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˖࣪ ❛ TERCEIRA TEMPORADA
— 31 —

VOCÊ TEM PROTETOR SOLAR? E repelente de insetos? — Helena perguntou a George enquanto se preparava para sair para o acampamento.

— Sim, Lena, estou bem. E não tenho cinco anos. — Ele reclamou, enquanto Derek, Burke e o Chefe observavam a briga. Ele corou um pouco antes de perguntar. — Feche para mim?

Helena fechou o zíper do menino enquanto brincava, rindo. — Viu? Você tem cinco anos.

— Se Callie ligar diga a ela... Diga a ela que eu sou um homem da montanha! Eu sou um homem da montanha. Certo, Dr. Burke? — Ele olhou para o homem que o havia convidado para acompanhá-lo. — Ah, e Izzie assou guloseimas para nós! — A loira sorriu para ele.

— Derek está acampando. — Meredith disse enquanto as estagiárias estavam na frente do quadro de cirurgia, Izzie agora voltando. — Levando tempo, ganhando espaço.

— Prestons não vão para a floresta. Um cara chamado Preston vai levar uma surra. — Cristina concordou.

— Por um esquilo. — Helena ergueu uma sobrancelha, sorrindo. — É basicamente uma festa do pijama.

— Eles fazem do lado de fora, nós fazemos do lado de dentro, é a única diferença. — Izzie concordou, dando de ombros.

De repente, Mark se aproximou delas, virando-se para as meninas. — Bom dia, Lee. — Ele sorriu para ela. — Você viu qual-é-o-nome-dele?

— Alex Karev? — sugeriu Izzie.

— Pobre bastardo parece ficar excitado em me acompanhar. — Ele sorriu.

— Ele vai acampar, Dr. Sloan. — Helena o informou.

— Bem, nesse caso, você gostaria de se emocionar por me acompanhar, Lee? — Ele sorriu para ela sugestivamente.

A garota conteve um sorriso ao responder. — Já estou com a Dra. Montgomery hoje.

— Bem, então, isso é uma pena. O que você diz, Dra. Grey? — Ele se virou para a loira, não querendo mostrar sua decepção por não conseguir trabalhar com a garota novamente.

— Dra. Bailey faz as tarefas. — A loira respondeu assim que a residente chegou.

— Dra. Bailey disse que está tudo bem. Campos, Dra. Montgomery está na sala de exames 3, vá.

Enquanto Addison fazia um ultrassom em uma mulher grávida e Helena ajudava, Callie entrou no quarto.

— Uh, eu tenho um pager? — A residente perguntou.

— Sim, Campos? — A atendente instruiu.

— Jamie Carr, ela escorregou e caiu no chuveiro esta manhã. — A baixinha contou à amiga.

— Eu não posso ver meus próprios pés, eu fiz isso. — A mulher assentiu vagamente com a mão quando Callie a pegou, fazendo a mulher estremecer de dor.

— Quebra desagradável. Ela não está tomando nenhum remédio para a dor? —

— Ela recusou. Ela está resistindo. — A ruiva disse a ela.

— Oh, não faça isso. Não resista, apenas diga sim. — Callie assentiu levemente, dando alguns conselhos à mulher.

— Bem, o bebê, eu... Eu sei que a Dra. Montgomery disse que estava tudo bem, mas eu vou sofrer. — Callie tirou o raio-X que uma enfermeira lhe deu e começou a examiná-lo. — Ele está bem? Ele estava chutando como um louco e agora-

— Ele pode estar apenas dormindo. — A estagiária sorriu para o casal.

— Nosso filho dorme. Ele está apenas dormindo, Jamie. — O pai do bebê contou à namorada.

— Eu preciso de um elenco? — A loira perguntou ao ortopedista quando Helena notou o olhar desanimado no rosto de sua atendente. Ela seguiu seu olhar para o ultrassom, seu coração quebrando com a visão.

