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017

˖࣪ ❛ SEGUNDA TEMPORADA
— 17 —

QUANDO HELENA SE sentou no sofá, ela viu Meredith descendo as escadas. Era manhã de Ação de Graças e todos os estagiários deveriam ajudar Izzie a preparar jantar, a família de Helena se juntando a eles no final do dia.

— Você está se esgueirando! — A baixinha acusou a loira.

— Eu... Ok, sim, por favor, não conte a Izzie. — Ela implorou.

Só então, a ex-modelo a parou. — Ei. O que você pensa que está fazendo?

— Eu vou... — Assim que a campainha tocou, Meredith usou isso como desculpa. — Atender a porta.

Olhando para a bolsa da mulher, Izzie percebeu. — Você vai para o hospital? — Helena se levantou do sofá e largou o livro, pronta para ir atender a porta. — Meredith, todo mundo deveria estar na cozinha às 9 da manhã para me ajudar a fazer o jantar. É ação de graças! — Ela reclamou, Helena abrindo a porta com um olhar confuso, ao encontrar três estranhos olhando para ela.

— É aqui que Georgie mora? — O homem mais velho perguntou.

— Georgie? O'Malley? — A baixinha perguntou, ao aceno do homem ela respondeu. — Sim, ele deve estar lá em cima.

Nesse momento, os homens passaram por ela, cantando em voz alta. — O'Malley! O-Ma-Lley! — Eles subiram as escadas, enquanto Helena os olhava confusa.

— Devemos chamar a polícia? — Izzie brincou.

Aproveitando a oportunidade para sair, Meredith foge e, ao som da porta se fechando, as meninas se viram. — Meredith! Estou falando sério, você precisa estar de volta aqui para jantar às seis, estou falando sério!

— Isso era... Seus irmãos e pai? — A garota baixinha inclinou a cabeça, subindo as escadas para encontrar o garoto.

— Hum, oi! — Ela entrou na sala, os homens ainda cantando.

— Lena! Isso, bem, são meu pai e meus irmãos. — Ele murmurou.

— Lena? Como Helena? — O homem se virou para cumprimentá-la. — Como a Helena de Georgie?

— Sim, oi, deve ser eu. — A garota baixinha riu enquanto estendia a mão para o homem. Quando ele a abraçou, ela se afastou um pouco, mas o abraçou de volta.

— Ah, você é Lena! — Um de seu irmão apontou.

— Como você conseguiu ela, Georgie? — O outro irmão brincou quando a garotinha deu uma risadinha e o estagiário lançou-lhe um olhar desconfortável.

— Então, você parece ocupado, eu vou deixar você- — A garota falou, ainda confusa.

— Atirar e matar um peru lento e indefeso, não é ótimo? — Seu namorado respondeu com sarcasmo quando seus olhos se arregalaram ligeiramente.

— Ok... Então eu vou deixar você fazer isso. Apenas certifique-se de voltar a tempo de conhecer minha família, por favor, Georgie. — Ela falou e saiu do quarto.

Depois que todos já tinham saído, Helena e Izzie andam pela cozinha, a garota mais baixa começou a fazer alguns doces tradicionais portugueses para os outros experimentarem.

— Estou tão feliz que estamos todos jantando juntos, honestamente, mesmo que eu nunca tenha realmente comemorado o Dia de Ação de Graças. — A garota mais baixa sorriu para sua amiga. — Georgie está meio que pirando por conhecer minha mãe e meu irmão. — Ela riu, mexendo o doce que estava no fogão.

— Ele vai ficar bem. Só espero que todos voltem a tempo do jantar. — A loira suspirou.

— Ok, você é o padeiro, então tente isso. — A estrangeira entregou à amiga uma colher com um pouco do creme de leite que acabara de despejar na travessa.

A mulher mais alta levou-o aos lábios e fez uma cara de surpresa. — Oh, isso é tão bom. Você vai ter que me ensinar a receita.

— Veja, eu te disse, por melhor que seus bolos sejam, nada supera os doces tradicionais portugueses. Espere até minha mãe trazer o pudim abade de priscos que ela prometeu.

Nesse momento, a campainha tocou e as meninas se moveram para atender a porta. — São dez e meia! Você está atrasado. — A loira reclamou.

Ao perceberem o homem ao lado de Cristina, Helena o cumprimenta. — Oh, oi, Dr. Burke.

