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˖࣪ ❛ SEXTA TEMPORADA
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HELENA ESTAVA DE volta ao trabalho por um tempo. Mais especificamente, já se passaram vinte e dois dias desde a morte de George e as coisas estavam lentamente começando a ficar bem novamente.
Enquanto a baixinha se sentava em uma cadeira, lendo um artigo enquanto Izzie recebia outra dose de seu IL 2, ela lambeu um picolé que a loira havia lhes dado.
— Eles são bons. Eles vendem no refeitório? —
Cristina perguntou, comendo um dos seus.
— Não, esses são os pops de câncer. — Izzie disse a eles, com um pequeno sorriso no rosto.
— Por que as pessoas com câncer têm toda a diversão? — Cristina reclamou, as outras três garotas lentamente se virando para olhar para ela. Os olhos de Helena estavam arregalados quando ela olhou para cima de seu artigo, um pequeno suspiro saindo de sua boca.
— Como você se sente, Iz? — Meredith perguntou, verificando novamente os dados vitais de sua amiga.
— Não estou ansiosa pelo arremesso que está para acontecer, mas me sinto bem. Me sinto bem. — Izzie assentiu.
— Bailey está em algum tipo de agitação. Acho que é o Transtorno de Estresse Pós-O'Malley. — Cristina deixou escapar, rindo.
Com isso, Helena fechou os olhos, engolindo em seco com a piada inapropriada e dolorosa.
— Ela não está lidando com sua dor. — Meredith olhou para a garota baixinha, quase como se tentasse explicar.
— Não, ela não está. E isso a está tornando inapropriada. — Helena concordou, lançando um olhar furioso a Cristina. — Pare de ser inapropriada.
— Vocês duas parecem o psiquiatra do Owen. — a mulher reclamou, em troca.
— O remédio de Owen está retendo sexo, então ela é mal-humorada. — Meredith acrescentou, olhando para Izzie, que ainda não sabia disso.
— E inapropriada. — a morena acrescentou, suspirando enquanto chupava seu Cancer Pop.
— Derek e Mark também estão fazendo isso? Retendo sexo? — a paciente com câncer perguntou a seus amigos.
— Por que Derek negaria sexo? — Meredith perguntou, um olhar divertido em seu rosto.
— Mark não está, pensei que acidentalmente fiz nas duas primeiras semanas. Acho que estava muito ocupada zonzando o tempo todo e deitada na cama acordada à noite. — Helena deu uma risadinha, tentando amenizar a situação.
— Alex está escondendo tudo... É como se ele estivesse com medo, mas não sei do que ele está com medo. — Izzie suspirou.
— Ele tem medo do sexo do câncer. — Cristina soltou, entretida com seu picolé.
— Cristina! — Meredith repreendeu quando os olhos de Helena se arregalaram.
— Ele não quer acabar com um câncer de mama... — a mulher de cabelos cacheados deu de ombros. Diante disso, Helena se levantou, pegou o picolé de Cristina e saiu com ele. — Bebê Einstein, o que você está fazendo?
— Pessoas inadequadas não recebem Cancer Pops. — Helena disse a ela, jogando o picolé em uma lata de lixo com uma expressão séria.
— Eu não sou contagiosa, Cristina. — Izzie repreendeu, rispidamente.
— Eu sei disso. Eu totalmente faria sexo com você. — Cristina disse para a loira, fazendo Helena rir.
— Cristina Yang, quanto mais você fala, mais me faz duvidar de sua retidão. — a baixinha disse a ela, fazendo as outras três rirem junto.
E tudo ficou normal por um momento. Tudo estava normal até que Helena percebeu como a risada de George não podia ser ouvida e o quanto ela sentia falta dela. Então, seu sorriso desapareceu, substituído pela dor em seu coração, sua mão disparando para o colar.
★
Mark encontrou um apartamento disponível bem em frente ao de Callie, pelo qual se apaixonou imediatamente. E, como ele levou Helena para ver, o mesmo aconteceu com a menina: tinha muita luz natural, uma boa cozinha e uma planta espaçosa e aberta. Além disso, o fato de Helena morar ao lado de Cristina e do hospital tornava tudo ainda melhor.
Então, agora, depois de pegarem muitos móveis, eles caminharam até o novo apartamento, Mark carregando uma caixa e Helena segurando uma planta da casa.
— Tem certeza de que não podemos conseguir aquela prateleira flutuante para o quarto? — Helena perguntou, sua voz suave.
