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˖࣪ ❛ OITAVA TEMPORADA
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8ª temporada, episódio 21
— ARIZONA, ESTOU ESTRESSADA. — Helena disse a ela enquanto caminhavam pelo corredor, Helena empurrando sua mala atrás dela. — Como estressada, estressada. Tipo, tomei meus remédios de ansiedade de emergência e ainda sinto que vou vomitar. Ou chorar. Ou ambos, provavelmente ambos.
— Ok, merda. Não se estresse. — a loira disse a ela, encolhendo os ombros. — Apenas... Olhe nos olhos dos examinadores, mas não olhe fixamente. E-e não apresse suas respostas. Você sabe, não há problema em tirar um segundo para se recompor. Mas n-não demore muito.
— Isso deveria estar ajudando? Porque não está... Não está ajudando. — Helena reclamou, seu rosto corado de estresse enquanto sua mão segurava sua barriga agora maior.
— Não, sim, não se estresse. Você vai ficar bem, você consegue. — a mulher contou a ela, quando chegaram à área de ambulâncias, Helena se juntando a Mark e Jackson.
— Coma salmão no jantar. E diga ao serviço de quarto para garantir que não esteja congelado. Você perde ômega-3 se estiver congelado. — Mark contou ao seu residente, que mandou uma mensagem. — Avery, você está me ouvindo? Eu também tenho uma esposa para me acalmar.
— Estou tentando não fazer isso. — o menino reclamou, revirando os olhos, enquanto Helena agarrava o braço de Mark.
— Ok, como você está com dinheiro? Achei que você precisava de algum. — Mark entregou-lhe um monte de notas, o menino pegou e caminhou em direção ao ônibus.
— Realmente? — Helena perguntou, com as sobrancelhas ainda franzidas de preocupação. — Ele é podre de rico, não precisa do nosso dinheiro. — diante da cara interrogativa que Mark fez, Helena contou a ele. — Estou estressada e hormonal, chego a ser um pouco malvada.
— Querida, vai ficar tudo bem. — Mark segurou seu rosto, olhando em seus olhos. — Você passou por todas as fases e ciclos do método Campos e trouxe seus flashcards com você. Você vai ficar bem.
— M-mas e se eu falhar? E-eu não posso falhar, porque então n-ninguém vai querer me contratar e eu vou perder... Vou perder toda a minha credibilidade e arruinar minha reputação! E você sabe que não lido bem com o fracasso, Mark, então não posso falhar! — ela surtou, começando a entrar em pânico.
— Lee, olhe para mim. — ele pediu, Helena mordendo o interior da bochecha ao fazê-lo. — Você é a mulher mais inteligente que conheço, Helena Campos. Você tem seu pequeno cérebro genial e seus flashcards, você vai se sair muito bem. Você sabe o seu valor, não se esqueça disso porque está estressado.
— Ok. — a mulher assentiu, seus olhos ainda um pouco enlouquecidos pelo estresse. — Eu vou ficar bem. Só... Se Ali começar a sentir muita falta de mim, não se esqueça que ela adora o cd de músicas portuguesas para bebês, que a ajuda a se acalmar. E/e o cobertorzinho amarelo que Lexie deu a ela, é a favorita, dê isso a ela.
— Nós ficaremos bem, Lee. Eu estou com Ali, nós ficaremos bem, e você também. — Mark a tranquilizou. — Você consegue.
— Eu consigo. — ela concordou, dando um beijo no marido. — Tchau, eu te amo.
— Eu também te amo, Lee. — ele então colocou a mão na barriga dela, murmurando. — E, tchau, garotinho. Papai vai sentir sua falta.
★
April se deixou cair ao lado do resto dos residentes, em um sofá no saguão do hotel, depois de praticamente dizer a um homem que havia aceitado o emprego dele.
— Bem, ele me odeia. — ela bufou, fazendo Helena levantar os olhos de seus cartões e dar um tapinha na cabeça confortavelmente.
— Como você faz isso? Você está aqui há uns dois minutos... — Alex brincou.
— Meu examinador também vai me odiar instantaneamente. — ela balançou a cabeça, fazendo Cristina soltar.
— Não se desespere.
Cantarolando em concordância, Helena contou a ela. — Sim, se você pensar assim, você ficará toda ansiosa e sem fôlego, acredite.
