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˖࣪ ❛ OITAVA TEMPORADA
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8ª temporada, episódio 1
AO SOM DE um bebê chorando vindo do monitor, tanto Helena quanto Mark soltaram um gemido ao serem acordados.
— Alice acordou. — Helena suspirou, balançando as pernas para fora da cama com os olhos ainda fechados. — Eu vou buscá-la, você a pegou à noite.
— Obrigado, querida. — Mark respondeu enquanto a garota esfregava os olhos, saindo do quarto para atravessar o corredor até o berçário.
Porém, ao fazer isso, encontrou Cristina já lá, pegando a menininha do berço.
— Ela acordou você? — a baixinha perguntou, enquanto se aproximava de Cristina, que sorria para a bebezinha, balançando-a para frente e para trás.
— Não, eu já estava acordada. Acabei de ouvir a pequena senhorita Dimples chorando aqui e pensei em pegá-la. — a mulher respondeu, enquanto Alice sorria para ela também, as covinhas que ela herdou do incômodo aparecendo.
— Ela gosta de você. — Helena apontou com voz suave, antes de perguntar. — Pode ficar com ela enquanto eu tomo banho?
— Sim, sim, vá. — Cristina concordou, enquanto a estrangeira entrava em seu quarto e seguia até o banheiro da suíte.
Já fazia uma semana que Cristina foi expulsa por Owen e a mulher estava morando com Helena e Mark desde então. Também já fazia uma semana que Helena e Meredith brigaram, as duas não tendo realmente se reconciliado. Elas se mantiveram civilizadas, mas ainda havia uma tensão clara entre elas, mesmo que ambas sentissem falta uma da outra.
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— Bom dia. — April gritou do topo de um pequeno banco, sendo ignorada por quase todos. Estiveram em um café da manhã para quintanistas e cursistas, para discutir suas especialidades. — E bem-vindos ao seu último ano de residência.
Helena lançou um sorriso encorajador para a amiga, antes de voltar para preparar o café da manhã. Servindo-se de alguns ovos mexidos, ela observou Mark colocar vários pedaços de bacon e panquecas em seu prato, fazendo-a rir. — Nossa, você come como uma criança, Mark Sloan.
— Bem, você come como uma vovó. Você gosta de vegetais nojentos e, bem, uma de suas comidas favoritas é sopa. Sopa. Você não pode julgar. — o homem respondeu, provocativamente.
— Pelo menos minha comida é saudável. — Helena disse a ele de maneira cantante.
— Bom dia, Dr. Sloan. — Jackson disse a Mark, aproximando-se do casal. — Eu esperava discutir uma possível orientação?
— Ok, e essa é a minha deixa. — Helena sorriu para os dois homens, pegando sua bandeja enquanto se afastava. — Já ouço o suficiente sobre plásticos em casa.
Procurando uma mesa, ela se sentou ao lado de Cristina e Meredith, limpando a garganta diante da tensão entre elas.
— Bom dia, Meredith. — ela desejou com um sorriso de lábios apertados, enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Bom dia. — após um momento de silêncio, Cristina olhando entre as duas, Meredith perguntou. — Hum, como está Alice?
— Ela está bem, obrigada. — Helena disse a loira. — Ela está dormindo por mais tempo, o que é bom.
— Oh, eu sei, Zola apenas dormiu a noite toda. É bom não ter que acordar com uma criança gritando à meia-noite. — Meredith concordou, terminando seu sanduíche.
Mais algum silêncio desconfortável se seguiu, antes que a loira soltasse. — Ok então. — ela disse a elas, levantando-se de sua cadeira.
— Isso foi desconfortável. — Cristina zombou.
— É... — Helena concordou, brincando com seus ovos.
— Owen me contou sobre o chefe dos residentes. Foi por isso que você ficou tão chateada com Mer? — Cristina questionou, enquanto Helena encolheu os ombros.
— Eu... Olha, eu não sei. Acho que foi tudo misturado, mas acima de tudo o fato de ela nem ter se desculpado. — a morena balançou a cabeça, dando uma mordida no café da manhã. — Eu sei que ela não se arrepende do que fez, e sei que ela não queria me machucar, mas o mínimo que ela poderia fazer seria pedir desculpas pelo fato de ter feito isso. Eu só... Às vezes você simplesmente fica cansado de ter que cuidar de todo mundo, de ter que lidar com a bagunça de todo mundo, sabe?
