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33 - Templo da perdição


           

Nós estávamos no meio do deserto. A grande porta de onde havíamos saído ficava bem no meio de uma parede de pedra com uns dez metros de comprimento por três de altura. Uma estátua de dragão com corpo de serpente em cada lado da porta. Não havia mais nada, só areia e o sol abrasador diretamente sobre nossas cabeças. A porta não tinha maçaneta e Selva não fazia ideia de como abri-la.

Dando a volta à parede encontramos... areias claras e escaldantes do deserto. A mesma parede de pedra com a mesma porta, só que agora sem os desenhos e ranhuras, só a madeira lisa. Nós tentamos empurrar, dos dois lados, mas ela não se mexeu um milímetro. Depois de examinarmos minuciosamente os dois lados da porta e estarmos zero progresso a caminho da solução, Natan se sentou na base da estátua e perguntou:

— Tem certeza que é essa porta mesmo? Não poderá haver outras perdidas nesse deserto?

— É essa mesmo, tenho certeza. Ela é a única. — Selva afirmou com convicção.

— Esse calor está me matando. — Natan falou espremendo as costas contra a cauda da estátua para aproveitar a minúscula faixa de sombra. — Deve estar a mais de cinquenta graus aqui. — o som de rocha raspando contra rocha fez o corpo de Natan se mover para trás. — Uou! — ele se levantou depressa.

— Você moveu a estátua! — falei me aproximando.

Ela só se movia se empurrada no sentido anti-horário. Estava originalmente com a cabeça voltada para o calor do deserto. Empurramos a calda e o animal foi fazendo a volta completa até estar na posição original, sem nada acontecer. Na boca aberta trazia um rubi do tamanho de uma mão fortemente preso entre os dentes.

— E se os colocássemos um de frente para o outro? — Elisa sugeriu.

— Boa ideia. Vamos tentar. — me dirigi a outra estátua deixando a primeira a cargo de Natan.

Empurrei a cauda da criatura e esta agora só girava no sentido horário. A curva foi se completando até estar de frente para seu semelhante. Uma boca aberta de frente para outra. Nada.

— Droga. — Natan coçou a cabeça.

Nosso grupo deu a volta e parou no meio dos dois animais. Observamos nosso reflexo dentro do vermelho intenso. O cristal ficou opaco e começou a derreter.

— Tem alguma coisa acontecendo aqui! — ouvi atrás de mim.

— Aqui também! — respondi. — O rubi está derretendo para dentro da boca da criatura!

Uma luz alaranjada piscou no fundo da garganta.

— É melhor a gente sair! Vai, vai, vai! — Natan gritou enxotando a todos.

A explosão nos fez cair no chão bem a tempo. Olhamos para trás e os animais expeliam cada um, pela boca, um jato de fogo que se encontravam em pleno ar. As patas foram as primeiras a se mover. Era como assistir a uma imagem e seu reflexo no espelho. As duas estátuas se moviam em perfeita sincronia. Deslizaram de seus pedestais para a areia fofa e voltaram seu calor ardente para a madeira da porta.

O material se inflamou e chiou, os cristais incrustados evaporaram e as cinzas começaram a se depositar no chão. O negro do carvão se misturando ao dourado da areia. Pela abertura que se formava, podíamos ver o templo em que adentraríamos. Depois de alguns minutos não havia mais vestígios da porta, apenas um resquício de fumaça e cheiro de lenha queimada. O fogo cessou e as criaturas retornaram a seus postos, inanimados, de costas um para o outro, ostentando imensos rubis entre os dentes.

De frente para a passagem recém aberta, parados uns ao lado dos outros, olhamos para o templo esculpido todo em pedra.

— Você disse que essa era a única porta, Selva? — Natan perguntou.

— Sim. — respondeu.

— Não íamos precisar dela para voltar para casa? — ele acrescentou.

Engolimos em seco ao mesmo tempo. Ninguém respondeu.

— Bom. — ele deu um passo atravessando para o outro lado. — Então vamos esperar que algum bom samaritano coloque outra no lugar enquanto estivermos ausentes.

Nós seguimos atrás dele e entramos no templo da perdição. Sobre nossas cabeças havia um teto alto. A única luz que entrava era a da antiga porta, que agora não passava de um buraco aberto na parede. O sol do deserto iluminava a escadaria que estivera escondida bem atrás da madeira. O caminho era descendente. Descíamos em fila indiana com passos cautelosos e atentos. À direita e à esquerda um buraco negro que não sabíamos se tinha ou não fundo. Chegando ao piso no final da escada a penumbra começava a nos envolver com poder. Um bastão de cada lado estava preso por uma argola à parede. Peguei e risquei a ponta de cima contra a pedra rugosa da parede, o material pegou fogo e iluminou o recinto.