— Uma em cada cinco pessoas falha nos conselhos! — a ruiva anunciou, fazendo os olhos da baixinha se arregalarem.
— Tudo bem. Prepare-se. — Cristina encolheu os ombros.
— Só não me deixe louca também, por favor. Guarde todos esses... Dados assustadores para você. — Helena disse a ela, sua voz um pouco trêmula.
— Está apenas em teste. — Jackson falou, de forma tranquilizadora. — Todos nós já lidamos com coisas piores, ninguém está sangrando na sua mesa. Ficaremos bem.
— Certo, ficaremos bem. — Helena concordou. Porém, suas mãos percorreram sua bolsa, onde encontrou suas cápsulas de camomila, colocando uma na boca. Ao olhar do outro, ela perguntou. — O quê? É tudo natural, não olhe para mim como se eu estivesse fazendo heroína. — com o tom ligeiramente áspero, as sobrancelhas de todos franziram ainda mais. Suspirando, ela explicou. — Estou loucamente estressada e grávida, aparentemente não é uma boa combinação.
— Cristina, Lena. — Meredith gritou, fazendo as duas garotas se levantarem e se aproximarem dela, um pouco afastadas do grupo.
— O que é? — a garota baixinha perguntou.
— Zola está com cólica estomacal. — ela anunciou.
— Ah, Ali teve aquele vírus na semana passada, aparentemente está circulando pela creche. Ela melhorou rapidamente, não se preocupe. — Helena a tranquilizou, Cristina concordou.
— Sim, as crianças ficam doentes. Derek está com ela.
— Zola está com cólica estomacal. — a mulher repetiu.
Com isso, ambas pareciam um pouco confusas, antes de perceberem, trocando um olhar.
Helena soltou um pequeno suspiro, dando alguns passos para trás ao anunciar. — Não, Meredith, você não está doente.
— Você não pode estar doente. — Cristina concordou. — Você está pirando.
— On. — a loira concordou, antes de engasgar.
— Respire fundo, apenas respire fundo. — a mulher mais alta instruiu, enquanto Helena se mantinha afastada.
— Sim, não fique doente, Meredith! Cuide da matéria, nada de vomitar. — ela avisou.
Porém, nesse momento, a loira se abaixou e vomitou no chão, fazendo Helena recuar ainda mais e virar o rosto enquanto torcia o nariz.
— Uh, o que aconteceu? — April perguntou.
— Gripe estomacal. — Cristina anunciou.
— Oh, graças a Deus estou no seu quarto, Keps, não com Mer. — Helena disse para a ruiva, ainda de costas para o vômito. — Já estou com enjôo matinal, não posso ter cólica estomacal também.
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— Ok, uma pessoa de 56 anos apresenta obstrução do ducto pancreático e ducto pancreático principal dilatado. — Jackson leu enquanto todos, exceto Meredith, estudavam em uma das salas. Helena sentou-se no chão, com as costas apoiadas em uma das camas, enquanto repassava seus cartões.
— Cara, dá um tempo. — Alex tentou. — Se ainda não sabemos, estamos ferrados. Além disso, você tem seu lápis mágico para ajudá-lo.
Com isso, os olhos de Helena se ergueram das cartas, enquanto ela perguntava com um sorriso no rosto. — Um mágico o quê?
— Ele tem um lápis mágico? Ah, diga mais. — Cristina perguntou, animada para provocar o garoto.
— A mãe dele trouxe. — Alex acrescentou, fazendo o homem revirar os olhos.
— Eu digo para usar. — Helena encolheu os ombros. — Honestamente, estou pegando duas pranchas de uma vez, vou aproveitar toda a sorte que puder.
— Espere, quão mágico é esse lápis? E ele pode impedir isso? — Cristina apontou para April soluçando baixinho.
Com isso, Helena inclinou a cabeça enquanto seus olhos se suavizavam, oferecendo a mão a April, que ela segurou.
— Me desculpe, me desculpe. — a ruiva fungou. — Tudo isso ficou muito, muito real.
— Eeeee, cara abatido. — Cristina concluiu, fazendo Helena bater na perna, no chão.
— Dois homens abatidos. Primeiro Grey e agora... — Jackson concordou, esfregando confortavelmente o joelho de April.
