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˖࣪ ❛ OITAVA TEMPORADA
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A CABEÇA DE Helena se ergueu quando a ambulância finalmente parou de se mover, sua respiração pesada enquanto ela olhava ao redor.
— Você está bem? — Meredith perguntou a ela, enquanto Helena se controlava.
— S-sim, acho que sim... Você está sangrando. — ela apontou, olhando para o corte na testa da amiga.
— Não é nada, estou bem. — a loira confirmou, enquanto Helena se aproximava da incubadora. A menina olhou para o bebê com determinação nos olhos, enquanto abria a incubadora.
— Ok, vou levá-la para sair. Mer, me traga um cobertor. — ela instruiu enquanto a amiga fazia o que ela pedia, Helena segurando o bebê nos braços. — Temos que sair daqui, isso pode explodir.
— Bem, como você vai fazer isso? Ela está conectada a um milhão de coisas! — Meredith soltou, sua voz estridente.
— Uh, eu estou com a bolsa e o bebê. Você pega o tanque 0,2 e o intravenoso, e precisaremos desconectá-la dos antibióticos... — ela explicou, enquanto a loira se apressava em pegar os materiais, Helena desconectava o tubo de remédio do bebê.
— Isso vai ficar bem?
— Não temos escolha, terá que ser. — a baixinha suspirou quando saíram da ambulância.
Ao verem a cena diante delas, as médicas congelaram por um segundo. Havia um carro capotado, três corpos espalhados na estrada.
★
Enquanto Helena continuava a ensacar o bebê, Meredith rapidamente se ajoelhou ao lado do primeiro corpo, o homem no chão grunhindo. — Senhor? Você pode se mover? Precisamos tirá-lo desta estrada.
— Querida? Jéssica! Responda... — o homem tentou, olhando para o corpo de sua esposa.
Helena queria ajudar, queria ir verificar o pulso da mulher. Mas o bebê nos braços dela precisava ser ventilado, ela precisava continuar ensacando ela. E, como tal, ela não poderia ir ajudar a família.
Quando uma adolescente saiu do acidente de carro, ela sacudiu o corpo da mãe.
— Mãe? Mãe, acorde! Acorde! — a garota gritou, olhando para cima e encontrando Helena correndo em sua direção. — Socorro! Socorro, por favor, você tem que ajudar. Minha mãe, meu pai, a van... E eu acabei de pisar no sangue. E-eu acabei de pisar no sangue!
— Qual o seu nome? — a doutora baixinha perguntou, sua voz calma e firme.
— Lily.
— Ok, Lily, eu sou a Dra. Campos, mas pode me chamar de Dra. C. Preciso que você respire fundo por mim e segure o bebê, ok? — ela solicitou, sabendo que precisava ajudar a família.
— E-eu nem fico de babá, eu não sei como segurar um bebê...
— Lily, olhe para mim. Preciso ajudar sua família, mas para isso preciso que você segure esse bebê. Você pode fazer isso. — ela encorajou, a adolescente movendo-se para segurar o bebê. — Eu preciso que você aperte esse saco. Um, dois, aperte. Entendeu?
— E-e se eu errar? — ela chorou, em pânico.
— Você não vai errar. Um, dois, aperte. Conte alto para que eu possa ouvir, ok? — a médica instruíu, ouvindo a menina começar a contar. — Bom, bom trabalho. Você não pode parar de apertar, não importa o que aconteça, certo?
A garota assentiu enquanto Helena corria para o meio da estrada, ajoelhando-se ao lado da mulher.
★
Os pacientes foram transferidos para a beira da estrada, deitados em fila, enquanto as médicas tentavam ajudá-los. Lily estava sentada ao lado da ambulância, o bebê ainda nos braços.
— Você tem alguma fita, Mer? Tenho que fazer um curativo... — Helena pediu, ajoelhando-se ao lado da mulher.
— Provavelmente. Acabei de pegar o que quer que seja. — a loira contou para ela, Helena mexendo na bolsa.
— Minha mãe está bem? Mãe! — a adolescente gritou ao ver sua mãe desmaiada.
— Lily, continue contando. Preciso que você continue contando. — a morena baixinha falou, seu rabo de cavalo balançando enquanto ela se virava para olhar para ela.