★
Helena ficou do lado de fora do pronto-socorro, esperando a chegada das ambulâncias, enquanto Owen e Callie saíam correndo pelas portas do hospital.
— Estamos indo ao local para uma amputação no local. — o homem contou ao grupo de médicos. — A mulher está presa embaixo do carro. Vocês vão ficar inundados de corpos. Kepner, você está no comando até eu voltar! — ele instruiu enquanto entrava na ambulância.
— Sim, senhor. Divirta-se! — a residente gritou, fazendo Helena e Lexie trocarem olhares questionadores.
— Em uma amputação? — Callie perguntou, franzindo as sobrancelhas.
— E-eu quero dizer boa sorte. — ela se desculpou ao retornar ao grupo.
Enquanto Helena ajudava Lexie a amarrar seu vestido de trauma, ela ouviu passos atrás delas, olhando para ver Meredith caminhando em direção à área de ambulâncias.
— Quer saber? Deve haver muitos traumas na cabeça. Derek vai ter que falar com você. — Cristina contou à amiga.
No entanto, diante da expressão no rosto de Meredith, as sobrancelhas de Helena franziram de preocupação. — Mer? O que há de errado?
— Fui demitida. — ela soltou, secamente.
— O que? — a cabeça de Lexie virou-se para a irmã, com uma expressão chocada no rosto.
— O chefe me demitiu. — ela se repetiu, enquanto Helena balançava a cabeça.
Por um lado, ela entendeu por que a decisão foi tomada. Meredith mexeu no julgamento, comprometendo assim o hospital como centro de pesquisa. Não era apenas algo antiético e pouco profissional, era ilegal.
Por outro lado, esta decisão não fazia sentido, não partindo de Webber. Não vindo do mesmo homem que permitiu que Izzie Stevens ficasse depois que ela cortou um fio LVAD. Então, sim, Helena ficou chateada com a decisão. Não só porque ela não conseguiria trabalhar com sua pessoa, mas porque era injusto.
— Seu filho da puta! — Cristina soltou, olhando para Alex. — Quero dizer, você está feliz agora? Porque tudo isso é por sua causa! — ela começou a bater nele. — Você e sua boca grande, gorda e estúpida!
— Saia de mim! Saia! — Alex gritou quando a mulher o encurralou contra uma ambulância.
— Kepner, controle seu povo! — Bailey soltou a voz, a ruiva se aproximando deles.
— Pare, pare! Não há como bater. — ela tentou, sem sucesso.
Com isso, Helena se aproximou dos amigos, beliscou Cristina no pescoço e a fez recuar. — Calma, Cristina.
— Ai, ai! — ela reclamou quando as duas meninas se juntaram ao grupo.
— Você vai para o local? — Alex perguntou, entrando na ambulância enquanto April reclamava que ele não poderia sair, apenas para ser ignorado mais uma vez.
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— O que está acontecendo? — Helena perguntou ao se juntar a Cristina e Alex, que caminhavam atrás de Bailey. — Por que estamos andando se Bailey me ligou para o 911?
— Ela ligou para você também? — Alex questionou, enquanto a garotinha entrava em sincronia com eles. — Alguma ideia do porquê?
— Quem se importa? Contanto que isso me afaste de Altman... — Cristina gemeu, quando April e Jackson se juntaram a eles.
— Ela vai nos despedir, não é? — a ruiva perguntou.
— Por que ela nos demitiria? — Alex franziu o rosto.
— É, acho que não fiz nada de errado... — Helena concordou, franzindo as sobrancelhas.
— Houve uma confusão de pacientes na sala de cirurgia. — Jackson explicou, fazendo os olhos de Helena se arregalarem.
— Ah, você deveria ser demitida. — Cristina voltou-se para April.
— Eu? — a mulher perguntou. — Vocês não atualizaram o quadro!
— Ei, com licença, eu fiz! — a baixinha reclamou, levantando a mão.
— Bem, é por isso que Bailey parece tão chateada... — Alex concluiu.
— Vocês sabem que ela pode nos ouvir, certo? — a morena perguntou, ao chegarem ao pronto-socorro.