— Meredith não está triste. Ela está bem. — Cristina argumentou.
— Keps também. É normal chorar. Olha, eu sou uma caçarola de hormônios e pegando duas pranchas, provavelmente vou chorar também, em algum momento. — Helena disse a eles, a ruiva lançando-lhe um olhar agradecido. — Estamos todos bem, não há nenhum homem caído.
Com isso, Cristina suspirou, agarrando o braço de Helena.
— Onde estamos indo? — a garota baixinha perguntou.
— Para consertar Meredith. — ela decidiu.
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Helena e Cristina bateram na porta de Meredith, ambas armadas com bolsas intravenosas e protegidas com máscaras cirúrgicas e luvas.
Quando a loira abriu a porta, claramente frágil e mal conseguindo ficar de pé, ela soltou. — Legal.
— Não nos arriscamos. — Cristina disse a ela, enquanto elas entravam na sala.
— Sente-se, vamos consertar você. — Helena avisou, enquanto se sentavam na cama.
— Minha filha acabou de desligar na minha cara. — a loira suspirou enquanto se sentava de pijama.
— Sim, isso vai acontecer de novo. — Cristina encolheu os ombros, enquanto Helena ria.
— Onde você conseguiu soro e fluidos? — a loira franziu as sobrancelhas.
— Somos médicas em um hotel cheio de médicos. Além disso, Baby Einstein consegue ser bastante convincente quando mostra as covinhas. — Cristina contou a ela.
— Sim, posso. Agora, puxe a manga. — Helena instruiu, começando a fazer sua intravenosa.
— Vocês são pessoas legais. — a mulher doente suspirou.
— Sim, somos. Mas sairemos daqui em sessenta segundos, esta sala é como... Uma fossa viral. — a menininha avisou enquanto colocava a intravenosa.
— Sim, não fique todo enevoada. — Cristina contou a ela.
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Cristina bateu novamente na porta de Meredith, do outro quarto conjugado, o de April e Helena. A baixinha estava ao seu lado quando ouviram Meredith responder.
— Chegando.
— Não, não abra a porta. Não queremos respirar seu ar. — Cristina explicou. — Só queria saber se você precisa de alguma coisa.
— Não, hein, estou bem. — a loira contou para elas, do outro lado da porta.
— Você dormiu um pouco? — a garota baixinha perguntou.
— Não, é pior quando eu me deito ou... Uau. — ela se interrompeu, perdendo o equilíbrio por um momento. — Ou quando eu me levanto, aparentemente... — ela fez um pequeno barulho chateado, enquanto se sentava no chão do outro lado da porta. No quarto de Helena, Cristina e ela fizeram o mesmo. — Você acha que Zola vai me odiar?
— Por que? — Cristina perguntou.
— Porque as mães deveriam ficar com os filhos quando eles estão doentes. Tudo o que você quer fazer é deitar em cima da sua mãe quando estiver doente... — ela suspirou. — Minha mãe nunca esteve por perto para ficar em cima dela, e agora eu não estou lá para Zola ficar em cima de mim. Eu queria saber se você acha que ela vai me odiar.
— Ela não vai te odiar, Mer. Ela nem vai se lembrar disso, ela é um bebê. — Helena a tranquilizou. — Não se sinta culpada, ela tem Derek e isso é uma coisa única. Você não é como sua mãe.
O trio caiu em um segundo de silêncio antes de Cristina soltar suavemente. — Owen dormiu com alguém.
— Sim... — Meredith e Helena exalaram.
— Vocês sabiam? — Cristina perguntou surpresa.
— Sim. — elas confirmaram, em uníssono.
— Todo mundo sabe?! — ela perguntou em pânico, levantando a cabeça da parede.
— Não. — Meredith tranquilizou, da outra sala. — Ele pensou que você me contou, então ele me contou.
— E Mer me contou. É assim que sabemos. — Helena assentiu, Cristina assentiu também.
— Ok.
— Ele é um porco. E você merece coisa melhor. — a loira contou para elas, Helena agarrando a mão de Cristina.
— Você tem. Eu não estou falando com ele, se isso ajuda. — a estrangeira concordou.
Elas ficaram em silêncio por mais um segundo, Cristina agarrando a mão de Helena com mais força enquanto lágrimas brotavam de seus olhos.
— Vocês ainda estão aí? — Meredith perguntou.
