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˖࣪ ❛ DÉCIMA TEMPORADA
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10ª temporada, episódio 8
— Ei. — Helena sorriu, entrando com a cabeça no quarto de um paciente, que percebeu estar jogando videogame. — Não conseguiu dormir?
— Não. — ele confirmou.
— Você está preocupado com a cirurgia amanhã? — ela tentou.
— Não consigo dormir por causa do bebê chorando no quarto ao lado. E da... Foto do sapo e do macaco. — ele acenou com a cabeça em direção às pinturas, que pareciam deslocadas no quarto de um adolescente. — Meio que me assusta.
— Em que nível estamos agora? — a médica compartilhou seu interesse.
— Nível sete. E você, Dra. C? Não deveria estar descansando antes de você e a Dra. Gray me operarem amanhã? — ele soltou.
— Eu sou uma cirurgiã. — ela sorriu. — Não vem com superpoderes para dormir. Agora, os videogames podem ser bons para a prática cirúrgica. Por que você não me ensina a jogar?
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Entrando silenciosamente na sala onde seria a apresentação do projeto da impressora 3D de Meredith, Helena parou ao lado de Derek, perguntando. — Já sabemos o que ela imprimiu? Estou pensando em fígado.
— Não, ela disse que teríamos que esperar e ver como todo mundo... — ele murmurou.
— Estou apostando no rim. — Jackson adivinhou, enquanto Meredith falava.
— Eventualmente, até mesmo usando células do próprio paciente para prevenir a rejeição. Bem-vindo à era da medicina personalizada. — ela sorriu animadamente.
Então, ela puxou um garfo, murmúrios desapontados e risadas zombeteiras começaram na sala.
No final da sala, Helena começou a bater palmas, sorrindo para esconder a própria surpresa. Discretamente, ela deu uma cotovelada em Derek e Jackson, os dois fazendo o mesmo.
— Pessoal, ontem recebemos a impressora. Estamos testando. Forks, hoje. Amanhã, veias portais para... Pessoas reais. — Meredith quase gritou, frustrada.
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— Estou tentando acordá-lo... — a mãe de Will suspirou quando Helena e Meredith entraram na sala.
— Vamos, amigo. Deixamos você dormir o máximo que pudemos. — Helena sorriu ao pegar o travesseiro que cobria seus olhos.
— Bom dia, Will! — Meredith soltou.
— Meu grande dia começou como um pesadelo quando um palhaço apareceu de madrugada me perguntando se eu queria um animal balão. — ele murmurou, sentando-se.
— Palhaços são um perigo para o chão de pediatria. — a médica baixinha riu.
— Você ainda vai tentar remover todos os tumores hoje? Parece que é muita coisa para fazer de uma vez só... — a mãe soltou.
— O câncer de Will é um sarcoma muito agressivo. É uma abordagem do tipo tudo ou nada. — Meredith explicou.
— Elaboramos um plano para remover todos eles, começando pelo número um. — Helena apontou para a imagem no computador. — Alguns deveriam ser fáceis, mas há alguns complicados, como o tumor número oito. Está no fundo do fígado, mas faremos o nosso melhor para consegui-lo.
— Nós vamos conseguir. — Meredith assentiu.
— Tentaremos. — a morena corrigiu. Ela sabia como era importante não fazer essas promessas aos pais das crianças. — Uh, é como tentar passar do nível seis. Existem alguns lutadores, só precisamos ser muito precisos. — ela piscou para o adolescente.
— Vamos comer todos esses pontos e matar todos aqueles fantasmas. — Meredith tentou, estreitando os olhos enquanto tentava fazer uma metáfora bem-sucedida.
— Ela não fala sobre videogames. — Helena sorriu, fazendo o garoto provocar.
— Bem, até eu dar aula ontem, você também não, Dra. C.
— Oh, você não precisava me sujar daquele jeito, Will. — ela soltou de brincadeira. — Nos vemos na sala de cirurgia.
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Antes da cirurgia, Helena pegou um iogurte na sala dos atendentes, sentada ao lado de Arizona, enquanto April conversava com elas.
