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˖࣪ ❛ NONA TEMPORADA
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— VOCÊ VAI DEIXÁ-LA na creche, certo? — Helena questionou, pegando sua bolsa enquanto dava uma última mordida em sua torrada.
— Sim, querida. E não se esqueça que temos aquela reunião com o advogado, sobre o acidente. — ele disse a ela, enquanto Helena dava um beijo em seus lábios.
— Certo, não vou. — ela foi até sua filha, dando um beijo em sua bochecha enquanto contava. — Tchau, tchau, pequenina. Te vejo mais tarde. Eu amo vocês dois.
E, enquanto Helena se afastava, ela sentiu um leve pânico revirar seu interior. Aquele pânico que ela sentiu quando teve que deixar Mark, desde o acidente. O medo de quase perdê-lo novamente.
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— Então, agora Alex está reclamando da sua casa? — Helena perguntou a Meredith, enquanto caminhavam para o pronto-socorro.
— Sim, ele tem sorte de eu estar vendendo a casa para ele! — ela reclamou. — E ele diz que há podridão seca... Não há podridão seca!
Ao entrarem no pronto-socorro, ouviram um adolescente gritar de dor quando Stephanie Edwards, uma das novas estagiárias, os alcançou.
— Brian Danzinger, 17 anos, ele desmaiou no primeiro período de inglês. Uh, fortes dores abdominais, tremores e ele é hipertenso. Seus pais estão a caminho. — ela contou a elas, enquanto Helena pegava o prontuário.
— Obrigada, Edwards. — ela lhe lançou um sorriso, virando-se para o adolescente, enquanto Meredith apalpava seu abdômen. — Brian, eu sou a Dra. Campos, mas você pode me chamar de Dra. C, se quiser. Você bebeu esta manhã ou tomou alguma coisa?
— Não, eu não uso drogas. — ele disse a eles, com a mandíbula cerrada. — Deus, o que aconteceu?
— Ele está distendido porque tem sensibilidade no quadrante superior direito. — Meredith contou à amiga, que franziu as sobrancelhas para a criança.
— Ele parece ictérico para você?
— Um pouco. — a loira concordou, enquanto o garoto se dobrava de dor. — Brian, vou precisar que você se deite, por favor.
Enquanto Helena o ajudava a apoiar a cabeça no travesseiro, ela percebeu que alguns cabelos haviam caído e retirou a mão. — Mer? — os olhos da loira se arregalaram quando Helena se virou para Stephanie. — Tudo bem, por favor, certifique-se de fazer exames de função hepática, coagulação sanguínea, um exame toxicológico e uma tomografia computadorizada abdominal.
— Edwards, o que você acha que é isso? — Meredith questionou.
— E-eu acho... Me desculpe, não sei... — ela murmurou.
— Tudo bem, também não sabemos. — Helena tranquilizou com um sorriso, enquanto Meredith brincava.
— Pelo que sabemos, ele pode estar com podridão seca.
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— Você está assustando os estagiários de novo? — Helena questionou, ao ver Stephanie correndo para longe de Meredith, em um posto de enfermagem.
— Não é justo... — Cristina choramingou. — A assustadora sempre deveria ser eu.
— Você não deveria ter ido embora. — Meredith encolheu os ombros.
— Estou feliz que você voltou. — Helena sorriu, feliz por Cristina estar de volta ao trabalho no Seattle Gray Mercy West.
— Eu estabelecerei o domínio. — Cristina anunciou.
— Ah, não se engane, eles podem ter medo de vocês duas, mas eles me respeitam e gostam de mim. Sou eu quem tem domínio aqui. — Helena brincou, olhando para seu prontuário. — De qualquer forma, como estava Owen?
— Você quer dizer Chefe Hunt? — a mulher de cabelos cacheados zombou. — O marido anteriormente conhecido como Owen agora é apenas meu empregador. Ele me deu o pacote de orientação.
— Agora, isso é simplesmente frio. — Helena torceu o nariz antes de passar os laboratórios de seu paciente para Meredith.
— Brian Danzinger está sedado, sua pressão arterial caiu um pouco. — ela leu.
— Sim, o exame toxicológico é negativo, mas seus testes da função hepática e INR estão elevados. — Helena concordou. — Você deu uma boa olhada no fígado?
— Oh, o Yang pródigo retorna. — Jackson soltou, aproximando-se deles. — Senti a sua falta.
— Sim, oi. Blá, blá. Gentilezas. — ela revirou os olhos. — O que você sabe sobre o novo chefe de cardio, Jeff Randall?
— Russell. Nada. — o menino respondeu.
— Sim, ninguém chamado Jeff jamais fez algo substancial. — a mulher de cabelos cacheados concordou quando Alex se juntou a eles.
— Ei, Karev. Quando você comprar a casa de Mer, posso recuperar meu antigo quarto? — Jackson tentou, enquanto Helena e Meredith ainda analisavam os resultados de seus pacientes.
— Não, sem colegas de quarto. Não estamos na faculdade. Somos pessoas reais agora. — ele brincou.
— Espere, você está vendendo sua casa para ele?! — Cristina soltou.
— E é por isso que você não pode ir embora, Cristina. Você perdeu muita coisa. — Helena disse a ela, levantando os olhos dos laboratórios.
— Talvez eu não. Ele quer arrancar o chão. — Meredith reclamou.
— Vou ficar com o chão como está. — o atendente de olhos verdes ofereceu.
— Jackson? — April gritou, no final do corredor.
— Por que você não fica com Kepner? Vocês estão sempre transando de qualquer maneira. — Alex provocou, enquanto Jackson saía correndo.
— Aonde ele está indo? — April perguntou, enquanto Helena e Meredith iam até o computador.
— Longe de você, ao que parece. — Cristina brincou.
— Cristina! Que bom que você voltou. — a ruiva sorriu.
— Você ainda está fazendo isso com Avery? — a médica de cabelos cacheados franziu o nariz.
— Todo mundo sabe disso agora? — a garota congelou.
— Deus e todos. — Cristina brincou, fazendo Helena dar um tapa na nuca.
— Por quatro segundos inteiros, fiquei feliz por você ter voltado. — a ruiva provocou.
— Você estava certa. — Meredith disse a Helena.
— Eu sei, estou sempre certa. Sobre o quê? — a baixinha sorriu, espiando por cima do ombro do loiro.
— Sobre o fígado. — ela apontou para o exame.
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— Neste ponto, trata-se de avaliar esses danos emocionais. — o advogado conversou com o grupo, Helena segurando a mão do marido. — Então, precisaremos ouvir tudo.
— Você deve ser a Dra. Yang. — outro advogado da equipe cumprimentou quando Cristina entrou na sala. — Que bom que você pôde estar aqui, sente-se.
— Dr. Hunt, acho que você não será mais necessário como procurador. — a advogada-chefe, Anne, contou a ele.
— Uh, estou aqui mais para apoiar minha equipe. — o ruivo explicou, enquanto Derek soltava.
— Sim, não me importo se ele ficar.
— Hoje, uh, gostaríamos de receber algumas declarações sobre as contínuas dificuldades físicas, mas também mentais ou emocionais que você pode ter sofrido desde o acidente. — o advogado, Michael, disse a eles, fazendo Helena morder a parte interna da bochecha.
— E se não tivermos nenhum? — Cristina tentou, sentando-se ao lado de Helena.
— Bem, por que não conversamos? Ver o que acontece? — ele sugeriu. — Quase tudo pode ser útil para monetizar seus ferimentos.
— Como fazemos isso? — Mari questionou.
— Usamos uma fórmula. — Ana explicou. — São, uh, suas contas médicas, mais dor e sofrimento, iguais a três vezes suas contas médicas, mais lesões fixas em tecidos duros, mais perda de renda, mais perda de capacidade de ganho, mais quaisquer outros danos previsíveis. Para cada um de vocês. Então, estamos falando de um prêmio considerável.
Com isso, Helena zombou baixinho, sua mão indo para a barriga enquanto Mark apertava sua mão com mais força. A sua perda nunca poderia ser medida por uma fórmula.
— Sim... — Callie sussurrou.
— Muito mais substancial do que o acordo que lhe ofereceram. — Michael acrescentou.
— De onde vem todo esse dinheiro? — Derek franziu as sobrancelhas.
— Bem, estamos analisando as possibilidades agora. A empresa de fretamento, o fabricante da aeronave, o fabricante de peças, o piloto, claro... — sugeriu.
— Espere, Jerry? — a cabeça de Helena disparou.
— Você disse Jerry? — Meredith concordou.
— Quem é Jerry? — Ana questionou.
— O piloto. — Mark contou a eles.
— Ele estava lá conosco. — a loira concordou.
— Ele quebrou a coluna e está paralisado agora. — Cristina concordou.