— Ainda estamos aqui.
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— Nós vamos ficar bem, certo? V-vai ficar bem? — Helena questionou, sentando-se entre Meredith e Cristina, no corredor externo às salas onde os tabuleiros seriam realizados.
— Sim. Nós conseguimos isso. — Meredith disse a ela, quase tentando se convencer enquanto Helena balançava a perna para cima e para baixo. — Nós conseguimos isso.
Cristina colocou a mão na coxa de Helena, impedindo-a de pular, como já fez muitas vezes. — Não faça isso aí, eles vão perceber e tentar te deixar maluco.
— Certo. Eu não farei isso. Ok. — Helena assentiu, mordendo o interior da bochecha.
— Doutora Campos? — uma voz masculina gritou, fazendo a cabeça de Helena se levantar e seus olhos se arregalarem ligeiramente.
Ela respirou fundo e se acalmou, levando a mão ao pombo por um segundo. Então, ela se levantou com um sorriso, caminhando até o examinador para apertar sua mão. — Bom dia, é um prazer conhecê-lo.
— Prazer em conhecê-la, sou o Dr. Keith Colliers. — ele se apresentou.
Quando ele entrou na sala, Helena o seguiu, respirando fundo, com a mão na barriga do bebê.
Ela tinha isso. Ela tinha que ter isso. Certo?
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8ª temporada, episódio 22
Helena estava sentada na calçada em frente ao hotel com April, Meredith, Cristina e Jackson, o rosto enterrado nas mãos.
— Vou morrer. — a garotinha choramingou. — Tipo, realmente morrer. Isso foi muito ruim.
— Eu exagerei um pouco. — Cristina suspirou, corrigindo. — Muito exagero.
— Quem me disse que seria uma boa ideia tentar pegar duas pranchas ao mesmo tempo? — Helena questionou, com lágrimas nos olhos.
— Isso não foi um exame, foi um interrogatório. — Jackson concordou.
— Tipo... Muito, muito exagerada. — Cristina acrescentou.
— Os jogos mentais... — a loira soltou.
— Perguntas capciosas... — April concordou.
— Rostos para nos manipular... — Helena sussurrou.
— Parecia que a Al Qaeda estava lá. — Jackson reclamou, enquanto a garotinha levava a mão à barriga.
— O próximo teste é em junho. — Meredith soltou, os olhos de Helena brilhando de esperança.
— Junho não é ruim! — ela soltou, um pouco mais animada.
— De 2013! — A loira corrigiu, enquanto Helena soltava um gemido, deixando a cabeça cair no ombro.
— O que está feito, está feito. Não vamos mais... Falar sobre isso. — Jackson sugeriu.
— Alguém sabe como Alex se saiu? — Meredith perguntou.
— Alguém sabe se Alex conseguiu? — April questionou, fazendo a cabeça de Helena erguer-se do ombro da amiga.
— O que?!
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Sete horas antes
SESSÃO UM
Helena sentou-se em uma cadeira, na frente de uma mulher e de um homem, o homem falando. — Bem-vinda ao exame de certificação do American Board of Surgery. Forneceremos quatro cenários separados em 3 sessões de 30 minutos, com intervalos de dez minutos entre elas. — ele leu em seu fichário, olhando para cima por um momento. — Ou, no seu caso, 6 sessões, já que você tinha a... Ambição de fazer duas pranchas ao mesmo tempo.
A respiração de Helena ficou presa na garganta por um momento, ao notar o pequeno sorriso no rosto da mulher. Aquela que indicava que ela acreditava que isso era estúpido, e não ambicioso. Ela sentiu sua determinação vacilar por um momento.
Ela não acha que eu posso fazer isso. Oh Deus.
— Para passar no teste, você deve passar em duas das três sessões. Agora, você pode ser reprovada em uma sessão e ainda assim passar, mas os examinadores não têm permissão para indicar se você foi aprovada ou reprovada em cada questão. No seu caso, você pode passar em uma de suas conselhos ainda falham no outro. — ele continuou, enquanto Helena assentia. — Você será avaliada de acordo com sua capacidade de diagnosticar, gerenciar o tratamento, lidar com o inesperado... Basicamente, a força de sua constituição em uma crise. E quando passarmos para o próximo cenário, não há como voltar atrás. Ou seja, quando uma pergunta é feita, você não pode voltar atrás.