Lá, Bailey começou a olhar em volta, lendo vários gráficos, enquanto murmurava para si mesma.
— O que ela está procurando? — Cristina perguntou, enquanto Helena encolheu os ombros.
De repente, os olhos da atendente pousaram sobre uma paciente em uma sala de trauma, quando ela entrou, deixando os residentes na porta. — O que voce conseguiu?
— Amputação arquivada com desencarceramentos complicados. — Callie respondeu, levantando os olhos do trabalho. — Ainda avaliando seus múltiplos ferimentos por esmagamento, mas senti uma pélvis quebrada, com certeza, e a pressão arterial dela está no banheiro.
— Sim, este é um Gunther... — Bailey estreitou os olhos para a mulher, fazendo a cabeça de Callie se erguer.
— Sério? Acha que eles podem lidar com um Gunther?
— Oh, acho que eles precisam de um Gunther...
— Uh, o que é um Gunther? — April perguntou a seus colegas residentes.
— Provavelmente algo para nos torturar ou arruinar nossa estabilidade mental. Provavelmente ambos. — Helena suspirou.
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8ª temporada, episódio 2
— Ela ficou presa embaixo do carro, sua perna foi amputada em um buraco de terra, seu abdômen virou polpa e sua pélvis provavelmente foi esmagada. — Bailey instruiu enquanto os residentes vestiam seus aventais de trauma. — Vocês trabalharão juntos para avaliar os ferimentos dela e repará-los.
— Ah, na sala de cirurgia? — April perguntou, Bailey fazendo uma careta.
— Não, na lubrificação instantânea. Sim, na sala de cirurgia! — com isso, Helena e April trocaram um olhar. — Agora, a Dra. Torres supervisionará seu trabalho. Se você a matar, ela intervirá. Caso contrário, você estará por conta própria. Não estrague tudo como se estivesse estragando tudo que tocou ultimamente.
Bailey disse a eles, enquanto os residentes entravam correndo na sala.
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— Ela tem uma fratura pélvica aberta. — April avaliou, olhando os exames.
— E uma fratura cominutiva do fêmur. Vou examinar o coto. — Helena anunciou, movendo-se para levantar cuidadosamente o membro amputado da mulher. — Como está o coração, Cristina?
— Pneumopericárdio e sombra cardíaca aumentada. — a mulher contou a eles. — Ela precisa de um dreno torácico e uma tomografia computadorizada.
— Fluido livre, ela precisa da sala de cirurgia. — Alex discordou.
— Uma embolização e uma angiografia ajudariam a estabilizar o sangramento pélvico. — April compartilhou, calçando as luvas.
— Uma angio vai apenas perder tempo. — Alex zombou, enquanto Helena continuava a examinar o coto.
— Poderíamos embalá-la na sala de cirurgia. — Jackson o apoiou.
— Ligue para a sala de cirurgia e diga-lhes para se prepararem para uma laparotomia de emergência. — Alex gritou.
— Alô? Uma tomografia computadorizada? Estou dizendo a vocês, algo está acontecendo com o coração! — Cristina discordou.
— Olha, precisamos desacelerar por um momento, encontrar uma planta sólida para... — Helena tentou, enquanto seus acalorados colegas continuavam discutindo.
— Precisamos levá-la para a sala de cirurgia! — Alex gritou, entre Cristina rebateu.
— Ah, é? Quem morreu e fez de você Deus? — ela zombou.
— Ok, olhe. Acho que o que precisamos fazer é apenas reservar um momento... — a ruiva tentou.
— April, você é a chefe dos residentes, não a chefe da cirurgia! — Jackson a interrompeu.
— Alguém ligou para a sala de cirurgia?! — Alex perguntou, enquanto Helena simplesmente suspirava enquanto continuava trabalhando.
— Não, porque ela precisa de uma tomografia computadorizada para detectar seus ferimentos cardíacos! — Cristian disse a ele.
— O que eu disse sobre... — o residente da ortopedia tentou novamente.
— Ninguém dá a mínima para o que você tem a dizer! — Cristina atirou, interrompendo-o, enquanto Helena estremecia levemente.
De onde diabos estava vindo tudo isso?
Quando o monitor cardíaco começou a apitar, Alex zombou. — Ainda quer levá-la para a radiologia? Talvez esperar até que a máquina esteja livre?!
