004
˖࣪ ❛ PRIMEIRA TEMPORADA
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— VOCÊS NÃO ENTENDEM. Minhas gônadas, seus ovários! — Soltou um George muito frustrado quando seus colegas de quarto saíram do carro.
— Oh, isso me lembra, estamos sem tampões. — disse Izzie.
— Izzie, você estava desfilando pelo banheiro de calcinha quando eu estava nu no chuveiro.
— Você pode adicioná-lo à sua lista, por favor? Tampões. — A loira mais alto respondeu.
— É para a lista, é a sua vez. — Meredith explicou enquanto caminhavam em direção à entrada do hospital, ainda escuro lá fora.
— Eu sou um homem! — Ele exclamou.
— Ah, vamos Georgie. Talvez você se sinta um pouco estranho com Izzie entrando no seu chuveiro, mas qual é o problema de comprar absorventes internos? Meu pai era o homem mais forte que eu já conheci e costumava comprá-los quando precisávamos. — Acrescentou Lena.
— Eu não gosto de produtos femininos. Eu não quero você acordando enquanto estou tomando banho, e eu não quero ver você de calcinha. —
— Isso não me incomoda, ok? Olhe para mim de calcinha, George, não se apresse. Não é grande coisa.
— Ou você pode simplesmente fingir que é um biquíni! — A baixinha sugeriu dando um tapa nas costas dele.
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— Você é a primeira pessoa que eles veem de manhã. Você diz por favor, agradece, pede desculpas por acordá-los. Você os faz se sentirem bem com você. — A Dra. Bailey disse a eles em seu vestiário, enquanto Helena vestia seu uniforme. — Por que isso é importante? Porque então eles vão te dizer o que está errado. Por que isso é importante? Porque então você pode dizer aos seus assistentes o que eles precisam saber durante as rodadas. — Ela fechou o armário e puxou o cabelo para trás em um rabo de cavalo baixo. — E por que isso é importante? Porque se você fizer sua residente ficar mal, ela vai torturá-lo até que você implore por sua mãe. Agora vá lá, eu quero que as pré-rodadas sejam feitas às cinco e meia da manhã.
— É melhor eu conseguir bons pacientes hoje. Ontem tive dois caras com colostomia que precisavam trocar de curativo a cada quinze minutos. — Meredith disse depois que Bailey saiu.
— Bem, eu tinha um cara que ficava olhando para a minha bunda e insistia em me chamar de enfermeira. — Helena reclamou.
— Vou fazer uma cirurgia. Hoje é meu dia. — Cristina disse, olhando para longe.
— Em que? — perguntou Meredith.
— O que você sabe? — A baixinha se animou.
— Como eu diria a qualquer um de vocês. Eu estava aqui às quatro e você não chegou aqui até as quatro e meia.
— Por que você não vai me dizer? — A loira insistiu.
— Eu não sou o estagiário que está transando com um atendente.
— Ei, e eu? — Lena fez os olhos de cachorrinho mais fofos que conseguiu.
— Por mais adoráveis que sejam, eu ainda não vou te dizer. Você é um bebê Einstein que todo mundo gosta. Você vai fazer cirurgias de qualquer maneira. — A garota franziu a testa ligeiramente com as palavras, mas rapidamente recuperou o sorriso.
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Mais tarde naquele dia, Meredith, George e Helena caminharam pelo corredor do hospital.
— É preciso haver algumas regras. — O menino reclamou.
— Então, o que, podemos andar de calcinha em terças-feiras alternadas? Ou você pode ver sutiãs, mas sem calcinha? Ou estamos falando das regras Amish? — Meredith perguntou sarcasticamente.
— Porque se você acha que vai fazer Izzie se cobrir... — Helena acrescentou.
— A quantidade de carne exposta não é o ponto. Você tem que fazer alguma coisa, a casa é sua.
— É a casa da minha mãe. Você gosta de Izzie, é disso que se trata? Você tem uma queda por Izzie? — A loira questionou.