— Tudo bem. — ela confirmou, com um aceno de cabeça e um sorriso, mesmo sentindo sua ansiedade aumentar.
— Agora, vamos começar com Neonatal. — o homem anunciou, virando a página enquanto Helena se agarrava às bordas da cadeira. — Você tem um recém-nascido de três semanas com...
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Ao sair da sala, Helena avistou April sentada em uma cadeira no corredor, aproximando-se dela, conforme ela anunciou. — Vou chorar de estresse em um banheiro.
— Estou bem atrás de você. — a ruiva concordou, enquanto as duas seguiam para o banheiro.
★
SESSÃO DOIS
— Eu então cobriria o intestino com o omento e fecharia principalmente a fáscia. — Helena respondeu, com a voz firme, apesar do nervosismo. Esse formato de teste definitivamente não era bom para sua ansiedade social.
— As suturas rasgam a fáscia. — o homem anunciou.
— Uh, nesse caso eu usaria suturas de retenção de náilon 1.0 em toda a espessura da parede abdominal. — ela assentiu. — Esses deveriam aguentar.
— Eles deveriam? — o médico perguntou, seu tom de dúvida. — Satisfeito com sua resposta?
Os olhos de Helena se arregalaram um pouco, enquanto seus olhos vagavam pelos rostos dos dois examinadores. — S-sim. Sim, estou. — ela confirmou.
Com isso, os médicos trocaram olhares, antes que a mulher anunciasse. — Vamos lá.
★
Helena andava pelo banheiro, de terninho, enquanto Cristina se sentava ao lado da pia e Meredith se sentava no vaso sanitário, após ter acabado de vomitar.
— Todas as suas perguntas são nojentas? — a loira perguntou.
— Nojento? O que você quer dizer? — Helena questionou.
— Eles ficam me perguntando sobre intestinos e fezes com sangue! — ela soltou, com um lenço na boca.
— É uma cirurgia geral, o que você esperava? — Cristina zombou.
— Você não está ajudando.
— Meu cara é um maldito fóssil. A última vez que ele esteve na sala de cirurgia estava... Iluminado por velas. — a cardiocirurgiã reclamou.
— Os meus me odeiam. Os dois. E e-eles acham que é estúpido eu estar pegando duas pranchas de uma vez e eles continuam... Eles estão sempre fazendo essas caretas. — Helena choramingou, ainda andando enquanto segurava a barriga do bebê. — E isso não pode ser bom para o bebê, não pode ser... Ah, vou falhar!
— Você não está falhando, Baby Einstein. — Cristina a tranquilizou. — Você é... Bem, você é você. Mas nenhuma de nós está falhando.
— Certo. — ela concordou, sentando-se ao lado da amiga enquanto Meredith permanecia no banheiro. — Nenhum de nós está falhando.
— Talvez eu viva aqui, neste banheiro, na minha sujeira... Até morrer. — a loira exalou.
— Soa como um plano. — Helena concordou.
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SESSÃO QUATRO
— Dra. Campos, iniciaremos agora a parte de cirurgia pediátrica do seu exame. — o médico anunciou. — As mesmas regras do exame anterior se aplicam a este.
— Tudo bem. — Helena assentiu, reajustando-se na cadeira.
— Agora, você está trabalhando em um pronto-socorro. Uma mãe liga e diz que seu bebê de 5 semanas está vomitando. Ele era um bebê a termo, sem problemas perinatais. Ele está amamentando. O vômito começou há 2 dias e agora está ocorrendo após cada alimentação. — o médico apresentou o caso, Helena listando-o cuidadosamente.
— Bem, eu começaria apalpando o abdômen, além de solicitar um ultrassom e uma UGI. — a mulher respondeu, inconscientemente começando a balançar a perna para cima e para baixo.
— Inquieta, doutora? — o homem questionou. Com isso, os olhos de Helena se arregalaram, a garotinha colocou a mão na perna enquanto parava.
★
— Mark, eles me odeiam. — Helena conversou com o marido ao telefone, escondido no banheiro.
— Eles não te odeiam, boneca. Ninguém poderia te odiar. — Mark riu do outro lado da linha.