— Você vai atrás dele? — a voz de Meredith era estridente.
— Bem, se descobrirmos que ele foi negligente, não deveríamos? — Callie tentou, franzindo as sobrancelhas.
— Não, sinto muito, não posso ajudar. Não tenho ferimentos residuais e preciso cuidar deles, então, você sabe, boa sorte. — Cristina disse a eles, saindo da sala.
— Olha, Callie, ele estava lá conosco. — Helena falou, sua voz um pouco trêmula. — E-eu estabilizei a coluna dele enquanto Arizona tentava imobilizar a própria perna, eu esfaqueei a perna dele com uma caneta e disse a ele que ele provavelmente nunca mais andaria. E-eu não... Ele me ajudou a acalmar quando todo mundo estava dormindo e eu estava tendo um ataque de pânico, p-porque Mark continuou codificando. Ele é um de nós.
— Gente, escutem, vocês têm um vínculo especial. — Anne contou a eles. — Vocês passaram por algo horrível e sobreviveram juntos. Mas no que diz respeito ao piloto, vocês precisam parar de pensar nele como um de vocês e começar a pensar nele como um dele.
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— Não temos certeza se é canceroso, mas há uma massa no fígado e está com hemorragia. Por isso, gostaríamos de fazer uma biópsia o mais rápido possível. — Meredith contou aos pais de Brian, em seu quarto, com Helena ao seu lado.
— Tudo bem, é claro. — o homem concordou.
— Há outra coisa. — a garota baixa falou. — Os sintomas de Brian: icterícia, queda de cabelo, pressão alta... Aliados a uma lesão hepática, tudo é consistente com o uso de esteróides anabolizantes.
— Que diabos?! — Brian gritou com ela.
— Brian, você está tomando esteróides? — seu pai perguntou, enquanto lágrimas brotavam dos olhos de sua mãe.
— Talvez você tenha notado mudanças no comportamento. Mau humor, depressão... — Helena tentou, o garoto a atacou mais uma vez.
— Cale a boca! Cale a boca, eu disse que não!
— Agressão não provocada? — Meredith acrescentou.
— Não dê ouvidos a eles... — Brian perguntou à mãe.
— Ele nem é atleta! — o homem argumentou. — Ele está no modelo da ONU.
— Brian, querido... — a mulher falou com a voz trêmula. — Apenas me diga. Se você fez isso, querido, apenas me diga.
Houve um momento de silêncio antes que o adolescente admitisse. — Eu queria... Que as garotas só gostassem dos caras com esses corpos malucos agora. Eu queria uma chance de alguém gostar de mim.
— Brian, há quanto tempo você os toma? — Helena perguntou, sua voz suave. — Isso nos ajudaria a saber.
— Eu juro, quase não tomei... — ele sussurrou, antes que sua mãe respondesse.
— Durante dois anos. Desde o segundo ano. Foi quando você deixou de ser meu garoto.
— Desculpe. — ele disse a eles, com lágrimas nos olhos. — Sinto muito, eu não sabia.
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— É câncer. — Helena contou aos pais, no quarto com Meredith. — Mas a boa notícia é que conseguimos tudo.
— Há uma chance de recorrência se ele continuar a abusar de esteróides. — a loira acrescentou.
— Ele não vai. — o pai confirmou.
— Ele era perfeito. — a mãe contou a eles. — Ele era magro, sim, um estranho. Mas ele era engraçado, espertinho, atencioso... Perfeito. Então ele se forçou a... Achei que ele era apenas um adolescente quando mudou tanto. Se soubesse, eu o teria impedido, eu juro. Eu teria feito qualquer coisa...
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— E é verdade que você tirou oito e dez semanas de trabalho, respectivamente, após o acidente, resultando em perda de renda?
— Sim. — Helena concordou.
— Seria seguro dizer que a queda do avião lhe causou grande sofrimento emocional, Dra. Campos? — Anne questionou, Helena e Mark sentados à sua frente, na sala de reuniões. Na frente deles, um gravador de voz gravou a conversa.
Com isso, a garota encolheu os ombros, quase incrédula com a pergunta. — Quero dizer, perdi meu filho. Quase perdi meu marido. Perdi um dos meus melhores amigos. Tenho TEPT por causa do acidente. Sim, seria seguro dizer isso.
— Dr. Sloan, esse também é o seu caso? Além do coma que se seguiu ao acidente e dos problemas médicos que o acompanharam, isso causou grande sofrimento emocional?