— Eu fui na casa dele, jantamos, conversamos, assistimos TV, conversamos, nos beijamos, nós... Outras coisas. E então paramos. — a ruiva suspirou, servindo-se de café. — Eu vou para casa. E é difícil. Você sabe, porque não é como se eu não soubesse o que estou perdendo. Eu sei o que estou perdendo. O que eu faço?
— O que? — Helena inclinou a cabeça.
— Espere, espere, o que exatamente você está nos perguntando? — Arizona parou de espalhar o cream cheese em seu bagel, enquanto a mulher baixa levava uma colher de iogurte à boca.
— Bem... Como faço para resistir? — ela se sentou em uma cadeira.
— E-eu não sei. — Helena encolheu os ombros, franzindo as sobrancelhas. • Quero dizer, estou com Mark há um tempo. Comecei a namorar com ele no meu segundo ano de residência... Tipo, o quê, sete anos atrás? E, você sabe, ele é Mark. Ele é... Incrível. Eu posso não exatamente reclamar nesse campo.
— Arizona. Lembra quando você teve aquele flerte com a estagiária Murphy e depois decidiu não levar isso adiante? — a ruiva tentou.
— Ah, sim. Uh... Eu levei isso adiante. — ela admitiu.
— Você fez sexo?
— Sim.
— Foi...? — April inclinou-se para a frente da cadeira.
— Incrível. — a loira exalou, com um aceno de cabeça.
— Isso é... Não... Você não é... Eu tenho que me afastar de vocês duas agora. — a ruiva murmurou, afastando-se frustrada, enquanto Helena dava risadinhas.
★
— Pronto com o tumor número um. — Helena anunciou, na cirurgia, uma enfermeira tocando a imagem na tela ao lado deles, sinalizando que ela havia sumido.
— Ok, você vê isso? Já está indo muito bem. Um a menos...
— Faltam quatorze... — a morena exalou. — Eu gostaria de ter chegado até ele antes. Ele já foi diagnosticado no estágio quatro... Típico adolescente. Ignora os sintomas, não quis pedir ajuda a ninguém... E agora está com o abdômen completamente coberto de tumores. Eu odeio me sentir tão impotente.
— Bem, você está certa. Ele é um típico adolescente, o que significa que ele poderia vencer isso. Ele é forte, capaz de lutar. E o que é melhor, ele está na minha sala de cirurgia. Na sala de cirurgia de alguém que está na vanguarda da medicina. — Meredith brincou, fazendo Helena rir. — E na sala de cirurgia da melhor cirurgiã pediátrica que conheço.
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— Ok. — Helena anunciou. — Número 8, aí está.
— Bem no meio do fígado. Vamos pular isso. — Meredith sugeriu.
— Pular isso? — a garota baixinha questionou. — Por que você quer pular?
— Nós voltaremos a isso. — a loira encolheu os ombros.
— Planejamos a cirurgia em uma ordem, Mer. A ordem que sabíamos que seria a melhor. Deveríamos seguir o plano. — Helena discordou.
— Lena, se removermos os outros primeiro, teremos uma exposição melhor. Vamos voltar ao assunto.
— É o mais difícil. Se não pudermos removê-lo, remover o resto só colocará um estresse desnecessário no corpo de Will, que ficará doente por mais tempo. Vamos, Mer, você sabe disso. Deveríamos...
— Eu ouvi o que você está dizendo. Mas sou a cirurgiã-chefe e estou fazendo uma ligação. Vamos para o número 9. — Meredith argumentou, fazendo Helena suspirar de aborrecimento.
— Tudo bem, então. Vamos para o número 9, pessoal.
★
— Isolaremos os vasos e depois retiraremos o tumor sob visão direta. — Meredith explicou, a dupla de volta ao tumor 8. Diante da cara cínica de Helena, ela argumentou. — Eu posso fazer isso.
— Eu digo que é muito arriscado, Mer. Acho que deveríamos fechá-lo. — Helena discordou, delicadamente.
— Bem, se não o ressecarmos, o câncer só vai se espalhar e eliminará as chances dele de vencer essa coisa. — a loira tentou.
