Eu simplesmente as acendo ou- eu realmente não sei o que estou fazendo...
— Acho que é só acendê-los. — Amelia assentiu, e as duas ficaram em silêncio.
Então, Helena soltou. — Eu queria estar com eles. Está acontecendo agora, April está dando à luz seu filho, sabendo que ele não sobreviverá. E eu-eu sei como... Eu sei como é, então eu queria estar lá para ela. Mas Herman está fazendo isso, e-e eles têm um ao outro, não é como... Não é como quando era eu. — Helena olhou para Amelia, com lágrimas nos olhos.
— Quando foi você? — perguntou a neurocirurgiã.
— Eu estava grávida quando sofremos o acidente de avião. Grávida de 8 meses do meu filho, Henry. E ele não sobreviveu. E-e Mark estava em coma, pendurado por um fio, e todos estavam fazendo o melhor para... Para conseguirem passar por isso. Então, quando foi eu, tive que dar à luz sozinha. Quando eu sabia que ele já estava morto. — ela quase sussurrou. — Só tenho que lembrar que April não está sozinha.
— Sinto muito. — Amelia murmurou. Então, ela soltou. — Eu também tive um menino. Eu tive um filho, quando eu estava morando em Los Angeles. Christopher. Ele nasceu s-sem cérebro, então ele viveu por... Uh, 43 minutos. E eu o segurei, eu pude segurá-lo. — seus olhos estavam marejados enquanto ela falava. — E então chegou a hora. Ele doou todos os seus órgãos... E então eu o deixei ir. E isso quase me matou.
Com isso, Helena agarrou sua mão com força, dizendo a ela. — Eu não sabia.
— Você não faria isso. Eu nunca contei para minha família, Derek não sabe. Meredith não sabe. Eu nunca contei para ninguém e acho que não posso. É-é a primeira vez que eu digo isso em voz alta. — Amelia gritou, balançando a cabeça.
— E está tudo bem. Você não precisa, está tudo bem. — Helena assentiu, enxugando suas próprias lágrimas, enquanto elas ainda estavam de mãos dadas.
★
Helena agora estava sentada nos bancos da capela do hospital, com a cabeça apoiada nas mãos, enquanto murmurava baixinho.
— Querida? — Mark murmurou, sentando-se ao lado dela.
— Eu... Eu estou rezando. — ela explicou, uma lágrima rolando pelo seu rosto. — Estou rezando por April, e Jackson, e seu bebê. É o que ela iria querer.
— Ok. — ele assentiu. — Ok, querida... Eu vou rezar por eles também.
Os dois ficaram em silêncio por um momento, antes de Helena soltar um soluço sufocado, com a mão na boca, enquanto balançava a cabeça.
— Lee... — ele sussurrou, apertando-a contra seu peito.
— Sinto muito. Sinto muito, é que eles são... E Henry... — ela balançou a cabeça.
— Eu sei. — Mark a silenciou. — Eu sei, eu também sinto falta dele. Tanta.
★
— Acabou? — Helena perguntou, enquanto Herman saía do quarto do casal.
— Sim. Vou dar um tempo a eles. — ela assentiu.
— Sobre antes, obrigada. Obrigada por assumir o meu lugar. Não sei se eu conseguiria... Teria sido difícil estar lá dentro. — Helena murmurou, as duas se sentando.
— Nunca é fácil, para ninguém. — a mulher mais velha assentiu. — Você disse... Alguns dias atrás, você disse que daria tudo por uma chance. Você perdeu um bebê também, não foi?
Helena sorriu tristemente, com um aceno de cabeça. — Meu filho, Henry. Eu estava grávida de oito meses e-e nós... Nós sofremos um acidente. Um acidente de avião, quando íamos para outro hospital para ajudar em uma cirurgia. Não sei quando ele morreu. Não sei se foi no impacto, não sei se ele estava com dor, se foi rápido ou lento. Fiquei lá uma semana, pelo que sei, ele poderia estar sangrando, o-ou morrendo de fome... Ele deveria estar seguro. Eu deveria tê-lo mantido seguro. E não pude. Não havia nada que eu pudesse fazer para ajudar. E me senti tão impotente. Fiquei sentada lá, no frio, pensando nele, pensando em como ele poderia estar morrendo e não havia nada que eu pudesse fazer. Não contei isso a Mark. E-ele estava... Ele não estava em boas condições. Ele continuou... Seu coração continuou parando. Então não pude contar a ele. Então fiquei sentada lá e esperei ... Esperei, rezei, amaldiçoei o mundo e chorei... Porque não havia nada que eu pudesse fazer. — Helena fungou levemente, balançando a cabeça. — Acho que é parte do motivo pelo qual tive que aceitar essa bolsa. Porque se tem uma coisa que odeio é me sentir impotente. Dessa forma, posso garantir que outros não tenham que passar pelo que eu passei.
— E é isso que estamos fazendo, Campos. É isso que você já fez.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro