019
˖࣪ ❛ SEGUNDA TEMPORADA
— 19 —
HELENA CAMPOS TEVE experiências de quase morte suficientes para saber que não eram, de fato, agradáveis. Do pânico à dor, nada disso era algo que ela gostaria de repetir. No entanto, por alguma cruel reviravolta do destino ou por azar, ela continuava se encontrando em tais situações. Hoje, ela estava em uma sala de cirurgia com uma bomba que poderia explodir a qualquer momento.
— Você percebe o quão estúpido isso foi? — Dylan perguntou a Meredith, cuja mão estava dentro de uma cavidade corporal com uma bomba.
— Foi Mer, incrivelmente estúpido. — Cristina concordou.
— Vamos lá, eu estou supondo que não é útil. — Helena implorou, sua voz ligeiramente trêmula.
— Sim, você sabe quando você não precisa tirar sarro? Quando você tem sua mão dentro de um corpo que tem uma bomba e um estranho está prendendo uma jaqueta com velcro em seus peitos.
— Você tem um senso de ironia. — O membro do esquadrão antibombas disse a estagiária loira.
— Só quando as coisas são realmente irônicas. — Ela respondeu. — Eu tive um pressentimento.
— Eu também. — A garota baixinha sussurrou em realização. — Oh Deus, eu tive um pressentimento. — Ela começou a rir, todos olhando em choque com a resposta inadequada. — A única vez... — A risada a interrompeu e ela se inclinou um pouco, tentando se conter. — A única vez que meu sentimento é realmente real e não apenas um produto da minha ansiedade, optei por ignorá-lo e apenas tomar tranquilizante. — Sua risada começou a desaparecer. — Eu... Sinto muito, não é engraçado. Apenas irônico.
Quando o Dr. Burke entrou na sala de cirurgia, ele se aproximou de Cristina. — É hora de você ir.
— Não, eu vou ficar. — Ela argumentou.
— Nós temos tudo sob controle. Cristina, está não é outra cirurgia legal. Esta munição pode explodir e matar todos nesta sala. Entendeu? Você não pode estar aqui. — Ele argumentou, preocupação em sua voz.
— Você acha que isso é sobre cirurgia? — Ela zombou.
— Cristina, eu não posso fazer isso com você aqui. — Ele baixou a voz para um sussurro. — Eu não consigo pensar.
A estagiária olhou para suas amigas, a mais baixa falando. — Eu vou assumir para você, ok? Eu vou ventilar ele, não se preocupe.
— Nós ficaremos bem. — A loira a tranquilizou. — Tudo bem.
— Você sabe como nos filmes, como sempre há um herói e depois há o outro cara? Você sabe, o cara que vê o perigo e corre na direção oposta? Seja o outro cara. — A asiática implorou a ele, os olhos das três estagiárias cheios de lágrimas, enquanto ela saía.
— Então, você tem um plano certo? Você sabe como me tirar disso, certo? — Meredith perguntou a Dylan.
★
Enquanto Helena ensacava o paciente, Burke e Dylan sussurravam entre si. Desconfortáveis com a situação, os internos se entreolharam, a menina menor se mexendo.
— Pare com isso! — Falou Meredith. — Eu não sou um paciente e nem Lena. Vocês dois estão olhando para nós do jeito que olhamos para os pacientes. Como se eu fosse surtar a qualquer minuto. Nós não vamos surtar, então seja lá o que for me diga direto.
Burke se aproximou das meninas. — A linha principal de oxigênio passa diretamente por baixo desta sala.
Helena exalou e fechou os olhos enquanto Meredith falava. — Ok... — Olhando para o rosto da amiga, ela questionou. — Não está tudo bem?
— Não, não está. — Ela suspirou.
— Bem? Acho que significa é que se a bomba explodisse sobre a linha de oxigênio, todo o hospital poderia explodir. E isso é uma loucura, certo? — A loira perguntou.
Ninguém respondeu. Na verdade, não era loucura.
★
Enquanto eles se moviam pelo corredor, Helena ventilando o homem e Meredith com a mão no corpo, eles sabiam que qualquer movimento poderia detonar a bomba.
— Você está indo bem. — Dylan disse a ela.
— Vamos passar por isso de novo. — Falou Meredith.
— O dispositivo tem a forma de um foguete com cerca de 20 centímetros de comprimento. Teremos tudo pronto: a equipe do Dr. Burke estará no lugar, minha equipe estará no lugar. Você tem no Sr. Carlson, enrole-o em volta do dispositivo-
— E puxe-o para fora. — A loira concordou.
— Nível. Puxe-o para fora mantendo-o nivelado.
— Você sabe que eu não gosto muito de você. — Meredith comentou.
— Eu também não gosto de vocês dois. — O homem respondeu.
— Bem, essa é a primeira vez. — Meredith brincou. — Todo mundo gosta de Helena.