— Primeiro, isso não vai eliminar suas chances. Apenas diminuí-las. Ele tem outras opções de tratamento. Segundo, como você toma este sem tirar o fígado inteiro? Parecia difícil nos exames, mas aqui está... É arriscado demais. — Helena balançou a cabeça, ainda falando baixinho.
— Doutora Grey. — Stephanie entrou na sala. — Eu só queria mostrar a você as últimas novidades sobre o modelo de fígado.
— Uh, Edwards, agora não. — Helena repreendeu. — Esta é difícil.
— Edwards, entre. Vamos precisar da sua ajuda para nos retratar. — Meredith soltou a voz e depois voltou-se para si mesma. — Lena, ele tem quinze anos. Acho que precisamos ser o mais agressivos que pudermos.
— Mer, respeitosamente, eu sei o que o paciente ter quinze anos implica muito melhor do que você. Você atende casos de pediatria de vez em quando, é isso que eu faço todos os dias. — a baixinha tentou.
— Vou tentar conseguir. — a loira brincou, dispensando completamente a jovem. — Grampo.
Com isso, Helena mordeu o interior da bochecha, mas continuou trabalhando. Ainda era uma decisão de Meredith, afinal, ela era a cirurgiã-chefe desta vez.
★
— Meredith, você precisa parar. Agora. — Helena avisou, enquanto Meredith operava o tumor.
— Estou prestes a fazer a trisegmentectomia. — a loira balançou a cabeça.
— Mais perto e você passará para o segmento dois e três. — a médica pediatra lembrou.
— E vai ficar tudo bem! — Meredith disse, claramente também um pouco irritada.
— Não haverá fígado suficiente para sustentar Will! Fará mais mal do que bem. Mer, isso também é o que 'não fazer mal' significa...! — Helena estava claramente começando a perder a paciência.
— Acho que será fígado suficiente e vou parar antes de ir fundo demais.
— Você não sabe, Meredith. — a voz de Helena agora era severa. — Você não sabe, porque mesmo que você imprima lindos garfos e trabalhe em pesquisas incríveis, você não é a cirurgiã pediátrica aqui, eu sou. Tenho mais experiência aqui do que você, nesse procedimento. Então, enquanto você pensa que vai se houver fígado suficiente, eu sei que não.
— Helena, estou dividindo o fígado desse garoto e preciso que essa conversa acabe. — a voz de Meredith era áspera.
— Então você vai me atacar de novo? Mesmo que este seja meu paciente, você dirá que é você quem decide porque é a cirurgiã-chefe?! — Helena zombou, balançando a cabeça. — É assim que tomamos decisões agora?
— Vocês duas poderiam desafiar a regra. — Edwards sugeriu, trabalhando por Helena. — O Dr. Webber nos contou sobre a regra dos dois desafios, onde dois cirurgiões que concordam podem forçar um terceiro cirurgião a desistir de um curso de ação.
— Ok, tudo bem. Então, Dr. Edwards, você e eu desafiamos a Dra. Campos a relaxar e me deixar terminar. — Meredith argumentou.
— Vou ter que desafiá-la, Dra. Grey. Estou pedindo que, por favor, pare o que está fazendo. — Helena respirou fundo. — Edward?
— Dra. Grey, eu acho você incrível. E você fez um lindo garfo e estou muito gratoapor ter feito parte disso. Mas agora, acho que você está forçando. E eu tenho que apoiar o desafio da Dra. Campos. — a estagiária anunciou.
— Tá bom. — Meredith quase fez beicinho, praticamente jogando seu instrumento cirúrgico na bandeja. — Doutora Campos, então pode fechar.
★
— Então? O que isso significa? Outra cirurgia? Mais quimioterapia e radioterapia? — a mãe de Will perguntou.
— Isso significa mais tempo na pediatria. — o menino reclamou.
— Sim. Não é ótimo, eu sei. — Helena suspirou, com um aceno de cabeça. — Mas, enquanto você estiver aqui, podemos pegar algumas coisas em sua casa. E-e eu retirarei as pinturas assustadoras das crianças. — ela sorriu, ficando na ponta dos pés para alcançá-los. — Vou estender o horário de visita, para que seus amigos possam sair com você. E vou me certificar de que não encontraremos você antes das onze. Chega de coisas de pediatria. Combinado?
