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˖࣪ ❛ QUARTA TEMPORADA
— 44 —

ENQUANTO HELENA SE sentava no vestiário dos residentes, ela olhou para Meredith, um olhar perturbado em seu rosto enquanto inclinava a cabeça.

Quando Cristina entrou, ela perguntou. — O que estamos olhando?

— Meredith colocou a mãe dela em um saco e a trouxe para o trabalho. — Izzie disse a ela.

Helena ainda não havia superado sua raiva de Izzie. Ela também estava brava com George, claro, mas o garoto estava emocionalmente vulnerável na época, algo que a loira tirou vantagem. Além disso, a mulher não parecia se desculpar.

— Eu tive que tirá-la do meu armário.

— E trazê-la para o trabalho é uma opção melhor? — Helena perguntou, com o queixo apoiado na mão enquanto inclinava a cabeça para a mulher.

— Ela estava me assombrando!

— Agora ela está assombrando a todos nós. — Alex brincou.

— Meredith está limpando. — Sidney Heron disse a eles, aparecendo do nada. — Na cultura tribal, quando alguém quer limpar o passado, corta todo o cabelo e o enterra. Você pode tentar isso também. — A mulher mais velha sugeriu.

— Ok, escute. — Callie anunciou, entrando na sala com Bailey. — Hoje é feriado, o que significa que o poço será invadido. Vocês estão com a estupidez de bêbado de sempre.

— E eles têm o concurso anual de desejos de abóboras motosserras de Seattle. Eu amo esta cidade. — Bailey os informou, sorrindo.

— Fiquem alerta, fiquem por dentro de seus estagiários, ok? — Callie terminou, Helena assentiu.

— Então, devemos dar a volta antes de ir para o poço ou- — Izzie começou.

— Sim, você deve dirigir suas perguntas a Dra. Bailey, Stevens. — A mulher mais velha disse a ela, os residentes mais jovens ficando confusos.

— Estamos direcionando as perguntas a Dra. Bailey? — Cristina perguntou.

— Oh, você tem uma grande cirurgia? — Helena perguntou, animada pela amiga.

— Não, não vocês. — Callie sorriu para Helena com os lábios apertados. — Apenas Stevens.

Com isso, os olhos de Helena se arregalaram um pouco, a garota percebendo o que ela quis dizer.

— Por que Stevens está direcionando suas perguntas a Dra. Bailey? — Bailey perguntou, falando de si mesma na terceira pessoa.

Callie trocou um olhar com Helena, antes de falar. — Porque ela está dormindo com meu marido. — A sala ficou em silêncio por um segundo, o nariz da estagiária baixinha franzido com a situação desconfortável. — Tudo bem, então. Tenham um bom dia.

Quando Callie saiu da sala, todos se viraram para olhar para Izzie, que também saiu.

— Isso é ainda mais perturbador do que sua bolsa cheia de mamãe. — Cristina comentou.

— Bem, não pode culpar Callie, pode? — A morena deu de ombros, puxando o cabelo para cima para o dia.

— Ah, então é por isso que você ficou tão brava com ela, Lena! — Meredith percebeu.

— Sim. E não, eu ainda estou com raiva. É só... Ela nem parece se desculpar, sabe? E depois que George me traiu, me desculpe, mas eu simplesmente não consigo me obrigar a simpatizar. — Ela explicou, logo saindo da sala também.

Enquanto Helena caminhava pelo posto de enfermagem, ela notou Mark falando com algumas enfermeiras, parando para cumprimentar o homem.

— Oi, Mark! Oi, Olivia e Anne. — Quando ela se virou para as enfermeiras, que pareciam loucas, seu sorriso anterior caiu. — Uau, o que aconteceu?

— Formamos um clube. Enfermeiras unidas contra Mark Sloan. — Olivia disse a ela.

— Enfermeiras unidas contra- — Helena parecia confusa, estreitando os olhos para Mark quando as enfermeiras saíram.

— Aparentemente, elas comparam notas e descobrem que... — O homem limpou a voz antes de continuar. — As técnicas são idênticas.

— Seu... Mark Sloan, você realmente dormiu com tantas enfermeiras que formaram um clube?! — Ela deu um tapa no braço dele, secretamente um pouco magoada por Mark não ter sido exclusivo.

— Tanto faz, elas estão bravas porque eu parei de dormir com elas. — O homem respondeu, sorrindo para a garota.

— Espere, então você parou de dormir com outras pessoas? — Helena perguntou, seu sorriso tornando-se mais brilhante. — Porque nós nunca dissemos que éramos exclusivos ou algo assim, então eu não iria cobrar isso de você... Embora eu esteja feliz que somos. — Ela olhou para ele, tentando impedir que seu sorriso se formasse.

— Sim, querida, nós somos. Somos exclusivos. — Ele disse em tom brincalhão, embora estivesse feliz que o relacionamento deles estivesse evoluindo.

De repente, Helena ouviu Derek falando atrás dela, virando-se rapidamente para encarar o homem que falava com o outro atendente.

— Tem um garoto procurando por você. — Derek disse a ele, seu rosto sério.

Saindo de trás do homem, um garotinho se virou para Mark. — Papai? — Ele perguntou.

Com isso, a mão de Helena disparou para a boca, mas não antes que ela deixasse escapar um silêncio. — Ai, Deus.

Se a residente parecia preocupada, o homem à sua esquerda entrou em pânico. Suas sobrancelhas se ergueram e ele ficou pálido como um fantasma, perguntando rapidamente. — O que?

Alguns segundos depois, Derek e o menino riram, o homem entregando à criança uma nota de vinte dólares com um elogio. — Bem feito.

Tanto Helena quanto Mark pareceram relaxar, o homem exalando enquanto Helena enterrava o rosto nas mãos com uma risadinha.

— Eu vou pegar você de volta por isso! — Mark ameaçou quando Derek saiu.

— Ansioso por isso. — O homem de cabelos escuros riu.

— Então, você não é filho dele. — Helena estreitou os olhos para o menino que o atendente havia deixado para trás.

— Não, você não é meu pai. Mas eu estou esperando que você possa me construir algumas orelhas. — O menino disse.

Enquanto os três se sentavam em uma sala de reuniões para conversar, Helena olhou para o garoto por um tempo, antes de desabafar.

— Ah, sua mãe trabalha no refeitório, não é? — O menino assentiu, a menina continuou. — Eu te conhecia de algum lugar. — Quando os médicos se sentaram, ela perguntou. — O que é tudo isso?

— São cartas das crianças da minha classe. — O menino explicou.

— Cartas para mim. — Mark disse a ela enquanto pegava um. — Ele tem estrutura interna para ouvir, só não tem canal ou estrutura externa.

— Então, pensei que se eu viesse com minhas cartas, o Dr. Sloan poderia sentir pena de mim e fazer a cirurgia de graça. — O menino perguntou.

— Olha, eu gostaria de ajudar e ajudaria se pudesse, mas pro Bono cirurgias... Não é só eu te dar meu tempo, precisamos de tempo de sala de cirurgia, um anestesista, uma cirurgia geral e pelo menos duas enfermeiras cirúrgicas. — O homem exalou, Helena interrompendo-o.

— E você não poderia pedir ajuda a elas? — Helena perguntou a ele, fazendo olhos de cachorrinho.

— Eu poderia, mas não tenho nenhum capital social. As enfermeiras têm seu novo... Clube. E os outros médicos não me devem nenhum favor porque nunca fiz nada por eles. Sinto muito, eu gostaria de poder ajudar. — Disse o atendente.

— Eu tenho capital social! — A garota baixinha se animou. — Se você perguntar às enfermeiras, eu sou a favorita da minha classe, além disso, muitos médicos me devem por fazer alguns gráficos para eles. Pessoas como eu, eu não poderia tentar fazer isso acontecer. — Enquanto o homem olhava para ela, pensando, ela continuou. — E de todas as outras falhas, tenho Ryan aqui para ajudar a culpá-los a aceitar. — Ela deu a ele o sorriso mais adorável que pôde conjurar, esperando que funcionasse.

— Tá bom. — Mark exalou, incapaz de resistir a suas covinhas. — Você faz isso acontecer, eu sou todo seu. —

— Você é incrível! — Ryan disse a ela, seu sorriso largo.

— Talvez eu seja. — Ela sorriu de volta, os dois saindo da sala. — Além disso, tenho uma queda por crianças.

Quando Helena entrou no hospital do chefe, ela explicou. — Eu tenho um menino sem orelhas.

— Eu sinto muito? — O homem perguntou.

— O Dr. Sloan concordou em construí-lo pro bono, se você concordar em doar o tempo e o equipamento da sala de cirurgia. — Ela sorriu para ele.

— Desculpe, Campos, minha lista pro Bono está cheia. — O chefe disse, Helena colocando os olhos de cachorrinho em jogo.

— Chefe, minha mãe é presidente da fundação Campos Lima, já ouviu falar? — O homem concordou com a cabeça. — Bem, depois de muito convencimento, a fundação concordou em pagar metade, então você só teria que pagar a outra metade.

— Olha, Campos, tem protocolo a ser seguido, todo tipo de burocracia- — o homem começou, sendo interrompido pela moça.

— Por favor? Vou falar com todos os outros médicos e enfermeiras. E talvez, enquanto você está pensando sobre o assunto, lembre-se de quão grande cirurgião eu provei ser: fui eu quem chamou a Dra. Bailey com a situação de Lvad e salvar o hospital de todos os tipos de problemas legais... Oh, e talvez também pense em como eu fui a quarta pessoa no país a obter uma pontuação perfeita no meu exame interno! Isso deve ter sido uma boa publicidade para o hospital. — Ela sorriu docemente para ele.

— Ok, tudo bem! — Webber cedeu. — OR duas está livre às seis da tarde.

Com isso, Helena ficou na ponta dos pés de emoção, o Chefe lhe dando um sorriso carinhoso. — Obrigada, chefe. Vou pedir para minha mãe ligar para você sobre a doação! — Ela saiu do escritório, levantando o polegar entusiasmado para Ryan, que estava esperando na porta.

— Dra. Bailey! — Helena cumprimentou. — Vamos ajudar a reconstruir as orelhas de um menino hoje, Pro Bono. E pensei que talvez você pudesse doar um pouco do seu tempo. —

— Graças ao cidadão honrado que cortou o pé no meu turno, tenho uma montanha de papelada. — A mulher apontou para os formulários que estava preenchendo. — Além disso, prometi tentar sair daqui a tempo de ver meu filho em sua fantasia de Halloween.

— Será que Tuck sabe mesmo o que é Halloween? — A residente mais jovem perguntou, um tanto divertida.

— Ele não sabe. Mas seu pai sabe e é isso que eu prometi. — Ela explicou.

Discretamente, Helena fez sinal para que Ryan se juntasse a ela.

— Doces ou travessuras! — Ele perguntou.

— Ele é doce ou travessura? — Bailey perguntou.

— Para os ouvidos. — Helena assentiu.

— Ele é doce ou travessura para os ouvidos? — Bailey perguntou, olhando entre o menino e seu ex-estagiário.

— Doçura ou travessura? — A criança repetiu.

— Pare com isso! — Bailey disse a ele, fazendo um beicinho antes de ceder. — Tudo bem, estou dentro. Mas só porque você é minha favorita.

— Obrigada, Dra. Bailey! — Helena agradeceu à mulher, caminhando pelo corredor antes que pudesse mudar de ideia.

Na hora do almoço, Meredith, Helena e Cristina sentaram-se no refeitório.

— Você poderia espalhá-la do telhado. — Cristina sugeriu, olhando para as cinzas sobre a mesa.

— Ela tinha medo de altura.

— São cinzas, Meredith. Cinzas não são acrofóbicas. — A mulher asiática brincou, fazendo Helena rir enquanto falava.

— Ou você poderia espalhá-los no oceano ou algo assim. Agora, trazê-la com você o dia todo dificilmente é apropriado. — Ela deu de ombros, dando uma mordida em sua salada.

— Eu preciso colocá-la para descansar. Eu preciso não me tornar ela e morrer emocionalmente aleijada e sozinha. E eu preciso não comparecer ao casamento de Derek Shepherd e Sydney Herron. Eu preciso colocar minha mãe para descansar. — A loira explicou, suas duas amigas perguntando em uníssono.

— Sydney Herron?

Nesse momento, George e Izzie se sentaram à mesa, um silêncio desconfortável se estabelecendo.

— Basta perguntar. — Izzie virou-se para Meredith.

— Então, vocês dois estão juntos? Tipo juntos? Amor, sexo, não amor entre irmãos?

— Sim, estamos juntos. — Izzie confirmou, Helena e Cristina compartilhando um olhar irritado.

— E vocês dois têm... Quero dizer, sem nenhum de nós saber... Apenas fazendo isso o tempo todo? — Meredith perguntou.

— Só uma vez. — Izzie disse a ela.

— Iz! — George reclamou.

— Eu disse que ela poderia fazer perguntas! — A ex-modelo deu de ombros, virando-se para Meredith novamente. — E agora estamos esperando para ficarmos juntos. Por respeito.

— Pelos sentimentos de Callie. — George completou.

Diante disso, Helena deixou o garfo cair na salada e se levantou, resmungando consigo mesma. — Respeito.

Ao sair do refeitório, ela sentiu Cristina andando atrás dela, George chamando. — Lena?

Helena não queria mais ficar brava com eles, ela realmente não queria. Mas com seu passado com George, ela simplesmente não podia evitar. Mesmo quando ela começou, recentemente, a perdoar George, ela não conseguiu fazer o mesmo com Izzie. Ela não apenas estava furiosa porque a mulher não mostrava sinais de estar se desculpando, mas também estava furiosa por ser ela a razão de sua amizade com George ter se tornado tensa. George costumava ser um de seus melhores amigos, eles contavam tudo um para o outro e agora, por causa de Izzie, eles não tinham mais o mesmo relacionamento.

Enquanto Helena caminhava pelo corredor com Ryan, ela lia a lista que havia escrito. — Ok, temos um cirurgião plástico, um cirurgião geral, um anestesiologista, três instrumentadores e uma sala de cirurgia. Vamos ligar para sua mãe, garoto, estamos conseguindo alguns ouvidos. — Ela o cutucou de brincadeira.

— Você é incrível! — Ele repetiu, cumprimentando-a.

— Sim, hoje, eu posso ser. — Ela sorriu para si mesma, feliz realização.

Enquanto Helena e Mark se preparavam para a cirurgia, o homem olhou para a residente.

— Sabe, estou impressionado, querida. Eu não tinha certeza se você conseguiria isso.

— Você já deveria saber, Mark Sloan, posso ser bem persuasiva quando quero. — Ela respondeu, com um sorriso brincalhão nos lábios.

— Isso você pode ser, boneca. — Ele sorriu de volta, com ternura.

— Sabe, na verdade foi a primeira vez que fiz doces ou travessuras? Em Portugal não comemoramos o Halloween, então nunca o fizemos quando crescemos. Quando nos mudamos para cá, eu já era muito velha. Temos outro feriado para me fantasiar embora. — Ela disse a ele, focada em esfregar.

— O que é isso? — Ele perguntou, curioso para saber mais sobre a cultura dela.

Carnaval. Fazemos desfiles nas ruas e coisas assim.

C-Carnaval? — O homem tentou dizer, com um sotaque americano verdadeiramente terrível. Diante disso, Helena deu uma gargalhada incontrolável, curvando-se ligeiramente para tentar se acalmar, mas sem nunca tirar as mãos da pia, para não quebrar o campo estéril. — Ah, qual é, Lee, foi tão ruim assim? — O homem riu também, sem obter resposta enquanto o estagiário ria. — Puxa, um homem tenta e é isso que ele consegue.

Finalmente se acalmando, a garota falou entre algumas risadinhas perdidas. — Não... Não, é.. — Ela riu um pouco mais. — Foi muito adorável.

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