— Porra, alguém ligue para a sala de cirurgia! — Helena retrucou, enquanto April atirava para o telefone.
Com isso, Bailey, Owen e Callie, que os observavam, fizeram caretas de surpresa com a explosão da garota antes quieta. — E todos vocês, juntem-se e parem de brigar como crianças, antes que alguém morra!
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— Dê-me dez baldes, por favor. — Cristina solicitou, o grupo já está na sala de cirurgia.
— Não dê a ela uma lâmina dez! — Alex reclamou. — A mulher acabou de ter a perna decepada, ela não precisa do peito aberto para algo que nunca temos certeza se ela fez!
— Sim, bem, tenho certeza! — a mulher reclamou, pois Helena se concentrou apenas na limpeza do coto. — E se o coração dela falhar, ela não vai dar a mínima para a perna.
— Olha, sabemos que ela está sangrando na pélvis e no abdômen, o que lhe dá muitos motivos para estar hipotensa... — April tentou, logo sendo interrompida.
— Vamos apenas fazer uma volta x e ver com o que estamos lidando. — Alex instruiu.
— Não! — Cristina reclamou.
— É a única coisa que temos certeza, Cristina. Tenho que concordar com Alex. — Helena tentou, Cristina lhe lançou um olhar.
— Karev, comece a incisão. — Jackson disse a ele.
— Só porque vocês estão chateados por eu ser o residente-chefe, não significa que vocês podem fingir que não estou aqui! — Abril tentou.
— Ninguém se importa que você seja a residente-chefe. — Jackson retrucou, Helena revirando os olhos.
— Todos podem calar a boca, por favor? Estamos perdendo tempo discutindo. A única conclusão lógica é cuidar primeiro do coração. — Cristina tentou, enquanto Helena suspirava, voltar a focar no trabalho, enquanto todos continuavam brigando.
Na galeria, Mark entrou, sentado ao lado de Arizona e Owen.
— Quem você acha que é o Gunther? — Arizona questionou, colocando uma batata frita na boca.
— O que você quer dizer? — o homem perguntou.
— Este é o seu primeiro? — Owen questionou, inclinando-se para frente em sua cadeira. — O nome Gunther vem do médico, não do paciente.
— Um dos residentes sempre surge como um líder quando faz isso. — Arizona explicou. — A primeira vez que foi esse carinha quieto chamado Gunther, todos pensaram que ele iria sair do programa, mas descobri que ele era o Cachorro Alfa.
— Bem, sabemos que não será Avery, ele não tem coragem. — Mark zombou.
— Karev tem coragem, mas todo mundo o odeia por denunciar Grey, então eu realmente não os vejo seguindo seu exemplo. — Arizona concordou, enquanto os dois comiam.
— Poderia ser Yang, mas aposto em Kepner. — Owen soltou, confiante.
Com isso, Arizona e Mark fizeram barulho em desacordo, falando em uníssono. — Vai ser Lena.
— Bem, não estou dizendo que ela não seja uma boa cirurgiã, mas olhe para ela. — o ruivo discordou, apontando para onde Helena trabalhava no seu canto, sem entrar na discussão. — Ela é muito... Macia. Ela nem está tentando controlar.
— Oh, ela tem coragem, acredite. Eu já vi. — Arizona argumentou, ainda comendo suas batatas fritas.
— Sim, ela vai te surpreender. Ela sempre faz, ela surpreende as pessoas que a subestimam. — Mark concordou, sorrindo ao ver sua esposa na sala de cirurgia.
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Depois que os residentes finalmente decidiram por onde começar, eles operaram Cristina e Alex no coração, April e Jackson na pélvis e Helena no coto.
Eles foram interrompidos quando, de repente, os monitores cardíacos começaram a apitar.
— V, mentira! — Jackson gritou, enquanto Helena levantava os olhos de seu trabalho.
— Eu preciso dos remos. — Cristina gritou, enquanto se preparava para dar um choque no coração do paciente. — Carregue até 20. Limpe!
Quando os médicos levantaram as mãos do corpo, ela atacou, Helena gritando. — Sem mudança.
— Ok, preciso de uma epi intracardíaca. Alguém assuma a massagem do coração. — Cristina perguntou, enquanto Alex se aproximava.
— Eu entendi. — ele respondeu. Porém, com a agulha na mão, em vez de injetar o epi no coração, Cristina perfurou a mão de Alex, o menino gritando. — Ai!
— Oh meu Deus, oh meu Deus. Alex? Olhe para mim. — Cristina perguntou enquanto o menino caía no chão.
Com isso, Cristina e Callie caíram no chão para verificar o homem, Helena se levantou do banco em que estava sentada.
— Fora do caminho. — ela pediu, enquanto Jackson se movia para lhe dar algum espaço próximo ao coração. — Eu preciso de outro epi, por favor.
— Aqui está, Dra. — a enfermeira disse a ela, entregando-lhe o material.
No chão, Cristina e Callie não pareciam encontrar o pulso do menino, pedindo um carrinho de emergência.
— Uma epi não para o coração de uma pessoa saudável. O que você fez? — a atendente questionou.
— Não sei!
— Tudo bem, recuperei o coração dela, vou cuidar do pericárdio. — Helena anunciou, voltando-se para os colegas. — Vocês dois, deixem a pélvis por enquanto, ela está sangrando no quadrante superior direito.
— Devemos reembalá-lo? — Abril perguntou.
— Huh, faça uma manobra de Pringle... Enxerto, por favor. — a baixinha instruiu calmamente, continuando com seu trabalho.
Quando Bailey e Teddy entraram na sala, a cirurgiã geral ordenou. — Uh, coloque a mim e a Dra. Altman vestidos e luvas, e eu preciso de algo para me apoiar.
— Dra. Bailey, estou com tudo sob controle. — Helena contou então enquanto trabalhava. — Temos muitas mãos na sala de cirurgia, mais dois cirurgiões só vão contribuir para a confusão. Vou pedir que você, por favor, dê um passo atrás.
Com isso, as duas presentes compartilharam um olhar impressionado, assim como April e Jackson.
— Preciso de outro prolene 3.0 prometido, por favor. — Helena perguntou às enfermeiras, voltando-se para as amigas. — Jackson, mais sucção aqui, por favor e obrigada.
Enquanto as duas mulheres no chão tentavam reiniciar o coração de Alex, Helena murmurava para si mesma enquanto trabalhava, claramente frustrada. — Se todos vocês tivessem parado de discutir como crianças e tivessem parado um momento como eu sugeri, talvez eu não tivesse um paciente instável e um residente com o coração parado... Mas é claro, todos os seus pequenos egos eram mais importantes do que salvar a vida do paciente.
Enquanto Callie atacava com os remos, o coração de Alex recomeçou, enquanto ele tossia no chão.
— Alex? Alex, você pode me ouvir? Alex? — Cristina questionou, segurando seu rosto.
— Sua vadia maluca! Você quase me matou. — o homem soltou a voz enquanto Helena balançava a cabeça.
— Caos! Caos, porque cada um tinha que conseguir o que queria. Imaturos, todos vocês. — Helena continuou resmungando baixinho, fazendo com que os presentes na galeria trocassem olhares.
— Eu te disse, ela tem coragem. — Arizona disse a Owen.
— Minha esposa é Gunther. — Mark concordou, enquanto se levantava da cadeira para ir até a sala de cirurgia.
— Bem, minhas desculpas. — Owen encolheu os ombros.
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Um momento depois, enquanto Alex era levado para fora da sala de cirurgia, Helena continuou trabalhando no coração, com a ajuda de April e Jackson.
— Vê lá, Keps? — a garota baixinha perguntou.
— Sim.
— Por favor, amarre a pinça hemostática. Jackson, mais sucção aqui. Obrigada. — ela instruiu, enquanto os presentes observavam.
— Quem diria? Campos é o Gunther. — Teddy soltou, divertida.
— Você não pensou nisso porque não a conhece. Eu a criei. Aquela garota pode ser um amor, mas ela sabe como se defender. — Bailey disse à loira, enquanto Callie inclinava a cabeça.
— Huh, sim, ela é mãe de todos eles. E eu ouvi seus pequenos sermões, você não quer receber isso. — Callie riu divertidamente.
— Bom trabalho, Campos. Você está indo bem. — Teddy soltou, falando em um tom mais alto, para que pudesse ser ouvida.
