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˖࣪ ❛ DÉCIMA PRIMEIRA TEMPORADA
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11ª temporada, episódio 5
— TUDO BEM, estou quase terminando aqui, se você quiser prosseguir com o reparo. — Helena contou a Callie e Arizona, com Wilson ao seu lado, enquanto operavam.
— Callie, eu sinto, uh, que você deveria fazer um reparo primário. — Arizona contou à esposa.
— Eh, sinto que falta um pedaço muito grande na artéria. — Callie argumentou, virando-se então para Jo. — Faremos um enxerto interposicional.
— Você concordou comigo no pré-operatório. — a loira argumentou.
— Bem, mudei de ideia quando cheguei aqui e vi a extensão do defeito. — a morena encolheu os ombros.
Enquanto Arizona olhava para ela, quase pedindo ajuda, Helena desviou o olhar, anunciando. — Acabei de ligar os sangradores, então estamos todos preparados aqui.
Ela sabia que isso não tinha tanto a ver com o paciente, mas sim com o casamento delas.
— Sim, e não vejo mais nenhum fragmento de osso, Dra. Torres, então... — a residente começou.
— Quando você desconsidera tão rapidamente minha opinião médica, sinto que você esqueceu que sou uma cirurgiã pediátrica, que sabe que enxertos interposicionais podem causar complicações em crianças. — Arizona cuspiu.
Com isso, a baixinha soltou um pequeno suspiro, trocando um olhar com sua amiga mais nova.
— Bem, quando você me questiona na sala de cirurgia, sinto que você não acha que eu não possa fazer meu trabalho. — Callie argumentou. — Usaremos o enxerto de PTFE, Wilson.
— Use a veia safena magna, Wilson. Não precisamos de nenhum material sintético. — Arizona discordou.
— Ok. Tudo bem. — a mulher mais alta zombou. — Corte a perna da criança.
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— Eu coloquei as roupas da Ali na cama dela, ela está se vestindo agora. — Mark disse à esposa, dando um beijo em sua testa.
— Ela ainda está na fase azul que começou esta semana?
— Com certeza. Vestido azul, sapatos azuis e laço de cabelo azul. — ele riu.
Helena atravessou a ilha da cozinha para se sentar ao lado de Caroline, colocando a tigela de pêssegos picados na sua frente. — Ok, querida. Por que não experimentamos alguns pêssegos hoje? Quer experimentar sensações?
Enquanto Mark preparava café para os dois, a mulher colocou algumas fatias de pão na torradeira, perguntando. — Você conversou com Callie ultimamente? Sobre toda essa coisa de rompimento que ela está tendo com Arizona?
— Sim. Parece que ela nem queria fazer isso no começo, ela está fazendo isso por Robbins. — ele disse a ela.
— Estou preocupada com elas, Mark. Quero dizer, Arizona está tão sobrecarregada de trabalho quanto eu, e sem o apoio da esposa agora. E Callie também está fazendo um milhão de coisas ao mesmo tempo, já que ela nem consegue falar com Arizona. Fique de olho nela? — ela tentou, voltando para onde seu bebê estava sentado.
— Eu vou.
— Agora, querida, por que você não come alguns pêssegos? — Helena sugeriu, incentivando a menina a fazer isso sozinha. — Eles são deliciosos.
Com isso, a garota fez beicinho, antes de jogar o prato no chão, enquanto soltava. — Não!
Ambos os pais congelaram imediatamente, quando Mark perguntou, com os olhos arregalados. — Ela acabou de falar?
— Não, não, não, não! — Caroline murmurou, balançando a cabeça.
— Mark, pegue a câmera! Não vamos perdê-la duas vezes!
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Helena caminhou pelo corredor, em ritmo acelerado, correndo para o quarto de seu paciente. Ao chegar ao corredor, ela viu Arizona fazendo o mesmo, também atrasada. Elas compartilharam um olhar quando entraram na sala.
