007
˖࣪ ❛ PRIMEIRA TEMPORADA
— 07 —
COMO ALGUÉM QUE não precisava de muito sono para passar o dia, Helena Campos não deveria ser muito afetada por uma noite agitada. No entanto, uma coisa era quando ela estava cansada do trabalho, isso raramente seria um problema. Outra inteiramente, estava sendo mantida acordada a noite toda por causa do sexo muito barulhento que sua amiga estava tendo. Pior ainda, era saber que a amiga estava transando muito alto, no quarto ao lado, com o chefe. Isso ela não gostou.
Ela comeu seu desjejum de sempre, torradas e uma caneca de café, enquanto Izzie estava ao lado dela na cozinha e George descia as escadas.
— Você conseguiu dormir? — O menino questionou.
— Ela poderia lubrificar as molas da cama como cortesia, ou pelo menos comprar uma cabeceira acolchoada. — A loira respondeu.
— Se eles soubessem o que eu sei. — A baixinha sussurrou para si mesma.
— Então, quem é o cara? — George perguntou enquanto Lena engasgava com seu último pedaço de torrada com manteiga, entrando em um ataque de tosse.
— Você acha que foi apenas um cara fazendo todo esse trabalho? — Izzie questionou enquanto a baixinha se levantava para colocar o prato na pia.
— Você se importa se não falarmos sobre isso? — Lena perguntou e o menino acenou com a cabeça.
— Pelo menos eu sei que ela vai ter um longo dia de trabalho. — Izzie disse enquanto Helena sussurrava a palavra — má — . Ao ouvirem uma porta ranger, os estagiários correram para ver quem havia passado a noite com a amiga, enquanto Lena apenas ficou para trás e assistiu com os olhos ligeiramente em pânico.
Assim que perceberam que era Derek, Izzie comentou. — Bem, pelo menos sabemos que a cirurgia cerebral não é sua única habilidade.
— Eles não podem ser... Ele é o chefe dela! — A voz do menino chiou.
— Ele é nosso chefe. — A modelo respondeu. — Lena? Por que você está tão quieta?
— Eu posso ou não saber antes... — Ela disse hesitante enquanto corria para encher a boca com o resto do café.
— Você? O quê? Você sabia?! — George disse, chocado. — E você não me disse. — Ele fez beicinho.
— Desculpe, Georgie. Não era meu segredo para contar. — Ela se desculpou e agarrou o menino pelo braço quando eles se viraram para sair.
— Ela tem se esfregado muito ultimamente nas cirurgias dele. — Izzie observou, mas com o olhar de Lena ela se impediu de continuar. — Ok, tudo bem, eu vou calar a boca. Mas se ela não está, então por que ela está mantendo isso em segredo?
— Lena sabia. — O estagiário argumentou.
— Isso é só porque eu descobri. — Com os olhares surpresos, ela apenas respondeu com frustração. — Vamos lá, por que todo mundo sempre esquece o QI de nível de gênio?!
Nesse momento, Meredith entrou na cozinha e pegou uma xícara de café. — Bom dia.
— Bom dia. Parecia que você estava fazendo sexo radical na noite passada, a noite toda. Quem era o cara? — Izzie provoca, outro olhar para da jovem amiga sendo atirado em sua direção.
— Ninguém que você conhece.
Enquanto Lena tentava informar a amiga sobre a descoberta do grupo, a loira agarrou seu braço para silenciá-la. — Estamos atrasados, vamos.
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— Caramba, não gostaria de encontrar você em um beco escuro. — Meredith comentou quando o grupo saiu do carro, para encontrar Cristina em sua motocicleta.
— De volta para você.
Alex correndo até o grupo.
— Uma corrida? Você corre? — Izzie perguntou, surpresa.
— Todos os dias, querida, todos os dias. — Ele respondeu.
— Não está sofrendo o suficiente? — A loira mais baixo perguntou sarcasticamente.
— O que não te mata, te fortalece. — O menino explicou.
— Masoquista. — A garota mais baixa disse, Alex revirando os olhos para ela, enquanto ela caminhava ao lado de George.
— Não vá agindo todo infatigável. Você está se arrastando como o resto de nós. — Cristina acusou.
— Oh, o que é isso? Fraqueza profissional, Dra. Yang? — Ele provocou a mulher e seu nariz escorrendo.
— Isso se chama gripe! — Ela exclamou.
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Agora em uma sala de exames, George e Helena examinaram uma criança com uma contração na perna.
— Olá, Jamie! Eu sou Helena e este é George. Que tal você me mostrar sua boca, como se você fosse um leão? — A estagiária sugeriu, depois de se apresentar aos pais. — Ahhh, assim mesmo.
Enquanto examinava a garganta da menina, seu amigo conversava com os pais, muitas vezes olhando para ela para apreciar sua gentileza com a criança. — E você notou o pé dela se contraindo?
— Meu pé! — A garotinha balbuciou e Lena agarrou seu pé de forma brincalhona, fazendo-a rir.
— Cerca de três meses atrás? — O menino continuou.
— Só um pouco. Nós a levamos para o hospital do condado, e ela fez a tomografia, que a mostrou... — A mãe explicou.
— Anormalidade cerebral. — A estagiária curta completou enquanto brincava com a criança e sua lanterna.
— E a contração ficou pior? — George perguntou aos pais, anotando em seu prontuário.
— Muito pior. Eles não têm o equipamento adequado em casa para descobrir o que está errado. — Seu pai explicou, Lena permitindo que a criança olhasse em sua boca com sua lanterna.
— Você fez uma coisa boa ao trazê-la aqui, Sra. E Sra. Hayes. — A portuguesa assegurou ao casal, ainda a brincar com a criança, agora a mostrar-lhe como ligar a ferramenta.
— Mostre mamãe! — A criança loira balbuciou, fazendo os dois estagiários sorrirem carinhosamente.
— Sente-se firme, Jamie, ok? Nós vamos lhe trazer o Dr. Shepherd. — George disse a ela. — Ele é o especialista em cérebro.
Quando os médicos se aproximaram da porta, foram chamados pela mãe. — Doutor? Ele é bom, esse Dr. Shepherd?
— Em quase tudo... — O estagiário murmurou ao sair, com uma expressão um tanto magoada no rosto.
— Ele é o melhor, você está em boas mãos. — Dra. Campos assegurou-lhes. — Tchau, Jamie!
— Tchau, Lee Lee! — A garota disse, claramente apaixonada por sua médica.
★
Em uma sala de esfregaço, Helena e George estavam fazendo tomografias de seus pacientes, enquanto observavam a cirurgia de Shepherd. Um anestesista entrou, passando por eles.
— Com licença. — Ele perguntou.
— Desculpe, Dr. Taylor. — A dupla disse em uníssono. Ao sentir o cheiro de álcool, eles se encararam.
— Isso seria bourbon. — O colega informou-os, aparentemente calmo, o terror surgindo nos olhos da garotinha.
— O que? — perguntou George.
— Eu também senti o cheiro. E ele é o melhor anestesista da equipe. Eu me preocupo quando ele estiver muito nervoso para fazer suas palavras cruzadas.
Quando o atendente sai da sala de cirurgia, a dupla se aproximou dele. — Dr. Shepherd. — O menino informou.
— Eu tenho que tomar um café. — O mais velho reclamou.
— Jamie Hayes foi internado, a garotinha com anormalidade cerebral.
— Como ela está se apresentando?
— Ela tem o que parece ser uma atividade convulsiva contínua no pé esquerdo. Seu equilíbrio está desequilibrado. Seus pais percorreram um longo caminho para tentar descobrir o que há de errado com ela. — Lena disse a ele desta vez, entregando-lhe suas tomografias. — Estes têm três meses, presumi que você precisaria de novos, mas você gostaria de ver o que temos por enquanto.
O atendente olhou para ela, surpreso com sua perspicácia, assentindo. — Exatamente, o cérebro dela pode parecer dramaticamente diferente hoje.
— Hum, eu queria saber se eu poderia ter uma palavra com você primeiro, Dr. Shepherd? — A garota perguntou, querendo informá-lo do que ela cheirava.
— Ok, O'Malley pode pedir, venha comigo. — Assim que entraram no elevador, deixando George para trás, a garota começou a falar.
— Espero que isso não pareça impertinente, mas vi algo que me deixou preocupado com o bem-estar do paciente. — O homem olhou para ela, as sobrancelhas levemente franzidas de curiosidade. — Eu não gostaria de denunciar um colega, mas quando o Dr. Taylor entrou na sala de cirurgia hoje, não pude deixar de sentir um cheiro de álcool... O único, então pensei que talvez você pudesse ver o que pode ser feito. — A menina perguntou.
— Vou investigar, Helena. Você fez a coisa certa ao denuncia-lo. — O homem disse, tranquilizando a garota.
★
Agora examinando Jamie com o Dr. Shepherd, Lena ajuda enquanto George fica de lado.
— Você parece uma princesa. Você sabe que é uma princesa? — O atendente brincou.
— Sim, ela faz, ela é a princesa Jamie, não é? — A menina disse, batendo o nariz da criança e fazendo-a rir.
— E você, princesa Lee Lee.
A estagiária fez uma cara de surpresa. — Eu também sou uma princesa? — A estagiária perguntou, mantendo a garota distraída enquanto o neurocirurgião a examinava.
— Nós vamos descobrir o que está causando as convulsões. A ressonância magnética sabe que estamos caindo?
— Você disse CT. — George cuspiu, um pouco irritado.
— Agora estou dizendo ressonância magnética.
— Está disponível. — A estrangeira informou, enquanto deixava a menininha brincar com seus cabelos.
— Doutor, ela vai precisar de cirurgia? — Seu pai perguntou, preocupação em sua voz. — É só que minha esposa e eu, nós dois trabalhamos, e não sei se nosso seguro... Sabemos que pode ser muito caro.
— Eu não quero que você se preocupe com isso. — Derek responde a eles.
— Que tal enviarmos alguém para ajudá-lo a descobrir? — A garota sugeriu, o alívio aparecendo nas expressões dos pais. Nesse momento, a perna de Jamie começou a tremer violentamente.
— É uma convulsão focal do lado esquerdo. — O atendente lhes disse. — Vamos fazer esse diazepam correr agora, por favor, eu preciso de um torniquete.
Quando o atendente o colocou no braço da criança, Lena se aproximou para tranqüilizá-la. — Jamie, olhe, vamos colocar essa pulseira super legal de princesa no seu braço, ok? — Os olhos do bebê se arregalaram, excitados. — Agora o Dr. Shepherd vai colocar essa borboleta em seu braço para ser sua amiga, que tal isso? — Ela sugeriu, com um sorriso, a garota encantada pela mulher à sua frente. Nesse momento, sua perninha parou de tremer.
— Ei, você gosta de naves espaciais? — O atendente perguntou a ela, e a garota assentiu vigorosamente. — Devemos levar o Capitão O'Malley e a Princesa do Espaço Lee Lee para a ressonância magnética da nave espacial? Vamos.
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— Chama-se Encefalite de Rasmussin. — Derek explicou aos pais da menina, mostrando-lhes sua ressonância magnética. — O que significa é que este lado do cérebro, esta parte está toda saudável, está funcionando perfeitamente. Esta parte negra do cérebro, tudo isso está morto ou morrendo. — Lena estava ao lado de George, ouvindo atentamente. — A condição piorou radicalmente desde as tomografias, três meses atrás. Se não for tratada, a doença vai matá-la.
— Quanto tempo? — Sua mãe questionou.
— Cedo demais. — Lena disse, a voz cheia de compaixão.
— Então, existe uma cura?
— O tratamento exige que a porção da doença do cérebro dela seja removida e selada. Veja, eventualmente, o fluido espinhal encherá a cavidade.
— Remover? Mas isso é... — Seu pai gaguejou.
— Metade do cérebro dela, sim. — Lena confirmou. — A idade dela torna isso possível.
— De fato, seu cérebro ainda não está totalmente desenvolvido, então os nêutrons restantes compensarão a perda. — O atendente explicou. Nesse momento, a menina foi levada para fora da sala de ressonância magnética e sua mãe correu até ela.
— Então, ela vai ser normal? — O pai perguntou.
— Existem riscos em qualquer cirurgia, e este é um dos maiores. Mas, se formos bem sucedidos, Jamie pode sair deste hospital em algumas semanas e viver uma vida relativamente normal. — Explicou Shepherd.
— Sabemos que isso é muito para digerir, mas o importante a lembrar é que podemos salvar a vida dela. — Lena disse a eles com um sorriso suave quando eles saíram.
— Dr. O'Malley? Dra. Campos? — O atendente chamou.
— O que? — O menino perguntou, claramente frustrado.
— Desculpe incomodá-lo, mas se os pais consentirem, pensei que você gostaria de participar da hemisferectomia, junto com a Dra. Campos. Você está ou não?
— Dentro. — O menino respondeu enquanto se afastava.
— Dra. Campos, devo dizer, estou impressionado com o quão bem você lidou com a criança e os pais. Você manteve Jamie distraída e calma enquanto tranquilizava o casal, sem esconder a verdade. Bom trabalho. — O homem deu-lhe um sorriso e foi embora, deixando para trás uma Lena corada e feliz.
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Saindo do elevador, Lena segurando o braço de George, o menino chamou Cristina.
— Yang! Estamos fazendo uma hemisferectomia com Shepherd.
— Saia! Eu mataria por isso. — A asiática soltou e a baixinha tirou um pacote de biscoitos da máquina de venda automática.
— Eu sei! Nós vamos cortar metade do cérebro da garota. — Lena disse a ela, animada, colocando um biscoito na boca.
— E vai funcionar! — Um George maravilhado soltou. — É ultrajante, quase torna difícil odiá-lo.
Lena bateu no braço dele e Cristina perguntou: — Por que você o odeia?
— Ele sabe sobre ele e Meredith. — Lena disse a ele, entre mordidas em sua comida.
— Você sabe?! — O menino chocado perguntou, traição em seus olhos. — Vocês dois sabiam?!
— Quando vocês vão descobrir, nós sabemos tudo. — Cristina disse a ele, enquanto Izzie subia as escadas.
— Ela também sabe! — O menino virou-se para a loira.
— O que, sobre Doctor-cest?
— Está acontecendo há, tipo, desde sempre. — Ela simplesmente disse.
— E nenhum de vocês poderia ter nos contado? — George gritou, fazendo a portuguesa rir.
— Você é uma fofoqueira, hein? — A mulher asiática acusou.
— Como eu disse, não era meu segredo para contar. — Lena explicou mais uma vez, repetindo o que disse naquela manhã, encolhendo os ombros.
— Ele está prestes a fazer uma grande cirurgia no cérebro sem dormir? Não é muito responsável. — George comentou.
— Melhor do que bêbado. Eu disse a Shepherd sobre isso, a propósito. — Lena informou o menino, os outros dois alheios ao que estavam discutindo.
— Sexo a noite toda não é sobre ser responsável. — A mulher de cabelo encaracolado deu de ombros.
— Não, é sobre sexo a noite toda. Eu não posso acreditar que você não está mais chateado com isso. Você acaba com todas as pessoas. — Izzie acusou, fazendo os olhos do gênio se arregalarem e a fazendo engasgar com seus biscoitos.
— Bem, ela trabalha o dia todo. Ela tem um trabalho duro. Por que você deveria se importar como ela relaxa? Quer dizer, você gosta de assar a noite toda, Lena escreve e lê, algumas pessoas gostam de beber... Orgasmo gritando. — Cristina explicou, Alex entrando na conversa.
— Sim, nós fazemos. — Ele encheu a boca com um donut.
— Esqueça que eu disse isso. Finja que não estou aqui, continue.
— Alex, eu não quero ver você mastigar, muito obrigado. — Helena respondeu, o nariz franzido em desgosto.
— Parece que você precisa ser alimentado com colher. — O menino provocou a menina doente.
— Você se parece com Alex. — Ela piscou.
— Você realmente deveria ir para casa, mas eu sei que você não vai. Oh, eu posso fazer uma sopa para você mais tarde, se você quiser! — A menininha sugeriu, Cristina dando-lhe um olhar agradecido.
— Nós não estávamos falando sobre sexo, de qualquer maneira? — O menino que estava comendo a rosquinha perguntou, fazendo o resto do grupo sair.
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— Eu aprecio isso. — George disse, enquanto ele, Helena e Derek esfregavam as mãos em sua cirurgia. — A chance de participar desse tipo de procedimento é, bem... Eu aprecio isso.
— Nós dois fazemos. — Lena deu-lhe um sorriso. Ao perceber o anestesista de antes de entrar na cirurgia, ela se preocupou um pouco, mas esperava que Derek cuidasse da situação.
Uma enfermeira recebe um café para o Dr. Shepherd e ele agradece, fazendo o Dr. Taylor comentar sobre George e Lena. — Ah, café: onde estaria o remédio sem ele, hein? — O hálito cheio de álcool atingiu o garoto no rosto e ele deu um passo para trás, a garota torcendo o nariz em desgosto.
— Espero que você tenha uma nova palavra cruzada, Taylor. Vamos ficar aqui por um tempo. — Derek comentou.
Helena caminhou até a garotinha e explicou a ela o que ia acontecer. — Oi, princesa Jamie. Você vai tirar uma soneca muito legal agora, e quando você acordar você vai estar com a mamãe e o papai, ok?
— Ok, princesa Lee Lee.
— Eu só preciso que você respire dentro dessas bolhas de ar para mim. — Ela instruiu a garota.
— Desculpe, Dr. Taylor, mas você acabou de... Você andou bebendo? — George soltou, todos olhando para ele chocados, a criança já tendo adormecido.
— Perdão? — O anestesista pareceu ofendido
— Você cheira... Eu, eu sinto cheiro de álcool.
— Onde diabos você sai me acusando de algo assim? — A garotinha assistiu toda a briga com os olhos arregalados.
— George, você está fora da linha. — O atendente comentou.
— Existem regras. Você sabe, há regras por uma razão. — George exclamou, Lena sem saber como proceder.
Chegando à conclusão de que precisava defender o que achava certo, apesar das possíveis consequências, ressaltou. — Dr. Shepherd, respeitosamente, há uma menina de dois anos nesta mesa. Uma criança de dois anos que acredita que somos dois príncipes, esta sala é uma nave espacial e o anestesia está soprando bolhas. Eu não posso simplesmente ficar para trás e observá-la vulnerabilidade sendo aproveitada. — Ela olhou o cirurgião mais velho nos olhos, suplicando silenciosamente a ele.
— Eu não preciso de alguns estagiários punks me dizendo o que está em jogo aqui. — Dr. Taylor zombou. — Tire-o daqui, Shepherd. A menina não teria falado se o menino não tivesse. — Seguiu-se um momento de silêncio, enquanto Derek parecia ponderar suas opções. — Shep?
— Você está fora, George.
O estagiário saiu da sala, revoltado com o que acabara de acontecer, enquanto um olhar compassivo de Lena seguia o amigo, suspirando.
— Tudo bem, vamos começar o procedimento com a lobectomia temporal esquerda. — O atendente informou sua equipe de OR. — Depois do temporal, faremos o frontal e depois o occipital.
O sangue de Lena ferveu ao ver George assistindo da galeria, mas ela sabia que não adiantaria reclamar.
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Agora na cirurgia, Derek explicou mais uma vez. — Da lobectomia frontal, vou encontrar um, uh...
— Vamos encontrar a artéria cerebral anterior. — Lena apontou.
— Sim, então nós vamos precisar...
Quando ela notou os olhos da garota estremecendo levemente, a estagiária chama. — Dra. Shepherd? Seus olhos.
Ao olhar para baixo, percebeu o que a garota queria dizer. — Sabe, Taylor, a luz horrível da anestesia dela. — A criança se moveu mais uma vez e Derek o chama novamente. — Vamos, Taylor, ela está acordando.
