021
˖࣪ ❛ SEGUNDA TEMPORADA
— 21 —
— A PROPÓSITO, SOU Helena Campos. Você? — Ele deixou seus olhos mais leves sobre ela por um pouco mais do que o normal, e mal conseguiu conter um sorriso ao responder
— George O'Malley. Prazer em conhecê-lo, Helena.
———
Ao chegar em casa, Helena foi imediatamente para o quarto de George, ansiosa para passar um tempo com o namorado.
— Oi, Georgie. — Ela o cumprimentou enquanto se sentava nas coxas dele na cama, montando nele enquanto sorria.
— Lena! — Ele respondeu, sendo cortado pelos beijos dela.
Uma vez que ela percebeu que o garoto não estava beijando ela de volta, ela se afastou e segurou seu rosto com um leve sorriso ainda em seu rosto. — O que está errado? — O garoto pareceu engasgar um pouco, sem retribuir o beijo. O rosto de Helena estava agora completamente sério. — Georgie, o que é? Fale comigo.
— Eu... Lena, eu sinto muito. Eu te amo, você sabe disso. — O menino murmurou, enquanto as sobrancelhas de Helena franziam em preocupação.
— Sim, eu também te amo. O que há de errado? Estou começando a ficar realmente preocupado. — Ela disse, seu rosto franzido em preocupação.
— Oh Deus, eu sinto muito, Lena. Eu estava bêbado e não queria, mas eu... Eu fiquei com Meredith. — Com isso, a menina engoliu em seco e sentou-se na cama ao lado do menino, em vez de em suas pernas.
— Você... Me desculpe, você o quê? — Ela perguntou, engasgando um pouco.
———
— Eu simplesmente tenho que ver o que há de bom no mundo. Eu só... Eu penso demais às vezes.
— Eu sei que você gosta. É uma das muitas coisas que faz você... Lena. — Eles compartilharam um sorriso e a menina colocou a cabeça no ombro do menino, encontrando conforto em sua mão e seu silêncio.
———
O quarto estava em silêncio enquanto o casal agora estava sentado em lados opostos da cama, a chuva garoando do lado de fora da janela do quarto.
— Eu... — A voz de Helena falhou quando ela limpou a voz antes de começar de novo. — Eu preciso que você me diga o que aconteceu.
— Lena... Eu te disse, nós ficamos juntos. — Ele falou, sua voz quase tão quebrada quanto a da garota.
— Ficar pode significar muitas coisas, Georgie. — Ela zombou, sorrindo tristemente. — O que aconteceu?
— Lena, por favor, eu não- — Ele implorou.
— Não. Georgie, não. Eu preciso saber o que aconteceu.
O menino limpou a garganta antes de olhar para explicar. — Nós estávamos bêbados. Nós dois estávamos bêbados. Eu não... Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas, nós começamos... Nós começamos a nos aproximar um do outro e então... Então nós nos beijamos.
Uma lágrima escorreu pelo rosto de Helena e ela correu para enxugá-la, tentando manter a compostura. — Quem beijou quem?
— Lena, por favor, isso realmente importa? — O menino implorou.
— Sim. — Ela levantou a voz para quase um grito quando se levantou e ele fez o mesmo, ambos de pé em lados opostos da cama. — Sim, isso importa, Georgie. Importa porque... — Algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto enquanto ela tentava manter a voz firme. — Importa porque eu preciso entender isso, ok? Eu preciso entender o que aconteceu.
— Eu... Lena, eu sinto muito... Eu... Fui eu. Eu a beijei. — Ele admitiu quando começou a chorar.
— Ótimo. Apenas... Ótimo. — Ela suspirou. — E depois o que aconteceu?
— A última coisa que eu queria era te machucar, Lena... Eu sou-
A garota levantou a mão como se quisesse interrompê-lo. — Não, Georgie, não torne isso mais difícil. — Ela engoliu em seco antes de falar novamente. — E depois?
— Eu... — George deixou outra lágrima cair. — Meredith terminou. Ela não me beijou de volta. — Ele admitiu, cheio de arrependimento e culpa.
Helena chorava agora abertamente, respirando fundo e calmamente. — Você teria parado se ela não tivesse? Ou você... Você teria- — Ela não conseguiu dizer as palavras, um nó se formando em sua garganta.
— Lena, eu-
— Por favor, Georgie. Por favor, eu preciso que você seja honesto, ok? — Ela implorou.
— Eu não acho... Não, eu não acho que teria parado. — Helena recostou-se na cama, enterrando a cabeça nas mãos, chorando silenciosamente, pois a chuva era o único som no quarto.
