𓂃⚔ ˳ 𖥻 𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨
GENEVIEVE
Três anos atrás....
❜❜———— Aquela sensação
vagarosa no estômago.
Aquele borbulhar de
ansiedade. Aquele exato
momento em que o medo,
se transforma
em excitação. ————❜❜
SEU QUARTO PARECIA DO mesmo modo em que ela havia deixado quando se mudou para Meridian no começo do ano anterior. Os livros do ensino médio ainda estavam na estante ao lado da cama. O uniforme perfeitamente limpo e passado, nas araras que serviam de cabideiro ao lado da janela. O papel de parede rosa pastel e branco. A cama feita e o costumeiro cheiro de lavanda enjoativo. Era como se ela nunca realmente tivesse deixado Thunder Bay.
O crucifixo de prata que havia ganhado da mãe repousava em seu pescoço. Seu pai, Cristopher Allen era um juiz respeitado em Thunder Bay. Sua mãe, Camille Lowell, foi uma atriz em ascensão. Muitos dos que conheceram a Lowell, diziam que Genevieve havia herdado a beleza da mulher.
Poucos meses depois do nascimento da filha, Camille recebeu uma proposta de emprego, em outro país e com muita discussão, ela deixou o marido e a filha recém nascida para trás, sem nem mesmo pensar duas vezes a respeito. O avião que levava Camille, caiu no mar, meia hora depois de sua decolagem, levando a atriz e mais dez pessoas a morte. Genevieve não sentia falta da mulher. Afinal, não sentimos falta daquilo que nunca chegamos a conhecer. Mas seu pai via a mulher em cada canto daquela casa. O fantasma de Camille assombrava o Allen mais velho a cada segundo e Genevieve desconfiava de que nunca chegaria a parar.
Gwen caminhou até a penteadeira, notando as poucas coisas que havia deixado ali. Uma única foto estava presa no espelho. Onde mostrava ela, dois anos atrás, acompanhada de uma garota de cabelos castanhos cacheados e óculos maiores que o rosto. Seus dedos, deslizaram pela unica foto que possuía com Emory Scott. A única pessoa mais próxima de uma amiga que ela já teve em sua vida. Deixando a foto de lado, ela retirou a fita enrolada, de dentro da gaveta, amarrando o cabelo ruivo para trás, em um rabo de cavalo. Usando a fita branca como adereço. Ela desceu as escadas em espiral da casa, chegando a copa da cozinha. Onde a governanta de seu pai estava inspecionando o trabalho dos funcionários.
— Genevieve! – a mulher de meia idade, trajada de preto e branco e cabelos grisalhos, presos em um coque, a comprimentou.
— Senhora Hans. Como vai ? – ela sorriu para a mais velha.
— Muito bem. Sentimos sua falta! A casa parece vazia sem você. – a mulher sorriu.
Genevieve sorriu de volta, sem mostrar os dentes. Olhando a casa ao redor. Percebendo que seu pai havia mandado alguém mudar a decoração novamante.
— A senhorita vai sair? – a governanta perguntou. O tom apreensivo em sua voz foi percebido pela ruiva. Gwen acenou em confirmação. — Tome cuidado! É a noite do diabo. – a senhora Hans susurou a última frase.
Genevieve inclinou a cabeça. Se despedindo da mulher e dos outros funcionários da casa, logo depois. Assim que pisou os pés fora da mansão, seus lábios se ergueram em um sorriso cheio de malícia. Claro que era a noite do diabo.
KAI
Três anos atrás...
Kai deslizou a mão pela máscara prateada em seu colo. Michael dirigia o SUV. Enquanto ele estava ao lado do amigo, no banco do passageiro. Will e Damon nos bancos de trás. As fachadas das casas e das lojas de Thunder Bay passavam pela janela do carro.
— Aquela ali não é a Genevieve? – a voz do Torrance o fez se virar para a janela, onde ele viu cabelos ruivos chamativos e a clássica fita branca os prendendo.
— Genevieve Allen? – Michael perguntou ainda olhando para frente.
Kai focou na ruiva que caminhava calmamente na calçada mais a frente do carro. A saia branca abaixo do joelho e a blusa cinza pouco dava asas a sua imaginação.
— Ele chegou hoje de Meridian. – Will respondeu. O Grayson e a Allen eram primos por parte de mãe. Camille e Caroline Lowell, as mães de Gwen e Will eram irmãs. Muito próximas pelo que eles sabiam. Os dois haviam nascido praticamente no mesmo dia e, na infância, eram quase inseparáveis. Embora a criação rígida de Genevieve tenha feito os dois primos seguirem por caminhos diferentes.
— Ela continua uma religiosa devota? – Damon riu, se encostando no banco do SUV.
Kai ficou quieto em seu lugar ao lado de Michael. Os olhos acompanhado a ruiva caminhar pela calçada. Ele nunca havia contado aos amigos da leve obsessão que possuía pela prima de Will, desde de seu último ano no ensino médio.
— Ei, para o carro! – Will gritou para Michael, que parou na rua pouco movimentada. Ao lado da calçada onde a ruiva estava. Kai viu o momento em que ela deu um passo para o lado, assustada com a aproximação repentina do veículo desconhecido.
Will abaixou o vidro, sorrindo para a ruiva, que ficou visivelmente relaxada quando viu quem era. Mas ela ainda estava apreensiva com a situação. Kai acompanhou o movimento de sua garganta exposta, ao engolir em seco. Notando os olhos acinzentados se estreitaram, na direção de Will.
— Gwen, como é bom rever-la. – o Grayson gracejou, colocando a cabeça para fora da janela. — Onde vai?
— Andar! Senti falta de Thunder Bay. – ela deu de ombros.
Tão perigosamente inocente que os olhos de Kai brilharam.
— Não quer sair com a gente? – Will inclinou a cabeça, um sorriso malicioso enfeitava seus lábios.
Genevieve olhou para dentro do carro, notando a figura de Damon que ainda estava encostado no banco. Kai notou as mãos da ruiva tremerem levemente. Ele quis sorrir ao perceber o fato.
— Eu estou bem, Will. – ela respondeu. — Não estou inclinada a participar da noite do diabo.
— Você não sabe o que é estar do lado divertido da família, não é Ma moitié.¹
Os olhos acinzentados de Genevieve se arregalaram levemente. Até mesmo Damon olhou para o amigo de modo confuso com a sua fala incomum.
— Um apelido bobo em francês que usávamos na infância, não vai me fazer mudar de ideia William. Até mais! – ela se virou, continuando a sua caminhada para seja lá onde quer que ela estivesse indo.
— Você sabe onde nos encontrar. – Will gritou. Não recebendo respostas da prima.
— O que foi isso? – Michael perguntou. Voltando a dirigir.
— Cansei de escutar o quanto a Gwen é boazinha e perfeita. Um dos meus trotes esse ano, vai ser fazer Genevieve Allen conhecer os prazeres da vida.
— Credo cara, ela é sua prima! — Michael bradou.
— Não desse jeito, porra! – Will bateu com a mão livre na cabeça do amigo.
Kai olhou para frente. As mãos ainda na máscara em seu colo. Talvez ele ajudasse Will em sua missão de apresentar as tentações mundanas a Genevieve Allen.
𓂃 ˳𝆯 ¹Ma moitié: Minha metade.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro