014
˖࣪ ❛ SEGUNDA TEMPORADA
— 14 —
ENQUANTO GEORGE DORMIA em sua cama, Helena se sentou ao lado dele, brincando com seu cabelo enquanto lia um artigo. De repente, Izzie invadiu a sala, acordando o menino.
— Seriamente?! — Ela foi se sentar ao lado do menino, a menina baixinha rindo. — Mova-se.
— Estou dormindo. — O menino murmurou.
— Ah, cale a boca. — A loira reclamou.
Apenas alguns segundos depois, Meredith entrou na sala também. — Seriamente?!
— Esta é uma cama muito pequena para quatro pessoas. — O menino reclamou quando a loira mais baixa caiu na cama também, fazendo Lena largar seu artigo e se mover.
— Sabe, você realmente deveria começar a bater agora que estamos namorando. — A garota baixinha sugeriu, corando levemente.
— Ele é um neurocirurgião. — Meredith continuou.
— Estou fantástica. Raspei minhas pernas. — A ex-modelo continuou enquanto o casal estava imprensado na cama, segurando a mão um do outro.
— Ele é um neurocirurgião, como pode ser tão desmiolado?
— Olá? Sério?! — Izzie reclamou.
— Seriamente?! — Meredith seguiu o exemplo.
— Shhh, durma. — O menino os silenciou, pronto para voltar a dormir.
★
Agora em rodadas, apresentou Cristina, de volta ao trabalho. — Henry Lamott, 42 anos. Ele está agendado com o Dr. Shepherd para um implante espinhal para controlar a dor de sua hérnia de disco. Ele é alérgico a todos os analgésicos.
De repente, sons obscenos começaram a vir da TV, e os estagiários se viraram para olhar. — Aquilo é- — Cristina começou.
— Pornô. — A esposa do homem completou, fazendo Bailey olhar para ela também.
— Como em pornografia?! — A residente ficou surpreso.
— Tudo bem. — Alex elogiou.
— Karev, para ficar no corredor. Sr. e Sra. Lamott, tenho certeza que vocês são pessoas muito legais e o que fazem na privacidade de vocês... Olhe, não podemos ter pornografia aqui, isso é um hospital! — A mulher mais velha repreendeu.
— É para minha dor. Meu médico diz que libera endorfinas no cérebro e ajuda a manter minha dor em um nível administrável. — O paciente explicou.
— Sério? — George perguntou, hipnotizado pelo filme.
— George, corredor! — O residente ordenou e o interno virou-se para sair, escondendo a virilha com o jaleco. Enquanto ele caminhava pelo grupo, Helena deu um tapa na nuca dele e balançou a cabeça levemente.
— O que é isto? — Uma divertida Izzie perguntou à esposa.
— Enfermeiras desobedientes... 4.
Em uma cena particularmente atraente, todos os estagiários, exceto o mais baixo, inclinaram a cabeça.
— Isso não parece confortável. — Cristina apontou.
— Confie em mim, não é. — Todos os internos olham para Meredith com um olhar chocado.
— Vão pro corredor, Helena parece ser a única com maturidade suficiente para ficar! — A residente ordenou.
Após o exame, perto do posto de enfermagem, Bailey instruiu seus estagiários. — Campos, O'Malley e Karev, vocês estão no fosso hoje. Stevens, há um paciente cardíaco esperando por você no dia dois. Yang, fique de olho nos Lamotts. Não quero problemas. Vá.
★
Quando George e Helena entraram no quarto de seu paciente emergente, eles pediram um prontuário conforme a enfermeira apresentava. — Pete Willoughby, 25 anos, GSW no peito, retorno imediato de 860 сcs de sangue. —
— Oh cara, isso dói. — Pete gritou.
— Ele saiu mais de 200 ccs na última hora. — A enfermeira terminou.
— Eles nunca dizem nos filmes o quanto dói levar um tiro.
— Ok, Pete, nós temos você agora ok? Nós vamos cuidar de você. — Helena tranquilizou o homem com um sorriso de lábios apertados.
— Empurre morfina, 2 miligramas. — George instruiu. — Alex, este é o meu caso.
— Morfina, 5 miligramas. — Alex ordenou. — Você nem ligou para ele.
— Eu estava aqui primeiro.
— Você chegou aqui primeiro porque eu deixei.
Enquanto os dois meninos brigavam, Helena realmente se concentrou no paciente. — Você tem filmes no peito? — Ela perguntou às enfermeiras.
— Você sempre faz a cirurgia, hoje eu vou fazer a cirurgia. Só tem lugar para dois internos. — George argumentou.
— Gente, parem com isso, pelo menos não na frente dele. — Helena implorou enquanto trabalhava.
— Ele é um dos melhores de Seattle, você tem toda uma força policial te vigiando. — A enfermeira disse a eles. Helena olhou para a janela do quarto e encontrou um grupo de policiais os observando.
— Chame Dr. Bruke, por favor, deixe-o saber que estamos trazendo um GSW para ele. — A estagiária pediu enquanto levava o homem para o elevador, os dois garotos a seguindo logo atrás.
— Você levou um tiro no cumprimento do dever? — Alex perguntou ao homem.
— Primeiro mês no trabalho. Você pode acreditar na minha sorte? O cara saca uma arma e eu congelo. Eu sou o novato que levou um tiro. Eu nunca vou sobreviver a isso.
— Com certeza você vai. — George o tranquilizou.
— Você pensa?
— Sim, você vai ser o novato que levou um tiro e viveu para contar a história. — A garota sorriu para ele e ele deu a ela um sorriso indiferente de volta.
No elevador, Alex perguntou a seus amigos. — Então, qual é o problema com Izzie?
— Ela raspou as pernas para você. — explicou George.
— E?
— E você nem se deu ao trabalho de dar um beijo de boa noite nela. — Helena ergueu as sobrancelhas para ele.
— Ela raspou as pernas para você e você nem seguiu? — O paciente perguntou.
— Veja, Pete aqui é um homem sábio. — Helena brincou.
— Ei, eu sigo. Eu sempre sigo.
— Você não fez ontem à noite. — A garota apontou.
— Não é da tua conta. — Ele reclamou, Helena revirando os olhos com a grosseria desnecessária do homem.
Com isso, George tornou-se defensivo. — Você se importa com ela? Ela tinha expectativas, mulher tem expectativas e você não as atendeu. Ok, eu vivo com essas mulheres e toda vez que vocês não atendem às expectativas delas, eu tenho que ouvir sobre isso. Não dormi nada ontem à noite, então, você sabe, é da minha conta.
— Veja, essa é uma das muitas razões pelas quais eu namoro você. — A baixinha ficou na ponta dos pés e deu um beijo nos lábios do menino, fazendo-o sorrir.
De repente, as luzes se apagaram e o elevador parou abruptamente, George segurando Lena pela cintura instintivamente. — Você está bem, Lena?
— Sim, tudo bem, obrigada.
— Cara, não vamos nos mudar. — Alex apontou o óbvio.
— Sério? Você acha? — O outro homem respondeu.
— Ok, Pete, alguém virá nos buscar em breve, eu não quero que você se preocupe. — A garota deu-lhe um sorriso tranquilizador.
Enquanto Alex tentava abrir a porta do elevador, George leu as instruções e Lena ficou com o paciente. — Se o elevador parar, não fique alarmado. Pressione o botão marcado alarme para chamar assistência. — Ele recitou. — Se eles não querem que fiquemos alarmados, por que chamar o botão de alarme?! — Ele apertou o botão repetidamente.
— Isso não funcionou nas últimas dez vezes que você fez isso. Coloque na sua cabeça, nós perdemos o poder, estamos presos aqui. — Alex reclamou.
Quando Lena ouviu seu paciente gemer, ela se virou para verificar seus sinais vitais. — Sua pressão está caindo. — Sussurrando para seus colegas estagiários, ela informou. — Pessoal, há muito mais sangue na bolsa, precisamos levá-lo para a sala de cirurgia rápido.
— Ok, você está sussurrando, não sussurre. — O paciente perguntou. — Eu não quero reclamar aqui, mas eu tenho uma bala no peito e sussurrar não é um sinal de que eu vou ficar bem, sabe? É ruim, é ruim, certo?
— Pete, alguém deve nos tirar daqui logo, certo? Nós só precisamos que você fique calmo e fique conosco, você pode fazer isso por mim? — A menina perguntou. Uma vez que ela viu alguém abrir as portas, ela continuou. — Veja, eles já estão tentando abrir as portas.
Pela pequena abertura das portas do elevador, eles ouviram a Dra. Bailey. — O que? Lena, o que aqueles dois fizeram?
— Nada! — Os três responderam em uníssono.
— Como está seu paciente? — Agora era Burke falando.
— Ele não está parecendo tão bem. — George informou.
Quando o paciente começou a ter alucinações, eles tiveram que impedi-lo fisicamente de se mexer, Lena falando com ele. — Pete, ei, é a Dra. Campos, o que você está fazendo?
— Eu preciso chegar em casa. — Ele continuou tentando se levantar.
— Pete, você está no hospital. — Alex explicou.
— Eu preciso chegar em casa. Eu preciso chegar em casa. — Ele continuou repetindo a mesma frase várias vezes.
— Qual é a pressão arterial dele? — O atendente perguntou do lado de fora do elevador.
— Ele está muito agitado, não podemos fazer uma leitura. — Helena respondeu, mordendo o lábio com estresse.
— Como está o pulso dele?
— Firme, mas ainda está lá. — George informou.
— Você tem algum instrumento? — O homem mais velho continuou tentando avaliar a situação.
— Apenas uma caixa de código e algumas luvas. — Alex falou desta vez.
— Você não trouxe uma bandeja aberta?
— Não, nós pensamos- — O interno mais alto tentou explicar.
— Não temos tempo para desculpas. O'Malley, pressão arterial?
— Tomei três vezes, não consigo ouvir sistólica acima de cinquenta... Ele vai morrer. — O estagiário percebeu.
— Não, não... Nós não dizemos isso, ainda não. — A menina falou.
— Intubar ele, eu já volto. — O atendente pediu, levantando-se e saindo.
— Espere, onde você está indo? — O namorado da garota perguntou.
— Para preparar os instrumentos. Você vai ter que abrir o peito dele. — Com isso, todos os três estagiários compartilharam um olhar preocupado, sabendo que estava bem acima de seu conjunto de habilidades.
Depois que o homem foi embora, George pareceu entrar em pânico um pouco. — Quando Burke volta? Quando o Dr. Bruke volta? — Ele sussurrou levemente enquanto ventilava manualmente o homem.
— Você vai calar a boca! — Alex estalou.
— Eu... Eu não sei, Georgie.
Assim que o homem voltou, ele falou com eles. — Ei! Isso não vai ser muito estéril, mas podemos tentar. Prepare e enfaixe o paciente. — Ele os instruiu, dando-lhes as cortinas, vestidos e outros materiais necessários, que eles se apressaram em vestir.
Uma vez que estavam prontos, Alex virou-se para seus amigos. — Nós realmente vamos fazer isso.
Quando Burke estendeu alguns instrumentos cirúrgicos para Alex, ele olhou para cima. — Leve estes. — Como o menino parecia congelar, ele repetiu. — Karev, pegue o bisturi.
Diante da falta de reação do menino, George o encorajou. — Alex! Vamos. Alex!
Eles esperaram, mas, mais uma vez, o menino não se aproximou. — Ok, esqueça, eu vou fazer isso. — Helena pegou as ferramentas. — O que eu faço?
— Faça uma grande incisão lateral anterior e medioaxilar no quinto espaço intercostal.
A garota encontrou o espaço e perguntou novamente, adrenalina correndo em suas veias. — Quão largo?
— Enquanto for possível, você precisará colocar as duas mãos lá. — O atendente instruiu. — Precisa ser longo e profundo. Use a tesoura se for preciso.
— Ok. Ok. — Ela respirou fundo e se preparou para o procedimento que ela sabia que um estagiário não deveria fazer.
Assim que ela estava prestes a cortar, o homem a fez parar. — Mas você tem que ter certeza que não cortou os pulmões do coração.
— Hum, como... Como posso ter certeza disso? — Ela perguntou, nervosa, seu sotaque ficando mais pesado.
— Você só tem que ter certeza.
A garota assentiu e fechou os olhos por um segundo, respirando fundo e se acalmando. Naquele momento, ela se sentiu como uma bolha, o mundo lá fora não existia, e o nervosismo deixou seu corpo. — Ok.
Algum tempo depois, com o peito aberto, informou Helena. — Dr. Burke! Eu não cortei o coração, nem os pulmões! — Ela suspirou aliviada e pôde ouvir seu namorado fazer o mesmo.
— Bom, Campos, muito bom. Agora, verifique se há lesões e faça uma pericardiotomia.
— Ok, eu vou precisar de algumas almofadas de tapa, fórceps, metzenbaums e grampos Satinsky. — Ela falou, sua voz agora firme e segura.
— Sim, você irá. — Ele respondeu com um pequeno sorriso, orgulho em seus olhos.
Depois de algum tempo, a menina informou. — Removi um pequeno coágulo do pericárdio. Sem lesões cardíacas óbvias.
— Os sinais vitais?
— A PA ainda está muito baixa para ser registrada no monitor. — Alex respondeu.
— Precisamos pinçar a aorta. — Bruke disse a ela. — Você pode querer que O'Malley ajude.
— Ok, Georgie, por favor me ajude aqui. Apenas coloque sua mão bem onde a minha estava, sim, assim. — Ela instruiu o namorado.
— Coloque sua mão e disseque até sentir duas estruturas semelhantes a tubos. — O homem disse a ela. — O esôfago ficará mais medial e anterior.
— Hum, eu sinto um tubo que é facilmente dobrável. O outro é mais musculoso e... Esponjoso. Eu posso sentir a coluna logo abaixo dele.
— Sim, você tocou a aorta.
Helena olhou para o namorado com ar de êxtase. — Estou tocando a aorta.
— Enrole o dedo indicador de sua mão esquerda em torno dele e O'Malley precisa aplicar um Satinsky com a mão.