— Obrigada, Dra. Altman. — Helena deu-lhe um sorriso rápido, o rosto ainda duro e focado, antes de voltar ao trabalho, murmurando. — Seria mais fácil se Yang não tivesse decidido assassinar Karev e eles não tivessem ficado tão distraídos com suas brigas. que eles quase deixaram essa mulher morrer.
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— Tudo bem, então, por favor, volte para mim com a crítica pós-operatória. — Helena disse a April enquanto caminhavam pelo corredor. — E, Jacks, certifique-se de ser agressivo com os curativos na perna dela, ainda estou preocupada com infecção.
Ao passar por um posto de enfermagem, o marido olhou para ela com orgulho, voltando-se para Cristina. — Você sabe por que eles fizeram o que ela disse, certo? Porque ela é a Gunther.
— O que é um Gunther? — Helena perguntou franzindo as sobrancelhas, enquanto Cristina se virava para ela.
— Como foi? — a residente perguntou à amiga, cuja expressão havia retornado à suavidade habitual.
— Precisaremos voltar para reparos definitivos, mas estancamos a grande hemorragia e me sinto bem com a perna, limpamos. — Helena disse a ela, balançando a cabeça.
— Bom trabalho hoje, Campos. — Teddy disse a ela, a garota sorrindo.
— Obrigada, vamos apenas esperar que ela supere.
— Bem, você com certeza era o Gunther. — a loira disse a ela, Helena fazendo uma expressão confusa mais uma vez.
— Sinto muito, um Gunther? O que é isso? — ela deixou escapar, enquanto olhava para seu pager, que tocou ao mesmo tempo que o de Cristina.
911, M. Grey
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— Ok, primeiro de tudo, você não roubou o bebê. — Cristina soltou. — Ela é seu bebê.
Meredith cometeu um grande erro, um erro que ela reconheceu. Ela surtou quando a assistente social lhe disse que ela poderia perder Zola e a tirou da creche. Agora, elas estavam escondidas em um armário de suprimentos.
— Sim, o que você fez foi... Você a levou para tirar uma soneca. Em um local muito estranho p-porque ela gosta da escuridão dos armários de suprimentos? — Helena tentou inventar uma desculpa, enquanto andava pela sala pensativa. Mesmo que ela e Meredith estivessem brigando, ela ainda era sua pessoa.
— E você não atendeu o telefone. Mas, você sabe, muitas pessoas acham que toda a tecnologia em nossas vidas é... Intrusiva. Então você não é a primeira pessoa que não atendeu o telefone ou o pager dela. — Cristina acrescentou, enquanto Helena concordava com a cabeça.
— Sim, só precisamos encontrar um motivo pelo qual você esteve ausente por uma hora. Não é tanto tempo, você poderia ter um motivo. — Helena concordou, andando pela sala.
— Quatro... Horas. — Meredith disse a elas, culpada. Ao olhar repreensivo de Helena, ela explicou. — Janet ia levar meu bebê, então... Eu fui embora!
— Ok... Ok. Você sabe, as pessoas cometem erros. Quer dizer, eu quase matei Alex na sala de cirurgia hoje... — a mulher de cabelos cacheados tentou raciocinar. — Vamos apenas descobrir.
— Como? — a loira perguntou, enquanto seu bebê balbuciava.
— Não sei. — ela expirou.
— Não, como você quase matou Alex?
— Um cc de epi na mão. — Helena contou para a amiga, dando uma risadinha.
— Tanto faz, ele vai ficar bem. — Cristina acenou para ela.
— Huh, sim. Apenas... Fique aqui, Mer. Nós... Nós vamos consertar isso. — Helena tentou, enquanto as duas trocavam olhares.
— Como? — Meredith questionou.
— Consertando isso! — Cristina soltou quando as duas saíram.
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Quando Helena passou para verificar sua paciente, encontrou April sentada ao lado dela, agarrando uma cadeira para sentar ao lado da ruiva.
— Como ela está? — ela questionou.
— Sem mudança. — April disse a ela, com preocupação em seus olhos. — Eu só... Eu não quero estragar tudo como estraguei todo o resto.
— O que? — Helena franziu as sobrancelhas. — Você se saiu muito bem na cirurgia, provavelmente foi o menos... Difícil.