Nesse momento, Cristina parou na frente da mesa móvel. — O que você está fazendo?
— Pare, exatamente onde você está. — Dylan ordenou. — Eu pensei que o Dr. Burke disse para você ir embora.
— A outra sala de cirurgia estava logo acima da linha de oxigênio. — A baixinha tentou explicar, vendo o pânico no rosto da amiga.
— Então, estamos nos mudando para uma sala de cirurgia mais distante. Você sabe, no caso de explodirmos. — Meredith acrescentou.
— Eu me lembro claramente dele dizendo para você ir embora. — O chefe do esquadrão antibomba apontou.
— Onde ele está? — Ela perguntou.
— Ele está preparando a sala de cirurgia. — A loira disse a ela.
— Então nunca saberemos, não é? — Os olhos de Cristina se encheram de lágrimas.
— Você fica aí. — Dylan perguntou, enquanto retomavam o movimento.
— Diga-nos uma coisa. — perguntou Meredith.
— O que?
— Cristina, estou com a mão em uma bomba, estou enlouquecendo. E realmente preciso fazer xixi. Lena está ventilando um homem com uma bomba dentro dele. Conte-nos qualquer coisa.
— Ele me disse que me amava. Ontem à noite, ele pensou que eu estava dormindo, mas eu o ouvi dizer isso. — Helena sorriu com a revelação.
— Burke te ama? — Meredith pergunta.
— Eu sabia que ele faz. — Helena sorriu.
— Claro que sim, Baby Einstein.
— Burke te ama. — A loira concordou.
— Então você vai dizer isso de volta? — A pequena respondeu.
— Claro que não. Ele não disse isso para mim, ele disse para mim dormindo. A reciprocidade não é necessária. Além disso, ele pode explodir.
— Bem notado.
— Excelente ponto. — Ambos os estagiários disseram em uníssono.
— Você tinha que dizer que ia morrer hoje? — Cristina perguntou a eles, dor em sua voz.
— Eu te disse. — Meredith respondeu
— Cristina? — A baixinha olhou para ela. — Eu sei... Eu sei que vamos ficar bem, mas por favor... Se alguma coisa... — Sua voz falhou. — Apenas diga a Georgie que eu o amo, ok? E que ele vai ficar bem.
— Ok, bebê Einstein. — Sua voz falhou também. — Eu vou.
★
Assim que chegaram ao quarto, Dylan tentou convencer Helena a sair. — Helena, você pode ir agora.
— Eu não vou a lugar nenhum, não até que Meredith possa vir também. — Ela respondeu, erguendo a sobrancelha.
— Dra. Campos. — Burke começou. — Você não é necessário.
— Não, eu não vou. — Ela olhou para Dylan. — Eu não quero fazer seu trabalho mais difícil e eu não vou, eu vou ficar fora do caminho. Mas eu não vou deixar Meredith. — Meredith abriu a boca, mas a estagiária não a deixou falar. — Você precisa de alguém que te ame aqui com você. Além disso, eu cuido de você. Eu cuido de todos vocês, é o que eu faço, Não sei como. Então não vou embora até que nós dois possamos sair desse inferno. — Ela se virou para o chefe do esquadrão antibomba. — Até então, ficarei fora do seu caminho.
— Tá bom. — O homem cuspiu.
— Estamos prontos quando você estiver. — Burke informado.
— Estamos bem. Meredith?
Ela olhou para a amiga com gratidão, os olhos lacrimejando. — Sim.
— Eu vou estender o ferimento. Quando eu cortar, o bipe vai se intensificar. Se você quer salvar o Sr. Carlson, você tem que puxar a munição imediatamente. — O atendente disse a ela.
— Mas lembre-se, você o remove enquanto o mantém o mais nivelado possível. Agradável e fácil, sem movimentos rápidos. Nivelado. — Dylan acrescentou.
— Certo, nivelado. — A loira concordou, Helena respirando fundo e calmamente.
— Preparar?
— Eu, uh... Você tem escolha?
— Você tem que estar pronto.
— Sim, eu acho... — O estagiário mais velho concordou. — Acho que estou pronto.
Depois de fazer o corte, o atendente os avisa. — Eu estou bem, ela pode ir.
— Tudo bem, agora, Meredith. Enrole sua mão ao redor do cone do nariz. — Na falta de uma resposta, ele repetiu. — Meredith?
— Mer? — A estagiária olhou para a amiga.
— George, você e Izzie não deveriam sair de casa.
— Meredith... — Os olhos da garota se encheram de lágrimas.
— Você deveria ter certeza. Certifique-se de que eles fiquem na casa. — A loira virou-se para Dylan.
— Grey? A pressão dele está caindo. — Burke avisou.
— Eu não posso... Não posso, isso é loucura. Lena, você vai embora. Vá. Todos vocês deveriam ir.
— Ninguém vai morrer hoje. — Helena disse a ela, mais ainda tentando se convencer.