— Mandei seu marido até a loja de presentes. Ele desmaiou na última vez que conversamos sobre agulhas. — Nicole sorriu para a mulher grávida.
— Oh, ele é tão leve. — ela riu.
— Bem, espero que ele esteja comprando um pouco de chocolate para você. — então, ela se virou para o Dupla Covinhas, repreendendo. — Vocês estão atrasada.
— Sinto muito, tive que chegar mais cedo para uma cirurgia pediátrica. — Helena justificou.
— E, uh, eu estava verificando um bebê na UTIN e...
— Não me importo. — ela as parou, voltando-se para o ginecologista que se juntou a eles na bolsa. — Graham, comece a falar.
— Jaclyn Werlein, 23 semanas, eco fetal recente do coração de seu bebê. Estenose aórtica crítica confirmada infelizmente. Hoje, realizaremos uma valvoplastia aórtica fetal para abrir a válvula aórtica estreitada. — ele apresentou.
— Sua pressão arterial está um pouco alta. — Herman apontou. — Você está se sentindo bem?
— Estou um pouco nervosa. A ideia de uma agulha gigante passando por mim e depois pelo pequenino coração do meu bebê... Não parece haver muito espaço para erros. — a paciente explicou.
— Eu garanto a você, Jaclyn, que nós... — Helena começou.
— A Dra. Herman nos tornou o hospital de referência para intervenção cardíaca fetal. — Graham interrompeu. — Ela é a única cirurgiã que faz esse procedimento no noroeste do Pacífico. É por elas que estão aqui. — então, ele lançou um olhar para Arizona e Helena. — Para aprender com ela.
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— A posição é crítica para o sucesso. — Nicole explicou, na sala de cirurgia, enquanto Graham ajudava. — Se o feto não estiver voltado para frente, com o peito para cima, não poderemos chegar ao ápice do coração. Abordagem perfeita, Graham. Temos acesso direto agora.
— Tenho praticado no laboratório.
— Dra. Herman, ficarei feliz em ajudar, se a senhora me aceitar. — Helena atirou.
— Graham está ajudando nisso. Observe. Faça anotações. — ela contou a elas.
— Nós duas realizamos dezenas de procedimentos percutâneos em bebês. — Arizona argumentou.
As duas sempre foram uma equipe, desde que Arizona colocou Helena sob sua proteção. Mesmo nesta comunhão, elas se protegiam.
— Os bebês ainda estavam no útero? Eles tinham corações do tamanho de uma noz? — Nicole argumentou.
— Não...
— Bem, então não é a mesma coisa, é? — a mulher perguntou. — Robbins, Campos, vocês têm registros impecáveis como cirurgiãs pediátricas. Como cirurgiões fetais? Grandes, gordos, zero. Sugiro que prestem muita atenção às mãos de Graham e, da próxima vez, vocês poderão ajudar.
— Dra. Herman, minhas mãos estão apenas tentando imitar as suas. — ele soltou, um tanto irritantemente.
— Graham, mais uma palavra e iremos para a plástica e pediremos ajuda ao marido de Campos para remover cirurgicamente seus lábios da minha bunda. — ela disse a ele, fazendo Helena sorrir divertida, por trás da máscara. — Agora, calem a boca, pessoal. Estou lançando o balão.
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Quando os três saíram da sala de cirurgia, o homem se virou e estalou os dedos para as mulheres. — Ah, caso vocês estejam interessadas, há um modelo no qual você pode praticar no laboratório de habilidades. É velho, a borracha está endurecida e tem um cheiro nojento, mas... Divirta-se.
— Obrigada. — Arizona disse a ele, o sorriso mais falso que Helena já viu em seu rosto.
— Levei cerca de dois meses para acertar. Boa sorte. — ele soltou, condescendentemente.
Ao se virar, o sorriso de Arizona desapareceu imediatamente, enquanto Helena imitava, fazendo beicinho. — Boa sorte.
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— Tive que procurar em muitos lugares para encontrar isso, mas encontrei. — April contou as duas cirurgiãs pediátricas, na cozinha de Callie e Arizona.
