068
˖࣪ ❛ SEXTA TEMPORADA
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HELENA SENTOU-SE NO CORREDOR, a cabeça no ombro de Lexie, enquanto seus colegas residentes e alguns participantes faziam o mesmo. Toda a equipe que havia trabalhado no pronto-socorro estava com eles, esperando do lado de fora de uma sala de reuniões. Ansiosamente, a perna de Helena saltou para cima e para baixo, enquanto ela brincava com seu pingente de pombo.
— Você pode parar com isso, Baby Einstein? — Cristina, que estava do outro lado da garota, perguntou.
— O quê? — a morena questionou, levantando a cabeça do ombro de Lexie para olhar para ela.
— Isso. — a mulher respondeu, colocando uma mão na coxa para impedi-la de se mover.
— Oh! — Helena saiu, não tendo percebido o movimento que estava fazendo. — Desculpe.
Mais alguns minutos tensos se passaram, a pequena residente filmando olhares ocasionais para Mark, que estava ao lado dos outros participantes, aparentemente irritado.
— Alguém está sendo demitido. — Reed saiu, fazendo Helena dar uma olhada nela.
— Pare com isso. — April, a amiga da garota, falou.
— Ela nem era minha paciente. — Charles, outro Mercy Wester, zombou.
— O quê?! — Cristina estalou com isso, Helena esfregando a testa.
— Nada. — ele atirou de volta, fazendo a jovem morena resmungar.
— Vamos apenas tentar manter a calma...
— Quanto tempo isso vai levar? — Alex bufou, claramente impaciente.
— Por que? Você precisa fazer uma ligação? — um homem de olhos verdes, Jackson, provocou.
Com isso, Alex olhou para ele por um momento antes de se lançar no homem, Helena se levantando em um salto para ajudar a separá-los enquanto uma briga eclodiu em torno deles.
Os participantes, percebendo a luta, intervieram para separá-los, Derek agarrando Alex e Owen agarrando Jackson, enquanto Mark estava entre os dois.
— Basta. — o Chefe disse a eles, saindo da sala. — Eu disse o suficiente! — sua voz explodiu, os médicos se acalmaram. — O que aconteceu aqui hoje à noite, o que aconteceu com aquela paciente, foi imperdoável! E vamos estar aqui até eu descobrir quem é o responsável por isso. Então, até lá, vocês vão se sentar, vão calar a boca e vão esperar para serem chamado. — ele terminou, voltando-se para a ruiva. — Hunt.
E, quando a atendente entrou na sala, Helena se deixou cair em sua cadeira, continuando a brincar com seu colar enquanto respirava fundo.
Uma paciente morreu desnecessariamente no pronto-socorro e, agora, alguém estava perdendo o emprego por isso. Isso não foi bom.
★
— Dra. Campos. — o Chefe chamou quando Cristina saiu da sala.
Ao ser chamada de nome, Helena respirou fundo antes de se levantar, passando por Mark enquanto se movia para entrar na sala. Enquanto ela passava por ele, Mark lhe deu um sorriso encorajador, a garota devolvendo-o meio acaloradamente.
Sentado, à mesa, explicou Webber. — Dra. Campos, você conhece Larry Jennings do nosso conselho e este é o nosso conselho interno. — ele disse a ela, acenando com a cabeça para um homem e uma mulher ao seu lado.
— Boa noite. — Helena disse a eles com um sorriso apertado.
— Onde você esteve durante todo o evento? Da mendicância. — o Chefe pediu enquanto Helena se agitava com as mãos, olhando para o colo como ela pensava.
— Eu estava terminando alguns gráficos fora do centro de gravação, quando recebi o pager. Dizia que tínhamos uma vítima em massa, então corri para o pronto-socorro, coloquei meu vestido e perguntei ao Dr. Hunt onde ele me queria. — ela disse a eles, com certeza de sua avaliação.
— Onde ele pediu para você ir? — Jennings perguntou, a garota respondeu prontamente.
— Ele me disse para cuidar de um laca de cabeça, o que eu fiz. O nome do paciente era Sr. Bennett, eu acredito. — Helena assentiu enquanto respondia, lembrando claramente de seu trabalho. — Eu fiz um exame neurológico, ele estava bem, então eu só dei a ele alguns pontos.
— E então? — o Chefe questionado.
— Então Dra. Robbins entrou na sala e eu fui ajudar a paciente dela. Mark... Hum, Dr. Sloan também estava no caso. — Helena disse a eles, lembrando-se do garoto.
———
— Tudo bem, Sr. Bennett, está tudo pronto. — Helena disse a seu paciente, acordando da cama quando viu o Arizona entrar pelo poço.
— Campos, você está comigo. — a loira disse a ela, a residente rapidamente trocando as luvas quando ela entrou na sala de trauma.
— O que temos? — a morena perguntou, colocando suas luvas novas.
— Evan Lang, 16 anos, segundo e terceiro graus de queimaduras em mais de sessenta por cento de seu corpo. — Arizona informou ela e Mark enquanto se mudavam para trabalhar no garoto.
O garoto gritou de dor insuportável quando Mark começou a desbridar suas queimaduras, Helena se movendo para verificar seus sinais vitais, enquanto Arizona conversava com o garoto.
— Você está bem, você está bem. Vamos examiná-lo, e depois vamos aquecê-lo novamente, ok, Evan?
— Meu pai. Onde está meu pai? — Evan perguntou a Helena, que mordeu a bochecha com a dor em sua voz.
— Você só me dá o nome dele e nós vamos encontrá-lo, ok? Ele deve estar procurando por você também. — a residente deu-lhe um sorriso tranquilizador, começando a trabalhar nas queimaduras enquanto o menino fechava os olhos de dor.
Diante disso, Helena franziu ligeiramente o nariz, o cheiro da carne moída nauseante. Mark, dando-lhe um olhar compassivo, aproximou-se dela, mergulhando um cotonete em óleo de menta.
— Aqui, pelo cheiro. — ele disse a ela, Helena movendo o rosto para ele enquanto o homem o esfregava debaixo do nariz.
— Obrigada. — ela disse a ele, quando os dois começaram a trabalhar mais uma vez.
———
— Então você ficou com o paciente queimado na sala de trauma? — o chefe perguntou.
— Sim, eu fiz. — Helena assentiu, dando-lhe um sorriso tenso.
— Então, quando você teve contato com o paciente que faleceu?
— Eu estava indo para um armário de suprimentos para pegar mais gaze, quando ouvi a Sra. Becker chamando por seu filho. Ela não conseguiu se levantar e ele fugiu. Então eu peguei o pequenino, Danny, levei ele para a cama dela. Percebi que ninguém parecia estar com a mulher, então verifiquei o prontuário dela. Eu vi que ela havia recebido... — Helena franziu as sobrancelhas e fechou os olhos por um segundo enquanto pensava. — Hum, 1 grama de cefazolina, 2 de morfina e 800 de ibuprofeno, se bem me lembro.
— Você memorizou o prontuário dela? — Jennings perguntou, levantando uma sobrancelha para ela.
— Ela não era minha paciente, Sr. Jennings, então eu queria ter certeza de saber o que ela havia recebido antes de fazer qualquer pergunta possivelmente alarmante. — Helena deu-lhe um sorriso fraco antes de continuar. — Também verifiquei o prontuário de Danny. Percebi que ele estava bem, então perguntei à mãe como ela estava se sentindo.
— Ela deu algum indício de dor, Dra. Campos? — o chefe questionou.
— Não, senhor. Ela disse que a única coisa que a incomodava era que ela estava se sentindo um pouco sonolenta, mas ela também disse que provavelmente era porque ela não conseguiu dormir naquela noite. — a residente explicou, brincando com seu colar mais uma vez. — Ainda assim, presumi que poderia ser por causa dos analgésicos, então verifiquei seus sinais vitais e concluí que ela não estava tendo nenhum tipo de reação. Fiz uma anotação em seu prontuário dizendo que ela estava um pouco sonolenta, mas que seu sinais vitais estavam estáveis, de modo que a próxima pessoa sobre ela saberia que eu já havia verificado, e fui ao armário de suprimentos como deveria. Então, voltei ao meu paciente.
— E você voltou a ter contato com o paciente? — Jennings perguntou.
— Não. Essa foi a última vez que a vi. — Helena assentiu enquanto respondia, mordiscando o lábio inferior com os nervos.