— Meredith, eu quero que você olhe para mim. — Dylan perguntou. — Eu sei que isso é ruim e eu sei que eu sou esse idiota que está gritando com você o dia todo. Então você finge que eu não sou. Você finge que eu sou alguém que você gosta. O que você precisar, mas você precisa ouvir. Olhe para mim. — Ele deu-lhe alguns conselhos.
Quando a mão de Meredith começou a se mover, Helena engoliu em seco, enquanto observava a munição sendo removida. A sala de cirurgia ficou em silêncio enquanto ela entregava a bomba a Dylan, uma lágrima escorrendo pelo rosto.
— Você fez bem. — O membro do esquadrão antibomba disse a ela. — Todos vocês, vocês fizeram bem.
Quando Burke começou a trabalhar no paciente, Helena seguiu o esquadrão antibombas até a porta, Meredith ligeiramente atrás dela. Ela estava exalando com alívio quando, de repente, a bomba explodiu. A garotinha voou para trás, com a cabeça batendo no chão, enquanto tudo escurecia.
★
Tudo era branco. Ao seu redor, era tudo o que ela podia ver, aquele espaço infinito cheio de luz. Ela olhou em volta, assustada, ao perceber o vazio do espaço.
— Lena? — Ela ouviu uma chamada de voz atrás dela. Ela o reconheceu imediatamente, mesmo com todo o eco.
— Papai? — A garota se virou, os olhos cheios de lágrimas. — Papai! — Ela correu para abraçá-lo. Enquanto ela enterrava o rosto em seu peito, tudo parecia o mesmo de quando ela era pequena, desde o cheiro até o toque.
— Pequenina... — Ele sussurrou. — Minha menina, você cresceu tanto.
— O que é isso? Estou... Estou morta? — Ela perguntou, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto enquanto ela não ousava soltá-lo.
— Não, pequenina. Ainda não. Você vai acordar logo. — Ele sussurrou quando ela se afastou, segurando seu rosto. — Eu só queria te visitar.
— Papai, eu sinto tanto a sua falta. Todos os dias. — Ela disse a ele, chorando.
— Eu sei que você faz. — Ele beijou o topo de sua cabeça. — Eu também sinto sua falta, mas ainda não é a sua hora. Estou tão orgulhoso de quem você se tornou. —
— Isso é tudo que eu sempre quis. Deixar você orgulhoso. — Ela o abraçou novamente, deixando-se envolver pela sensação de ser abraçada por ele, enquanto chorava.
Ele a abraçou forte e a silenciou. — Eu sei, eu sei. Mas é hora de você voltar, agora. É hora de você acordar.
— Papai, só mais um pouco. Eu não quero me despedir de novo ainda. — Ela implorou, quase como costumava implorar para ficar acordada desde criança.
— Está tudo bem, você não vai se lembrar disso quando acordar. Adeus por enquanto, pequenina. Nunca duvide que eu te amo. — Com isso, ela sentiu seu começo a desaparecer em seus braços, quando ela começou a ouvir um bipe distinto à distância.
★
Quando ela voltou a seus sentidos, ela podia ouvir o bipe de um monitor cardíaco. Levou um tempo para ela perceber que era seu monitor cardíaco.
Assim que abriu os olhos, viu George segurando sua mão. — Georgie? — Ela perguntou, sua voz rouca.
— Lena. Oh, você está bem. — Ele se moveu para beijá-la nos lábios com ternura. — Eu estava tão preocupado. — Seus olhos se encheram de lágrimas e ele segurou o rosto dela.
— Eu estou bem, Georgie. — Ela tranquilizou. — Como está Meredith? Como estão Bailey e Tucker?
— Meredith está bem. Ela já foi para casa. — O menino sussurrou.
— Há quanto tempo estou fora? — Ela perguntou, esfregando a cabeça.
— Apenas algumas horas. Dr. Shepherd disse que você está bem. — Ele disse a ela, sua voz suave, enquanto uma lágrima caía de seus olhos. Helena se move para limpá-lo. — Bailey está bem, ela tem um lindo menino. E a cirurgia de Tucker quando tudo bem.
— Bom. — Ela sorriu para ele. — Oh, Deus, eu estava com tanto medo. Eu estava com tanto medo de morrer, todos nós íamos morrer. — Helena sussurrou, sua voz falhando quando uma lágrima escorreu pelo seu rosto. — Eu sou tão estúpida. Tive um pressentimento e pensei que estava apenas ansiosa. Tive um pressentimento. — Ela gritou, enquanto George a abraçava e passava a mão pelo cabelo dela, balançando um pouco em seu abraço.
— Você está bem. Estamos todos bem, Lena. Eu te amo.
— Eu também te amo, Georgie. Por favor, nunca me deixe.
— Eu não vou. — Ele prometeu. — Eu não vou, nunca.
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