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˖࣪ ❛ QUINTA TEMPORADA
— 63 —
ENTRANDO NA SALA dos residentes pela manhã, Helena viu Callie sentada em um sofá, calçando os sapatos.
— Bom dia. — ela desejou, movendo-se para colocar sua bolsa em seu armário.
— Bom dia. — Callie desejou de volta, sua voz ainda um pouco grogue, sinalizando seu cansaço.
— Você está bem, Cal? Mark me contou sobre sua família e tudo mais... — a morena perguntou, preocupada. Depois de se assumir para o pai, a família de Callie a abandonou, não tendo dito uma palavra a ela desde então. Além disso, seu pai havia parado de sustentá-la financeiramente.
— Sim, tudo bem. — a latina respondeu, não muito convincentemente, quando Cristina entrou na sala.
— Bom dia, Cristina. E, Callie, se precisar de alguma coisa, estou aqui. — a baixinha sorriu, Callie saindo da sala enquanto Cristina se aproximava dela.
— Ah, café. — Helena se animou, tomando um gole da bebida da amiga. Diante disso, Cristina fez uma cara aborrecida, que se suavizou enquanto Helena lhe deu um sorriso inocente.
— Típico. As covinhas tirando você de problemas... — Cristina balançou a cabeça, as duas garotas se virando quando Meredith entrou na sala.
— Grande dia! — Cristina soltou, Helena sorrindo para a amiga loira.
— Dia do casamento!
— Não faça isso, Cristina. Não faça aquela coisa enérgica de honra, é assustador. — a loira alertou.
— Ei, e quanto ao bebê Einstein? — Cristina reclamou.
— Lena é legal, ela é uma pessoa naturalmente legal. Não é assustador para ela. — Meredith explicou, movendo-se para seu armário.
Com isso, Helena lançou-lhe um sorriso, perguntando. — Como vai, Mer?
— Estou bem.
— Espere, isso é, tipo, a calmaria antes da tempestade? — Cristina perguntou, fazendo Helena estreitar os olhos para a amiga. — Você precisa de mim para drogá-la ou... Raspar suas sobrancelhas para entorpecê-la até a submissão?
— Não, estou bem! Não é o maior dia da minha vida, é o maior dia da vida de Izzie. Estou animada com o casamento, não com algum casamento. — Meredith assentiu.
— É ela que ficou toda bridezila... — admitiu Helena, tomando mais um gole do café de Cristina, fazendo as outras duas garotas rirem.
★
Enquanto Helena mapeava seu posto de enfermagem, imersa em seus pensamentos. Eles tinham acabado de encontrar outro tumor no cérebro de Izzie, pequeno demais para ser operado. Ela foi tirada de seu estado meditativo quando viu Derek se aproximando dela, a pasta de casamento que Izzie havia preparado em seus braços.
— Izzie deixou você pegar a pasta do casamento? — a garota perguntou, com as sobrancelhas franzindo. — Oh, por favor, me diga que você não roubou. Você não roubou de um paciente com câncer, não é?
— Não, Lena, eu não roubei. — o homem riu. — Eu só... Não vamos nos casar.
— O quê?! Por quê? O que aconteceu? — Helena perguntou, claramente preocupada quando sua cabeça disparou para a informação. — Mer está surtando? Porque eu vou falar com ela, eu sei que ela quer isso.
— Não, Meredith e eu não vamos nos casar agora. Izzie e Alex vão. — O homem disse a ela, um sorriso lenta mas seguramente chegando aos lábios dela.
— Izzie vai adorar, Der. — Helena sorriu, enfeitando um fio dela atrás da orelha. — Ela vai adorar.
★
Helena ficou no final do corredor para o quarto de Izzie, ajudando Alex a colocar a gravata.
Enquanto o garoto mudava continuamente seu peso de uma perna para outra, a garota baixa perguntou. — Você está nervoso?
— Bem, sim. Acabamos de roubar um casamento e agora estou propondo, estou um pouco assustado. — o homem admitiu, soltando uma risada.
— Ela vai dizer sim, Alex. Aquela garota está louca por você, ela vai dizer que sim. — Helena assentiu, terminando o nó em sua gravata. Ela recuou, tirando a foto de Alex Karev prestes a se casar, antes de suspirar. — Você se lembra no início do ano de estágio, quando eu te disse que havia essa pessoa, essa pessoa que eu sabia que você poderia se tornar? — a garota perguntou.
— Quando você me fez todo o discurso sobre se tornar um homem melhor? — Alex riu. — Sim, eu lembro.