Eles fizeram o que foi dito, trabalhando em sincronia silenciosa até que o menino chamou. — Entendi! —
— Espere, eu acho... Acho que posso localizar o sangramento. — A garota avisou com um sorriso. — Acho que vem da veia cava inferior.
— Você pode encontrar a lesão? —
— Hum, sim... Acho que sinto, mas está longe demais para consertar.
— Quão grande é isso? — Bruke continuou tentando guiá-la durante o procedimento.
— Bem pequeno, do tamanho de uma moeda de dez centavos, talvez um pouco menor.
— Ok, Campos, eu quero que você use o dedo e use para cobrir o todo.
A garota tateou por um tempo, falando logo depois. — Acho que posso sentir o coração dele se enchendo mais. Está... Batendo um pouco mais forte. —
— Excelente. Mantenha seu dedo aí.
— Certo, agora?
— É isso, Campos. — O cirurgião cardio disse a ela.
— É isso? — A realização veio a ela e ela tentou o seu melhor para não pular enquanto sorria largamente. — Georgie, é isso! Conseguimos!
— Conseguimos, Lena. Conseguimos! — Ele deu-lhe um beijo carinhoso de celebração, enquanto Alex olhava para eles, desapontado consigo mesmo.
— Dra. Bailey, você pode dizer ao bombeiro para tirar meus homens de lá. — Instruiu Burke. — Campos? Você e O'Malley voaram sozinhos.
— Obrigada, Dr. Burke. — Ela sorriu para ele.
Assim que os estagiários saíram do elevador, toda a força policial presente parabenizou Helena e George. No entanto, quando a pressa deixou seu corpo, a pequena mulher pôde sentir a ansiedade da situação tomando conta dela e pediu licença para ir ao banheiro. Sentada no armário do banheiro, ela se permitiu ter o ataque de pânico iminente que ela podia sentir tomando conta.
★
No final do dia, o grupo de estagiários estava sentado na casa de Joe, esperando para ver se Derek apareceria. Se ele não o fizesse, deixaria Meredith saber que ele escolheu Addison.
— Ele não está vindo. — A mulher disse. — Você não acha que ele está vindo.
— Ele pode vir. — disse Izzie.
— Eu espero que ele faça. — Helena deu de ombros e deu-lhe um sorriso simpático.
— Sim, você nunca sabe. — Cristina compartilhou.
— Ele definitivamente está vindo. — George interveio, ganhando um chute de Izzie.
— O quê? Você quer que ela tome doses de tequila a noite toda?
— Você está certo, eu vou limpar o vômito. — Helena estremeceu com a lembrança da última ressaca de Meredith. — Bem, hoje estou me recusando a ficar triste, voei sozinho e Georgie conseguiu ajudar.
— Sim, toquei um coração hoje, Pornie. — Ele provocou Cristina.
— Ok, eu sinto muito, mas George e eu estamos saindo agora. Se você precisar de alguma coisa é só chamar. — Helena agarrou a mão do menino e se levantou.
— Nós estamos? — Ao olhar sugestivo de sua namorada ele se corrigiu, animado. — Nós estamos.
Assim que chegaram em casa, subiram correndo as escadas até o quarto de Helena, tirando os casacos no processo, rindo.
Eles começaram a se beijar, mas Helena se afastou mais uma vez, dessa vez para explicar. — Ok, eu, hum... — Ela tentou encontrar as palavras certas. — Eu realmente quero fazer isso.
— Eu também quero, Lena. — O menino concordou com um sorriso.
— Mas eu preciso que você vá devagar, ok? Eu... Hein, isso é mais difícil do que eu esperava. — Ela riu tristemente. — Sexo com homens pode trazer algumas lembranças ruins. Eu só fiz isso com um cara antes, quando... Quando fui estuprada. — A boca do menino se abriu, como se fosse falar, mas Helena o interrompeu. — Não, deixe-me terminar, ok, Georgie? E você sabe que eu sou bi, então eu sempre estive com mulheres desde então, por causa disso. Estou com medo de que isso possa trazer algumas coisas à tona... De qualquer forma, eu confio em você. Eu me sinto seguro com você. Mas eu só preciso que você vá devagar e seja gentil, pelo menos por enquanto, ok?
— Ei, não se desculpe! Não é sua culpa, isso nunca deveria ter acontecido com você. Você não precisa se preocupar, eu vou devagar e se você precisar que eu pare é só me dizer, ok? — O menino perguntou, segurando o rosto dela com a.mão.
— Obrigada, Georgie. — Ela se inclinou para beijá-lo. — Eu matei muito o clima? — Ela torceu o nariz com medo.
— Claro que não, Lena. Você já olhou para si mesma? Você nunca poderia matar o clima. — Ele a beijou novamente e, assim, Helena teve uma das melhores noites de sua vida.
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