Quando Callie entrou, a mulher mais baixa sorriu. — Olá.
— Ei. — April sorriu também. — Fazemos muito barulho para Sofia?
— Não, eu apenas coloquei ela no chão. Eu pensei que... Eu pensei que Arizona tinha que estudar. — a mulher deixou escapar, uma mistura de confusão e aborrecimento no rosto.
Com isso, Helena olhou para a loira, antes de se explicar. — S-sim, nós temos. Nós estamos.
— Certo, falar é contra as regras. — a ruiva murmurou. — Desculpe. Sim. Estou ajudando-as a fazer mães de gelatina para praticar.
— A gelatina é o útero e as uvas são os corações dos bebês. — Helena explicou, apontando para a gelatina.
— É o modelo cirúrgico perfeito. — April continuou. — Você entra aqui e...
— Organizado. — Callie soltou a voz bruscamente, levando a garrafa de vinho aos lábios.
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Dez dias depois, Helena estava em cirurgia, com Graham ao seu lado, pois Arizona teve que atender um paciente pediátrico.
— Ok. Quase lá. — Nicole encorajou, enquanto a menininha reajustava o bebê. — Basta mover o ombro esquerdo do bebê para baixo, para baixo. Ok. Isso é bom. Parabéns, Campos. Foi o mais rápido que já vi alguém virar um feto no útero.
— Obrigada, Dra. Herman. — ela sorriu, orgulhosa.
— Então, assim que colocarmos a agulha, você quer fazer o resto do procedimento? — a mentora perguntou.
— Eu adoraria, m-mas acho que não deveria, ainda. — Helena torceu o nariz, um pouco decepcionada consigo mesma. — Só pratiquei esse procedimento algumas vezes, então não tenho certeza se já cheguei lá.
— Oh, estou feliz em ajudar, se ela não estiver pronta. — Graham soltou, fazendo a morena olhar para baixo, mordendo o interior da bochecha.
— Graham, quero que você preste atenção especial ao que Campos fez lá.
— Ah, sim, senhora. Eu vi. — ele assentiu.
— É isso que você ganha por ser um cirurgião experiente. A sabedoria para conhecer suas limitações. Ela não vai deixar sua própria arrogância atrapalhar o atendimento ao paciente. Boa decisão, Campos.
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Quando o trio saiu da cirurgia, Nicole contou aos colegas. — Bom trabalho, pessoal. Campos, vocês assumirão a liderança no próximo. Estejam prontos.
— Sim, Dra. Herman! Eu irei. — ela assentiu.
Helena conteve sua felicidade até que Graham se foi, sem se gabar. Quando ele virou as costas, ela sorriu abertamente, balançando os ombros enquanto fazia uma dancinha feliz.
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Helena estava em um armário de suprimentos, murmurando consigo mesma enquanto procurava um kit de sutura. — Onde estamos?
Ao ouvir a porta abrir e fechar atrás dela e os instrumentos cirúrgicos de metal caírem no chão, ela pulou ligeiramente, espiando por trás das prateleiras.
— Deus, você me assustou. — ela contou a Callie, que estava encostada na porta, o peito subindo e descendo com a respiração.
— Desculpe.
— Você está bem? — a baixinha perguntou preocupada.
— Estou bem? Obviamente não estou bem! Por que você pergunta isso se já sabe a resposta? Por que não tentar 'o que é isso, Callie'? O que posso fazer, Callie?' Como uma pessoa normal? — ela explodiu.
— D-desculpe. — os olhos de Helen se arregalaram. — Estou muito cansada, desculpe.
— Não, eu... Sinto muito. A culpa é minha. — ela exalou. — Eu só... Não tenho ninguém com quem conversar.
— Ok. — Helena assentiu, rapidamente encontrando uma solução. — Amanhã é meu dia de folga. Bem, mesmo que nunca acabe sendo um dia de folga agora, porque geralmente sou chamada ou tenho que estudar o dia todo, isso significa que normalmente posso dormir um pouco. Então, Mer e eu vamos beber hoje à noite. Você deveria vir.
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— Mais três. — Meredith pediu, na casa de Jo.
— Isso se chama separação dentro de casa. — Callie explicou. — Moramos na mesma casa, trocamos os cuidados com Sofia. Só não podemos conversar nem fazer sexo.
— Exatamente o que Derek e eu estamos fazendo, só que de forma saudável.
— Mark e eu conversamos e fazemos outras coisas. Mas é sempre tão apressado. Porque estou sempre com pressa. Você sabe como é ser atendente e esposa ao mesmo tempo? Ser mãe de duas filhas? E ainda por cima ter Herman como professora? Deixe-me dizer, ela não pega leve com você, não me lembro da última vez que dormi mais de cinco horas por noite. — ela murmurou, massageando o próprio pescoço.
— Oh. Bem, felicidades por isso. — Callie contou a elas, as mulheres engolindo suas doses.
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— Bom homem na tempestade. O que significa 'bom homem na tempestade' em relação a uma pausa? — Callie soltou.
— 'Como foi seu dia, Meredith?' — a loira imitou o marido. — 'Você curou a morte hoje, Meredith? Quando você vai curar a morte, Meredith? Eu poderia ter curado a morte se você me deixasse mudar para DC e me deixar trabalhar para o presidente.'
— E depois há Graham. Ele é tão condescendente conosco! 'Tipo, desculpe, mas antes disso a única cirurgia que você fez foi cesariana! Ganhei um maldito Harper Avery, que tal?'
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Mais algumas fotos foram tiradas, antes de Callie soltar. — Então, sou bissexual! E daí? É uma coisa e é real.
— Na verdade, é como se as pessoas pensassem que somos unicórnios malditos. — Helena murmurou, sua fala já um pouco arrastada.
— Quero dizer, é chamado de LGBTQ por um motivo. Tem um B aí e isso não significa brava. — Callie contou a eles. — Ok, meio que significa. Mas também significa bi.
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Três doses e muitas risadas depois, Meredith disse a eles. — Minha mãe e o chefe estavam fazendo isso por todo o hospital. Por todo o hospital.
— Mark e eu não fazemos isso no hospital. Fizemos uma vez. E então eu quebrei a coisa dele. Não foi bonito. Callie estava lá... — Helena deixou escapar, sua fala um pouco mais lenta.
— Sim, eu me lembro. — Callie assentiu.
— Isso é bom, porque minha mãe e o Chefe são como eu e Derek, traindo Addison. Eu sou legado de traição. — a loira assentiu.
— Talvez Sofia seja uma trapaceira herdada. — Callie encolheu os ombros. — Todo mundo neste hospital me traiu. Todas as pessoas com quem casei... Me traíram. Todas...
— Dois deles? — Helena ajudou.
— Sim. Todos os dois.
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— Cristina e você foram o terceiro trilho do nosso casamento. Ela era perigosa, totalmente carregada, poderia nos matar, se fosse necessário para continuarmos. E você manteve a paz, com as covinhas e os sorrisos. Agora ela se foi e você não tem nem tempo para respirar. — Meredith soltou, sua voz monótona.
— Estou com saudades dela... — Helena exalou.
— Ela me pegou. Você acha que é possível que meu verdadeiro amor na minha vida seja uma garota? — a loira perguntou a elas.
— Você ficou excitada com a vagina dela? — Callie perguntou, cutucando a mesa.
— Não.
— Então não. — Callie contou a ela.
— Bom ponto. — a loira aceitou, cantando em seguida. — Vaginaaaa. Va-Va-Vagina.
— Vaginaaaa. — Callie se juntou.
— Você canta lindamente. — Helena inclinou a cabeça, com tanto espanto que ficou claro que ela estava embriagada.
— Va-va-vaginaaa. Vagi-na-ha! — a mulher mais velha continuou.
— É uma palavra estranha. — Meredith soltou.
— Eu acho que parece bonito. — Callie encolheu os ombros. — As pessoas deveriam dizer mais.
— Vaginas são bonitas. — Helena compartilhou, com a cabeça apoiada no punho. — Quero dizer, o pênis de Mark também. É um pênis bom. Lindo. Excelente. Mas as vaginas são muito, muito bonitas.
— Oh, Deus. Sinto falta de sexo. — lágrimas brotaram dos olhos de Callie.
— Estou com calor. Meu marido é um idiota. — Meredith anunciou.
— E-eu acho que estou um pouco bêbada. — Helena percebeu, levantando a cabeça.
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Cerca de duas semanas depois, Helena abordou Amelia e Nicole no posto de enfermagem, ouvindo a mulher mais velha soltar a voz.
— Então, Addison Montgomery, com uma criança.
— Ah, sim. Henry destruiu completamente suas paredes e tapetes brancos. Ele atualmente está desenhando... E derramando e manchando. — Amelia sorriu.
— Sim, bem, parece que não a veremos no circuito de conferências por um tempo. — Nicole riu.
— Eu não sabia que você conhecia Addy também. — a baixinha soltou, olhando para sua nova mentora.
— Você terminou o arredondamento? — ela perguntou, bastante duramente.
— Sim. Sim, eu fiz. Eu queria dizer a você que a Sra. Cain deu consentimento para sua valvoplastia. Devo agendar isso? — a morena perguntou.
— Sim. Depois de amanhã. E você está liderando este aqui, Campos. Graham vai ajudar e segurar as agulhas. Vou observar. Esteja pronta desta vez. — ela avisou.
— Eu vou. — Helena confirmou.
As três mulheres caíram em um silêncio constrangedor por um tempo, antes de Nicole soltar. — Você precisa de mais alguma coisa?
— Oh não. — Helena balançou a cabeça enquanto Amelia murmurava.
— Desculpe.
Helena balançou a cabeça, meio encolhendo os ombros, meio dizendo que não era culpa dela, enquanto se afastava.
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Ao descer para a cozinha, depois de colocar as meninas no chão, Mark viu sua esposa com a cabeça apoiada na mesa. A superfície foi coberta com modelos de gelatina, deixando espaço apenas para a cabeça de Helena e um livro didático. A que estava ao lado dela tinha uma agulha bem cravada na uva, enquanto Helena respirava suavemente.
Com isso, o homem sorriu, pegando um cobertor e colocando-o sobre os ombros da esposa. Ele sabia o quão cansada e sobrecarregada ela estava.
— Eu te amo. — ela sussurrou, enquanto dava um beijo suave em sua testa. — Dorme bem.
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— Doutora Herman. — Helena soltou, juntando-se a ela e Graham na caminhada. — Acabei de receber a página. Achei que a valvoplastia de Caim estava marcada para amanhã.
— Era.
— A ultrassonografia mostrou hidropsia fetal leve. — o homem disse a ela.
— Então não só tem que acontecer hoje, tem que acontecer agora. Você está pronta?
Com isso, Helena respirou fundo. Ela pensou que teria mais um dia.
Ainda assim, ela sabia que poderia fazer isso. Ela havia se preparado e estudado e acertou todas as últimas tentativas.
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— Agulha, por favor? — Helena solicitou em cirurgia.
Ela pegou o instrumento, colocando-o sobre a barriga da mãe.
— Pare. — a mulher soltou.
— O que está errado? — Helena franziu as sobrancelhas.
— Eu deveria estar perguntando isso a você.
— Eu sinto muito?
— Você hesitou. Você firmou sua mão. Eu observei você. — Nicole apontou.
— N-não, estou bem. Estou bem. Estou pronta. — ela assentiu.
— Você está nervosa?
— Não. Bem, sim, claro, mas...
— Por que? — ela perguntou. — Por que você está nervosa? Você está bem descansado?
— Sim, Dra. Herman. Eu estou bem.
— Você está preparada, certo? Você estudou o eco fetal, memorizou as medidas, praticou os ângulos? Você sabe exatamente até onde inserir a agulha, em que ponto desdobrar o fio, inflar o balão? — ela perguntou, enquanto Helena sentia sua respiração ficando um pouco irregular.
— Sim. Estou pronto.
— Graham. Troque de lugar com Campos. — q mulher instruiu.
— Dra. Herman... Eu... — Helena começou.
— Está tudo bem. Acabamos de perder um tempo valioso.
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Após a cirurgia, Nicole puxou Helena para uma sala de plantão.
— Dra. Herman, eu... — a garota baixinha começou.
— Você sabe quantos cirurgiões fetais existem a oeste do rio Mississippi? Cinco. Somos cinco. E eu preciso de um sexto e um sétimo, de você e Robbins. Então eu escolhi você. De todos, eu escolhi a dedo você. E você está me decepcionando. Não estou apenas questionando suas habilidades. — Nicole disse a ela, quase gritando, enquanto Helena lutava para manter o olhar fixo. — Achei que você tivesse alguma coisa. Achei que você fosse especial. Você é uma vencedora do Haper Avery, já possui certificação dupla. Você é um membro do conselho, muito querida e respeitada entre os colegas. Achei que você seria melhor e em menos tempo. Mas, hoje, você me envergonhou. — Helena olhou para o chão, respirando fundo para afastar a ansiedade e as lágrimas. — Hoje você não estava preparada. Pela segunda vez. Então talvez eu tenha que repensar isso, porque você pode não ter o que é preciso aqui. Não sei o que há de errado com você. Não sei que tipo de demônios você tem. Mas posso lhe dizer que você, junto com Robbins, está atrasada nesta irmandade e não tenho tempo para você se atualizar. Não tenho tempo para três ataques. Você está fora.
Assim que Nicole saiu do quarto, Helena bateu e trancou a porta, sentando-se no beliche enquanto sentia sua respiração acelerar.
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11ª temporada, episódio 6
— Este é Waldo Pfeiffer, com idade gestacional de 23 semanas. — Nicole contou a suas duas companheiras, enquanto elas olhavam para o ultrassom. — Além de um primeiro nome incrivelmente infeliz, Waldo está lidando com um c-can particularmente desagradável. Diga-me o que c-cam significa, Robbins?
— Malformação adenomatóide cística congênita.
— E qual é a nossa principal preocupação, Campos?
— Que a massa está pressionando seu coração e pulmões. — Helena disse a ela.
— O c-can de Waldo não responde ao tratamento com esteróides. Agora, ele está desenvolvendo hidropisia. É para isso que a cirurgia fetal foi criada. Primeiro, vamos abrir a mãe, depois fazer uma incisão no útero, depois vamos remover o c-posso e coloque-o de volta onde o encontramos e espero que ele seja levado até o fim. — ela disse a elas, as duas olhando para a tela com admiração.
— Robbins, você tem consulta em 20 minutos. Seja rápida, volte aqui. Vou começar com Campos, ela está entrando, e depois vamos repassar esse procedimento passo a passo.
— Incrível, muito obrigada. — Helena soltou.
— Bem, não me agradeça. Decidi que era necessário quando vocês duas levaram dois meses para fazer uma valvoplastia fetal. — elas soltou, fazendo os sorrisos de ambas desaparecerem.
— Você está pronta para isso?
— Sim, absolutamente. — Helena assentiu.
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Enquanto Arizona se sentava ao lado de Helena, as duas prontas para começar, Nicole soltou. — Houve uma mudança de planos. Estou tendo um encontro pessoal, vou para casa. Aqui estão os materiais do procedimento. Internalize-os, principalmente você, Campos. Fiz anotações nas margens porque minha abordagem é melhor do que a maior parte da porcaria que está aí, Robbins, quero que você cubra meu serviço.
— E-está tudo bem? — Arizona perguntou.