— P-por que ela não está falando?
— Lily, conte! — Helena insistiu, a menina recomeçando a apertar o saco.
— Como ela está? — Meredith perguntou, trabalhando na avó.
— Talvez eu tenha que intubar. Você precisa fazer um curativo compressivo? — a baixinha médica questionou. Repetir os procedimentos em voz alta sempre parecia ajudar nessas situações.
— Vejo massa cinzenta, cérebros estão no chão... Nada que eu possa fazer. — a loira suspirou, indo até a criança deitada ao seu lado. — Ela tem vidro afiado no olho, está inconsciente, seu pulso está baixo...
— Essa é minha irmã, essa é Abby. — a adolescente chorou.
— Lily? Lily, feche os olhos. Feche os olhos, conte e aperte, continue contando. — Helena solicitou, exemplificando. — Um, dois, aperte.
— Um, dois, aperte... — a garota continuou.
— Bom, bom trabalho. Continue. Um, dois, aperte. — a baixinha assentiu enquanto continuava trabalhando.
— As crianças... As crianças. — o pai soltou.
— Suas meninas estão bem, senhor. Acabei de ajudar uma, a outra está bem ali. — Meredith contou a ele.
— E Michael? E Michael? — ele perguntou, fazendo os residentes compartilharem um olhar.
— Lily? Você tem um irmão com você? — Helena perguntou enquanto balançava a cabeça, Meredith rapidamente se levantando e correndo para o carro.
O pai gemeu e fechou os olhos, enquanto ela verificava seu pulso. — Não há pulso... — ela começou as compressões, enquanto se virava para Lily. — Lily, querida, continue contando. Feche os olhos. Um, dois, aperte.
Ao ouvir o barulho dos pneus cantando, Helena gritou, ofegando levemente pelo esforço das compressões. — Mer, tem um carro vindo. Saia daí.
— Oh droga! — a loira soltou a voz, pois o garoto ficou preso embaixo do carro. — Ele está preso, não consigo libertar suas pernas!
— Oh meu Deus! — Lily soluçou.
— Continue contando, Lily! — Helena contou a ela. — Mer, você precisa sair da estrada!
Com isso, a loira correu em direção ao carro que se aproximava. — Pare, por favor!
Ao fazer isso, Helena soltou um suspiro de alívio. — A ajuda está aqui, Lily, continue contando. Continue contando para mim.
★
Depois de garantir repetidamente a Mark, muito preocupado, que ela estava bem, Helena estava agora na UTIN.
— Ela ficou cerca de duas horas sem antibióticos e sem saber se havia líquidos, porque não tínhamos bomba. — Helena informou Arizona enquanto cuidava do bebê.
— Tudo bem, cuidado com essa sucção.
— Faz um tempo que não conseguimos aspirar... A pneumonia dela pode estar piorando, ela provavelmente precisa de outro raio X... — a residente finalizou, o loiro sorrindo para ela.
— Isso é ótimo. Você fez um trabalho extraordinário esta noite, Campos. Eu cuido disso daqui.
— O quê? Por quê?! — ela franziu as sobrancelhas, um pouco irritada.
— Você sofreu um acidente grave, precisa fazer um check-up. Respire fundo. Você vai ficar de fora. — a atendente contou a ela.
— E-eu prometi à mãe dela que a tinha, não posso simplesmente ficar de fora. — Helena implorou. — Arizona, estou bem, não consigo dormir sem saber como está o bebê, ok?
— Tudo bem, então vá fazer um check-up e então você pode se lavar. Até então, vá comer, descansar, fazer um check-out. — ela instruiu, cedendo.
— Você está com ela? — a morena quis confirmar.
— Eu estou com ela.
— P-porque estou com ela desde ontem, ela quase morreu e eu quase morri... Você precisa prometer que está com ela. — ela insistiu.
— Eu estou com ela, Lena. Adeus. — Arizona disse a ela, enquanto Helena assentia e saía da sala.
★
Enquanto Helena descia ao pronto-socorro para fazer um exame, ela ouviu gritos de medo. — Não, continue tentando, essa é minha mãe!
Virando a cabeça, ela viu Lily olhando para a sala de trauma que abrigava sua mãe. Ao ver isso diante dela, o coração de Helena se partiu ao se aproximar da garota.
— Lily... — ela chamou, com a voz suave, colocando a mão no ombro de Lily.
— Você não pode simplesmente desistir, você tem que continuar tentando! — a garota chorou.
Olhando pela janela, Helena viu Meredith tentando reanimar a mulher. Mas, pelo estado em que se encontrava, certamente não parecia provável que ela voltasse.
— Hora da morte 2:27. — a loira pronunciou-se, enquanto a adolescente praticamente desabou nos braços de Helena.
E enquanto a médica segurava a adolescente nos braços, sentindo seu corpo balançar de soluços, seus olhos se encheram de lágrimas. A menina tinha acabado de perder um dos pais e seu irmão mais novo havia perdido a sensibilidade nas pernas, tudo em um acidente de carro.
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— Lily, querida? — Helena gritou, com a voz suave, enquanto se aproximava do adolescente na sala de espera. — Eu pedi uma atualização para você. Seu pai e sua irmã estão em cirurgia e a Dra. Grey, a outra médico que estava conosco, vai levar seu irmão para reparar uma lesão no fígado.
— Ok... — ela sussurrou, derrotada.
— Você sabe se alguém da sua família está tomando remédios, tem alergia ou fez uma cirurgia? — ela questionou.
— E-eu não sei...
Helena engoliu em seco, olhando para a garota à sua frente antes de fazer a pergunta necessária que ela temia. — Lily, sinto muito perguntar, mas precisamos saber. Você se lembra de seus pais alguma vez terem dito algo sobre medidas extraordinárias, alguém já ficou realmente doente? Eles gostariam que as tomássemos?
— Não, não falamos sobre coisas assim. Apenas falamos sobre coisas normais, então eu não... Eu não sei de nada... — Lily murmurou, abraçando as pernas contra o peito.
— Há alguém para quem eu possa ligar? Talvez alguém que cuide de você quando seus planetas estiverem fora da cidade? — Helena tentou.
— Minha vovó. — ela disse a ela, olhando para cima dos joelhos. — Mas ela está morta agora, então... — a adolescente começou a soluçar novamente, enquanto Helena fazia círculos suaves em suas costas.
— Eu sei, querida, eu sei... — ela sussurrou suavemente.
★
Enquanto Helena caminhava em direção à sala de cirurgia, Mark caminhou com ela. — Tem certeza que está bem, querida? Tem certeza de que não se machucou?
— Sim, sim, estou bem. — ela encolheu os ombros.
— V-você quase morreu e está trabalhando há tantas horas, Lee. Talvez você devesse apenas ficar de fora e dormir por algumas horas. — ele tentou, preocupação em seus olhos.
— Mark, estou bem. Há uma criança que acabou de perder a mãe, o pai e a avó em uma cirurgia, e há um bebê em estado crítico, que foi jogado em uma incubadora. — Helena disse a ele, quando chegaram à sala de limpeza. — Não vou conseguir descansar até saber que esse bebê está bem, pelo menos.
— Ok, querida, tudo bem. Eu te amo. — ele disse a ela, Helena sorrindo para ele enquanto entrava na sala de cirurgia.
— Eu também te amo.
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Helena finalmente conseguiu fechar os olhos por um momento, deitada em cima das cobertas em uma sala de plantão. Todo o seu corpo estava pesado e cansado, as longas horas de trabalho a afetavam. O aspecto emocional do acidente certamente também não ajudou.
No entanto, quando ela estava começando a adormecer, seus olhos se abriram quando um pensamento lhe veio à mente: a menina correndo para a UTIN.
Ao chegar lá, ela vestiu o vestido rosa, chamando por seu mentor. — A-Arizona, acho que temos que voltar.
— O que? — a loira perguntou, desviando o olhar do bebê.
— No bebê, acho que esqueci de colocar a anastomose livre de tensão. — ela murmurou, apressando-se para amarrar o vestido em um frenesi. — Esqueci de colocá-lo, precisamos...
— Ei, ei, ei. Olhe para mim. — a atendente colocou a mão em seu ombro. — Você fez a anastomose, eu observei você fazer. Você usou a técnica de dupla camada, lembra? — com isso, a morena piscou rapidamente, franzindo as sobrancelhas em confusão. — Ok, você precisa se sentar.
