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˖࣪ ❛ TERCEIRA TEMPORADA
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NA MANHÃ SEGUINTE, os internos ficaram do lado de fora da porta do banheiro, Izzie se trancando lá dentro.
— Izzie, Izzie, vamos! — Alex chamou.
— Ok, ela esteve lá a noite toda, temos que fazer alguma coisa.
— Sim. — Todos os estagiários concordaram, Helena com os olhos fechados enquanto pensava na situação.
— Por que todos vocês estão olhando para nós? — A loira reclamou, abrindo os olhos de Helena para encontrar suas amigas olhando para ela e Meredith.
— Bem, este é um território familiar para vocês dois. — Cristina explicou, as sobrancelhas de Helena franzindo.
— Não há nada familiar sobre isso. Desconhecido. Denny morreu. O homem que ela ama morreu. — A loira respondeu.
— Por que eu? Estou feliz e legal e... E sorridente! — A voz de Helena tornou-se aguda.
— Sim, mas você sabe como lidar com o escuro e o tortuoso, Baby Genius. Você torna o escuro e o tortuoso... Leve e, e... Fofo. — A mulher asiática explicou, fazendo Helena dar uma risadinha. — Ver?
— Escuro e sinuoso? — Meredith reclamou.
— A mãe com Alzheimer e o pai com quem você não fala. — Explicou Cristina.
— E a coisa da tequila e os homens inapropriados. — Acrescentou Alex.
— Você é escura e tortuosa por dentro, Meredith, e agora Izzie também. — Gerge disse a ela.
— Então agora, de repente, eu sou a presidente de pessoas com vidas ruins? — A dona da casa reclamou.
— Nós precisamos fazer alguma coisa. Eu... Eu vou lá. — George respondeu.
★
Enquanto as três garotas estavam sentadas na cozinha, Meredith fez sanduíches.
— Por que estamos fazendo sanduíches? — Cristina perguntou, folheando uma revista.
— É o que você faz quando alguém morre. Você cozinha. — A loira respondeu.
— Sim, eu sei o que fazer quando alguém morre. Sou judeu, conheço comida e morte. É Shivah. — A mulher asiática disse a ela.
— É Shivah mesmo que ela seja católica? — Helena se intrometeu.
— Bem, Shivah é o que eu sei fazer, então sim, é Shivah. Mas se estamos servindo Shivah para Denny, então devemos pedir, porque fazer sanduíches não é o mesmo que cozinhar.
— Sanduíches são comida de conforto. — Meredith deu uma grande mordida em um sanduíche.
— Eu deveria fazer sopa, eu faço sopa depois do meu turno? — Helena perguntou, virando-se para Meredith. — O que você tem?
— Tudo comigo está bem, é com Izzie que estamos preocupados.
— Mentiroso. — A morena acusou de forma cantante.
— Denny morreu, Burke foi baleado. Vamos apenas ter um pouco de respeito aqui e concordar que o que eu fiz é um pouco, um pouco pequeno.
— Que seja, cuspa isso. — Cristina reclamou.
Helena estreitou os olhos para a loira e engasgou. — Você dormiu com Derek, não foi?
— Eu não... como você- — A loira se assustou, admitindo o que havia feito ao ver a sobrancelha erguida de Helena. — Sim, eu perdi minha calcinha na noite passada. — Ela revelou.
— Ok, agora eu tenho que ir ou vou me atrasar. — Ela explicou pegando suas coisas para sair. — Cuide de Izzie para mim, ok?
— Sim, nós vamos. — Meredith prometeu quando ela saiu.
★
Enquanto Helena entrava no pronto-socorro, ela viu um paramédico entrar com um pequeno embrulho nos braços.
Ela se levantou rapidamente, aproximando-se dele. — Oh, Deus, me diga que não é o que eu acho que é. —
Alex se juntou a ela, perguntando ao paramédico. — O que você conseguiu?
— Recém-nascido encontrado em uma lata de lixo fora de uma escola. O cordão umbilical ainda está preso.
— Ele está desidratado... Por que você não começou um IV? — Ela avaliou o bebê em suas mãos.
— Não consegui encontrar uma veia. — O paramédico explicou.
— Eu preciso obter um acesso IV... Olivia, pegue-me e agulha 10 e um kit de intubação IV, por favor. — Como a enfermeira não se mexeu, Alex gritou novamente.
— Olivia, mexa-se! — Alex chamou.
— Não estou ajudando, só estou aqui embaixo ajudando com o transbordamento da gripe. — A enfermeira explicou.
Enquanto Helena olhava ao redor, encontrando várias pessoas doentes, ela pegou o bebê no colo. — Hum... Ok, não vamos deixar um bebê prematuro doente neste pronto-socorro. — Ela murmurou para Alex.
O menino pegou o bebê, começando a sair com Helena atrás dele.
— Ele tem que ser admitido, você não pode simplesmente levá-lo! — Olívia avisou.
— Eu vou cuidar disso, ok? Apenas chame Addison Shepherd, diga a ela para nos encontrar na UTIN, por favor. — Helena tranquilizou a menina.
★
Na UTIN, Addison entrou. — Campos, Karev, o que temos?
— Recém-nascido prematuro com petéquias. Contagem de plaquetas de 17 mil. — Ela informou.
— 17 mil? Você transfundiu plaquetas?
— Sim, mas não ajudou. — Helena informou.
— Onde está a mãe?
— Não sei. — O estagiário respondeu.
— Dr. Karev, não estou perguntando onde está a mãe por causa da minha saúde, espero que use seu cérebro! Onde está a mãe?
— Dra. Shepherd, eles o deixaram em uma lata de lixo em uma escola. — A garota explicou, com o coração pesado.
— Eles o deixaram em uma lata de lixo. — A atendente sussurrou.
— Ele tem algum sangramento intra-abdominal, devo fazer mais alguns exames? — Perguntou Alex.
— Preciso de uma ultra-sonografia estatística e para você infundir 2 g de IVIG se não houver sangramento craniano. Então descubra onde está a mãe, precisamos de um teste de anticorpos plaquetários maternos. — A atendente ordenou.
— Você pode apenas fazer uma cirurgia para corrigir o sangramento abdominal? — Perguntou Alex.
— Se eu quisesse matá-lo, eu poderia fazer isso. — A atendente respondeu secamente. — Droga.
— Quem faz isso? — A baixinha sussurrou para si mesma.
— Dra. Montgomery-Shepherd? — Olivia entrou na sala. — Há algumas pessoas aqui sobre o bebê.
— Ok. Helena, você está comigo. — As mulheres saíram da sala.
Ao entrarem no saguão, encontraram quatro meninas, talvez de 13 anos, e seus pais.
— Sou a Dra. Montgomery-Shepherd e este é a Dra. Campos, estamos tratando do recém-nascido. Ele tem uma doença de sangue emergente, precisamos saber de quem é o bebê com quem estamos lidando. — O atendente explicou.
— Sim, todos nós gostaríamos de saber disso. — Uma das mães falou, virando-se para a filha. — Sarah, fale.
— Eu não sei nada sobre nenhum bebê, mãe.
— Nenhuma de nós sabe. — Outra garota entrou.
— Bem, um de vocês deve saber alguma coisa, ou você não estaria aqui. — Helena virou-se para as meninas.
— Nossas meninas... A diretora disse que elas foram as últimas no banheiro antes que o bebê fosse encontrado. Então nós pensamos em trazer elas aqui antes da polícia aparecer. — Um dos pais disse aos médicos.
— Um de vocês sabe. E é melhor você confessar. Eu não quero que minha Lisa se meta nisso. — O pai avisou.
— Olha, a polícia estará aqui em breve, você não pode simplesmente fazer algum tipo de teste de DNA para que o resto de nós possa sair daqui?
— Não, os resultados de DNA levam dias e o estado do bebê é emergente. — A estagiária explicou.
— Francamente, não estou preocupado em tirar o resto de vocês daqui. Se este bebê não for tratado, ele vai morrer. Agora, posso fazer exames vaginais em cada uma das meninas. — A atendente acrescentou.
— Minha filha tem quatorze anos. Ela não é sexualmente ativa e eu não vou permitir que você viole o corpo dela. — Uma mãe disse.
— Você não vai ter porque você sabe que é sua filha. Eu te digo uma coisa, você tem o meu consentimento para fazer o que for preciso para provar que minha Lisa é inocente. — O pai discordou.
— A vida de uma criança está em perigo aqui. — Addison virou-se para as meninas. — E não é do seu consentimento que eu preciso.
— Nós não fizemos nada de errado. Só porque estávamos lá, não significa que é nosso bebê. — Uma delas falou.
— Nós parecemos o tipo de garota que engravida e joga os filhos no lixo?
— Veja, não há um tipo de garota para fazer isso. Mas se vocês foram as últimas, vocês devem saber alguma coisa. E para nós salvarmos a vida de uma criança, é essencial que vocês contem para nós. — Helena franziu as sobrancelhas, tentando explicar.
★
— Leis de porto seguro. Tudo que essas garotas tinham que fazer era deixar o bebê em um quartel de bombeiros ou em um hospital... Agora está uma bagunça. — Addison disse ao chefe.
— Quero dizer, elas têm quatorze anos. Eu não acho que elas sabem sobre as leis de porto seguro. — Helena sussurrou.
— Quais são as nossas opções aqui? — O homem perguntou.
— Tipo de sangue. Tiramos uma amostra de cada uma das meninas, o tipo sanguíneo do bebê é O duplo. Se as meninas são A ou B, significa que não é delas. — sugeriu Addison.
— Então faça. — O chefe aceitou.
★
Helena e Addison agora olhavam para o bebê, a baixinha falando. — Como eles não sabiam? Como os pais não perceberam que sua filha estava grávida? —
— Você ama seus filhos, você quer ver o melhor neles. — Explicou Addison.