— Não é engraçado, Mark Sloan! — ela repreendeu. — Todo mundo foi embora, porque eu sou a única louca o suficiente para fazer duas bancas... E meus examinadores também pensam assim, sabe? Eles acham que isso é estúpido.
— Eles disseram isso? — o homem franziu as sobrancelhas, do outro lado da linha.
— Não! Mas eles acham isso! — Helena explicou com lágrimas nos olhos.
— Querida, vamos, tenho certeza que você vai passar. Eu acredito em você, ok? — ele tentou, sua voz suave. — Você é literalmente um gênio, Lee. Este é um passeio no parque para você. Você conseguiu.
— Tudo bem, sim, eu cuido disso. — Helena assentiu. — Obrigada, querido.
★
SESSÃO SEIS
— Eu faria uma biópsia, então. — Helena acenou com a cabeça e respondeu, com a mão na coxa para evitar balançar a perna.
— O caminho mostra LCIS. Qual é a sua melhor abordagem de mastectomia? — Perguntou o médico.
— Eu faria um periareolar - não, espere, você disse LCIS? — ela balançou a cabeça, franzindo as sobrancelhas.
— Sim, carcinoma lobular in situ. — a mulher confirmou.
— Bem, então você não faria isso... — ela fechou os olhos, respirando fundo enquanto pensava. — Não, você não faria uma mastectomia. Você observaria e repetiria mammos. Essa foi uma pergunta capciosa.
Ao ver o canto da boca do homem se curvar, ela sorriu para si mesma, enquanto ele escrevia sua resposta.
★
Na área de ambulâncias, os médicos tinham acabado de descer do ônibus no hospital, todos verificando seus telefones, enquanto April corria para o banheiro.
— Por que ainda não saiu?! — Helena reclamou, andando de um lado para o outro.
— Que horas você tem? — Jackson perguntou.
— 12.04. — Cristina confirmou, fazendo o menino reclamar.
— Vamos, devia ficar online à meia-noite.
— Quer dizer, está quatro minutos atrasado. Vamos lá, pessoal. — Meredith soltou.
— Médicos malucos, eles quebraram o sistema. — Alex zombou, a loira encolhendo os ombros.
— Já sei que falhei, não sei por que continuo apertando o botão atualizar.
— Se alguém falhou, fui eu, meu cara tinha uma vingança. — Cristina suspirou.
— O-ou eu! — Helena disse a eles, sua voz um pouco estridente enquanto ela ainda andava. — Duplique as chances, duplique as chances de falhar. Ah, por que fiz isso comigo mesma? — ela parou perto de Jackson, enterrando a cabeça em seu ombro enquanto choramingava. — Vou chorar se não acabar logo.
— Por favor, tenho chances de falhar. — Alex compartilhou, Jackson dando tapinhas na cabeça de Helena.
— Algum de vocês está de plantão? — uma enfermeira gritou atrás deles. — Eu tenho um trauma.
— Não! — todos os residentes, exceto Helena, soltaram asperamente, a enfermeira fazendo uma cara de descontentamento.
Com isso, a menininha levantou a cabeça do ombro de Jackson, gritando pela enfermeira. — Desculpe!
— Espere, espere, espere! — Jackson anunciou. — Eu passei! Eu passei!
— Eu passei! — Cristina concordou, pulando para cima e para baixo. — Sim!
— Eu passei, eu passei! — Meredith contou a eles também, rindo.
— Eu... — os olhos de Helena percorreram seu telefone. — Passei em neonatal e... Passei em pediatria também! — ela soltou uma risada e saltou para cima e para baixo na ponta dos pés.
— Não está chegando... — Alex reclamou, oferecendo Jackson.
— Aqui, use o meu.
Todos os residentes formaram um círculo ao redor do menino enquanto ele lia. — Passei!
Com isso, todos os cirurgiões riram, todos se abraçando. Alex levantou Helena na deles, enquanto eles riam.
— Nós passamos! Somos malditos cirurgiões, pessoal! — Helena soltou, rindo.
— Eu sei! — Meredith concordou, radiante.
— Espere, onde está April? — Jackson perguntou, o grupo se virando para ver a garota que veio do pronto-socorro.
Ao olhar em seu rosto, todos os sorrisos desapareceram, Helena levou a mão à boca enquanto sussurrava para si mesma. — Keps...
Nem todos passaram.
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