— Izzie?! Não, Izzie, eu não gosto de Izzie. Não, eu, ela é, ela não é a pessoa por quem eu estou atraído. — O menino desabafou.
— Não é o único, então há um? — Meredith perguntou, Helena acordando na frente deles, sem ouvir a conversa, enquanto o garoto a olhava corado.
— O'Malley, Grey, pegue Karev e vá para o trauma. Campos, parece que Shepherd gosta de trabalhar com você, ele pediu você para o dia. — A residente ordenava à medida que se aproximavam, atribuindo-lhes tarefas. A garota sorriu brilhantemente e agradeceu sua presença.
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Ao se aproximarem do atendimento do dia, eles se deparam com uma visão chocante. O paciente estava de alguma forma consciente, mesmo com vários pregos no crânio.
— Eu não posso ver minhas mãos! Eu não posso ver... — O paciente informou, pânico em sua voz.
— Sabe de uma coisa? Eu não quero que ele se mova. — O atendente ordenou.
— Está tudo bem, precisamos que você fique bem quieto, sr...? — perguntou Meredith.
— Cruz, Jorge Cruz. Ele tropeçou e caiu de um lance de escada segurando uma pistola de pregos. — Uma enfermeira disse a ela.
— Ok, Sr. Cruz, nós temos você agora, só não podemos deixar você se mexer, certo? — Helena perguntou a ele.
— De alguma forma ele conseguiu perder um vaso sanguíneo. Isso é um pequeno milagre. O nervo óptico foi afetado. Dormência no lado direito. — Derek examinou. — Qual é a nossa preocupação imediata?
— Infecção. — Gray e Campos disseram em uníssono.
— Vou arrancar esses pregos em meia hora. Precisamos de uma tomografia.
— Os CTs estão inoperantes. Eles os trocaram ontem à noite. O computador quebrou, eles os terão de volta à uma hora. — A mesma enfermeira lhe disse.
— Típico. — Ele sussurrou para si mesmo. — Então, quais são as opções?
— Ressonância magnética. — George sugeriu.
— Brilhante. O homem tem pregos na cabeça, vamos colocá-lo em um ímã gigante. — Alex disse sarcasticamente.
— Devemos fazer filmes de três pontos do eixo e um c-arm uma vez na cirurgia. — Disse Lena.
— Excelente. Vocês pesquisam e descobrem se isso já aconteceu antes.
Justo quando Lena estava saindo, ela ouviu o homem falar novamente.
— Minha esposa, minha esposa.
— Sua esposa está a caminho, Sr. Cruz.
Ela então saiu da sala, sendo atribuída a Meredith a tarefa de vigiar o homem.
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Depois de fazer sua própria pesquisa, Helena se aproximou de seu atendente para informá-lo do que havia encontrado.
— Dr. Shepherd? Acontece que houve 23 casos semelhantes ao do Sr. Cruz, embora um tenha sido uma tentativa de suicídio, então não sei se conta.
— Não conta. Qualquer coisa que possa me ajudar?
— Bem, não há nenhum procedimento que poderia, mas foi estabelecido que um tempo de cirurgia mais curto reduz os riscos e que sangramento e infecção são os principais problemas a serem observados. Portanto, faça isso rapidamente e fique atento ao sangramento.
— Ótimo, então estou sozinho. — Ele suspirou.
— Dr. Shepherd? — A garota perguntou um pouco reticente. — Posso ter pensado em algo, embora não tenha certeza se ajudaria...
— Vá em frente.
— E se removermos os pregos do ângulo exato em que eles entraram no crânio? Dessa forma, evitaríamos mais danos, por isso deve ser mais seguro.
O Doutor mais velho sorriu, vendo o potencial da garota. — Você pode estar em alguma lugar, Campos. Você acabou de ganhar a chance de entrar.
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— Vertiginosa ou tontura?
— Tonto. Às vezes ele tinha que se preparar para sair da cama. — Meredith informou Derek enquanto eles se esfregavam para a cirurgia junto com a garota portuguesa.