— Aquelas garotas devem ter entrado em pânico. Quero dizer, essa é a única razão que vejo para elas jogarem um bebê em uma lata de lixo. — Helena suspirou.
— Sim. Você entra em pânico, você congela e quer esconder e fingir que não aconteceu. Eu entendo. — A atendente admitiu.
— Você faz?
— Eu sei. Eu só não entendo o que acontece depois. Eu não entendo como elas voltam para a aula e fingem que está tudo bem quando tudo não está bem. — Addison disse à garota.
— Eu não acho que eu poderia ter feito isso. Apenas finja que eu não estava grávida para todo mundo, especialmente aos quatorze anos. A garota deve ter ficado tão assustada. — A estagiária tentou demonstrar empatia quando uma enfermeira entrou, entregando-lhe os resultados do laboratório. — Karen e Lisa não combinam.
— E então falta duas — Addison e ela saíram da sala.
★
Quando Karen e Lisa saíram da sala, as outras duas meninas e suas mães ficaram para trás.
— Bem, é óbvio então. Este bebê não pode ser de Shannon. Olhe para ela! Ninguém pode ficar no tamanho dois e estar grávida. — Uma das mães disse. — Confie em mim, eu tentei.
— O que você está dizendo? — A outra perguntou.
— Só que Sarah é um pouco gordinha.
— Pelo menos ela não está dormindo por aí.
— Ouça, estamos com pouco tempo. — A atendente interrompeu.
— Shannon nem pensava em garotos até começar a sair com Sarah. — As mães continuaram.
— Você tem coragem.
— Preciso lembrar a vocês duas quem são os adolescentes aqui? — A atendente perguntou mais uma vez.
— Ela começou. — Uma das mães discutiu.
— O suficiente! — Helena falou, sua voz de comando. — Vocês duas jovens vão vir conosco agora. — Como as meninas não se mexeram, ela avisou. — Eu não vou dizer isso de novo, ou vocês dois vêm comigo ou eu vou buscá-los e levá-los lá eu mesmo. — Percebendo que a médica estava falando sério, as meninas se levantaram e acompanharam Helena e Addison.
Assim que chegaram à UTIN, as meninas viram o bebê.
— Ali está ele. — disse Addison. — É seu filho. Eu quero que vocês duas olhem para ele. Porque não é verdade que vocês não fizeram nada de errado, vocês duas estão erradas. Você está errada por encobrir isso, você está errada por mentir sobre isso, você está errada por deixar isso bebezinho, esse menino doce, inocente e lindo sofre assim.
— Ele está morrendo. Ele está morrendo e a culpa é sua. E a questão é que, eventualmente, a verdade virá à tona. Podemos fazer testes de DNA, eles levam apenas alguns dias. E até lá, você não terá sido responsável por abandonar um bebê, você terá sido responsável por matar um. — Helena assumiu.
— Shannon. — Sarah falou, fazendo Shannon olhar para elas, com os olhos marejados.
As médicas soltaram um suspiro de alívio, Helena correndo para abraçar a menina. — Obrigada. Você pode ter acabado de salvar este bebê, Shannon.
★
Quando Helena chegou em casa, ela encontrou Izzie ainda no chão do banheiro. Ao entrar no banheiro, ela se deitou ao lado dela no chão, suspirando.
— Sabe, eu não tenho certeza do que dizer para você, Izzie. — sussurrou Helena. — Eu não sei como fazer você se sentir melhor, porque eu sei, agora, é uma droga.
Depois de um momento de silêncio, Izzie falou. — Como você fez isso?
— Como eu fiz o quê? — A garota baixinha perguntou, olhando nos olhos da garota.
— Eu sei que seu pai morreu. Eu sei que você foi estuprada. Eu sei que você passou por algumas coisas. Como você passou por isso? Como você sobreviveu? — A loira perguntou, com os olhos marejados.
— Bem, no começo eu não pensei que iria. Então eu apenas me concentrei em passar o próximo minuto, então passar a próxima hora, passar o dia seguinte. Até que, eventualmente, eu pude me ver passando por meses e anos. Você começa com pequenos passos e luta para, um dia, poder dar os grandes. — Ela suspirou, agora com lágrimas também ameaçando derramar. — E então, concentrei-me nas pessoas que amava. Concentrei-me no meu irmão mais novo, na minha mãe e amigos. Concentrei-me em como eles ainda precisavam de mim. E minuto a minuto, dia a dia, mês a mês, as coisas melhoram. A dor nunca passa, mas melhora.
— Ok. — sussurrou Izzie. — Só no próximo minuto?
— Apenas no próximo minuto. 60 segundos. — Helena confirmou, assentindo.
— Então estou pronto, Lena. Só no minuto seguinte.
Quando a loira se levantou, Helena a ajudou e a tirou do vestido, preparando-a para o banho.
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