Helena se aproximou do homem, chamando seu nome. — Dr. Taylor? — Ela olha para baixo como o médico, a cabeça ligeiramente baixa e os olhos fechados. — Ele está dormindo! Dr. Taylor! — Ela gritou pelo nome dele mais uma vez.
— Huh? — O anestesista acordou com um pulo. — Oh, Deus, desculpe. Desculpe, eu estou nisso. Foi mal, Shep.
— Ele estava certo, não estava...? — Derek baixou a voz, claramente zangado.
— Ah, vamos lá, eu cochilei. — O outro Doutor continuou dando desculpas para si mesmo.
— Tudo o que temos que fazer para passar o dia, certo? — O neurocirurgião perguntou, ironia escorrendo de seu tom.
— Eu vou ficar bem, isso não vai acontecer de novo.
— Sim, não aqui, não vai. Uh, Steph, ligue para o Dr. Pennington. Hopkins, assuma o controle até que ele chegue aqui. Saia daqui e se recomponha. — Ele ordenou, fazendo Lena sorrir com força sob a máscara.
Mais tarde, eles quase terminaram a cirurgia. — Esperamos que esta embalagem evite hemorragias. Dra. Campos, deseja acrescentar algo a isso? — perguntou Derek.
— Deve permitir que o líquido cefalorraquidiano eventualmente preencha a cavidade. — A menina responde.
— Exatamente. ET, você quer fechar? Eu vou para a cama. — Ele começou a tirar o vestido, a garota com uma expressão de admiração ainda no rosto.
— Uau, isso foi... Irreal. — Ela comentou.
— Estava cansado antes de vir aqui, agora estou cansado de novo. Voltou à realidade. — Ele sinalizou para George encontrá-lo do lado de fora da sala de cirurgia, Lena logo atrás dele.
★
No corredor, Derek falou com o menino, enquanto os dois internos estavam encostados na parede. — Deixe-me explicar. Existe um código entre os médicos, não devemos fazer perguntas uns aos outros, não dentro dos muros deste hospital.
— É por isso que eu tentei avisá-lo antes, Dr. Shepherd, eu estava pulando para evitar situações desconfortáveis, mas quando George falou, eu não consegui- — A garota se mexeu um pouco enquanto falava, mas foi interrompida logo depois por seu amigo.
— Ok, eu estava fora de linha. — Ele começou a se afastar, antes que o atendente falasse novamente.
— Não, você não estava, eu estava. Eu estava fora de linha. Alguém deveria ter assumido a responsabilidade, e deveria ter sido o cara que estava cortando, deveria ter sido eu. Eu deveria ter ouvido Lena mais cedo e então você na SO. — A garota sorriu levemente, feliz por ver seu superior fazendo o que era certo. — Você não merecia o que aconteceu com você hoje. Vocês dois fizeram a coisa certa, com código ou sem código. — Ele estendeu a mão para o estagiário apertar, o que, após um momento de hesitação, ele aceitou. — Você me viu sair de casa esta manhã, não foi? — Ele agora falava apenas com George.
— Ah, era você? — O menino tentou fingir.
— Eu não estou usando ela e não a favoreço.
— Ela é muito grande, você sabe.
— Vamos dizer aos pais de Jamie que ela vai ficar bem. Vá em frente, eu te ligo. — Ele disse a ele, agora se virando para a garota que ainda estava encostada na parede.
— Você já sabia, não é? — Ele perguntou, corando ligeiramente. — Ela te contou?
— Eu sei desde o nosso primeiro dia. — Vendo o rosto surpreso do cirurgião, ela simplesmente respondeu. — Vocês dois não foram exatamente tão discretos quanto poderiam pensar que eram. — A garota riu, balançando a cabeça levemente.
— Sabe, Helena, devo dizer, estou impressionado com o quão bem você se saiu hoje. Você foi perfeita com Jamie e ainda conseguiu manter os pais calmos. Você entendeu o que era ver remédios nos olhos de uma criança. Mas acima disso, você defendeu aquela garota na sala de cirurgia, custos pessoais à parte. — Lena murmurou um agradecimento baixinho e corou levemente. — Então, por mais que eu queira que você siga o neuro, acho que você teria um futuro brilhante pela frente em cirurgia pediátrica, caso optasse por segui-lo. E, honestamente, acho que você deveria pelo menos dar isso algum pensamento. — O homem deu-lhe um sorriso e se afastou, deixando uma sorridente Lena para trás.