— Querida, já temos a estante grande para a sala de estar! — Mark disse a ela, suspirando.
— Bem, eu tenho um monte de livros! Por favor. — a garota pediu, fazendo seus melhores olhos de cachorrinho.
— Tá bom! — o homem cedeu, um sorriso surgindo em seus lábios. — Armazenamento extra nunca fez mal.
— Obrigada! — Helena disse a ele, pressionando um beijo em seus lábios. Olhando para a planta na frente em suas mãos, Helena estreitou os olhos. — Devemos nomeá-lo.
— A planta? — Mark riu enquanto eles caminhavam para o corredor. — Você quer nomear a planta?
— Sim, Mark, eu quero dar um nome à planta! É uma coisa viva, vamos dar um nome a ela. — a garota riu de volta, empurrando-o de brincadeira quando chegaram à porta de seu apartamento.
— Está bem, está bem. — Callie soltou, abrindo a porta de seu apartamento para o corredor. — Qual deles? — ela perguntou, segurando um vestido em cada mão enquanto usava o outro. — É o meu primeiro dia no Mercy West e eu quero parecer legal, sabe? Séria, talentosa, hardcore. Não alguém para empurrar. Legal, mas gostosa... Como eu. — ela sorriu, o casal semicerrou os olhos enquanto Helena inclinava a cabeça.
— Aquele. — Mark disse a ela, apontando para o vestido nas costas.
— Sério? Eu pensei neste! — Callie disse a ela, apontando para o que ela estava usando.
— Não, isso é muito quente. É um vestido de encontro, não um vestido de trabalho. — Helena concordou, concordando com a cabeça.
— Ok. Você pode segurar isso? Obrigada. — Callie entregou seus vestidos para Helena, tirando o que estava usando para trocar.
Com isso, Mark olhou para a planta no chão, dando à mulher um pouco de privacidade.
— Oh, Callie, por favor, diga a Mark que as plantas da casa precisam de nomes! — a garota baixinha perguntou enquanto a mulher mais velha a tirava vestida.
— Definitivamente. Eles estão morando com você, eles recebem nomes. — a ortopedista concordou, Helena batendo no braço do namorado.
— Viu? Disse a você.
Quando Callie terminou de se vestir, ela perguntou. — Ok, menos quente?
— Menos quente. — Mark e Helena concordaram, Callie pegando os vestidos das mãos de Helena.
— Obrigada. Deseje-me sorte. Ou... Não sorte, porque eu sou todo talentosa e hardcore. — a mulher se corrigiu.
— Você é uma atendente, Torres, vá chutar alguns traseiros. — Mark a tranquilizou, já carregando a caixa para dentro do apartamento.
— Ah, e coloque um pouco de gloss. Lipgloss fica bem em você! — Helena avisou a amiga, a mulher lhe dando um sorriso ao entrar em seu apartamento.
— Gloss labial, certo. Obrigada, Lena.
Depois que Callie saiu, Helena pegou sua planta de volta, levando-a para dentro de seu apartamento. — Esta é uma planta de cobra, então... Nomes iniciados por s, vá!
— Hum... Shrek! — Mark soltou, sua voz estridente e em pânico com a pergunta repentina.
— Shrek?! O primeiro nome que vem à sua cabeça é Shrek? — Helena riu incontrolavelmente, fazendo o homem soltar uma risada seca também.
— Eu não sou bom sob pressão, boneca! — ele reclamou, com um sorriso nos lábios.
— É o Shrek. — Helena riu, dando tapinhas em seu ombro. Voltando-se para a planta que estava segurando, ela falou, brincando. — Bem-vindo ao lar, Shrek.
★
Enquanto Arizona, Alex, Derek e Helena esperavam que seu paciente terminasse seu mielograma, Helena encostou-se a uma parede, concentrando-se no menino.
Arizona e ela estavam tentando diagnosticá-lo há muito tempo, mas nunca parecia levar a lugar nenhum. Ele apresentou fortes dores nas costas e esta tomografia em particular os levaria na direção certa.
— McDreamy. — Arizona soltou enquanto clicava com a caneta, fazendo Derek olhar para cima com surpresa e Helena rir baixinho.
— Desculpe? — Derek perguntou, lançando um olhar brincalhão para Helena.
— Eu entendo agora. A coisa toda, você sabe, McDreamy. Eu não entendia antes, mas agora eu entendo. — a loira explicou. — Você sabe que elas te chamam assim, certo? — Arizona perguntou, olhando para Helena.