— Eu disse que é pessoal. Você tem o que precisa de mim aí. Leia.
— E se eu tiver dúvidas? — Helena tentou.
— Serão respondidas lá. Vejo vocês amanhã.
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— Ela nos odeia. Ela nos odeia e está tentando nos torturar, ou fazer com que sejamos demitidas, ou, eu nem sei, nos matar. — Helena exalou para Arizona. — Quer dizer, estou aprendendo os passos da cirurgia em um artigo de jornal. Ou, bem, nem mesmo. Pelas notas minúsculas e quase ilegíveis nas margens de um artigo.
— Nunca pensei que diria isso, mas estou feliz por não ser eu quem está participando. — Arizona concordou.
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Na cirurgia, Helena abriu o útero, como Nicole contou. — Tudo bem, pessoal. Estamos prestes a conhecer o Waldo. Fiquem quietos para não acordá-lo. Campos, próximo passo?
— Um bolus de 22 cc por quilo de solução salina normal na veia umbilical. — a garota baixa recitou.
— Então você leu minhas anotações. — Nicole soltou a voz, quase impressionada, com Arizona espiando por cima do ombro. — Eu vou dar o bolus, você puxa o braço do Waldo para podermos colocar o monitor.
Ao levantar cuidadosamente o bracinho, Helena sentiu a mesma paz, o mesmo sentimento de pertencimento que sentiria regularmente em uma cirurgia. Um que ela não tinha conseguido sentir, Nicole respirando em seu pescoço.
Mas desta vez foi diferente. Foi acompanhado pelo frio na barriga de fazer um procedimento pela primeira vez, de segurar a mão de um bebê ainda por nascer.
— É incrível. — ela sorriu.
— De fato. Agora você está pronto para exposição e incisão no peito. Agora, cada passo conta aqui. Diga-me o que você está prestes a fazer. — Nicole solicitou.
— Vou realizar uma toracotomia póstero-lateral e retirar lentamente a massa. — ela soltou a voz quando a enfermeira lhe passou o bisturi.
— Lentamente e controlado. — a atendente soltou.
— Desculpe?
— Minhas anotações diziam que a missa precisa ser entregue devagar e de maneira controlada. Você leu minhas anotações ou não?
— E-eu fiz. Achei que estava implícito. As anotações também me disseram para me preparar para a bradicardia. — ela disse à mulher.
— Prossiga. Tudo bem, aí está a massa. — o monitor começou a apitar. — E tem a bradicardia. Como podemos lidar com isso?
— Atropina e Epi IM no deltóide. — ela assentiu.
— E por que isso é importante? Por que essa abordagem?
— Porque o c-can começa a sair, Waldo corre risco de insuficiência cardíaca. — Helena informou, enquanto trabalhava.
— Não foi isso que minhas anotações disseram. — Nicole corrigiu.
— Elas fizeram. Talvez não com essas palavras exatas, mas...
— Eu quero minhas palavras! — Nicole retrucou. "Minhas palavras exatas. Você está me dando a essência. Não estou interessada na sua interpretação das minhas anotações.
— Mas eu entendi o procedimento. Sei o que tenho que fazer. Realmente importa se eu disser 'saltar' e não 'projetar-se'? — Helena franziu as sobrancelhas
— Quero saber se as palavras específicas que escrevi estão agora gravadas em seu cérebro. É disso que se trata. É disso que se trata esta irmandade.
— Tudo bem, ela entendeu. — Arizona interveio, sua natureza protetora sobre a garota assumindo o controle.
— Robbins, estamos chegando à parte boa. Você não quer ter que sair agora. — ela avisou, virando-se então para Helena. — Minhas anotações também diziam que antes da minha abordagem, a cirurgia resultava em parada cardíaca fetal em 50% das vezes.
— Sim, Dr. Herman. — ela concordou.
— É estranho, não é? Tocar um bebê antes mesmo de ele nascer? Você sabe como é? Privilégio. Grande privilégio.