— Pode ser um milhão de coisas, simples ortostase. O quê?
— O que o fez cair escada abaixo com uma pistola de pregos?
— Ele disse que tinha tropeçado. Só porque você ouve batidas de cascos não supõe zebras.
— Algo o fez perder a consciência e cair da escada. Ele pode ter um tumor. — A loira explicou.
— Por que nós não nos concentramos apenas nesta cirurgia e depois nos preocupamos com o resto? Ele nem deveria estar vivo agora, estou certo? — Helena sugeriu, tendo acabado de se esfregar.
— Exatamente, eu não tenho ideia de por que ele ainda está se movendo e falando. Vamos esperar para procurar outra coisa. — Derek concordou.
Para aliviar o nervosismo, a baixinha sugeriu que Jorge lhes contasse sobre sua esposa, o que ele fez de bom grado.
— Ela tinha essa coisa de vermelho quando nos conhecemos. Carro vermelho, vestidos vermelhos, chapéus vermelhos. Pessoalmente, eu odiava a cor. Muito óbvio, sabe? Mas alguns anos atrás, eu a levei para as montanhas. em um vestido vermelho e havia um campo de vermelho... Papoulas, eu acho. E ela pulou do carro, correu para eles e começou a rir. Rindo de todo o vermelho.
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Com a cirurgia em andamento, o cacique narrou o que está acontecendo com os que estão na galeria.
— Como você pode ver, o paciente atirou sete pregos diretamente no crânio sem causar danos significativos, além do nervo óptico, e podemos salvar isso. A ideia é remover os pregos exatamente no ângulo em que entraram. Qualquer movimento e corremos o risco de causar mais danos do que quando eles entraram.
Enquanto o Dr. Shepherd removeu as unhas com incrível precisão, Meredith e Helena ajudam. Depois que todos foram removidos sem sangramento, Derek avaliou a situação.
— Acho que não pioramos. A grande questão é o nervo óptico. Saberemos pela manhã.
— Devemos pedir a ressonância magnética? — Lena perguntou.
— Ele precisa se estabilizar. Faremos isso amanhã.
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No dia seguinte, depois de descobrir que Jorge havia recuperado a visão, Derek fez alguns testes enquanto Meredith e Helena observavam.
— Você pode me dizer o que você comeu no café da manhã na segunda-feira? — O cirurgião perguntou.
— Omelete de queijo. E no domingo, no sábado e na sexta-feira. Sona levanta todas as manhãs e me faz uma omelete de queijo. — A baixinha sorriu para o relacionamento do casal.
— É a única coisa que ele gosta.
— É a única coisa que você sabe cozinhar.
— Ok, as coisas parecem boas, mas preciso que Jorge faça uma ressonância magnética está manhã para verificar se há sangramento residual. — O atendente informou.
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Terminada a ressonância magnética, os médicos tiveram que informar ao paciente que ele tinha um tumor.
— Melhor prática, provavelmente para remover o tumor. Provavelmente, porque eu não posso pegar tudo. Noventa e nove por cento, mas não tudo. Com radiação e quimioterapia você está olhando talvez cinco a dez bons anos.
— Vamos fazer isso. — Jorge decidiu.
— Você não ouviu o lado negativo. Veja, o tumor está localizado em uma parte do seu cérebro onde residem suas memórias e personalidade. E por causa das bordas difusas desse tipo de tumor, eu tenho que cortar muito. Jorge, você tem uma boa chance de perder suas memórias, de perder quem você é. — Helena notou lágrimas nos olhos da amiga, mas optou por dar-lhe privacidade.
— A alternativa é uma gama de tratamentos com faca cibernética com radiação de foco. É menos invasivo, há pouca chance de perda de memória ou ele se perder, mas só daria a Jorge talvez três a cinco anos.
— Três a cinco anos? — Sua esposa perguntou, um nó claro na garganta, e começou a chorar.