— Definitivamente, mas primeiro precisamos endireitar os ossos. Coloque seu braço neste tipo de tipo elegante e use a gravidade para ajudar a realinhar os ossos. — Callie explicou, Helena notando lágrimas se formando nos olhos de sua atendente.

— Você me dá licença, eu tenho que- — Addison se desculpou enquanto saía do quarto.

Helena tirou as luvas, preocupada com a mulher. — Sim, eu tenho que cuidar de algo muito rápido também, estarei de volta em breve. — Ela sorriu tranquilizadoramente casal, não querendo assustá-los, enquanto mordia o lábio inferior para conter as lágrimas. Uma vez que ela saiu do quarto, ela deixou uma lágrima cair, rapidamente enxugando-a.

Enquanto Helena seguia Addison para o banheiro, ela descobriu que a mulher havia se trancado em um cubículo. Ouvindo algumas fungadas, ela bateu na porta levemente. — Addison? Você está bem?

Callie entrou no banheiro também, apenas elas, compartilhando um olhar solidário com Helena, de quem ela ficou bastante perto.

— Sim, estou bem, estou bem, estou bem. — A atendente respondeu, ainda fungando.

— Addison, vamos lá, você não está. — A estagiária suspirou, sua voz suave.

— Não me faça subir na baia. Eu vou fazer isso, mas eu vou ficar muito chateado porque eu não te conheço muito bem. — Callie ameaçou, resultando na ruiva abrindo a porta. Ela estava chorando, um lenço na mão. — Você não está bem.

Helena estendeu a mão para ajudar a mulher a se levantar, enquanto explicava. — Eu não sei por quê. — Ela se aproximou da pia. — Não há razão para que isso me afete tanto, estou acostumado com isso, estou, mas-

— Acostumado com o quê? — Callie perguntou, um pouco perdida.

— Aquela mulher, ela está grávida de oito meses. Ontem ela estava bem, ela estava saudável. E hoje, bem... Ela escorregou no chuveiro e agora seu bebê está morto. — Helena deixou cair outra lágrima, explicando, enquanto Addison soluçava ao lado dela.

Mais tarde, enquanto as três mulheres observavam o casal da janela, Addison apontou. — Eles são um casal feliz. Olha só, eles se amam. Eles deveriam ter... Tudo. Pessoas felizes deveriam ter coisas felizes acontecendo com elas.

— Fica mais fácil? Trabalhar com crianças e bebês, quero dizer. Fica mais fácil? — Helena olhou para a mulher que se tornou sua mentora.

— Não. Não fica mais fácil, você apenas se torna mais forte. Lembra quando eu cheguei e lhe falei sobre aquele equilíbrio perfeito entre força e compaixão que você precisa para pediatria, aquele equilíbrio que você parece manter? — A mulher olhou para sua estagiária favorita, que assentiu. — Bem, é aqui que a parte da força é necessária. — A mulher suspirou enquanto as três olhavam para frente, Addison falando. — Eu tenho que ir dizer a eles.

— Espere. — Callie parou o atendimento. — No momento em que você disser a eles, não serão mais felizes. E eles não vão agradecer, para eles você será a pessoa que matou todos os seus sonhos. Então dê a eles mais alguns minutos, apenas... deixe que sejam felizes.

— Só mais alguns minutos... — Helena sussurrou para si mesma, logo levantando a voz. — Ninguém merece isso. Ninguém.

As mulheres ficaram em silêncio, entrando na sala alguns momentos depois. Enquanto Callie cuidava do pulso da mulher, ela perguntou. — Oh meu Deus, por favor, me diga que vai parar de doer em breve.

— Você está quase pronto.

— Quando nosso filho tiver quinze anos e gritar com você que você nunca fez nada por ele, você pode culpá-lo com o pulso. — O homem disse a ela, fazendo a loira rir.

Callie trocou um olhar com Helena e Addison, sinalizando que ela havia terminado.

