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˖࣪ ❛ OITAVA TEMPORADA
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ESTOU EM CASA, QUERIDA! O que você está fazendo? — Mark perguntou entrando em sua sala, Helena no sofá e Alice sentada ao lado dela, travesseiros ao seu redor.

— Oi, querido! — ela sorriu de seu livro. — Estou lendo um livro muito interessante para a Ali, ela parece gostar quando eu leio para ela. E você, pequenina?

Ta, tatata, tata. — a bebê balbuciou, batendo palmas uma contra a outra.

— Sim, ela gosta, assim como o pai dela. — Mark concordou, sentando-se ao lado de sua esposa e dando um beijo insistente na testa de ambas as meninas. — O que você está lendo agora?

— Bem, esta passagem fala sobre o efeito borboleta. Você sabe como pequenas ações podem levar a enormes consequências ao longo do tempo. — ela disse a ele, aninhando-se no peito do marido. — É divertido pensar sobre como as coisas poderiam ser tão diferentes se não tivéssemos tomado certas decisões, se não tivéssemos feito certas coisas...

— Você quer dizer o e se? — Mark confirmou.

— Exatamente. — ela assentiu. — E se?

E SE?

Helena acordou de manhã, seu alarme soando enquanto ela esfregava os olhos. Sua mão disparou para desligá-lo, enquanto ela balançava as pernas para fora da cama.

Movendo-se para sair de seu pequeno quarto, ela bateu na porta que dava para a que estava ao lado dela, chamando. — Camilla, querida? Hora de ir para a escola, levante-se.

Ela foi até a cozinha e começou a passar manteiga em duas torradas, bocejando ao ouvir uma vozinha gritar. — Estou de pé!

Preparando o café, Helena foi regar a planta que estava em sua bancada, enquanto sua filha de sete anos entrava na cozinha. — Bom dia, mamãe. Ah, posso ser eu quem vai dar água ao Shrek?

— Claro, pequenina. Depois é só tomar o café da manhã e não esquecer de pegar a mochila de novo. — a médica disse a ela, dando um beijo em sua testa, enquanto ela se sentava e tomava um gole de café.

— Devíamos comprar outra planta, para que eu possa chamá-la de Fiona. — a garota torceu o nariz enquanto regava a planta. — Shrek parece solitário...

— Ou talvez devêssemos dar-lhes nomes que não venham de desenhos animados. — Helena riu, dando uma mordida em sua comida. Quando ela se lembrou de algo, ela soltou. — Ah, Millie, e não se esqueça do papelão que você tem que levar hoje, para o projeto escolar. Afinal, do que se trata?

— Eu queria te perguntar sobre isso, mamãe. — Camilla disse a ela, sentada em uma das cadeiras da cozinha. — É uma árvore genealógica, e a Sra. Miller diz que temos que desenhar nossa mamãe, papai e avós. Então eu estava pensando, você tem fotos do papai?

Com isso, Helena engasgou com a comida, tossindo enquanto seus olhos se arregalavam. — Não, querida, acho que não. Mas por que não conversamos sobre isso depois da escola? Está ficando tarde.

— Ok, mamãe. Vou escovar os dentes. — a baixinha aceitou, saindo para o banheiro enquanto Helena enterrava a cabeça entre as mãos.

Ela inventou toda uma história sobre quem era o pai de Camilla, para evitar dizer que ela era produto de uma experiência tão traumática. Como ela deveria justificar não ter nenhuma foto dele?

Helena entrou na sala dos residentes, segurando uma pilha de papéis, caminhou até seu arm, mal notada pelos colegas residentes.

Meredith e April conversaram uma com a outra, a ruiva contou a ela. — Não, estou feliz que você esteja noiva! Você contou a mais alguém?

Helena não suportava Meredith e April. A loira andava pelo hospital como se fosse dona do lugar, simplesmente por ser filha da Chefe, acreditando que era superior. A baixinha não se importava nem um pouco com o fato de ser filha de Ellis Grey. Para ela, a mulher era uma mulher manipuladora e sedenta de poder.

Quanto a April, ela nunca desceu de seu cavalo moral. Ela constantemente a julgava por ter tido uma filha tão jovem, sem saber a história por trás disso. Em vez disso, a maioria dos outros residentes o fez: era raro que eles tivessem uma palavra gentil para a menina.

No início, Helena tentou ser educada e profissional, realmente tentou. Mas, eventualmente, cansa-se de ser maltratada.

— Além dos meus pais, não. Você é minha pessoa! Ok, então ontem à noite saímos para jantar e... — Meredith começou a contar a ela. Porém, quando Cristina entrou na sala, ficou em silêncio, a dupla lançando olhares feios enquanto ela caminhava até seu armário.

