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˖࣪ ❛ SÉTIMA TEMPORADA
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UM DIA PARA O CASAMENTO
HELENA ESPEROU ANSIOSAMENTE em seu quarto de hotel, mexendo em seu anel enquanto lia um artigo médico. Ela e Mark decidiram não dormir na mesma casa, conforme a tradição, não querendo se ver na manhã seguinte. Assim que ouviu uma batida na porta, ela praticamente pulou da cama, correndo para abri-la para sua família com um sorriso.
Daniel, que estava parado na frente de sua mãe, quase caiu para trás com o forte abraço que sua irmã lhe deu imediatamente, deixando escapar uma risada.
— É bom ver você também. — ele brincou, encantadoramente.
— Cale-se. — Helena repreendeu, segurando-o com mais força enquanto uma mão brincava com os cabelos de sua nuca. — Ah, eu senti sua falta. — ao se afastar, ela deu um abraço em sua mãe também, a mulher sorrindo com adoração para seus filhos. — Mamãe...
— Pequenina... — a mãe sorriu de volta, abraçando a filha. Uma vez que elas se afastaram e entraram na sala, ela encorajou. — Vá em frente, mostre o anel.
Com um sorriso largo, Helena ergueu a mão para mostrar as joias à família, a mãe sorrindo. — Ah, é lindo.
— Isso é. — Danny admitiu com um aceno de cabeça.
— Tenho tanto orgulho de você, pequenina. Nem acredito como você está crescida. Estou tão orgulhosa e seu pai também estaria. Você sempre foi a filhinha dele. — Ana sorriu suavemente, um sorriso que se parecia com o da filha, enquanto a recebia para outro abraço apertado.
E, com a cabeça sobre o ombro da mãe, os lábios de Helena tremiam enquanto as lágrimas apareciam em seus olhos. Ela era adulta, mas quase não chegava a ser.
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Mais tarde naquela noite, a mãe já tendo ido dormir, Helena e Daniel conversavam, o menino deitado ao lado dela na cama.
— Você acredita que eu vou me casar? — a garota perguntou, olhando para o teto.
— Honestamente? Não, não acredito. — ele respondeu, sorrindo. — Mas eu gosto de Mark, ele é bom para você. Você merece isso, Lena.
Os irmãos ficaram em silêncio por um tempo, confortáveis com a presença sonolenta um do outro. No entanto, alguns momentos depois, Helena quebrou aquele silêncio. — Papai deveria estar aqui. Ele deveria estar aqui e ele deveria me levar até aquele altar amanhã. E parece tão errado que ele não vai chegar, que eu não vou ser entregue por ele. — ela disse a ele, com lágrimas nos olhos. — Eu deveria estar feliz. E estou, estou tão animada e feliz por estar casando. Mas não consigo parar de pensar em como há tantas pessoas que deveriam estar aqui, mas não estão. Tantas pessoas que eu perdi. — e, quando ela terminou, sua mão disparou para o pingente de pombo.
Segurando a mão da irmã, ao seu lado, os olhos do próprio Danny cheios de lágrimas, ele respondeu. — Eu sei. Eu também sinto falta dele. Mas ele ficaria muito feliz por você, Lena.
A médica suspirou, enxugando a lágrima que sentiu em seus olhos enquanto ela balançava a cabeça. — Danny?
— Sim?
— Você vai me levar até o altar amanhã? — ela perguntou, movendo o rosto para olhar para o irmão mais novo.
Ao fazer o mesmo, um sorriso brilhante apareceu em seu rosto. — Claro que vou. Venha aqui. — Danny disse a ela, colocando um braço em volta dos ombros dela enquanto lhe dava um abraço de lado.
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DUAS HORAS PARA O CASAMENTO
Helena estava sentada em um banquinho no banheiro de Meredith, Lexie penteando seu cabelo enquanto sua mãe observava, com um sorriso.
— Então, Meredith e Cristina são casadas também? — Ana perguntou, Lexie assentiu enquanto Helena explicava.
— Sim. Cristina acabou de se casar, cerca de um mês atrás, e Mer está casada há um tempo.
— Bem, não um casamento grande. Um casamento no Post-it. — a jovem Gray riu, Ana franzindo as sobrancelhas.
— Mer se casou em um post-it. — a menina mais nova explicou, sua mãe acenando com a cabeça e soltando uma risada no casamento incomum.
— Bem, vocês com certeza são um grupo interessante.
— Feito. — Lexie anunciou, Helena sorrindo para o espelho ao ver o trabalho da amiga.
— Parece ótimo. Obrigada, Lex. — ela agradeceu, puxando-a para um abraço.
— Eu tenho o vestido! — Meredith anunciou quando ela entrou na sala, carregando o vestido de noiva branco.