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Enquanto Helena estava em cirurgia, Izzie aparentemente partiu para Meredith por causa de seu caso com Derek. Agora, ela estava na cozinha, fazendo companhia a Izzie enquanto fazia um bolo de chocolate.
— Achei que você já estaria dormindo. — Meredith entrou.
— Sim, bem, eu não estou e nem Lena. — Izzie suspirou. — Se você esperar alguns minutos, você pode comer um pedaço de bolo. Assado cheio de amor... Na verdade, cheio de implacável, toda raiva e hostilidade consumindo, mas ainda é saboroso.
— Então você sabe? — A loira mais baixo perguntou.
— Ambos o viram sair esta manhã. — Lena explicou. — Embora eu realmente não saiba como eles não descobriram antes. — Ela inclinou a cabeça, como se estivesse lutando para encontrar uma resposta.
— Não podemos ser todos gênios, Lena. — Meredith disse a ela com um sorriso, esperando nas bancadas. — Bem, você quer a versão longa e sórdida, ou a versão curta onde eu comecei a dormir com um cara que acabou sendo meu chefe?
— Nem. — Disse a ex-modelo.
— Izzie, me dê uma folga aqui.
— Não. Você foi para Dartmouth. Sua mãe é Ellis Grey. Você cresceu... Olhe para esta casa! — Ela disse a eles, frustrada. — Sabe, você entra na sala de cirurgia e não há ninguém que duvide que você deveria estar lá.
— Eu meio que entendo. O número de vezes que me disseram que não pertenço a este país. — Lena comentou, tentando ter empatia.
— Exatamente, eu cresci em um estacionamento de trailers. Eu fui para a escola estadual. Eu me formei na faculdade de medicina posando de calcinha. Você entra na sala de cirurgia e todo mundo espera que eu seja a enfermeira... Você, Meredith, tem o respeito deles sem nunca tentar, e você está jogando fora por... O quê? Algumas boas cirurgias?
— Não é sobre as cirurgias. — A garotinha sussurrou, sabendo o quão apaixonada sua amiga já estava.
— Não se trata de avançar. — Meredith concordou.
— E daí? Um pouco de sexo quente, você está disposto a arruinar sua credibilidade por causa disso? — A mulher alta questionou. — Quero dizer, o que diabos você está fazendo?'
— Ela gosta dele. — Lena disse de maneira cantante, e Izzie olhou para a amiga em questão como se quisesse verificar a credibilidade da afirmação.
— Oh meu Deus! Você está se apaixonando por ele.
— Eu não estou. Parem, vocês dois.
— Ah, você está. — A loira acusou, balançando a cabeça.
— Não, eu não estou.
— Mer, eu sei de tudo, apenas admita já. — A morena disse a ela, cortando um pedaço de bolo.
— Sabe, é que ele é tão... E eu só... Estou passando por um momento difícil.
— Uau, você está todo mole e quente e... Cheio de sentimentos secretos. — Izzie comentou, passando uma fatia de bolo para a amiga enquanto Lena já atacava a sua.
— Não é segredo se eu souber sobre eles. — A garotinha sorriu e ela suspirou. — Ah, eu gosto de saber das coisas. — As três riram, Meredith já comendo seu bolo.
— Eu odeio vocês dois! E seu bolo!
— Meu bolo é bom. Então, hum, quão quente é o sexo? — Questionou Izzie.
— Izzie! — Ambos as amigas dela disseram em uníssono, um como uma reprimenda, outro como um apelo.
— O quê? Vamos lá, não estamos conseguindo. Ajude uma garota com alguns detalhes! — A loira implorou.
Helena não sabia que tinha sentimentos por ninguém, ela não era de se apaixonar rapidamente. E de alguma forma, naquele momento, George foi a única pessoa que veio à sua cabeça.
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