— Olá. — Izzie acrescentou, saindo do caminho e permitindo que o casal entrasse.

Diante do olhar questionador da estagiária, Cristina sussurrou entre os dentes. — O que eu deveria fazer, dispensar meu namorado no Dia de Ação de Graças? Eu tentei, mas não adiantou. — A menina mais nova deu uma risadinha e a mulher de cabelo encaracolado sintonizou com ela. — Estou falando sério, Baby Genius, ele é como algo pegajoso que não vai explodir.

— Ok, ele vai arruinar o Dia de Ação de Graças. — A loira reclamou.

— Ah, não seja desagradável. Ele é o namorado de Cristina, vamos fazer dar certo. — A baixinha sussurrou, saltando levemente sobre os calcanhares, ainda com o avental.

— Sobre o que eu deveria falar com o Dr. Burke? — A estagiária mais alto reclamou.

— As pessoas que ficam chocadas quando eu apareço sem ser convidado para suas casas me chamam de Preston. — Eles ouviram a voz do homem atrás deles, Izzie rindo sem jeito e os olhos de Lena se arregalando.

— Ninguém te chama de Preston. — Cristina torceu o nariz.

— Você não me chama de Preston. — O homem corrigiu. — Boa casa.

Enquanto ele se afastava, Cristina olhou em volta enquanto Izzie pegava o telefone. — Izzie, Baby Einstein, por que está tão quieto aqui?

— Meredith fugiu para o hospital e a família de Georgie o sequestrou. — Ela explicou, revirando os olhos ligeiramente.

— Então somos só nós e Preston? — A mulher asiática murmurou, ligeiramente em pânico, quando o telefone da loira tocou.

— Sim, você não o chama de Preston. — A portuguesa abanou a cabeça, enquanto Izzie começava a falar ao telefone.

— Ei, Alex, sou eu, onde você está? Me ligue de volta. — Ela suspirou ao telefone enquanto Helena torcia o nariz, farejando o ar ao seu redor.

— Iz, sua comida está queimando? — Ela perguntou, correndo para a cozinha, Izzie a seguindo logo atrás.

Quando notaram o estado da comida, Burke apontou. — Você nunca fez um jantar de ação de graças antes.

— Você não sabe cozinhar? Izzie! — Cristina reclamou, franzindo as sobrancelhas. — Baby Genius deveria ter cozinhado, a sopa dela é a melhor.

— Eu só cozinho sopa! Eu nunca fiz o Dia de Ação de Graças, há uma razão pela qual eu não me voluntariei.

— Sou padeiro, eu cozinho! Já vi a avó cozinhar um milhão de vezes. — A loira se defendeu com um encolher de ombros.

— Ok, é isso. Se não houver comida eu vou para casa. — Cristina reclamou e Helena a empurrou de volta para baixo.

— Não, você não está. Além disso, há doces portugueses e minha família está chegando! — A garota mais baixa se animou. — Oh, sobre isso, eu estou bem com seus comentários maldosos aleatórios, mas você fala sobre meu irmãozinho e eu vou te machucar. — Ela olhou para a amiga com um olhar severo.

— Calma, bebê Einstein, entendi. O pequeno Campos está fora dos limites. — A mulher prometeu a ela e seu sorriso voltou.

— Cristina, eu tenho isso. — O atendente tranquilizou. — O que você está usando como texto de referência?

— A alegria de cozinhar. Também imprimi algumas receitas da internet, mas todas parecem se contradizer. — A loira explicou ao homem. — E eu não consigo descobrir qual lado do peru é o de cima e qual é o de baixo.

— Ok, ok... — O homem lavou as mãos e começou a instruir Izzie, como se estivessem na sala de cirurgia. As outras duas garotas observavam, Helena com a cabeça titulada e olhar curioso e Cristina aparentemente irritada.

— Vou precisar de licor. Muito e muito licor. — A mulher mais velha reclamou enquanto a mais nova ria de sua exasperação.

Quando o telefone de Helena tocou, ela pediu licença para sair do quarto. No identificador de chamadas, ela sorriu. — Georgie?

— Você tem que me salvar, Lena. Há espingardas e bebida e... E conversa de carro! — Ele reclamou e a garota sorriu.para si mesma. — Estou no inferno e Cristina não vem me buscar.