— Bem, você sabe... É isso. Você se tornou ele, Alex. E estou tão orgulhosa de você. — Helena sorriu para o homem, que lhe deu um sorriso relutante de volta. Mesmo que ele não quisesse admitir, o residente poderia dizer que estava comovido com as palavras que nunca ouviu ao crescer.
— Você... Sabe, quer ser minha madrinha? — o médico mais velho perguntou a ela, com um sorriso apertado no rosto dele.
Com isso, Helena o levou em um abraço inesperado, recuando logo depois. — Seria um prazer.
★
Na igreja, Helena ficou na ilha, do lado de Alex do casamento, quando as portas se abriram e Izzie entrou. Helena compartilhou um olhar com Mark, enquanto ambos os sorrisos se alargavam. No entanto, enquanto Izzie caminhava, ela começou a desacelerar, o sorriso de Helena caindo imediatamente. Enquanto ela parava, encostada em um dos bancos, George pegou a mão dela, levando-a até Alex.
Enquanto assistia à cerimônia, o sorriso de Helena estava mais amplo como sempre, seus olhos brilhando com lágrimas enquanto observava o casal se beijar. Olhando para Mark, ela encontrou o homem olhando para ela também.
– Eu te amo. — Helena balbuciou, o sorriso do homem crescendo.
— Eu também te amo. — ele murmurou de volta.
★
Ao final do casamento, Helena e Mark voltaram para o quarto do hotel, de mãos dadas. Helena os balançava delicadamente, um hábito que tinha desde a infância e algo que Mark achava adorável.
— Então, eu estava pensando... — a baixinha começou.
— Sim, boneca? — o homem perguntou, pressionando a garota ao seu lado, o braço sobre os ombros dela.
— Bem, é o seguinte. Eu gosto do hotel, eu gosto... Mas, você sabe, fica um pouco cansativo não poder cozinhar ou não ter nossa própria sala de estar. — a garota disse a ele, um sorriso tímido no rosto. — Então, eu estava pensando, talvez devêssemos ter nossa própria casa, um apartamento nosso?
Com isso, o sorriso do homem se alargou quando ele deu um beijo em sua testa, sentindo o frescor de seu cabelo. — Vamos fazer isso, querida. Vamos encontrar um lugar para nós.
— Sim? — a garota perguntou, sorrindo para o beijo que ela iniciou.
— Sim. Começaremos a procurar pela manhã. — ele disse a ela, sorrindo também.
★
5ª temporada, episódio 23
Enquanto tomavam um café da manhã rápido em um café, Mark e Helena procuraram apartamentos próximos, navegando por um site de listagem.
— Que tal este aqui, boneca? — o homem perguntou, apontando para uma foto. — É bem grande, tem varanda e tudo.
— Oh, mas olhe para o quarto. — q mulher disse a ele, mastigando alegremente sua habitual torrada com manteiga. — Não tem janelas, a luz natural é importante... Além disso, é muito longe do hospital. Quer algo? — ela sugeriu, segurando a torrada enquanto Mark dava uma mordida.
Depois de percorrer algumas casas ruins, Helena viu um apartamento pequeno, mas de aparência caseira. — Oh, olhe para este! É perto de Mer e parece muito bom...
Mark assumiu o mouse do laptop, clicando em algumas outras fotos. Assim que chegaram a um dos banheiros escuros e um tanto assustadores, Mark ergueu uma sobrancelha para a namorada.
— Sim, esqueça. Eu ficaria com medo de entrar naquele banheiro à noite. — Helena deu uma risadinha.
— Parece o lar perfeito para um ninho de ratos. — Mark acrescentou, sorrindo, enquanto tomava um gole de seu café.
Quando o pager da garota tocou, ela olhou para ele. — Trauma chegando. — ela suspirou, levantando-se e pegando sua bolsa. — Vejo você mais tarde, querido.
— Até mais. — eles trocaram um beijo rápido antes que a garota saísse do café.
★
No final de um longo dia de trabalho, Helena estava sentada em uma sala de plantão, lendo um artigo enquanto revirava o pescoço. Derek já operou Izzie, eles estavam esperando ela acordar.
Quando Helena ouviu uma batida suave na porta, ela olhou para cima para ver George entrando na sala, lançando-lhe um sorriso suave.
— Ei, Georgie, como você está? — a garota perguntou, gesticulando para que George se sentasse ao seu lado.
Enquanto ele se sentava no beliche, seus ombros se tocando, ele soltou uma visão. — Eu estou bem, mas eu... Eu preciso te contar uma coisa.
Diante do tom sério do garoto, que ele não usava com frequência, a garota franziu as sobrancelhas em preocupação. — O-o que é isso? É algo ruim? Oh, por favor, me diga que ninguém mais está doente!