———
— Eu já posso ver, nós dois já com uniforme azul escuro e você ainda tendo que cuidar de mim. — Ambos riram.
— O mesmo aqui. Você sabe, você é uma das únicas pessoas com quem eu posso realmente baixar a guarda. Eu aprecio isso. — A garota sorriu para ele suavemente.
O menino sentou-se ao lado dela, a cabeça caindo em seu ombro. — Obrigado por sempre cuidar de mim, Lena. Eu não sei o que faria sem você.
———
Sentada no sofá da sala, Helena perguntou ao menino, quebrando o silêncio. — Por que?
— O que? — Ele perguntou, um pouco assustado.
— Por que você fez isso? Por que você a beijou?
— Eu não... Eu estava bêbado, Lena. — Ele começou.
— Georgie, nós dois sabemos que essa não é toda a verdade. Você não teria feito isso sem uma razão. — Ela sussurrou, sua voz um pouco rouca.
— Eu não sei... Eu, eu acho... Eu acho que eu nunca pensei em mim como alguém que pudesse conseguir mulheres bonitas. E, você sabe, Meredith é-
— Então, eu não era o suficiente? — A portuguesa perguntou, com um nó na garganta. — É porque ela é loira e tem olhos azuis? É porque ela é americana, não tem sotaque? É porque eu sou mais cheia, porque eu certamente sou maior... É isso? Eu não-
— Não, claro que não é isso que eu quero dizer. Você é linda, Lena. Você é tão linda e eu amo suas curvas, você sabe disso. Mas eu... Quando eu pensei que talvez Meredith estivesse interessada, eu não pude. Eu vi essa linda garota prestando atenção, bem... Em mim, e eu não sabia como não atirar. — Helena agora estava chorando abertamente, fungando levemente.
— E eu não sou toda essa garota americana. — Ela murmurou para si mesma. Logo após se mudar para a América, sua aparência e sotaque às vezes eram comentados, algo que havia deixado uma marca.
— Eu não estava pensando direito, eu estava bêbado e eu... Eu sinto muito. Eu nunca quis te machucar. Eu só queria poder voltar atrás.
Ele se moveu para enxugar as lágrimas de Helena, mas ela recuou. George deixou a mão no ar, com o coração partido por ter ferido a mulher que amava tão profundamente.
———
Quando ele se inclinou para ela, Helena fez o mesmo e eles trocaram um beijo suave por alguns momentos. Uma vez que eles se afastaram, o menino segurou o rosto dela com a mão enquanto ela ria. — Isso, eu, uh, eu, quer dizer, foi... — O garoto murmurou.
— Foi ótimo. — Ela completou. — Foi como voltar para casa.
———
O casal estava agora na cozinha, um silêncio constrangedor caindo entre eles enquanto se sentavam nas pontas da mesa, a única luz na sala vinha do lustre amarelado acima deles.
— Você teria dormido com ela. — A garota sussurrou para si mesma enquanto seu dedo percorria as bordas do vidro na frente dela.
— Lena, por favor, não- — O menino implorou.
— Não, Georgie! Você não pode dizer nada agora, ok? — Ela gritou com ele. — Você sabe que isso é o que mais dói. Esqueça minhas estúpidas inseguranças e o fato de que você a beijou. É que, se ela não tivesse parado você, você teria dormido com ela. — Ela começou a chorar mais uma vez e George se levantou. — Saber o quanto o sexo significa para mim, saber que você foi o primeiro homem com quem estive desde que fui estuprada, saber que confiei em você algo tão íntimo para mim... Não tinha parado você. — Ela levou a mão aos lábios, tentando se acalmar. — Sabe, não é justo com ela também. Ela tinha que ser uma boa amiga quando você não podia ser um namorado fiel.
— Ah, Lena...
Sua voz se elevou novamente. — Não posso acreditar... Juro que não posso acreditar como poderias ter dormido com ela sabendo o que significa para mim... — A garota baixinha havia mudado para o português com sua raiva, as mãos correndo pelos cabelos enquanto andava de um lado para o outro. mesa da cozinha. — Como você pôde ter feito isso, sabendo o quanto isso significava? — Ela agora estava gritando com o menino, com o coração partido.
— Lena, eu sinto muito. Eu sinto muito, eu te amo. — Ele sussurrou.
A garota se encolheu com essas palavras, lágrimas caindo de seus olhos consecutivamente, enquanto ela baixava a voz para um sussurro. — Não. Não diga que me ama, Georgie, você não pode. Você não machuca as pessoas que ama assim, você não... Você não as destrói.