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— Vou falar com ela. Precisamos falar com ela. — Helena disse a Arizona, enquanto elas saíam, depois que Herman saiu da sala. — Já estou farta.
— Callie e eu estamos nos separando. — ela revelou, fazendo Helena olhar para ela. — E há muitas razões pelas quais isso aconteceu, mas aceitar esta bolsa pode ter sido o prego no caixão. Troquei meu casamento por este trabalho, e é praticamente tudo que tenho agora. Então isso tem que funcionar, eu preciso que funcione.
— Ok. Ok. — Helena assentiu. — Então você não quer. Mas eu quero. E você vem comigo. Porque o que aconteceu lá não foi justo. E o que tem acontecido nos últimos dois meses também não foi. Ela provavelmente vai demitir, logo, de qualquer maneira. Porque eu digo 'inserir' em vez de 'colocar', o-ou porque gaguejo, ou movo minha mão um milímetro para conseguir um ângulo melhor também.
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— Dra. Herman. Preciso conversar com você. — Helena soltou, entrando no quarto em que estava, Arizona ao seu lado.
— Na verdade, eu queria falar com você. — a atendente soltou.
— Eu quero esta bolsa. Eu quero, e quero muito. A cirurgia de hoje apenas confirmou isso para mim. — ela começou.
— Feche a porta.
Helena fez isso, continuando. — No entanto, não vou continuar a aceitar este tratamento. Não vou passar o resto do ano sendo tratada desta forma. Desta forma degradante, menos que humana, que você emprega com a Dra. Robbins e eu. Eu fui boa em aí, hoje eu entendi o procedimento, fiz sem nenhum erro, fui ótima, como cirurgiã e isso ainda não é suficiente, porque eu disse 'saltar', o-ou porque reajustei minha mão, o-ou porque respirei da maneira errada e percebi por que fiquei para trás. E isso é porque não consigo aprender assim, não consigo aprender quando sinto que você espera que eu falhe, que você quer que eu falhe. Não consigo aprender quando você fala comigo como se eu estivesse sem esperança, como se não tivesse futuro. Então, estou aqui para dizer que isso não funciona para mim desta forma. Se você quiser fazer um esforço para me tratar com respeito, para realmente me ensinar, em vez de me jogar aos lobos e torcer para que eu falhe, estou aqui para isso. Estou ansiosa para aprender, eu tenho uma paixão pela especialidade, e sou uma ótima cirurgiã. Se não, não acredito que isso funcione. Não acredito que devamos desperdiçar nosso tempo. Porque não estou disposta a passar um ano assim.
— Não teremos um ano juntas. — a mulher soltou a voz, sem tirar os olhos da papelada.
Com isso, Helena zombou, em aceitação. — Tudo bem. Ótimo. Obrigada pelo seu tempo.
Quando Helena se virou para sair, ela revelou. — Estarei morta em seis meses.
— Eu sinto muito? — Arizona soltou, enquanto os olhos de Helena se arregalavam, a garota virando-se lentamente.
— Tenho um tumor cerebral. É inoperável. Pensei que tivesse mais tempo, mas está crescendo. Em breve vou apresentar sintomas e, depois disso, vou morrer. — ela explicou.
— Quem sabe disso? — Helena murmurou. — O chefe? Alguém?
— A cirurgia fetal é um campo novo. Os poucos de nós que a praticamos basicamente a inventamos à medida que avançamos. As coisas que sei, as coisas que rabisco nas margens, ninguém tem. Elas não estão em nenhum livro didático, elas estão apenas no meu cérebro. Então, posso lutar para escrever artigos e tentar publicá-los, ou posso usar o tempo que me resta para ensinar a vocês duas um ano de medicina em seis meses. Pegue Hunt e o resto do conselho e tudo desaparecerá para sempre. — ela explicou.
— Não sei como me sentir sobre isso... — Arizona murmurou.
— Bem, apressem-se e decidam. Não nos resta muito tempo.
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