— Eu não era o Gunther. — a ruiva contou a ela.
— O que é um Gunther? Todo mundo fica falando isso e eu não sei o que significa... — a morena puxou um banco para sentar ao lado da amiga.
— O Gunther... Você era o Gunther. Você assumiu o comando, você era a líder. Eu deveria ser o Gunther, sou a residente-chefe. Mas eu era um super-super assistente. — April suspirou, lágrimas brotando de seus olhos. — Eu deveria fazer com que as pessoas me ouvissem, mas elas não o fazem. Elas ouvem você. Você é quem eles procuram em busca de orientação, não eu. Você é quem os faz parar de lutar, isso os faz se comportar. Você deveria ter conseguido esse emprego, não eu.
— April, Owen escolheu você, não eu. — Helena disse a ela, sua voz suave e reconfortante. — Isso significa que ele acha que você estava mais bem equipada para o trabalho, certo?
— Lena, eu sei que ele só me escolheu porque você é próxima da Mer. Cristina me contou. — April soltou um suspiro derrotado. — Era para ser você.
Com isso, Helena balançou a cabeça. — Cristina não deveria... — ela suspirou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Olha, Keps, Owen escolheu você. Apesar das circunstâncias, ele escolheu. Ele não teria feito isso se não achasse que você fosse capaz de fazer este trabalho. Ele escolheu você em vez de qualquer outro de nossos colegas. Isso significa que ele acredita que você pode fazer isso. Ele acredita em você, e eu também.
— Bem, talvez você não devesse. — April encolheu os ombros, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. — Quero dizer, não consigo nem fazer com que eles me escutem por tempo suficiente para fazer um discurso...
— Então talvez você demore um pouco para se acostumar com o trabalho. Ninguém espera que você se destaque logo no primeiro dia. — Helena disse a ela, suspirando enquanto balançava a cabeça. Endireitando-se na cadeira, ela começou: — Ok, vou lhe dar meus truques, faça bom uso deles: quando quiser fazer um discurso, não chame a atenção das pessoas com sua voz. Minha voz não é tão alto por natureza, o seu também não é. Então o que você faz é fazer barulho de outra maneira: deixe cair algo pesado ou bata palmas, bater palmas funciona bem. Quando você quiser dizer a alguém para fazer algo, não peça para ele fazer isso. Diga-lhes para fazerem isso, depois agradeça e sempre diga por favor. Mas nunca pergunte, sempre afirme. — Helena deu à amiga seu melhor conselho, enquanto April olhava para ela com lágrimas nos olhos. — E, o mais importante de tudo, não importa se outras pessoas acham que você merece o trabalho, sempre aja como você. Outros não irão questioná-la tanto se sua postura lhes disser que você sabe o que está fazendo.
— Uau... Como você sabe de tudo isso? — April riu, enxugando as lágrimas.
— Você poderia dizer que estou acostumada a ser subestimada. — Helena encolheu os ombros, com um sorriso triste. — Porque eu era quatro anos mais nova que qualquer um na escola, porque não era americana, por causa do meu sotaque, porque tento ser legal... Você só tem que encarar isso como uma oportunidade de ser ainda melhor, de superar todas as suas expectativas. Se você tiver fé suficiente em si mesmo, não precisará que mais ninguém tenha isso para você.
— Obrigada, Lena. — April disse a ela, abraçando-a. — Muito obrigada, por tudo.
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— Cristina! — Helena gritou, encontrando sua amiga no corredor. — Eu sei o que estamos fazendo.
— O que? — sua amiga perguntou, claramente confusa.
— Eu sei como consertar isso. — ela disse a ela, agarrando seu braço. — Estamos consertando isso.
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— Desde a cirurgia dela, tenho feito exames de sangue semanais em Zola. — Helena contou para Derek e Janet, a assistente social, Meredith e Cristina junto com a sala. — Os resultados que obtive hoje foram um pouco estranhos, então queria dar uma olhada nela.
— Sim, e você sabe, com bebês, quando um médico liga... Fiquei preocupada, então corri com ela e devo ter deixado meu telefone na creche. — Meredith explicou enquanto Helena auscultava o bebê.
— E seu pager. — Cristina acrescentou.
— Tive que entregar meu pager porque me demitiram. — a loira respondeu.