— Acho que sim, aconteceu. — Mark brincou, claramente desconfortável.
— Você também tem transtorno de estresse pós-traumático devido ao incidente?
— Eu... — ele limpou a garganta. — Sim, eu tenho. Sinto muito, podemos fazer uma pausa?
— Claro. — Anne concordou, Helena franziu as sobrancelhas em preocupação enquanto Mark saía da sala.
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— Mark, querido? — Helena gritou, entrando na sala de atendimento, onde Mark estava sentado no sofá. — Você está bem?
— Você já desejou que tivéssemos apenas aceitado o acordo? — o homem perguntou, enquanto Helena se sentava ao lado dele. — Então não teríamos que reviver isso indefinidamente...
— Às vezes, eu penso sim. — ela sussurrou. — Sei que é difícil, mas sabemos que estamos fazendo a coisa certa. É o que queríamos.
— Não, não é. — ele disse a ela, de forma quase inaudível, olhando para as mãos.
— Não? — Helena perguntou, sem entender
— Não era isso que eu queria. Eu queria resolver. Foi você quem não fez isso. — Mark explicou, olhando para sua esposa com uma aspereza nos olhos que Helena ainda não tinha visto.
— T-todos concordamos. — Ela franziu as sobrancelhas, seu tom de surpresa. — Todos nós votamos que não iríamos resolver.
— Nós íamos, no entanto. Todos nós, íamos fazer um acordo. — ele apontou, claramente um pouco irritado.
— S-Se você não quis, por que concordou? — Helena perguntou confusa.
— Você sabe por quê, Lee. — ele disse a ela, sua voz rouca e um pouco ressentida.
Com isso, houve uma mudança nos olhos de Helena, quando ela percebeu o que ele queria dizer. — Agora, isso não é justo, Mark. — ela disse a ele, com a voz magoada, levantando-se da cadeira.
— Mas é verdade. — ele disse a ela, levantando-se também. — Nós íamos chegar a um acordo, mas então você me disse que não queria. Você me fez sentir mal por querer um acordo, você deu a entender que seria egoísta. Você decidiu que não era certo.
— P-por que você não disse nada, então?! — seu tom foi um pouco mais alto, ofendida com a acusação. — E-eu nunca disse que você tinha que concordar comigo, só estava lhe dizendo minha opinião. Não é como se eu...
— Você estava chorando, Helena. Jesus, você estava desmoronando bem na minha frente. — ele levantou a voz, uma mistura de raiva e tristeza em seu tom. — Você estava sobrecarregada de trabalho e com tudo o que aconteceu com Henry. Você estava dizendo que simplesmente não conseguia se acomodar, que isso colocaria outras pessoas em perigo. O que eu deveria fazer?!
— Bem, eu não sei, talvez você devesse ser honesto comigo? — ela zombou, incrédula.
— Eu estava tentando proteger você! — ele meio que contou a ela, meio que gritou com ela. — Como sempre estou, o tempo todo, eu estava tentando proteger você. Mesmo que eu estivesse em coma, mesmo que estivesse ferido, eu estava tentando proteger você.
— Você não... Você não está sendo justo, Mark Sloan. — sua voz tremia de raiva, enquanto ela balançava a cabeça. — Eu estive lá com você a cada passo do caminho, você não pode agir como se fosse o único que se importa. Você não pode agir como se eu não protegesse você também. Não chore escondido no banheiro para não ter que se preocupar comigo durante sua recuperação. Como se eu não tivesse mentido sobre não poder sair da cama por duas semanas após o acidente, então você não usaria isso. Como quase não consegui, porque meu bebê estava morto e meu marido estava em coma. Como Alice foi a única razão pela qual consegui superar isso. Eu protegi você tanto quanto você me protegeu, mais do que você imagina. — ela fungou, traição em seus olhos, uma teta caiu em sua bochecha. — Sinto muito, mas isso não é culpa minha. Você concordou em não fazer um acordo, não pode me culpar por isso. Você fez sua própria escolha, mesmo que não goste das consequências. A escolha foi sua. E, sim, ainda acho que é a coisa certa. Apesar de tudo, ainda acho.
Enquanto Helena saía furiosa da sala, enxugando as lágrimas, Mark ficou para trás, com o peito subindo e descendo de raiva.
Fechando as mãos, ele virou a cadeira ao seu lado, enquanto passava a mão pelo queixo.