— Você vai ficar bem, Georgie, apenas tente não chegar muito tarde em casa. — Ela perguntou ao namorado.

— Não, Lena, eu preciso que você venha me salvar! — Ele implorou.

— Eu não posso, porque então seu pai não vai gostar de mim, e nós precisamos que seu pai goste de mim, estou certo? — O menino bufou do outro lado da linha, ela deu uma risadinha. — Eu sei que caçar perus não é sua praia, mas eu não posso simplesmente sequestrar você!

— Tá bom. — Ele exalou. — Eu te amo.

— Também te amo, tchau.

Ao desligar, recebeu outra ligação, desta vez de sua mãe.

— Mamãe? — Ela atendeu.

— Oi, querida, acabamos de saber que nosso voo atrasou, ainda levaremos algumas horas para chegar, ok? — Ela ouviu a voz de sua mãe do outro lado da linha.

— Oh, ok, não se preocupe com isso, eu vou deixar todo mundo saber. — Ela respondeu. — Tenha um voo seguro, mande beijos para Daniel. — A garota levantou a mão e saiu da sala.

Quando ela voltou para o corredor, ela encontrou Cristina escondida nele também. — Ei, então, aparentemente, o vôo da minha família atrasou, eles só chegarão aqui mais tarde.

Quando a campainha toca, os dois correm para abrir a porta, encontrando Joe e outro homem.

— Feliz Dia de Ação de Graças! — Joe desejou enquanto Helena sorria.

— Joe, graças a Deus! — Cristina soltou.

— Este é meu namorado, Walter. — O homem apresentou.

— Oi, eu sou Helena. — A baixinha estendeu a mão e Walter a apertou. — Prazer em conhecê-lo.

— Tanto faz, me diga que você trouxe licor.

— Eu trouxe torta de abóbora. — O barman estendeu o deserto e a estrangeira agradeceu.

— Você é um barman! — A mulher disse, exasperada.

— Você trouxe bisturis? — O homem alto atirou.

— Perdoe-a, ela é apenas mal-humorada porque ela não pode ficar bêbada. — Ela disse enquanto Cristina saía, levando o casal para dentro de casa. — Mas eu tenho bisturis.

Enquanto Burke e Helena estão sentados na cozinha, o resto do grupo arrumando a mesa, ele perguntou. — Então, Helena, acabei de perceber que não sei de onde você é. Acho que sim, já que estou prestes a conhecer sua família.

— Portugal, Dr. Burke. — A garota sorriu para ele.

— Preston. — Ele corrigiu.

— Preston. — Ela sorriu. — Você gosta de ação de graças?

— Eu gosto, na verdade. Eu tenho muitas lembranças de comemorar no restaurante da minha mãe. — O homem respondeu, sorrindo levemente para ela. — Você?

— Não é realmente uma coisa em casa, então esta é realmente a minha primeira vez comemorando. Minha família achou que eles deveriam vir, já que é uma boa desculpa para conhecer todo mundo. — Ela respondeu, terminando sua última sobremesa.

— Então, O'Malley está nervoso para conhecer seus pais? — Ele largou o que estava cozinhando, inclinando-se ligeiramente sobre o balcão.

— Mãe e irmão, na verdade, e ele está simplesmente surtando. Ontem ele continuou me fazendo todas as perguntas sobre eles. — Ela riu. — Verdade seja dita, minha mãe pode ser um pouco assustadora.

Nesse momento, ela ouviu a campainha tocar e correu para ela. Quando ela encontrou sua mãe na porta, ela pulou em seus braços com um abraço apertado. — Mamãe, Danny!

— Oh, pequenina, eu senti tanto a sua falta. — Sua mãe respondeu, com lágrimas nos olhos.

— Eu também senti sua falta. — Ela sussurrou em seu ouvido, enquanto se concentrava em seu irmão. — Danny, Deus, você nunca para de crescer! — Daniel riu e a abraçou ainda mais apertado, sua perna bombeando levemente em sua prótese.

Quando eles se afastaram, sua mãe perguntou em tom de segredo. — Onde está o namorado?

— Sim, eu ouvi que vamos conhecer George. Então eu vou realmente tirar sarro de você por estar todo apaixonado. — Ele sorriu para sua irmã mais velha.