— Ted, Jamie, preciso falar com vocês. — A atendente falou, Helena a seguindo. Ao tom grave da mulher, os rostos do casal caíram.

— Sobre o bebê. — Acrescentou Helena.

— Dra. Montgomery, Dra. Campos? — O homem perguntou, a compreensão surgindo nele.

— Você tem que dizer isso. Eu não vou acreditar a menos que você diga. — A paciente perguntou, o coração de Helena pesado. — Você tem que dizer isso!

— Sinto muito, Sr. e Sra. Carr, seu bebê está morto. — A atendente cuspiu enquanto o casal se abraçava, soluçando. Helena fechou os olhos, tentando manter a compostura enquanto sentia um nó se formar em sua garganta.

Quando Addison deu à luz o bebê da mulher, Helena ajudou. Pode não ter sido um caso cirúrgico, mas Jamie era sua paciente agora, e ela não queria deixá-la. Até Callie assistiu, querendo ficar ao lado da mulher.

— Empurre. Bom, empurre, Jamie. — A atendente instruiu enquanto a mulher empurrava, logo após parar e soluçar. — Ok, eu preciso que você empurre mais uma vez, Jamie.

Helena se aproximou da cabeça da mulher, segurando sua mão. — Só mais uma vez, Jamie. Mais uma vez, você pode fazer isso. — Com isso, a loira agarrou a mão do médico e empurrou, gritando.

— Bom. Nós o pegamos. — Informou Addison, cobrindo o bebê com um cobertor e entregando-o ao casal. Jamie apenas soltou a mão de Helena para segurar seu bebê, ela e o marido soluçando diante do pequeno cadáver em seus braços.

A estagiária levou a mão à boca, os lábios trêmulos e as lágrimas ameaçando derramar. Helena se aproximou de sua atendente e Callie, a última mulher também chorando e dando tapinhas em seu ombro com conforto enquanto uma lágrima escorria por seu rosto.

Helena, Callie e Addison estavam sentadas no corredor, no chão.

— Então, você dormiu com Sloan? — Addison
perguntou a Callie.

— Sim. — A residente disse a ela.

— Eu também. O que era apenas uma chuva de granizo de auto-aversão e miséria. — Addison revelou fazendo as outras duas garotas rirem.

— Eu... Eu posso ter sentimentos por Sloan. — A estagiária sussurrou. — O que é pior, porque ele é... Bem, Sloan. E eu estou... Bem, eu literalmente tive uma noite na minha vida! — Ela enterrou a cabeça entre as mãos, sua voz ficando mais aguda enquanto corava. — Ugh, eu odeio isso. Eu sou responsável, eu sou... Eu sou a responsável! Eu não durmo com atendentes como Meredith e Cristina, eu não me apaixono por pacientes como Izzie e eu certamente não traia meus parceiros como George. — Callie olhou para ela, chocada, e Helena correu para explicar. — Não, você não! Eu, é por isso que terminamos.

Addison olhou para ela compreensivamente. — Sim, algo que ambos temos em comum. Sabemos como é ser traída por Meredith Grey. — A ruiva riu.

Helena riu, virando-se para Callie. — Ok, nem foi tão ruim assim. Ele estava bêbado e teria dormido com ela, mas ela o impediu.

— Oh, eu vou gritar com ele sobre isso mais tarde. — Callie riu junto com as outras duas mulheres.

Uma vez que o riso cessou, Addison sugeriu. — Você quer... Tomar um gole de alguma coisa?

— Eu adoraria! — Callie disse a ela.

— Eu também, mas hoje não posso. — Helena franziu o nariz. — Você sabe como é, turnos internos.

Nesse momento, o pager de Callie tocou e ela fez um beicinho, olhando para sua novas amigas.

— Outra hora, então. — Sugeriu Addison.

— Definitivamente. — Helena concordou quando ela e Callie se levantaram para sair.

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