— Assim está bem melhor. — Elisa falou segurando a outra tocha.

— Pode me emprestar um instante, senhorita? — Ramon pediu o fogo.

Elisa passou o objeto a ele e o rapaz se aproximou da parede, deslizando suavemente os dedos sobre os símbolos entalhados na pedra.

— O que é isso? — perguntei me aproximando também.

— Eu não sei. Mal reconheço um símbolo ou dois. — respondeu.

— Selva, sabe o que está escrito? — Natan questionou.

A ruiva olhava com curiosidade para o pergaminho gigantesco incrustado na parede.

— Não tenho domínio sobre esse dialeto, mas... parece ser algo — franziu as sobrancelhas. —, uma profecia talvez. Pode iluminar um pouco mais aqui, por favor? — pediu.

Eu me aproximei, a luz incidindo diretamente sobre a caligrafia. Nós fomos caminhando vagarosamente enquanto a filha da lua se movia analisando a rocha.

— Algo sobre uma escuridão que se espalha sobre o mundo. Não tenho certeza, mas... talvez um grande mal que parece despertar de tempos em tempos predeterminados. Um milhão de anos. — ela falou com os dedos traçando cuidadosamente um rabisco. — Não me lembro dessa história. Destruição e caos e isso aqui... — o semblante dela era de preocupação. —, fome? Fome de... não sei. Não sei ao certo. São muitos símbolos que desconheço. Estou especulando, tentando decifrar os símbolos no meio do contexto, mas está muito vago e muito confuso.

— Não diz nada aí sobre a nossa situação atual? Sobre o lugar em que estamos? Sobre o que estamos procurando? — Ramon indagou.

— Ah sim. Diz sim. — ela voltou alguns passos atrás e apontou a parede. — Aqui diz que este templo é amaldiçoado e que os espíritos que o guardam protegerão sua entrada e sua saída e que os corpos dos viajantes que se arriscam a adentrar o lugar nunca mais o deixarão. Ficarão perdidos aqui para sempre.

Ramon engoliu em seco e se aproximou mais de Elisa.

— No, no, no caso nós, não é? — gaguejou.

— Espero que não Ramon. — falei. — Não posso morrer sem ir a uma churrascaria uma última vez e por aqui não deve ter nenhuma, então, gostem os espíritos ou não, terão de nos deixar partir. Vamos. — disse me encaminhando para o corredor escuro que se estendia à nossa frente.

Nós seguimos em silêncio e de olhos bem abertos, alertas e atentos. Natan acendeu a sua lanterna, trazendo mais luz além das tochas. O cheiro ali era abafado. Tinha cheiro de poeira e de tempo, como se fossemos os primeiros a percorrer o local depois de muitos, muitos e muitos anos. Depois de caminharmos alguns minutos dentro de uma caixa de pedra e nada mais, metros à frente, avistamos o final do corredor: uma parede enorme, obstruindo nosso caminho do chão ao teto. Ninguém pronunciou o óbvio em voz alta: sem saída. Continuamos seguindo até podermos estar mais perto, talvez tivesse alguma passagem secreta que não desse para ser vista daquela posição.

Afinal a passagem não era tão secreta assim. Próximos o bastante conseguimos ver as duas aberturas que se mostravam, uma à nossa direita, outra à esquerda. A outra opção seria voltar por onde entramos. Paramos entre as duas portas abertas. Uma encruzilhada. Dois túneis que levavam a direções opostas. Qual deles seguir? Qual deles seria o certo? Que tipo de coisa nos aguardaria em cada um deles?

— E agora? — Elisa perguntou olhando de uma escolha à outra.

— Não vamos nos separar, não é? — Ramon questionou apreensivo.

— Acho melhor não. — falei. — Vamos escolher um caminho e seguir todos juntos.

Sem nenhuma instrução nas paredes de pedra rugosa e bem talhada, não tínhamos nenhuma indicação de qual caminho seguir. Nenhum sinal, nenhuma inscrição, nenhum desenho, nenhum mecanismo secreto. Nada. Nada que nos desse qualquer pista que fosse. Seria um tiro no escuro. Uma escolha de sorte, ou de azar. Já, já descobriríamos.