— Está é uma decisão incrivelmente difícil. Se você tiver alguma dúvida e precisar falar comigo, estou aqui, ok? — Os três cirurgiões saíram da sala.
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— Jorge e Sona querem a cirurgia. — Derek disse a Meredith e Helena, as sobrancelhas da segunda garota se erguendo com surpresa.
— Eles querem que você corte isso? — Ela perguntou.
— Sim. A decisão é deles. — Ele atendeu e foi embora.
Alguns momentos depois, com Helena encostada na parede e lendo um artigo sobre cirurgia neonatal, Sona saiu do quarto do marido. A garota só percebeu isso quando Meredith chamou a mulher.
— Sona? — A mulher de vermelho se aproximou deles e o loiro falou com ela. — Você precisa considerar o que você vai perder. — Não querendo desrespeitar a amiga, Helena olhou-a com estranheza, como se a exortasse a parar, mas não disse nada. — De que adianta cinco anos se ele não brinca com suas omeletes e não se lembra de ter visto você com aquele vestido vermelho?
— Ainda faltam cinco anos.
— Você não entende. Ele estará lá, mas não será George.
— Meredith. — A garota mais baixa sussurrou e colocou a mão em seu ombro, que ela deu de ombros.
— Ele nem vai te reconhecer! — O loiro continuou.
— Este é o nosso negócio. — A esposa do paciente defendeu.
— Você não tem ideia do que isso vai fazer com você.
— Meredith. — Lena disse mais uma vez, agora mais alto, sem sucesso.
— Cinco anos bons não são melhores do que dez ruins?
— Dra. Grey! — A garota repetiu com mais autoridade, fazendo a amiga parar até a chegada do Dr. Shepherd.
— Meredith, o que diabos você está fazendo? — O atendente questionou.
— Ela precisa entender. — O estagiário mais alto implorou.
— Eu entendo! — Sona disparou. — Você acha que estou sendo egoísta, que não quero desistir dele.
— Não achamos. — Lena assegurou.
— Está é a decisão de Jorge. E se isso significa dez anos ruins para mim, tudo bem. Vou dar a ele esses anos, porque vou dar a ele o que ele quiser.
— Olha, eu sinto muito, Sona. Só por favor, perdoe ela. — O homem interveio. — Ela é uma estagiária.
— E se ele não se lembra de mim, se não se lembra do que somos, ainda é meu Jorge. E eu me lembrarei por nós dois. — A mulher chorou e foi escoltada por Derek, deixando para trás uma Meredith com lágrimas nos olhos e uma Helena preocupada.
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Naquela noite, Helena foi para casa e encontrou Meredith bebendo uma garrafa de tequila.
— O que está acontecendo? E, como uma mulher sábia me disse uma vez, antes que você me dê alguma merda sobre estar bem, eu sei que você não está. — Meredith sorriu. — Então você quer falar sobre isso? Sobre o que foi hoje?
— Ok, mas saiba que eu só estou te contando isso porque eu sinto que posso confiar em você e que você não vai ter pena de mim, para citar alguém também. — Ambas as meninas riram de Meredith repetindo as palavras que sua amiga lhe disse alguns dias antes. A loira tomou outro gole de sua bebida antes de começar. — Minha mãe tem Alzheimer precoce. Eu sou o único que pode visitá-la e ela não me deixa contar a ninguém. É por isso que eu reagi demais. — A menina menor soltou um — oh — e sentou-se mais perto de sua amiga.
— Você quer minha companhia ou prefere ficar sozinho? — Lena perguntou, carinhosa.
— Você pode ficar. — A loira se encolheu no sofá, abrindo espaço para a amiga e passando-lhe a garrafa de tequila. A morena colocou o braço em volta dela e tomou um gole de tequila igualmente longo.
— Eu não bebo muito, então é melhor você apreciar o que estou fazendo. — Ambas as garotas riram a noite toda enquanto se embebedavam, esquecendo seus problemas da noite. Entre goles e risadinhas, mesmo que por um momento, eles sabiam que ficariam bem.
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