— Dra. Campos, a que horas aproximadamente o senhor diria que foi? — O advogado a questionou.
— Bem, eu não posso dizer a hora exata, mas foi cerca de meia hora antes da Dra. Yang gritar com o filho da Sra. Becker. Eu me lembro porque aconteceu do lado de fora da janela da sala de trauma em que eu estava, e isso me fez olhar para cima do meu trabalho. — Helena assentiu enquanto respondia, a mão ainda no pingente de pombo.
Diante disso, porém, o advogado fez uma cara de desaprovação, os olhos de Helena se arregalaram de medo. — O-o quê? Eu- eu fiz alguma coisa errada? Havia alguma coisa que eu deveria ter...
— Não, Dra. Campos, você fez exatamente o que devia fazer na época. — o chefe a tranquilizou, balançando a cabeça.
— Isso é tudo, Dra. Campos, obrigado. — o advogado disse a ela, Helena dando-lhes um pequeno sorriso estressado ao sair.
Saindo da sala, Reed entrou atrás dela, as meninas se cruzando. A morena respirou fundo, ainda mexendo em seu pingente enquanto se aproximava de Mark, que estava ao lado de Derek.
— Isso foi horrível... — Helena suspirou enquanto se encostava na parede. — E-e não havia nada de errado com ela quando a examinei, tenho certeza. Tudo parecia bem.
— Então ela estava bem, querida. — Mark disse a ela, colocando um braço reconfortante em volta dos ombros dela. — Você fez o que deveria.
★
Os residentes aguardavam um posto de enfermagem, April tendo sido demitida pela morte do paciente, a cabeça de Helena apoiada em suas mãos.
Quando Jackson se aproximou deles, a morena lançou um sorriso na direção dele e de Reed, o garoto retribuindo enquanto a garota simplesmente desviou o olhar.
Quando Alex se juntou ao grupo, Jackson o encarou, fazendo o homem perguntar. — O que?
— Só esperando para ver se você vai tentar me bater de novo.
— Sinto muito, eu só estava... — Alex começou.
— Esqueça. Noite difícil, hein? — o Mercy Wester encolheu os ombros, Helena murmurando para si mesma.
— Homens.
— Então April perdeu uma via aérea, hein? Isso é tão estúpido. — Charles perguntou a eles.
— Primeiro via aérea. — Lexie balançou a cabeça.
— É como a escola de medicina 101. — Jackson deu de ombros.
— Foi bem básico. — Alex concordou.
— Foi um segundo. — Reed estalou. — Ela se distraiu e cometeu um erro.
— Por isso todos nós quase fomos demitidos. — Percy zombou.
— Nose Dive tem um ponto. — o outro homem da Mercy Wester concordou.
— Sinto muito, mas Reed está certa. Poderia ter acontecido com qualquer um de nós. — Helena deu de ombros, levantando a cabeça de sua mão.
Com isso, Reed deu a ela um olhar surpreso. Mesmo que ela realmente não tivesse tido nenhuma outra interação com Helena, desde que ela brigou com a garota, todos no hospital, de outros médicos a enfermeiras e zeladores, pareciam ser hostis com ela. Certa vez, Reed até pensou que um funcionário da cantina havia lhe dado a comida errada de propósito.
— Quase fomos demitidos por tentar consertar o que ela estragou em primeiro lugar! — Alex juntou-se a eles.
— Sim, porque esse é o nosso trabalho. — Cristina compartilhou. — O que, você não cometeu nenhum erro hoje? — ela perguntou a Alex, logo se voltando para Jackson. — E quem sabe o que você estragou. Mas nossos pacientes não morreram e é por isso que não fomos pegos.
— Sim. O pronto-socorro estava caótico, poderia ter acontecido com qualquer um de nós. — Helena disse a eles.
Quando April se aproximou deles, o grupo ficou quieto, observando a nova colega de trabalho sair. A garota arriscou um rápido olhar para o grupo, logo olhando para o chão enquanto caminhava para as portas.
— April! — Reed chamou sua amiga, sendo ignorada porque a residente não olhou para trás.
E, assim, o Seattle Grace Mercy West Hospital perdeu mais um de seus residentes. Todos a observaram partir, apenas esperando que não fossem eles a seguir.
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