— Não, estou bem... — ela tentou argumentar, enquanto Arizona a guiava até uma cadeira.
— Você está muito cansada e provavelmente passando por algum choque residual. Desta vez você vai fazer uma pausa, de verdade. — ela contou a residente enquanto media seu pulso.
— Mas a família que está no poço, eles... — ela cansou.
— Não discuta comigo, Lena. Vá mais devagar por um momento, respire fundo. — Arizona ordenou, enquanto Helena fechava os olhos, balançando a cabeça levemente. — Você está bem?
— Sim, é que... Foi um dia difícil. — a baixinha disse a ela, com o lábio inferior tremendo ligeiramente. Seguiu-se um momento de silêncio, antes de ela continuar. — A família, e a quase morte, e esse bebê... É muita coisa. — ela sussurrou, procurando seu mentor.
— Tudo bem. — a loira sussurrou tranquilizadoramente. — Então vá buscar comida, beba um pouco de água, respire... Apenas pare um momento. O mundo não vai acabar se você não trabalhar por dez minutos.
★
— Oi, querida. — Helena cumprimentou a adolescente do lado de fora do quarto do pai. — Terminei a cirurgia, como você está?
— Eu estou... Dra. Gray disse que os órgãos do meu pai estão começando a falhar. — Lily disse a ela, com lágrimas nos olhos. — Ela me disse que eles continuam tendo que reanimá-lo, e que é muito difícil para o corpo dele. E eu só... Fiz dezoito anos hoje, quatro horas atrás. E-então decidi que eles deveriam desligá-lo. V-vamos fazer isso de manhã...
— Ah, Lily. — Helena sussurrou, com a mão no ombro. — Sinto muito. — enquanto a garota bocejava, Helena olhou para o relógio. — Já é tarde, você deveria dormir um pouco...
— Não, eu tenho que ficar com meus irmãos, eu preciso...
— Eu ficarei com eles. — a morena ofereceu. — Vou ficar com eles e vigiá-los, você precisa descansar algumas horas.
— Você promete? — Lily questionou em um sussurro.
— Eu prometo. — ela assentiu, pegou sua mão e começou a guiar a garota pelo corredor. — Venha comigo, você deveria descansar em algum lugar tranquilo.
Ao chegarem ao escritório de April, Helena abriu a porta, guiando a adolescente até o sofá. Ela pegou um cobertor em um armário de suprimentos no caminho para lá, deixando-o cair sobre os ombros da garota enquanto ela se deitava.
— Vou te acordar quando chegar a hora, tente descansar um pouco. — Helena sussurrou, os olhos da garota já começando a se fechar, enquanto ela saía da sala.
— Dra. Campos? — a garota gritou em um sussurro.
— Sim? — Helena sussurrou.
— Você pode, por favor, estar lá amanhã? — ela perguntou suavemente. — Eu não quero fazer isso sozinha...
— Tudo bem, querida. Estarei aí.
— Obrigada. — a adolescente murmurou enquanto Helena saía da sala.
Lá fora, a médica pressionou-a contra a parede, com uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. Ela não pôde deixar de se ver na garota dentro do escritório.
★
De madrugada, Helena estava sentada em uma cadeira do lado de fora dos quartos das crianças, com a cabeça apoiada nos joelhos enquanto caminhava na linha entre estar dormindo e acordada. Ao ver Mark sentado ao seu lado, ela levantou a cabeça, lançando-lhe um sorriso doce e sonolento.
— Ouvi falar do pai. Como você está, boneca? — ele perguntou, Helena apoiando a cabeça em seu ombro.
— Lily está no último ano do ensino médio. Ela acabou de perder a mãe, morreu imediatamente no acidente de carro. Vamos desligar o pai dela pela manhã. — ela começou, lágrimas se formando em seus olhos. — E o irmão dela... A sensação perdida em ambas as pernas.
Com isso, Mark deu um beijo no topo de sua cabeça. — Desculpe.
