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˖࣪ ❛ QUINTA TEMPORADA
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CRISTINA E IZZIE estavam sentadas em um banco do lado de fora do pronto-socorro do hospital, o chão ainda úmido da chuva noturna que acabara de parar.
— Às vezes falhamos, mas nem sempre é o caso. — Cristina disse ao loiro.
— Cristina, eu sei. — a loira assentiu.
— Eu contei a Alex e Bailey. E eles estão contando a Meredith e George. E então George vai contar a Helena porque ele sabe como confortá-la. — a mulher asiática informou.
— Cristina... — Izzie suspirou.
— Não, eu não poderia fazer o meu trabalho! — ela disse a ela, a loira ficando com os olhos marejados.
Desde que Izzie descobriu que tinha câncer, ela tentou ignorá-lo. Ela só queria seguir sua vida, fazer seu trabalho e não contar a ninguém sobre isso. Ela estava até pensando em não receber tratamento. Izzie ainda não havia descoberto como enfrentar sua doença.
— Obrigada. — a outra residente respirou aliviado.
Dentro do hospital, Helena terminou alguns gráficos, indo para o vestiário. Assim que chegou, ela desfez o rabo de cavalo, passando as mãos pelos cabelos que agora estavam soltos.
Quando ela se sentou em um banco para tirar os sapatos do hospital, George entrou no quarto.
— Oh, oi, Georgie. Lexie, Mark e eu vamos para o bar do Joe, quer ir? — ela perguntou com um sorriso suave. No entanto, uma vez que ela olhou para cima e viu lágrimas nos olhos do menino, seu sorriso desapareceu enquanto ela franzia as sobrancelhas com preocupação. Sua voz suavizando e suas mãos parando de desamarrar os tênis, ela questionou. — Georgie? O que há de errado?
Enquanto o menino engolia em seco, sentou-se ao lado dela no banco. — Lena, Izzie... Izzie está com câncer.
— Ela... o quê? — Helena zombou, quase como se seu cérebro não pudesse registrar a informação.
— Izzie tem melanoma metastático estágio 4. Ele se espalhou para o cérebro dela. — George disse a ela, os olhos da garota vagando por seu rosto enquanto as lágrimas cresciam em seus olhos.
— Não, isso é... Isso não é... Ela não pode... — a garota baixinha soltou, um nó se formando em sua garganta. George pegou a mão dela, apertando-a com força enquanto ela falava. — Oh, Deus! Georgie, ela estava... Ela estava agindo de forma estranha. — Helena deixou escapar uma lágrima escorrendo pelo rosto enquanto seu lábio inferior tremia. — Eu notei que algo estava errado e eu... E eu não fiz nada. Eu pensei que Alex tinha e eu... Eu não fiz nada! Oh, Deus, Georgie. — a menina chorou, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Com isso, George a levou em um abraço apertado, calando-a enquanto a garota chorava. — Não é sua culpa, Lena. Não é sua culpa, você não poderia saber.
— Mas eu-eu deveria saber melhor. — ela soluçou no peito dele, o garoto agora também chorando. — Eu deveria ter sabido melhor, eu deveria ter... Eu deveria ter cuidado dela. Eu deveria cuidar de você, e eu não fiz nada. Eu me convenci de que não era nada e eu... Eu não fiz nada. — Helena chorou, suas lágrimas manchando a esfoliação do garoto enquanto as lágrimas do menino caíram de seu cabelo.
Izzie Stevens e Helena Campos não eram as melhores amigas e certamente não tinham o relacionamento mais suave. Ainda assim, Helena sentiu o dever e a responsabilidade de proteger a loira, para garantir que ela estivesse segura. A garota estava com Izzie todos os dias e ela não agiu de acordo com suas suspeitas. E, como tal, ela sentiu como se tivesse falhado com ela, como se isso também fosse culpa dela.
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5ª temporada, episódio 19
AVISO DE GATILHO
(referência ao abuso)
O próximo ponto de verificação indicará o fim dele
Enquanto Helena e Mark dormiam profundamente, um som de um bipe de telefone disparou, fazendo com que ambos os médicos acordassem.
Murmurando, Helena o tranquilizou. — Eu vou atender, querido.
Enquanto ela verificava o número que a havia chamado, a garota franziu as sobrancelhas, correndo para atender a ligação. — Cristina, está sempre bem? São três da manhã...
Enquanto Mark olhava para a garota, ele simplesmente viu seus olhos arregalados enquanto a garota ouvia a voz do outro lado da linha.
— Callie? Ele... O quê? — Helena perguntou, com raiva, levantando-se da cama. — Ok, estou chegando, estarei lá em cinco minutos.
Enquanto ela desligava o telefone, rapidamente vestindo alguns jeans, o homem perguntou a ela. — O que há de errado, boneca?
— Era... Era Callie. Acho que Owen sufocou Cristina ou algo assim, eu realmente não a entendi. — a garota murmurou, vestindo um moletom.
Com isso, Mark se levantou da cama também, correndo para se vestir enquanto Helena pegava sua bolsa, pegando seu telefone enquanto fazia outra ligação.
— Meredith? Eu sei, eu sei que é cedo. — a garota falou ao telefone enquanto o namorado pegava a chave do hotel, os dois saindo pela porta. — Mas nós temos que ir para a casa de Cristina, Callie me ligou em lágrimas dizendo que Owen a chocou ou algo assim... Eu-eu não sei, te encontro lá. Tchau.
O casal chegou ao apartamento quase ao mesmo tempo que Meredith, encontrando a porta já destrancada. Assim que entraram, encontraram Callie gritando com Owen, Helena trocando olhares com Meredith.
— Mark... — a baixinha sussurrou, o homem assentiu e se aproximou de Owen, fazendo o mesmo que Callie e bloqueando a passagem do homem para o banheiro, onde Cristina havia se trancado.
Batendo na porta, Meredith falou através dela. — Cristina, sou eu e Lena.
Na falta de resposta, a morena insistiu. — Cristina, por favor, deixe-nos entrar.
Quando a porta foi destrancada por dentro, Meredith e Helena entraram no banheiro para encontrar Cristina se olhando no espelho.
— Cristina, o que está acontecendo? — q garota baixinha perguntou, sua voz suave e cheia de preocupação.
— Owen estava chateado, Callie estava gritando... — Meredith acrescentou.
— Nenhuma alteração na acuidade visual, sem petéquias, estou bem. Estou bem, estou bem... — Cristina disse a eles, antes de se virar.
Diante das claras marcas vermelhas que se tornaram visíveis no pescoço da menina, Helena engasgou, levando a mão à boca. — Seu pescoço! E-ele...
— Oh meu Deus, eu vou matá-lo! — Meredith soltou.
— Não, não, não, foi um pesadelo. Ele teve um pesadelo. — a mulher ferida explicou, agarrando as mãos de ambas as amigas.
Com a batida na porta do banheiro, Helena e Meredith se viraram para ouvir Owen falar. — Cristina, por favor. Você está bem? Só preciso saber se ela está bem...
Quando Cristina começou a se aproximar da porta, Helena agarrou sua mão com mais força, enquanto Meredith bloqueava seu caminho.
— Cristina, não. — Helena sussurrou.
No entanto, a mulher simplesmente passou por eles para abrir a porta. Quando ela fez isso, o trio viu Owen chorando perto dele, Callie chorando atrás dele e o peito de Mark subiu de raiva. O mesmo poderia ser dito de Helena, que mordeu o interior de sua bochecha enquanto tentava controlar o quão brava ela estava com o homem, olhando para ele junto com Meredith.
— Sinto muito. Não sei o que aconteceu, não sei o que aconteceu, sinto muito. — o ruivo gritou, fazendo Helena franzir ligeiramente as sobrancelhas.
— Olhe para mim. — Cristina perguntou, segurando o rosto do homem. — Estou bem. Está vendo? Está tudo bem, você estava dormindo, está tudo bem. — ela disse a ele enquanto os dois se abraçavam, Owen chorando em seu ombro.
Com isso, Helena fechou os olhos, a compreensão tomando conta dela. A guerra havia bagunçado Owen Hunt mais do que qualquer um deles havia percebido, talvez mais do que o homem admitia para si mesmo.
★
Quando Helena encontrou Owen em um posto de enfermagem, ela colocou alguns panfletos e folhas de papel de um pequeno caderno em cima dele.
— O que é tudo isso? — o homem perguntou, olhando para cima para ver Helena com uma expressão séria e um tanto fria no rosto.
— Estes são panfletos e estes são os nomes de alguns dos melhores terapeutas do hospital. — disse Helena, apontando para o material que havia deixado cair. — Fiz minha pesquisa, perguntei a algumas pessoas em quem confio e você estaria em ótimas mãos com qualquer uma dessas pessoas. — ela respirou fundo antes de continuar. — Não estou dizendo isso apenas como amiga de Cristina, mas também como alguém que foi diagnosticado com TEPT aos dezenove anos: você realmente deveria procurar ajuda. Tanto para o seu bem quanto para o de Cristina, porque me recuso a simplesmente assistir o que aconteceu ontem à noite acontecer novamente. E... — ela respirou fundo antes de continuar, seu rosto se suavizando. — Pelo que valer, estou aqui se precisar de alguma coisa.
Sem mais nem menos, a garota virou as costas para ele e saiu, deixando Owen para observá-la se afastar, pego de surpresa por sua revelação. Olhando para os papéis, ele viu vários panfletos de PTSD, bem como os recursos que a garota havia mencionado, rabiscados em uma folha de papel. Respirando fundo, o homem os dobrou discretamente, guardando-os no bolso do jaleco.
★
Quando Helena se aproximou do quarto de hospital de Izzie, ela viu a garota tricotando uma camisa verde-limão.
Com uma batida suave, ela colocou a cabeça dentro do quarto, perguntando. — Posso entrar?
— Certo. — a garota respondeu, dando-lhe um sorriso suave.
— Você se manteve ocupada. — Helena sorriu, apontando para a peça de roupa.
— Sim, bem, eu tive muito tempo. — Izzie deu de ombros, Helena sentada na cadeira ao lado da cama da menina.
Houve um momento de silêncio antes que a morena falasse, inquieta. — Eu te devo desculpas.
— O que? — a loira perguntou, levantando os olhos de seu trabalho, claramente confusa. — Por que?
— Percebi que você estava agindo de forma estranha há um tempo atrás, sabe, olhando para o lado e agindo de forma meio suspeita. — Helen suspirou. — Percebi que você estava agindo de forma estranha e pensei que algo poderia estar errado, mas Georgie me disse que Alex tinha, então deixei passar. Eu sabia que algo não estava errado e não fiz nada. Eu pensei que só estava pensando demais ou ansiosa... — A garota explicou, com a voz embargada. — Eu não fiz nada, eu não te protegi como deveria. E eu sinto muito, muito por isso.
Uma lágrima rolou pelo rosto de Helena enquanto ela olhava para o colo. No entanto, quando sentiu Izzie apertar sua mão, ela olhou para cima.
— Helena... — Izzie sussurrou. — Olha, eu estava saindo com meu noivo morto e não sabia. Você não poderia ter adivinhado, isso não é culpa sua. — a loira balançou a cabeça, Helena dando-lhe um sorriso suave enquanto enxugava a lágrima que havia deixado cair.
— Você sabe que, mesmo que não sejamos as mais próximas, estou aqui, certo? — a garota perguntou, tentando confortar o loiro.
— Eu sei. Você sempre conseguiu estar aqui, mesmo que não sejamos exatamente amigas. Eu sei que você não gosta muito de mim, mas você ainda cuida de mim. Você fez depois de Denny, e você está cuidando de mim agora também. Você cuida de todos. Não pense que não percebemos ou apreciamos isso. — Izzie disse a ela, com um sorriso nos lábios, as duas caindo em silêncio por um momento.