———
— Eu confio em você. Eu me sinto segura com você. Mas eu só preciso que você vá devagar e seja gentil, pelo menos por enquanto, ok? Me desculpe.
— Ei, não se desculpe! Não é sua culpa, isso nunca deveria ter acontecido com você. Você não precisa se preocupar, eu vou devagar e se você precisar que eu pare é só me dizer, ok? — O menino perguntou, segurando o rosto dela com a mão.
———
A sala de estar estava escura, apenas uma lâmpada distante os iluminava. Das janelas, ouvia-se o som de trovões distantes, junto com os pingos de chuva atingindo o grupo. Sentada em cantos diferentes da sala, a voz de George tirou Helena de seus pensamentos.
— E agora? — Ele perguntou baixinho e baixinho, quase com medo da resposta.
— Eu não... Eu não sei. — Ela sussurrou. — Eu te amo. Você sabe que eu amo, eu ainda amo você, isso não mudou. Mas eu não... Eu não sei mais como fazer isso. — Helena chorou, lágrimas caindo dos olhos do menino também. — Eu não sei como estar com você quando eu sei que você estaria com outra pessoa. Eu não sei como te beijar quando eu sei que você beijou outra pessoa. Eu não sei como fazer amor com você quando eu sei que você teria feito o mesmo com outra pessoa... — O menino chorou silenciosamente. — Sabe, talvez fosse melhor se você estivesse apaixonado por ela. Pelo menos então você teria nos jogado fora por alguma coisa. Pelo menos você teria agido como se quiséssemos dizer alguma coisa.
— Lena, eu não... Nós queremos dizer alguma coisa. Nós queremos dizer... Nós queremos dizer tudo. — Sua voz soava quase tão quebrada quanto seu coração se sentia. O pior de tudo, ele sabia que era tudo sobre ele.
— Você sabe o que eles dizem, ações falam mais alto que palavras... — A garotinha enterrou a cabeça nas mãos em pensamento, mordendo o lábio inferior. — Olha, eu não posso mais fazer isso, não depois do que aconteceu. Eu não confio mais em você. Não depois... Você prometeu que nunca me machucaria e então você faz isso. Não seria justo qualquer um de nós para eu ficar... Desculpe, George, acabou... Acabou. — George estremeceu com o fato de a garota o ter chamado pelo nome, em vez do geralmente amoroso Georgie. Helena deixou as lágrimas caírem ao perceber que acabou de terminar seu relacionamento com o homem que amava. Realmente acabou.
———
— Você é meu pombo. Eu te amo. — Ela disse pela primeira vez, palavras que ela vem sentindo há algum tempo.
— Eu também te amo. — O menino a beijou, o sol nascente atrás deles.
———
A garota baixinha bateu na porta de Meredith levemente.
— Sim? — Ela ouviu a voz da loira responder de dentro de seu quarto.
— Mer? — Ela entrou no quarto. — Eu não... Eu só... Obrigada. — Ela sussurrou quando uma lágrima caiu em seu rosto.
— Ah, venha aqui, Lena. — Ela fez sinal para a garota se juntar a ela em sua cama e a morena se sentou ao lado dela. — Você não tem que me agradecer, ok? Eu fiz o que qualquer pessoa decente faria. — Ela explicou, acariciando as mechas morenas em seu ombro.
— Nós... — A garota começou, chorando novamente. — Nós terminamos. Na verdade, acabamos de terminar-
Meredith a silenciou confortavelmente enquanto elas se sentaram em silêncio por algum tempo, ouvindo a chuva que estava caindo do lado de fora do quarto do loiro.
— Mer? Posso ficar com você, só esta noite? Eu só não... Eu não quero ficar sozinha agora. — A garota baixinha perguntou, sua voz rouca e quebrada.
— Claro, Lena. Apenas durma, estou bem aqui. — Doeu para Meredith ver sua amiga normalmente forte soar tão quebrada.
Enquanto Helena se enroscava em si mesma, com o coração ainda dolorido, ela sussurrou para a amiga. — Sabe, ele disse que teria dormido com você se você não o tivesse impedido. Ele teria dormido com você sabendo o quanto significava para mim poder fazer sexo com ele, depois do que aconteceu. — Ela gritou, sua amiga olhando para ela preocupada. — Ele foi o primeiro homem com quem eu estive, você sabe, depois-
— Oh, Lena. Eu sinto muito. — Ela passou a mão sobre a cabeça da menina. — Apenas tente dormir um pouco, ok? Estou bem aqui.
E assim, Helena Campos adormeceu no quarto da amiga, com o coração pesado e o espírito despedaçado, sabendo que, mais uma vez, não tinha sido suficiente.
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