— Combinado. — ele sorriu. — Mas só se você me deixar continuar a ensiná-la a jogar videogame.
Com uma risada, Helena saiu da sala. Ao encontrar Meredith do lado de fora, ela soltou. — Sinto muito pelo que aconteceu na sala de cirurgia, Mer. Tomamos a decisão certa.
— Eu poderia ter pegado aquele tumor. • Meredith argumentou, claramente ainda furiosa.
— Não, você não poderia. Ninguém poderia ter contraído aquele tumor. — Helena balançou a cabeça.
— Eu poderia ter...
— Mer, preciso falar com você. — Cristina gritou, juntando-se a elas, o trio andando pelo corredor.
— Eu preciso de um minuto. — a loira soltou.
— É sobre um paciente meu...
— Bem, estou atendendo um paciente meu agora, então precisamos de um minuto.
— É sobre a impressora. — Cristina gritou.
— É minha impressora, Cristina.
— Não, não é. É a impressora do hospital e...
— O que eu comprei para eles! — Meredith zombou quando eles pararam. — Pela minha pesquisa. Pela minha bolsa.
— O que é uma pesquisa importante, mas neste momento é uma pesquisa. E o que estou falando pode salvar uma vida. — Cristina satisfeita.
— Eu não posso parar no meio. — a loira balançou a cabeça. — Isso destruirá completamente o modelo. Só porque imprimi um garfo não significa que minha pesquisa seja uma piada.
— Ninguém disse que era uma piada! Mas veja, eu poderia... Eu poderia imprimir um andaime e... E fazer um canal biológico para o coração de um bebê. — a cirurgiã cardiovascular tentou raciocinar.
— Eles nem estão fazendo isso ainda!
— Eles estão, no Japão. — Helena falou, entrando na conversa.
— Sim, exatamente. Então, se eu conseguir liberação compassiva...
— Não tenho tempo para discutir! Envie uma proposta para a diretoria, se quiser usar a impressora. — Meredith a fechou.
— É urgente, Meredith.
— Bem, então é melhor você começar a trabalhar. — a loira foi bastante severa, fazendo Helena morder o interior da bochecha.
Quando Cristina saiu, a baixinha percebeu. — Era disso que se tratava na sala de cirurgia, não era? Cristina duvidou de você, então você tinha algo a provar?
— Não é disso que se trata! — Meredith gritou.
— Você descontou no meu paciente. E em mim. — Helena encolheu os ombros.
— Eu não desc...
á Sim. Sim, você fez. Você precisa saber o quão boa você é? Você é uma ótima cirurgiã, Meredith. Mas eu tenho lhe dito isso desde a sua luta. E eu tenho te tranquilizado. Quando todos riram na bifurcação, bati palmas. Você me menosprezou naquela sala de cirurgia, hoje, para se engrandecer. E colocou em risco a vida de uma criança, porque sentiu que tinha algo a provar. Você é uma médica incrível. Mas, hoje? Você nem era boa.
★
— Mark? — Helena gritou, enquanto se sentava ao lado dele no sofá, Alice brincando alegremente com seus brinquedos no chão da sala de jogos.
— Sim, querido? — o homem ergueu os olhos do telefone.
— Tudo bem que às vezes a gente tenha desentendimentos profissionais e então a gente briga, né? Porque somos apaixonados pelo nosso trabalho. Não tem problema ter que brigar com uma amiga se você acredita que é o melhor para o paciente.
— Sim, claro. — ele franziu as sobrancelhas. — O que aconteceu?
— Meredith e eu trabalhamos juntas. E eu... Eu tive que invocar a regra dos dois desafios para ela. — a mulher explicou, com um suspiro, esfregando a testa.
— Venha aqui. — Mark fez um gesto, a garota apoiando a cabeça em seu ombro enquanto o marido esfregava seu braço. — Eu sei que você odeia quando briga com ela, mas você é uma médica incrível. E sempre protege seus pacientes. Você protege ferozmente as coisas que lhe interessam. É uma das muitas coisas que amo em você. Então nunca se sinta culpada por isso.
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