— Bom dia. — Jackson cumprimentou, a cabeça de Helena enterrada na papelada em suas mãos.

— Você está falando comigo? — Cristina zombou.

— Jackson, não alimente os animais. — Meredith disse a ela, seu rosto com uma leve expressão de desgosto.

Mesquinhez logo pela manhã... — Helena sussurrou para si mesma.

— Esta é a América, querida. Fale inglês. — Meredith atirou nela, fazendo Helena revirar os olhos.

— E isto é um hospital, não uma creche. Mesmo assim você ainda corre para a mamãe a cada pequeno inconveniente. Acho que não podemos todos ter o que queremos, não é? — Helena respondeu, sua voz áspera, mas não cansada do que cruel.

— Cada um de vocês pode ser uma merda... — Cristina começou, Alex entrando direto na sala.

— Ei, como estão todos esta manhã! — ele cumprimentou alegremente, de óculos. — Prontos para chutar alguns traseiros? Vamos controlar o tabuleiro, pessoal.

— Estou cobrindo o poço. — Jackson anunciou.

— Trabalho nobre. Yang?

— Aneurisma de aorta torácica solo. — ela respondeu.

— Acho que isso significa que estou fazendo pós-operatórios em Torres, já que preciso fazer cardio. — Meredith assentiu.

— Kepner?

— Estou a serviço do Shepherd. Bom Shepherd. — a ruiva contou a ele, referindo-se a Addison.

— Estou com o mau Shepherd. — Percy anunciou.

— Uh, estou cortando um aneurisma, obviamente estou no neuro, depois estou ajudando na cova. — Helena disse a ele, levantando os olhos da papelada. — Além disso, Karev, posso fazer o turno extra no pronto-socorro amanhã à noite?

— De novo? — o menino perguntou. — Você continua fazendo tantos turnos extras...

— Está bem. — ela deu a ele um sorriso de lábios apertados. — Eu não me importo com eles.

— Bem, talvez se você não tivesse engravidado quando criança, você não teria que tomá-los... — Percy sussurrou, fazendo April e Meredith rirem maliciosamente.

Com isso, a garota baixinha disparou de volta. — Bem, talvez se você trabalhasse um pouco mais de vez em quando, Shepherd realmente lhe faria cirurgias solo.

Os lábios de Cristina se curvaram em um pequeno sorriso com a resposta, enquanto Alex encorajava. — Tudo bem, vamos lá e manter o Seattle Grace como o melhor hospital do país.

— Ah, Georgie, você não tem ideia. — Helena suspirou ao telefone, sentada na parte externa do refeitório. — Webber e Kepner parecem ficar cada vez mais mesquinhos e malvados, não suporto elas... Você se esquivou de uma bala ao transferir nosso ano inter...

Apenas lembre-se de que nada disso importará quando você ganhar seu próprio Harper Avery em neuro. — ele a tranquilizou, um sorriso sendo ouvido em sua voz.

— Estou lhe dizendo, não me importo que este seja o melhor hospital do país ou algo assim, não vou ficar para minha bolsa. — a baixinha disse a ele, enquanto dava uma mordida em seu sanduíche.

Como está a Millie? Faz um tempinho que não falo com ela... — o garoto perguntou.

Helena suspirou e mordeu o interior da bochecha antes de contar a ele. — Ela pediu fotos do pai dela hoje... Quer dizer, como vou explicar que não tenho fotos? Inventei o nome dele e tudo mais, mas não consigo inventar uma foto... E eu certamente não posso contar a ela que o pai dela... Eu não posso contar a ela o que ele fez comigo quando era tão jovem. Eu não... Eu só não sei o que fazer, me sinto uma péssima mãe ruim.

Ei, Lena, vamos lá. Você é uma mãe incrível. Você ama aquela garota, faz tudo por ela e ela terá uma infância feliz. — George disse a ela, sua voz suave e reconfortante.

— Eu não consigo passar tempo suficiente com ela, Georgie... — ela suspirou, esfregando a testa. — Estou fazendo todos os turnos extras no pronto-socorro, mas minhas contas médicas estão absurdamente altas... Me sinto péssima por não poder dar tudo a ela. ela todos esses luxos que ela deveria ter... — Helena disse a ele, com lágrimas nos olhos. — Deus, estou tão cansada, tão cansada de tudo.

Não faça isso, não se culpe. Você não está ficando sombria e tortuosa comigo de novo, está? — ele perguntou, acompanhando. — Eu não posso permitir que você me assuste assim de novo...