★
Depois de perguntar por Alex, Helena descobriu que o menino planejava fertilizar alguns dos óvulos de Izzie, para que eles tivessem uma chance melhor de sobrevivência. Quando ela o encontrou em uma sala de plantão, ela bateu levemente na porta.
— Eu disse para ir embora! — ela o ouviu responder, franzindo as sobrancelhas.
— Sou eu, Alex. — a garota disse a ele. — Posso entrar?
No silêncio lá dentro, ela abriu a porta, espiando com a cabeça antes de entrar completamente na sala. Alex sentou-se no beliche de baixo, olhando para o copo que deveria encher.
— Deixou a porta destrancada? Isso é... Ousado. — Helena riu, sentando-se em uma cadeira próxima.
— O chefe mandou você aqui? — o menino perguntou.
— Não. Eu só queria ver como você estava, ver se você queria conversar... — explicou Helena.
— Você acha que falar vai ajudar? Você acha que um copo cheio dos meus nadadores vai fazer tudo ficar bem? É uma merda. Isso é uma merda. — Alex levantou a voz ligeiramente, levantando-se para andar pelo quarto.
— Eu sei... — Helena sussurrou, com o coração pesado.
— Você simplesmente não pode mexer com a cabeça das pessoas assim. Quero dizer... Mesmo que ela congele os embriões, você acha que teremos uma chance de usá-los?! Você acha que ela ainda estará aqui? Você acha... — a voz de Alex falhou enquanto ele falava. — Eu acho... Ela me disse que estava vendo um fantasma ok? E eu estou tão acostumado com todas as garotas malucas da minha vida que eu não... Eu sou um médico, um médico! — ele começou a chorar. — E agora, ela... Isso está errado. Não é assim que deveria acontecer.
— Eu sei. — ela disse a ele, levantando-se para lhe dar um abraço. Com isso, o menino a segurou, suas lágrimas caindo em seu ombro.
— Isso é uma porcaria. — ele gritou.
— Eu sei. — Helena repetiu, sua mão esfregando círculos calmantes nas costas dele.
— Eu odeio isso. Não é... Mão é assim que deveríamos... Não é assim que eu quero fazer isso. Não é assim que Izzie e eu deveríamos fazer um bebê. — ele sussurrou para ela, os olhos de Helena cheios de lágrimas por sua dor.
— Eu sei. Mas isso não é culpa sua, Alex Karev. Está me ouvindo? — ela se afastou para forçá-lo a encará-la. — Isso não é culpa sua, não é sua culpa. Ela não te culpa, assim como você não deveria. Está me ouvindo?
O homem assentiu, abraçando-a novamente enquanto se permitia desmoronar, algo que nunca fazia.
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Quando Helena chegou em casa, ela viu Mark trabalhando em seu laptop, estudando para um próximo caso.
— Ei, querido. — ela cumprimentou, tirando a jaqueta e passando a mão pelos cabelos.
— Querido? — o homem perguntou, olhando para cima de seu laptop com um sorriso.
— Sim... Significa querido em português. Você não gostou? — Helena questionou, sentando-se ao lado do namorado e pressionando um beijo em seus lábios.
— Eu amo isso. — ele sorriu durante o beijo, colocando uma mão em sua bochecha enquanto esquentava o beijo. Alguns momentos depois, ele colocou seu laptop no chão, agarrando Helena pela cintura e colocando-a em seu colo, no lugar que antes ocupava o computador. Com isso Helena soltou uma risadinha surpresa, colocando as mãos no peito dele enquanto continuavam com o beijo.
— Você sabe, eu acho cada vez mais sexy. — o homem comentou, sorrindo maliciosamente enquanto a garota passava as mãos pela nuca dele.
— Você acha, querido? — A garota perguntou, erguendo uma sobrancelha em um sorriso maroto, enquanto puxava a camisa do homem pela cabeça.
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