— Bem, sobre isso, seu pai e irmãos meio que o sequestraram esta manhã. Ele prometeu que chegaria aqui o mais rápido possível, mas aparentemente há algum tipo de tradição de caça ao peru que ele odeia. — Ela explicou, enquanto guiava sua família para sua nova casa.

Algum tempo depois, Izzie, Burke e os Campos sentam-se à mesa de jantar.

— Quem deveria estar aqui mesmo? — Seu irmão perguntou.

— Meredith, George, Cristina e Alex. — Izzie interveio.

Ao olhar levemente julgador de sua mãe, ela explicou. — Você sabe como são os horários dos médicos, mamãe, eles provavelmente ficaram retidos no hospital e George provavelmente ainda está com o pai.

Bem, não é a melhor primeira impressão o namorado da minha filha chegar atrasado. — A mãe de Helena falou em português para a filha.

— Mamãe, nenhum português à mesa, vamos lá. Além disso, com o papai foi a mesma coisa, lembra? — Daniel interferiu, Helena lançando-lhe um olhar agradecido.

— Eles estarão aqui em breve, não se preocupe. — Burke tranquilizou-se e apressou-se a mudar de assunto. — Então, Daniel, o que você está estudando?

— Eu sou um calouro no ensino médio. Não como minha irmã que, aos dezenove anos, estava na metade da faculdade de medicina. — Ele brincou, o atendente lançando-lhe um olhar impressionado. — Estou pensando em seguir finanças ou algo do tipo na faculdade, no entanto.

— Oh, então não terá outro cirurgião na família. — Ele sorriu para o menino. — Quantos anos você tem mesmo, Helena?

— Ela tem 21 anos. — Sua mãe respondeu por ela. — Minha Lena sempre foi muito esperta, mas imagine nossa surpresa quando descobrimos que o QI dela era alguns pontos mais alto que o de Einstein!

A garota baixinha riu da conversa, Izzie lançando-lhe um olhar ansioso. — Eles vão aparecer. — Lena sussurrou para sua amiga.

Nesse momento, George e Cristina entraram pela porta, Helena se levantou com um pulo. — Mamãe, Danny, esses são Georgie e Cristina.

Depois que as apresentações foram feitas e eles se sentaram novamente, George sentou-se ao lado de Helena, a menina estendendo a mão em conforto, enquanto sua mãe olhava para o menino com severidade. O namorado de Lena se mexeu um pouco na cadeira, claramente intimidado pela mulher.

— Então, George, você está atrasado. — Ela acusou.

— Mamãe! — Helena protestou, enquanto seu irmão observava divertido.

— Sim, hum, senhora, meu... Meu irmão... Ele atirou no meu pai... Na... Hum, na bunda e eu... Eu o levei para o hospital... Estou muito... Desculpe, senhora. — Ele se explicou, ficando mais vermelho a cada segundo quando Helena apertou sua mão.

— Tudo bem então. — Ela tomou um gole de água. — Só para deixar claro, se você machucar Lena eu vou fazer você se arrepender, entendeu? — A mulher ameaçou, seu rosto estóico.

— Hum... Sim... Sim, senhora. — Ele engoliu em seco, os olhos de Helena bem abertos.

— Ok então. — O rosto da mãe relaxou em um sorriso. — Agora que eu te assustei, eu posso ser legal. — George soltou um suspiro quando Daniel riu alto e Cristina tentou esconder seu sorriso.

— Eu trouxe bebida. — Cristina anunciou, colocando um pouco de vinho em cima da mesa.

— Ok, então, vamos... Vamos apenas comer. — Izzie anunciou e bandejas começaram a circular, a mesa cheia de histórias sobre seu tempo no hospital e a infância de Helena.

No final do dia, George e Daniel conversavam enquanto Helena e Ana, sua mãe, assistiam. O menino parecia gostar da companhia do homem.

— Ele parece ser um bom menino, Lena. — Sua mãe comentou. — Ele se dá bem com Danny também.

— Ele é. Eu sei que você geralmente dá trabalho aos meus parceiros, e eu aprecio que você seja protetor. Mas ele é como meu melhor amigo, mamãe. Mesmo se não estivéssemos namorando, eu ainda o queria na minha vida. Eu realmente gosto dele, você sabe. — A menina disse a ela enquanto sua mãe a puxava para um abraço.

— Então eu também gosto dele, pequenina.

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