Helena e Mark não brigavam assim. Eles tiveram pequenos desentendimentos, sim, mas a última briga de tais dimensões que ele conseguia lembrar tinha sido sobre Sloan-Sloan e seu bebê.
O que o julgamento estava fazendo com eles?
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— Obrigada a todos pela sua cooperação hoje. — Anne disse ao grupo, na sala de conferências. — O próximo passo é apresentarmos uma queixa contra as partes.
— Podemos deixar o piloto fora disso? O homem agora está paraplégico. — Cristina tentou.
— Sim, eu concordo. Devíamos tirá-los da lista. — Derek a apoiou.
— Espere, não. Ele estava bêbado ou dormindo? — Callie tentou.
— Não, Callie, nós conversamos com ele. Quero dizer, respeitosamente, você não conhece o homem. Você não estava lá. Nós estávamos. Não foi culpa dele. — Helena tentou.
Porém, desta vez, ela não teve a mão do marido para segurar. Ele estava do outro lado da mesa, ela não conseguia sentir o calor do corpo dele. E, como tal, a voz dela saiu muito mais fraca do que antes.
— Dr. Hunt? — Anne gritou. — Vou ter que pedir que você saia agora. Isso só é apropriado para as vítimas do acidente.
— Oh, Ok. — ele aceitou, saindo da sala.
— Gente, não vamos atrás do piloto. — ela contou a eles.
— Bom. — Mari concordou.
— Precisamos investigá-lo para defender nosso caso, mas os danos que buscaremos serão muito maiores do que aqueles pelos quais o piloto poderia ser responsabilizado. — ela contou a eles. — Ou a empresa charter, nesse caso.
— Iremos atrás de peixes maiores. — Michael explicou, fazendo Helena franzir as sobrancelhas. — Cada vez mais parece que a melhor estratégia será procurar falhas no próprio hospital.
— Boise? — Meredith questionou.
— Não, este hospital. As pessoas que colocaram você naquele avião.
— Oh. — Helena soltou, com o coração pesado.
Eles estavam indo atrás de sua própria casa, de sua família. Eles estavam indo atrás dos seus.
★
A cozinha ficou em silêncio enquanto Helena colocava a louça do jantar na máquina de lavar, Mark lia alguns prontuários de pacientes na ilha da cozinha. O som dos pratos tilintando era o único da casa, a pequena Alice dormindo há muito tempo em sua cama, no andar de cima.
De repente, Helena virou-se para o marido, suspirando, enquanto enxugava as mãos. — Olha, Mark, eu não... Eu não tive a intenção de forçá-lo a nada.
— Eu sei. — ele disse a ela, levantando os olhos de sua papelada. — Eu sei que você não fez isso. Eu fui estúpido, eu odeio ter que falar sobre isso com outras pessoas, você sabe disso, então eu ataquei você. Eu nunca quis dizer que você não cuida de mim. Eu sei que sim, querido. Eu sei o quanto você se importa. Sinto muito.
Os lábios de Helena formaram um sorriso tenso, enquanto ela lhe contava. — Sinto muito se você sentiu que não tinha escolha. Eu sei que eu estava... Eu sei que posso ser um pouco hipócrita e agressivo. Nunca tive a intenção de fazer você se sentir mal por querer um acordo.
— Eu não fiz. Depois que você falou comigo, percebi que não deveríamos fazer um acordo. Eu só... — Mark suspirou, esfregando o queixo. — Foi mais fácil me convencer de que foi só por sua causa, que eu não estava me submetendo voluntariamente a... Isso. E você pressiona as pessoas, sim. Mas você nos incentiva a ser a melhor versão de nós mesmos. Eu faria isso. nunca serei quem sou hoje sem você, Lee. Você me incentivou a ser melhor.
Com um sorriso, Helena se aproximou do marido, dando um beijo em seus lábios. — Eu te amo.
— Eu também te amo. — ele sorriu.
— Nós vamos superar isso, certo? — ela questionou, com os olhos um pouco marejados. — Um dia não vai doer só respirar, porque Henry e Lexie se foram. Um dia poderemos dormir com as luzes apagadas, porque não sentiremos que estamos de volta lá. Não vamos pular nos rosnados dos animais, porque isso nos lembra dos animais brigando por Lexie, e não vai doer deixar um ao outro e Alice porque estamos com medo de não ficarmos juntos novamente. Certo?
— Nós vamos superar isso, Lee. Nós vamos superar isso juntos.
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