— O que há de errado com ela? — Derek questionou, enquanto Helena se mexia ligeiramente.
— A contagem de glóbulos brancos dela estava elevada, 14,5. Queria ter certeza de que não havia lista de infecção, vazamento de LCR ou algo parecido... — Helena explicou. — Mas nos meus exames, ela parece bem. Não há sinais de choque espinhal. Fiz novamente o hemograma completo e sua contagem de glóbulos brancos foi 8, totalmente normal. — ela contou a eles, enquanto Zola brincava com a bainha de seu jaleco. — Suponho que provavelmente foi um reagente de estresse, ou talvez um acaso nos laboratórios, porque ela está indo muito bem.
Derek pareceu pensar por um momento, antes de soltar. — É verdade, vazamento de LCR é um problema de bebês com espinha bífida. É... Que bom que você pegou isso, Campos.
★
— Como está? — Arizona questionou, aproximando-se de Mark, Helena e Callie.
— Não posso dizer. — a mulher mais alta suspirou,
— Eles não podem simplesmente levá-la embora, podem? — Mark perguntou enquanto eles estavam do lado de fora da sala em que Meredith e Derek estavam com Zola.
— S-sim, quero dizer, ela é o bebê deles. — Helena tentou, mordendo o interior da bochecha.
— Eu não sei... — a loira soltou a voz suave.
— Eles não vão encontrar uma família melhor do que dois médicos. — Callie contou a eles. — Vai ficar tudo bem.
— E eles a conhecem, eles têm sido pais dela. Zola é filha deles, assim como Sofia e Alice são nossas... — Helena balançou a cabeça, sua mão subindo até o peito.
— Alguém quer dar uma olhada nelas? — Arizona perguntou, enquanto Helena assentia.
— Sim, por favor.
— Por que? — Callie perguntou, franzindo as sobrancelhas.
— Porque quando alguém está falando sobre tirar o bebê de alguém, você quer ver seu bebê. Então eu quero ir ver Alice. — Mark explicou, fazendo Callie suspirar.
— Gente, ela está bem.
Elas ficaram em silêncio por um segundo, antes que Arizona e Helena trocassem um olhar, começando a andar na direção da creche.
— Estou bem atrás de você. — Mark anunciou enquanto as seguia.
Finalmente, Callie esperou um segundo antes de suspirar e caminhar na direção deles.
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— Não deveríamos acordá-la, certo? — perguntou Helena, enquanto ela e o marido olhavam para a filha adormecida, no berçário da creche. — Ela é nossa, ninguém vai levá-la embora.
— Certo. Ela vai acordar em meia hora, e vamos levá-la para casa e jantar. — Mark concordou.
No entanto, quando os dois se entreolharam, chegaram à mesma conclusão. — Devíamos acordá-la.
Pegando sua filha no berço, Helena sussurrou para ela. — Oi, pequenina. Mamãe e papai estão aqui.
— Oi, princesinha. Nós te amamos muito. — Mark disse a ela enquanto abraçava sua esposa por trás, Helena segurando seu bebê com força.
— Nós amamos. Mais do que qualquer outra coisa no mundo. — a morena sussurrou. — Você não vai a lugar nenhum, vai?
— Não, anjinho. Você é só nossa. — Mark concordou.
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No final do dia, Helena sentou-se na entrada do hospital com a filha, esperando que Mark terminasse alguns de seus pós-operatórios.
Ao ver Meredith vindo em sua direção, seu peito apertou com sua expressão, percebendo que algo estava errado.
— Mer? — ela gritou suavemente.
— E-eles levaram Zola. — ela disse à amiga, com os olhos cheios de lágrimas.
— Ah, Mer. — Helena suspirou, abraçando a amiga de lado, enquanto ela ainda segurava Alice. Com isso, a loira desabou, soluçando no ombro, enquanto Helena esfregava suas costas. — Eu peguei você, Mer. Eu peguei você, e vamos trazer Zola de volta, ok? Vamos pegar sua filha de volta.
— Obrigada. — Meredith sussurrou, às lágrimas. — E-e eu sinto muito pela coisa do residente-chefe, eu nunca...
— Shhh, eu sei, Mer. Eu sei. — a garota baixinha sussurrou. Ela sabia, ela só precisava que ela dissesse.
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