— Oh, sim! — Helena soltou, afastando-se do abraço enquanto se movia para o quarto da loira, suas amigas e sua mãe atrás dela. — Como estão todos lá embaixo?
— April começou a chorar porque, e cito, 'é tão lindo o quanto Mark e Lena se amam', então Cristina está tirando sarro dela. Arizona está entregando seus lenços e Callie acabou de abrir uma garrafa do meu vinho.
— Parece preciso. — a morena deu uma risadinha, começando a desabotoar a camisa para se vestir.
No entanto, ao fazê-lo, a camisola que ela usava por baixo se levantou ligeiramente, mostrando a cicatriz que resultou em seu tiro.
— Pequenina, o que é isso? — sua mãe perguntou, franzindo as sobrancelhas para a cicatriz.
Ao perceber o que a mãe queria dizer, Helena puxou a blusa, encolhendo os ombros. — Ah, não é nada.
— Isso não é nada, isso parece... — Ana começou, seus olhos se enchendo de lágrimas quando a compreensão a atingiu.
— Hum, vamos verificar o choro de April. — Lexie soltou, as duas irmãs saindo da sala enquanto trocavam um olhar.
— Mamãe, não é nada, não se preocupe com isso. — Helena explicou, virando-se para a mulher mais velha.
— I-isso é um ferimento de bala? — a mulher perguntou, com a voz trêmula.
Diante da pergunta, Helena simplesmente ficou em silêncio, não podendo dar a notícia à mãe. Porém, com o lábio trêmulo e as lágrimas se formando, Ana sabia a resposta, levando a filha para um abraço apertado.
— Ai meu Deus, meu Deus... o que foi, pequenina? — ela perguntou, segurando-a.
Enquanto Helena respirava fundo, por cima do ombro da mãe, ela se afastou, enxugando a lágrima que escapou de seus olhos.
— C-cerca de dois meses atrás houve um tiroteio no hospital. Era o marido de uma paciente. Sua esposa teve morte cerebral durante uma cirurgia de risco e-e eu estava no neuro naquele dia, então e-eu fui um dos médicos que disse a ele que sua esposa não iria acordar. — ela explicou, sentando-se na cama de Meredith com sua mãe, que segurou sua mão. — Ele nos culpou por isso, disse que tínhamos matado a mulher dele. Então quando ele chegou no hospital, eu era um dos médicos que ele procurou. Eu não te contei sobre ela?
— Sim, ela foi sua paciente desde o começo, certo? — sua mãe perguntou, as lágrimas banhando seu rosto.
— C-certo. Ele atirou nela. Então ele atirou em mim. — Helena disse à mãe, enxugando as lágrimas que lhe caíam dos olhos.
— Oh, Deus... — Ana deixou as lágrimas escorrerem pelo rosto, abraçando a filha com força mais uma vez. — P-por que você não ligou, pequenina? Eu teria vindo aqui, teria cuidado de você...
— Eu sei... — a baixinha sussurrou. — Mas eu não queria preocupar você ou Danny, não depois do papai... E eu estava bem. Arizona e Callie me tiraram de lá, e eu estava bem. Mark cuidou de mim, mamãe, e eu sabia quão preocupada você ficaria.
— Oh, querida... — sua mãe falou sussurrando de volta, enxugando as lágrimas da filha com o polegar. — Sinto muito.
Helena balançou a cabeça enquanto sorria para a mãe. — Estou bem, mamãe. E é o dia do meu casamento, certo? Hoje eu deveria estar feliz, então vamos ser felizes.
— Tudo bem, tudo bem... — sua mãe concordou, enxugando as próprias lágrimas. — Vamos colocar você nesse vestido.
★
VINTE MINUTOS PARA O CASAMENTO
Mark ficou na frente de um espelho em uma pequena sala no local do casamento, lutando para amarrar a gravata.
Ao ver Derek entrar na sala, ele se virou, perguntando. — Por favor, diga-me que você pode amarrar esta coisa corretamente...
Soltando uma risada, o neurocirurgião se aproximou de seu melhor amigo enquanto ele pegava a gravata, começando a amarrá-la. — Você é cirurgião plástico e não sabe fazer um simples nó de gravata?
— Eu não sou realmente um cara de gravata e Lee geralmente faz isso para mim... — ele reclamou, olhando-se no espelho enquanto Derek trabalhava.
— Você sabe, eu tenho que dizer, eu nunca pensei que veria você se casar...
— Ha, honestamente, eu também não. — o cirurgião plástico concordou. — Mas também nunca pensei que conheceria alguém como Lee.
— Vocês dois fazem sentido, sabia? — Derek admitiu enquanto terminava com a gravata, parando na frente do homem enquanto os dois conversavam. — Ela traz o melhor de você, Mark. Vocês dois fazem sentido, mesmo que eu não tenha gostado no começo.
— Irei me casar. — Mark sorriu enquanto ajeitava seu terno azul-marinho.
— Você vai se casar. — o outro homem riu, dando tapinhas carinhosos em suas costas.
★
DEZ MINUTOS PARA O CASAMENTO
Helena ficou em frente a um espelho em outra sala, no local do evento. Ao se olhar no espelho, ajeitou o vestido e passou o dedo no pingente de pombo com um sorriso, o colar que raramente tirava do pescoço.
Enquanto ela olhava para ele, com um sorriso triste, ela sussurrou para si mesma. — Sinto tanto a sua falta, Georgie. Queria que você estivesse aqui.
E, por uma fração de segundo, ela quase pôde ouvir a voz de George em sua cabeça, respondendo.
Eu também, Lena. Estou tão orgulhoso de você.
De repente, ela ouviu a porta abrir atrás dela, virando-se para ver Meredith e Cristina entrando no quarto.
— Preparada? — Meredith perguntou com um sorriso.
— Pronta como nunca... — ela sorriu, passando as mãos pelo vestido branco.
— Tem certeza? Porque eu coloquei um frasco de tequila na minha bolsa, última dose para um gole... — Cristina propôs, Helena balançando a cabeça com uma risadinha.
— Prefiro aproveitar meu casamento sóbria, muito obrigada. — ela respondeu, suspirando enquanto seu sorriso parecia não desaparecer. — É o meu casamento, recuso-me a ser obscura e sinuosa hoje.
— É melhor, porque precisamos de um casamento de verdade, ok? Não um post-it ou post-shooting, um vestido branco adequado. — Meredith avisou, Cristina revirando os olhos.
— Agora vão, vão. Vocês deveriam ir se sentar, provavelmente está começando em breve. — Helena as enxotou, saindo ela mesma para o corredor, onde encontrou o irmão.
Quando Daniel olhou para sua irmã mais velha, ele deu a ela um sorriso, resmungando. — Você parece tão... Estranhamente crescida...
— Ah, cale a boca. — ela deu um tapa no braço dele, enquanto os irmãos caminhavam até a porta que dava para o telhado.
Nervosa, Helena mexeu em seu buquê, olhando para a pequena multidão que ela já podia ver. Foi um casamento relativamente pequeno, apenas com os amigos de Helena e Mark, junto com a família da mulher. Ainda assim, com as pessoas diante dela, a residente cirúrgica sentiu o nervosismo borbulhar dentro dela.
Percebendo a ansiedade de sua irmã, que ele veio a reconhecer ao longo dos anos, ele a cutucou levemente. — Ei, você está ótima. Vai correr tudo bem, não se preocupe...
— Mas eles vão estar todos olhando para mim! Eles vão estar olhando para mim e se eu deixar cair o buquê?! O-ou se eu deixar cair o anel de Mark?! E-e se... E se eu tropeçar?! — Helena soltou, olhando para ele nervosamente.
— Eu sou o único com uma perna. Você não deve se preocupar em tropeçar. — Danny riu, assim que a música começou a tocar.
Ao fazê-lo, Helena murmurou para si mesma, enquanto eles começavam a caminhar para fora da porta. — Ok, ok. É isso...
Ao ver todos se virando para olhar para ela, ela agarrou o braço do irmão com mais força, sentindo a respiração presa na garganta. Porém, assim que seus olhos pousaram em Mark, seu sorriso reapareceu, sentindo-se mais calma. Durante toda a caminhada, ela nunca tirou os olhos dele, lágrimas aparecendo em seus olhos enquanto ela sorria de felicidade.
Quanto a Mark, o homem ficou claramente comovido com a visão diante dele. Ele quase não podia acreditar como Helena estava linda e o quanto ele a amava. E como tal, enquanto ela caminhava pelo corredor, lágrimas apareceram em seus próprios olhos.
Assim que Helena alcançou Mark, Danny deu um beijo em sua bochecha e Ana pegou seu buquê, os dois sentando-se na primeira fila enquanto Helena segurava as mãos de Mark com força.
— Você está incrível, querida. — ele sussurrou para ela, o sorriso da morena só crescendo.
— Então para você, querido. — ela concordou, quando o tabelião iniciou a cerimônia.
No entanto, durante a coisa toda, os olhos de Mark e Helena nunca deixaram um ao outro, a garotinha balançando levemente em uma pequena dança feliz enquanto eles ouviam.
— Mark Everett Sloan, você aceita Helena Maria Silva Lima Campos como sua legítima esposa? Mantenha-se fiel apenas para ela, enquanto vocês dois viverem?
— Eu aceito. — Mark respondeu, sua voz segura, enquanto apertava as mãos de sua noiva com mais força.
— E você, Helena Maria Silva Lima Campos, aceita Mark Everett Sloan como seu legítimo esposo? Mantenha-se fiel apenas para ele, enquanto vocês dois viverem?
— Eu aceito. — Helena sorriu, lágrimas brilhando em seus olhos, enquanto ela assentia.
— Agora você pode trocar alianças e votos. — o notário instruiu, Derek, padrinho de Mark, aproximando-se deles com os anéis, com um grande sorriso no rosto.
Mark começou, pegando a aliança de casamento de Helena e falou. — Com este anel, eu, Mark Everett Sloan, tomo você, Helena Maria Silva Lima Campos, para ser minha esposa. Nas boas e nas más, nas alegrias e nas tristezas, prometo amar e cuidar de você incondicionalmente. Prometo tratar você como minha e me permitir ser seu, enfrentar a vida com você como minha parceira. Para o bem ou para o mal, porque você me faz querer ser a melhor versão de mim todos os dias, para você. — ele terminou, com lágrimas nos próprios olhos enquanto deslizava a aliança no dedo de Helena, que tinha algumas lágrimas rolando pelo rosto enquanto ela ria levemente.
— Com este anel, eu, Helena Maria Silva Lima Campos, tomo você, Mark Everett Sloan, para ser meu marido. Eu juro sempre fazer minha morada em seu coração e permitir que você faça sua morada no meu. Eu juro, por melhor ou pior, ser sua família e amá-lo como tal. Prometo aceitá-lo, apoiá-lo e apreciá-lo enquanto eu viver. — ela prometeu, colocando o anel no dedo de Mark.
Enquanto Helena lançava um olhar furtivo para a multidão, ela observava seus amigos e familiares. Não havia uma única pessoa na sala que não tivesse sido tocada pela cerimônia. Na primeira fila, Ana deixou cair uma lágrima enquanto a enxugava, Danny com um leve sorriso no rosto enquanto seus olhos também brilhavam.
Meredith estava sentada ao lado de Lexie, que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto e, como tal, deu um tapinha nas costas da irmã com um sorriso e olhos brilhantes. Cristina sorriu de uma forma alegre que raramente se via, olhando para o marido, que sorriu de volta.
Perto deles, Alex tinha um sorriso no rosto, que ele raramente deixava transparecer, para o casal no altar, claramente feliz por sua amiga. Quanto a April, ela chorou no ombro de Jackson, que lhe entregou lenços de papel com pequenos tapinhas na cabeça e um sorriso.
Callie sentou ao lado de sua namorada com um sorriso brilhante que se estendia até os olhos, segurando a mão de Arizona, que enxugou um lenço de papel sob os olhos com um sorriso orgulhoso. Ao lado deles, Derek tinha um sorriso nos lábios, balançando a cabeça com um misto de orgulho e espanto pelo fato de seu melhor amigo estar se casando.
Teddy sentou-se atrás deles, a mão cobrindo levemente a boca enquanto ela soltava uma pequena risadinha, com os olhos marejados. Então, havia Bailey e Richard, que se sentaram um ao lado do outro. A mulher tinha um sorriso orgulhoso e maternal no rosto, enquanto os lábios do homem se curvavam suavemente e com aprovação.
E, por uma fração de segundo, Helena quase conseguiu imaginá-los no fundo do telhado, contra uma parede. Ela quase podia imaginar seu pai, Henrique, parado com um sorriso orgulhoso enquanto observava sua filhinha se casar. Ela quase podia imaginar George com o rosto manchado de lágrimas, soltando uma risada suave de felicidade ao vê-lo. Ela quase podia até imaginar a pequena Alice, de pé com seu Sr. Cuddles e um sorriso inocente, balançando a cabeça em encorajamento.
Quando seus olhos encontraram os de Mark novamente, o amor e a adoração em seus olhos não deixaram espaço para questionamentos. Eles deveriam ser.
— Pelo poder que me foi conferido pelo estado de Washington, agora os declaro marido e mulher. — o notário se pronunciou. — Pode agora beijar a noiva.
Com isso, Mark não perdeu tempo, colocou uma mão em volta do rosto de sua agora esposa e a puxou para um beijo suave. As mãos de Helena repousaram em seu peito enquanto ela retribuía, sorrindo no beijo que eles compartilharam. Atrás deles, a multidão explodiu em aplausos e vivas, alguns flashes de câmeras sendo ouvidos.
Enquanto se afastavam, eles se olharam nos olhos por um segundo, deleitando-se com o momento. Então, quando desviaram os olhares, Helena soltou uma risadinha suave, pois o feixe de luz de Mark estava mais brilhante do que nunca. Entrelaçando os dedos, o casal começou a caminhar pelo corredor, sussurrando alegremente um para o outro, enquanto ouvia o tabelião falar atrás deles.
— Apresento a vocês os noivos, Dr. Mark Sloan e Dra. Helena Campos!
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