— Eu sei... Não é culpa sua. — ela sussurrou, cobrindo os olhos com a mão. — Não deveria... Eu não deveria estar tão abatida, é só... Eu os vi na estrada, Mark. Eu os vi espalhados na estrada e a vi soluçando, e... Lily era eu. E eu era mais jovem, sim, mas tinha minha mãe. Ela acabou de fazer dezoito anos e agora... Eles estão sozinhos. É muita coisa.
★
No final do dia, depois de desligar o homem, Helena levou a irmã mais nova de Lily para o quarto do irmão, onde estava a menina mais velha. As crianças tinham acabado de saber da morte dos pais, quando Helena suspirou antes de se virar para eles.
— Lily, você se importa se eu falar com você por um minuto? — ela perguntou, saindo para o corredor com a adolescente.
— Está tudo bem, Dra. Campos? — Lily questionou, preocupada.
— Sim, não se preocupe. — ela a tranquilizou, antes de se virar para a garota. — É só que... Seus irmãos estão recebendo alta hoje, então provavelmente não verei você quando chegar esta noite, então... Acho que há algumas coisas que devo lhe contar.
— Ok. — a adolescente murmurou.
— É só que... Eu queria que você soubesse que não é culpa sua. — ela começou, mexendo em seu pombo. — Não é sua culpa o que aconteceu, e não é sua culpa você ter feito isso. Você vai se culpar, perguntar se havia algo que você poderia ter feito diferente. fizer algo errado, não é culpa sua.
Lily assentiu, com os olhos marejados, enquanto a mulher falava.
— Seu irmão vai ficar paralisado da cintura para baixo, como você sabe. Vai levar algum tempo para ele aceitar o que aconteceu, para aceitar isso.Que ele aprenderá a viver em seu novo corpo. — Helena continuou, dando-lhe alguns conselhos. — E você vai se perguntar se algum dia vai melhorar. Se algum dia vai ficar bem viver em um mundo sem eles, sem seus pais. A verdade é que nunca fica bem, nunca mais será o mesmo. Mas fica melhor. Você sentirá muita falta deles no começo, quase como se não conseguisse respirar. Mas esse sentimento vai diminuir. Você ainda sentirá isso, ainda estará lá, mas será menos forte . E os que realmente sentem falta deles virão com menos frequência.
A menina agora chorava abertamente, pois Helena estava com a mão no ombro da menina. — E se precisar de alguma coisa, me ligue, ok? — ela contou à adolescente, dando-lhe um papel com seu número de telefone. — Eu sei que você tem o dinheiro dos seus pais, mas se precisar de ajuda para conseguir um emprego, ou se seus irmãos piorarem após a cirurgia, me ligue. Se você sentir que pode se machucar ou precisar de alguém para conversar, porque fica demais, você me liga, ok?
A adolescente fungou enquanto enxugava as lágrimas, abraçando Helena. — Obrigada, Dra. C.
— Está tudo bem, querida. De nada. — a médica sussurrou de volta para ela.
A garota deveria ter alguém em quem se apoiar.
★
Cerca de uma hora depois, Helena estava deitada na cama, com o telefone no ouvido enquanto ouvia a última mensagem de voz do pai, aquela que de alguma forma sempre a confortou.
— Oi, pequenina. Sua mãe me contou sobre sua nota na prova de biologia. Sei que você está dormindo, mas você sabe como é o horário do médico. Só queria que você soubesse o quanto estou orgulhoso de você, meu pequeno cientista. Tchau, eu te amo.
Quando Mark entrou no quarto, logo após colocar Alice no chão, Helena estava colocando o telefone na mesinha de cabeceira. — Pronta para dormir?
— Por favor. Estou acordada há 39 horas e tive um dia emocionante, preciso dormir. — ela respondeu, aproximando-se para que o marido pudesse ir para a cama.
— Eu sei que hoje foi. Como você está se sentindo? — ele perguntou, vestindo o pijama.
— Eu estou... Estou bem. Foi um pouco difícil ver Lily e tudo mais, mas estou bem. Apenas cansada. — ela assentiu, enquanto Mark se deitava ao lado dela.
— Boa noite, boneca. — ele disse a ela, dando um beijo em sua têmpora.
— Boa noite, querido. — ela sorriu, fechando os olhos. — Eu te amo.
— Eu também te amo. — Mark apagou a luz. — Te amo.
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