Um dos novos corredores era completamente escuro. Eu não estava nem com um pouquinho de vontade de ser engolido por aquele breu denso. O outro tinha pequenas claraboias no teto que deixavam entrar a luz externa do sol, formando uma trilha de migalhas luminosas no chão. Não tinha uma história que se contava às crianças, de dois pirralhos seguindo uma trilha de migalhas? O final do caminho não era exatamente um paraíso, ou era?

Chegando à entrada de ambas as opções, não dava para ver o fim do caminho. Não tínhamos ideia de onde eles iriam dar. Selva também não sabia qual direção seria a certa.

— Acho que devíamos seguir a luz. — Natan declarou por fim.

— Concordo. — e comecei a me mover.

— Seguir a luz não quer dizer que estamos morrendo? — Ramon falou atrás de mim. — As pessoas não ficam dizendo: não entre na luz, não entre na luz! — ele imitou alguém como se estivesse gritando.

— Quer checar o outro caminho para a gente, Ramon? — Elisa lhe ofereceu o fogo, sorrindo. — Nós esperamos.

— Pensando bem, talvez a luz não seja tão ruim assim. — respondeu. — A luz é ótima!

Seguimos pelo lugar estreito e meio apertado, uns atrás dos outros. O longo corredor com as claraboias deu em um salão rebaixado e fechado. Descemos três degraus e olhamos em volta, adentrando a nova caixa. Paredes, teto e chão.

— Não acredito que isso não vai dar em nada. — falei.

— Talvez tenha outra passagem secreta. — Elisa disse.

— Aqui! — Ramon chamou. — Encontrei uma coisa.

O aprendiz descobriu uma reentrância de meio metro acima do chão que estava totalmente encoberta por teias de aranhas e muita poeira grossa. Retirando-as, ele revelou o buraco aberto. Abaixei-me e estendi o braço com a tocha lá para dentro. Não dava pra ver direito, mas parecia outra sala igual à nossa.

— Tem uma porta ali dentro, eu acho. — disse devolvendo o fogo para quem estava atrás de mim. Liguei a minha lanterna e joguei-a lá dentro, em seguida me arrastei de barriga no chão para entrar no compartimento.

— Cuidado aí, Gael. — Elisa falou para mim do outro lado.

— Está tudo bem. — peguei a lanterna do chão e iluminei bem o recinto. — Está vazio. Podem vir. Tem uma porta que dá continuidade ao caminho.

A tocha acesa foi estendida em minha direção e eu peguei o objeto pela abertura enquanto a pessoa entrava. Elisa foi a segunda a chegar, depois Natan e Selva. Ramon que tinha ficado por último estendeu seu fogo pela fresta. Selva se abaixou para pegar o bastão e se apoiou na parede. As teias de aranha grudaram na palma da mão dela e ela se desencostou sacudindo a mão, que acabou acertando alguma coisa que se desmontou e desmanchou aos seus pés, levantando uma nuvem de pó.

— Mas o que é is...

O susto do reconhecimento fez a garota se desequilibrar e tropeçar caindo por cima de outra coisa e derrubando as ossadas. Uma lufada de poeira. Crânios humanos rolavam enquanto as teias se desfaziam e as pessoas gritavam dentro da sala.

— Eu quero sair! Eu quero sair! — Selva começou a se arrastar para a abertura por onde também entravam os gritos de Ramon.

— O que está acontecendo? O que está acontecendo aí dentro? Alguém fala comigo! — o aprendiz entrava em pânico sozinho do outro lado.

— Não! — falei. Selva já tinha começado a passar a cabeça e os braços. — Não podemos voltar! Nós temos que seguir em frente. — puxei as pernas dela. — São só esqueletos, não podem nos fazer mal! Já estão mortos.

— Exatamente! — ela parou de se debater e berrou na minha cara. — Acha que eles já entraram aqui assim?!

Ela me deu um empurrão e se soltou. Eu perdi o equilíbrio e me segurei na parede. Meus dedos agarraram uma pedra saliente. Com o peso repentino sobre ela, a rocha cedeu e ouvimos um clique estalar. Elisa agiu num reflexo e puxou Selva pelas pernas com violência. O estrondo da pedra pesada esmagando o chão ao invés do ventre da criatura silenciou a sala. Um estrondo similar se ouviu atrás de nós. Voltamo-nos reflexivamente para a fonte do barulho. Encaramos a antiga abertura agora transformada em uma parede de pedra sólida. A outra passagem também estava fechada e nós acabáramos de ficar presos na sala com o que restara dos defuntos.

Bem-vindos à aventura. Oficialmente!

Ouço profecia?! Hummm. Palavras gravadas num templo amaldiçoado?! Rumores para um terceiro livro ;)

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