Com isso, George soltou uma risadinha. — Não, ninguém está doente, Lena. Isso não é... Não é necessariamente uma coisa ruim.
Com isso, a preocupação e a curiosidade de Helena só atingiram o pico. — Vamos, Georgie, você está me deixando preocupado! O que é?
O menino olhou em seus olhos, a luz quente do sol poente banhando seu rosto, enquanto ele engolia em seco. — Eu me juntei ao exército, como cirurgião de trauma. Vou para o Iraque.
— Você é... O-o quê? — Helena perguntou, com lágrimas brotando em seus olhos enquanto tentava ao máximo processar a informação.
— Lena, eu sei que você vai odiar. Eu sei, mas eu... Parece certo. Parece que finalmente encontrei meu propósito... — ele respirou fundo antes de continuar. — Olha, depois que fui reprovado no exame interno e me divorciei de Callie, tudo parece uma bagunça. Parece que estou perdido, como se não houvesse propósito para nada. M-mas com isso... Isso parece certo, Lena. Parece certo como nada parecia há muito tempo.
Enquanto ele falava, o lábio inferior de Helena tremia, enquanto ela tentava conter as lágrimas que ameaçavam derramar. Assim que ele parou de falar, uma lágrima rolou por sua bochecha, a garota soltou um suspiro trêmulo.
Enxugando a lágrima com o polegar, George implorou. — Por favor, não chore, Lena. Eu preciso que você esteja bem com isso, eu preciso que você me dê sua bênção antes de eu ir. Eu sei que ninguém mais vai, provavelmente, mas eu preciso de você. Você é meu irmã, você é da família... Por favor, fique bem com isso. — ele falou a ela, lágrimas brotando em seus próprios olhos enquanto as lágrimas rolavam pelo rosto de Helena.
Quando ele terminou, a garota colocou os braços em volta do pescoço do menino, George soltou um suspiro de alívio enquanto ela chorava em seu ombro. Colocando a mão em sua cabeça, Helena sussurrou em seu ouvido. — Eu vou sentir tanto, tanto a sua falta, Georgie. Mas, mais do que tudo, eu quero que você seja feliz. Se isso é o que parece certo, você tem minha bênção. — ela o segurou com força, quase com medo de deixá-lo ir. Quando ela se afastou, olhando em seus olhos cheios de lágrimas, ela disse a ele, sua voz ainda trêmula. — Estou tão orgulhosa de você, está me ouvindo, George O'Malley? Não me importo com o que os outros vão dizer, você é meu herói. Vou escrever para você toda semana, estou muito orgulhosa de você.
— E eu vou escrever de volta. — ele disse a ela, dando-lhe um aperto de mão. — Agora, espere, eu trouxe algo para você.
Enquanto Helena enxugava as lágrimas com a palma da mão, George tirou uma caixinha do bolso, Helena lhe deu um pequeno sorriso. — Oh, eu deveria estar te dando um presente de despedida, e não o contrário!
George simplesmente balançou a cabeça e riu, enquanto entregava a caixa à garota. Uma vez que ela abriu, a garota olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas mais uma vez.
— Oh, Georgie... — ela murmurou, emocionada com o delicado colar com um pingente de pombo que ela ganhou.
— É um pombo. — o menino disse a ela, sua voz estridente com entusiasmo.
— Eu sei que é um pombo! — Helena riu, o menino fazendo o mesmo. — Você continua esquecendo o QI de nível genial.
— Você gosta disso? — ele perguntou, sorrindo.
— Eu amo isso. Eu amo muito isso. — ela disse a ele, balançando a cabeça enquanto outra lágrima rolava por sua bochecha. Olhando para os dedos, a residente baixa removeu o anel de prata simples que estava usando. Era simples, com um toque delicado no topo. — Aqui. — Helena disse a ele, pegando a mão de George e colocando o anel em seu mindinho, único dedo que caberia. — Então você vai se lembrar de mim enquanto estiver fora.
George deixou uma lágrima rolar pelo rosto ao ouvir isso, levando a garota para outro abraço apertado.
Enquanto os dois amigos se abraçavam, Helena sussurrou em seu ouvido. — Não se atreva a morrer em mim, Georgie. Você é meu pombo, não morra em mim.
— Eu não vou, Lena, eu prometo. Você é meu pombo. — ele sussurrou de volta, as duas almas gêmeas platônicas se abraçando pelo que pareceu uma eternidade.
Mesmo que ainda não soubessem, havia uma fatalidade no momento, um peso que nenhum deles percebeu a origem também. E então eles se abraçaram, quase como se soubessem que esta seria a última vez que se abraçariam.
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