— Sim, eu sei. Felizmente, eu não sou o único com um Mcnick. — O homem riu.
— Mark é McSteamy. — Helena disse a ela, afastando-se da parede enquanto ria. — Oh, mas nós chamamos vocês de McBastard e McDouchy algumas vezes. — com isso, Derek riu, divertido.
De repente, Arizona engasgou. — A propósito, estou envolvida. Caso você tenha pensado que eu estava apenas dando em cima de você, porque não estava. Além disso, ouvi dizer que você se casou, então parabéns. — ela correu para se explicar, tentando evitar qualquer suposição.
— Sim, obrigado. — o homem aceitou.
— Você escreveu alguma porcaria fofas em um post-it na sala dos residentes. Desculpe, mas até que você esteja suando em um bate-papo matinal com uma bola de tafetá branco vindo em sua direção, você não está realmente casado. — Alex reclamou, Helena franzindo as sobrancelhas.
— Oh, eu consumado o meu. Eu consumo o meu o tempo todo. Como está indo para você, Karev? Conversa de garotas, você pode querer considerar isso na próxima vez que julgar meu post it. — Derek atirou de volta.
— Vocês estão sendo maus, vocês dois. Parem com isso. — Helena disse a eles, trocando um olhar com Arizona.
★
Enquanto Helena estava no elevador, esperando para chegar ao seu andar, Bailey entrou, seu rosto impassível como estava desde a morte de George. A atmosfera era tensa, fria até, as mulheres de pé em lados opostos do elevador.
Arriscando um olhar para sua chefe residente, Helena respirou fundo antes de começar. — Eu sei que dói demais. — a garota disse a ela, sua voz suave. Os olhos de Bailey se encheram de lágrimas enquanto a garota falava.
— Mas você não pode deixar isso tomar conta de você. Você não pode deixar que a dor faça você fechar seus sentimentos, porque então você só vai ficar com raiva. Você vai ficar com raiva de tudo e de todos e nem vai saber por quê. E você não será capaz de se lembrar de Georgie com amor, você não será capaz de se lembrar dele pelo que ele era. — Helena respirou fundo, sua mão atirando para seu pingente de pombo.
— Eu também fico zangada, às vezes. Estou zangada porque alguém tão bom como George O'Malley nos foi tirado. Estou zangada porque ele teve de salvar aquela moça. Mas ele era assim, Dra. Bailey. Isso é o que o tornou Georgie. Então você não pode deixar suas emoções se fecharem, ok? Você pode ser mau e mal-humorada comigo se precisar, mas não deixe que isso a domine. — ela disse à mulher, que agora deixou uma lágrima rolar pelo rosto.
— Vocês dois sempre foram os bons. — Bailey falou, com a voz trêmula, fazendo Helena dar a ela um sorriso suave e com os olhos marejados.
— Vejo você amanhã, Dra. Bailey. — ela disse a ela, quando a porta do elevador se abriu.
★
— Você sabe sobre o que é a reunião? — Helena perguntou ao namorado enquanto se juntava à multidão de médicos no saguão.
— Não faço ideia, boneca. — o homem disse, colocando um braço em volta da cintura dela, antes de Helena puxar sua mão. — Onde estamos indo?
— Para a frente. Sou baixa, não consigo ver. — Helena explicou, encolhendo os ombros, enquanto puxava o homem para a frente da multidão. — Ei. — ela cumprimentou seus amigos.
Assim que pararam, o chefe subiu alguns degraus, preparando-se para falar enquanto pigarreava. — Eu sei que todos vocês ouviram muitos rumores, e sinto muito por isso. — Helena balançava para frente e para trás na ponta dos pés enquanto o homem falava. — O que estou prestes a dizer será difícil de ouvir e sinto muito por isso também. O clima econômico é... Bem, todos vocês sabem o que é. Nas próximas semanas, o Seattle Grace Hospital estará se fundindo com Mercy West. — com isso, sussurros podiam ser ouvidos por toda a multidão, Helena olhando para o namorado com os olhos arregalados. — Eu gostaria de poder dizer que todos sobreviverão à fusão, mas há apenas tantos empregos. O conselho e eu temos algumas escolhas difíceis a fazer. Estou do seu lado, pessoal, estou torcendo por cada um de vocês. Tudo o que posso dizer é, por favor, dê o seu melhor.
Um calafrio percorreu a espinha de Helena ao sentir seu coração acelerar. — Isso não é bom, Mark. — ela sussurrou. — Não é nada bom.
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