A portuguesa tentou acabar com a própria vida há um ano. Tudo se tornou demais: a sensação de perda pela falta de amor pela sua especialidade, o fato de sua filha se parecer cada vez mais com o homem que a estuprou, a falta de um sistema de apoio... Então, ela teve ficar internada em uma ala psiquiátrica por 2 semanas, tendo feito isso em outro hospital, para seus colegas de trabalho não saberem. Agora, ela estava lutando para pagar as contas que a deixaram.

Helena soltou uma risada triste, tranquilizadora. — Não, estou bem. Sinto muito por preocupá-lo, eu não queria...

Eu sei. Agora, mostre a todas essas pessoas o que você vale. — George a encorajou.

— Eu vou, Georgie. Obrigada. — ela sorriu, desligando o telefone.

Assim que ela fez isso, um pombo pousou perto dela, tentando roubar um pedaço de seu sanduíche. Helena o enxotou sem pensar duas vezes, dando outra mordida em seu almoço.

— Ela come com alguém, alguma vez? — Jackson estreitou os olhos para Helena, enquanto almoçava com o resto dos residentes, além de Cristina.

— Não. — April respondeu. — Eu nunca a vejo falar com ninguém que não seja sobre trabalho, na verdade. Viu? — ela apontou para a garota, que leu um artigo. — Tudo o que a aberração faz é trabalhar.

— Ela está sempre no telefone com aquele canalha, O'Malley. — Alex apontou, rindo.

— Quem é aquele? — Jackson perguntou.

— 007. Ele se transferiu para a Seattle Press em nosso ano de estágio, não pôde participar da competição. — ele disse a ele.

— Mas a vadia faz todas as boas cirurgias neurológicas solo. — Charles zombou.

— Ela me assusta, juro que ela não tem sentimentos. Pelo menos Yang demonstra raiva, Campos é um robô. — April encolheu os ombros.

Enquanto Helena estava sentada no posto de enfermagem, com Ellis Gray mapeando, Derek se aproximou da chefe.

— Você viu minha esposa? — ele questionou.

— Na verdade, ela apenas ameaçou pedir demissão. — a mulher brincou. — Faça-me um favor, lave sua roupa em casa, não na minha sala de cirurgia.

— Bem, cada história tem dois lados... — o neurocirurgião começou, Helena levantando os olhos do artigo que estava lendo.

— Sim, não estou interessada no seu lado. Derek, Richard e eu tínhamos grandes esperanças em você, mas você não passou de uma decepção. Você não publica, sua atitude é terrível, você não ensina...

— Campos parece estar indo muito bem para mim. — Derek disse a ela. — Ela acabou de fazer um clipe de aneurisma sozinha, costas com costas, e fez uma remoção de tumor sozinha há dois dias. Não é mesmo, Campos?

— Sim, senhor, é. — Helena confirmou, dando-lhe um sorriso de lábios tensos.

No entanto, assim que o homem desviou o olhar, ela olhou novamente para o artigo que tinha nas mãos, sobre os avanços na cirurgia pediátrica. Uma com o mesmo assunto da pilha de papéis em seu armário, que ela mantinha escondida atrás da bolsa.

Quando Helena entrou na sala dos residentes, a tensão na sala era palpável, a garota franziu as sobrancelhas ao ouvir Meredith e Cristina brigando.

— Você não tinha nada a ver com isso! — a loira gritou.

— Você não tinha nada a ver com aquela sala de cirurgia. Eu não ia deixar aquele cara morrer vendo você mexer com o enxerto interno. — Cristina explicou calmamente.

— Essa foi a técnica certa, Dra. Torres especificamente... — Meredith riu incrédula.

— Dra. Torres só ficou do seu lado porque você é a garotinha do chefe. Ela é uma lacaia patética. — Cristina apontou.

Com isso, Meredith atacou. — Bem, todos nós estaríamos trabalhando com Preston Burke agora, mas você perdeu essa oportunidade, literalmente. O que exatamente você fez com ele? Porque ele deixou o estado para fugir de você.

— Quer saber? Por que você não aprende a calar a boca, Webber? — Helena gritou com ela.

Ela certamente não era amiga de Cristina, achava a garota desnecessariamente desagradável. Além disso, não é como se ela tivesse amigos, não no hospital. Não além de George. Mas ela não podia simplesmente sentar e observar a atitude de menina malvada de Meredith.

— Oh, ela fala! E inglês desta vez! — Meredith soltou ironicamente, April apoiando-a.

— Além disso, não acho que você tenha muito direito de falar em transar com alguém, não é, Campos? Acho que a garota de dezenove anos fala por si.

Com isso, Helena zombou, Cristina deixando escapar. — Boa. Se vocês duas querem ir para o lado pessoal, por que não perguntam ao Príncipe Encantado o que ele e a Virgem Maria gostam de fazer em seu escritório? Porque acho que ela não pode mais falar sobre ser a virgem perfeita.

— O quê?! Do que você está falando? — Meredith perguntou, sua voz estridente.

Com isso, o rosto de Helena estava confuso.

— Ela é uma lunática! V-você não pode acreditar em uma palavra do que ela diz, ela só... Vamos lá! — Alex contou para a noiva.

— April? — a loira perguntou.

Ao lado dele, April começou a chorar. — Sinto muito, sinto muito...

Quando Meredith saiu correndo da sala, Charles revirou os olhos. — Apenas atire em mim agora...

O pager de Helena tocou, a garota olhou para ele enquanto começava a sair da sala, enquanto murmurava baixinho. — Não tenho tempo para isso...

— Claro que não. — Jackson zombou. — Por que você teve uma conversa que não envolve cirurgia? Você sabe como?

— Nem todos nós temos tempo para conversar, Avery. Talvez seja por isso que eu sou o melhor da nossa classe e você não. — ela brincou, saindo da sala enquanto esfregava a nuca.

Ela não teve tempo para conversar. Ela tinha uma filha que ela realmente não queria, um trabalho que ocupava o resto do seu tempo e ela estava se afogando em dívidas médicas, então ela teve que trabalhar ainda mais horas.

— Eu preciso de ajuda! — um homem gritou, segurando uma menina no colo enquanto Helena chegava ao pronto-socorro. — Ela estava deitada na rua, quase a atropelei.

— Alguém me traga um carrinho de emergência! — Helena gritou, o homem a colocou em uma cama de hospital enquanto ela gritava. — Pager Avery e Yang.

— O pulso é V-tach, onde está o carrinho de emergência? — o homem questionou, enquanto realizava a RCP na menina inconsciente.

— Nós conseguimos isso, senhor. — Helena disse a ele, agarrando os remos.

— Está tudo bem, sou médico. — ele contou a ela, Helena discutindo.

— Eu também, dê um passo para trás. — ela disse a ele. — Claro!

Quando a garota acordou, ele gritou. — Tacômetro sinusal, nós a pegamos!

Só então, Yang e Avery chegaram ao poço, Helena rapidamente os informou. — Ela estava inconsciente na estrada, o coração parou. Você a pegou?

— Sim. — Cristina assentiu, enquanto Helena respirava fundo, virando-se para o homem.

— Senhor, você tem um corte na bochecha. Deixe-me verificar isso para você. — ela perguntou, o homem sorrindo para ela.

— Só se você me chamar de Mark, querida.

Enquanto Mark se sentava na cama do hospital, Helena pegou um cotonete e colocou-o no ferimento do homem enquanto ele começava a limpar o rosto.

Olhando para os artigos que Helena tinha consigo, sentada ao lado deles, o homem leu. — Estenose hipertrófica do piloro em bebê prematuro... Tem algum paciente, leitura ou interesse, boneca?

Com isso, Helena ergueu uma sobrancelha. — Boneca?

— Bem, querida, você ainda não me disse seu nome. — ele justificou.

— O médico servirá. — Helena brincou, um tanto divertida.

— Oh vamos lá! — ele reclamou, enquanto Helena começava a limpar seu ferimento. — Eu já lhe disse meu nome, Mark Sloan. É justo que você me diga o seu.

A garota pareceu pensar por um segundo, antes de soltar. — Helena Campos. Mas respondendo a sua pergunta, só lendo por interesse. Sou residente de neurocirurgia, não de pediatria, Dr. Sloan.

— Dr. Sloan? — Mark levou a mão ao peito, fingindo dramaticamente estar ofendido. — Isso é simplesmente frio, Lee.

Helena. Mas, especialmente para você, Dra. Campos. — ela disse a ele, colocando um curativo sobre o corte. No entanto, ela não pôde evitar deixar um canto de sua boca se curvar em diversão. — Tudo feito.

Mark se levantou, perguntando à garota. — Agora, você não saberia onde o Dr. Shepherd está, não é?

Depois de lhe dar algumas instruções, Helena virou-se para o lixo para jogar fora as luvas, com um sorriso suave nos lábios. No entanto, assim que ela percebeu, ela balançou a cabeça, repreendendo sua expressão de volta ao seu habitual neutro.

Mas, no fundo, ela percebeu uma coisa: esse estranho tinha sido uma das únicas pessoas que a fez sentir-se ela mesma por muito, muito tempo.

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