Oh?
Quando adentramos a sala, vimos uma ala separada por uma parede branca. O ar era gélido, o que fez minha pele se arrepiar de forma leve, aparentemente Wendy deveria estar do lado esquerdo. Na ala onde estávamos do lado direito, também se encontrava o pai e a mãe da Seungwan, além do casal nitidamente aflito... ali estavam Joy, Yeri e Seulgi, todas as cinco pessoas envolta de um médico que mexia nuns papeis de maneira atenta, todavia, mesmo com a quantidade de pessoa o lugar estava silencioso! O doutor parecia concentrado e não falava nada, quando Sehun finalmente encostou a porta atrás de nós, eles nos olharam, Seulgi e Joy se apressaram e foram até mim como se estivessem agoniadas a minha espera.
- Vamos logo unnie, que bom que chegou.. – Joy pediu licença para Sehun e me empurrou com rapidez para me aproximar a roda.
Cumprimentei os pais da Wendy, eles pareciam extremamente nervosos e preocupados, o que era normal e compreensivo, devido àquelas condições.
- Tem mais alguém que queiram chamar? – Perguntou o médico para os pais de Wendy, quebrando o silêncio agonizante.
- Não, nos conte logo por favor – a mulher mais velha falou com o olhar pesado como se pudesse esperar uma má noticia. Engoli a seco naquele instante, todos os olhos estavam fitos no médico que carregava um semblante indecifrável!
- Certo – o doutor respirou fundo, nós todos ali nem piscávamos tamanha a tensão – a bala foi retirada, mas se alojou entre o coração e um nervo do sistema nervoso – ele falava calmamente para todos entendermos – nós não temos controle sobre este nervo, ele é ligado ao cérebro e pelo fato dele ter sido atingido de raspão... ela ainda não acordou.
- Doutor.. – o pai dela foi um pouco mais a frente, sua mão estava visivelmente trêmula – como assim.. não acordou?
Todos nós estávamos apreensivos, os olhos da Yeri estavam cheios de lágrimas prestes a desabar de seus olhos, eu peguei na mão da Joy que estava do meu lado, ela pegou na mão da Yeri e ela na mão da Seulgi, deveríamos ser forte naquele momento. O médico engoliu seco e levantou o olhar ao pai da Wendy, e em seguida para todas nós que estávamos ali.
- Ela entrou em estado de coma, eu sinto muito.
[...]
"Tinha muita gritaria, não era possível ver, somente ouvir... a Wendy estava passando mal e as garotas assustadas começaram a gritar em pânico. Eu fui jogada ao chão diversas vezes, tanto que tenho vários roxos no corpo, espero que desapareçam rápido, as pessoas pisavam e caiam em cima de mim, meu corpo todo doía quando eu tentei me levantar me segurando naquele ferro, mal sabia eu que aquilo iria piorar tudo, agora tenho três pontos na cabeça sem contar a dor que é pior do que enxaqueca... quando acordei de baixo daquele ferro eu quis gritar por ajuda, mas todos ali já estavam mortos, e os que estavam vivos eram os assassinos, eu cheguei a cair em cima de uma pessoa que provavelmente estava morta, estirada naquele palco, parecia tudo um pesadelo sem fim, da qual eu seria a ultima a morrer.. Mas na verdade, eu deveria ser a que mais iria sofrer, pois o inferno continua, a minha amiga está em coma – os meus olhos involuntariamente se enchiam de lágrimas, mas nenhuma transbordava – eu deveria proteger elas, eu sou a mais velha, eu deveria ter estado com elas naquele momento, eu deveria ter tomado aquele tiro no lugar da Seungwan... eu falhei e ela pode pagar com a vida.."
- Joohyun, tome isto aqui.
- gomapseumnida.
Aquele chá conseguia me manter tranquila enquanto eu falava dos piores momentos da minha vida para aquela doutora, aquele era a terceira pequena xícara que ela me deu, acho que deveria ter um tipo de droga ali dentro, pois eu não pretendia falar tudo isso a ela, mas de alguma forma eu não conseguia entrar em pânico, estava só expondo os meus sentimentos quanto a tudo isso, sem demonstrar no meu estado físico.
- Você se sente culpada pela Wendy?
Ela perguntou e eu consegui mover o meu rosto em direção a ela, não era o que eu estava falando o tempo todo?
- Sim.
- Entendo – "Entendo"? Obrigada, pensei eu, ela disse e voltou a escrever no seu caderno e eu voltei o meu olhar para a frente. – Em meio a todo o trauma que passou, o que mais te traumatizou foi o fato de não conseguir protege-las, e consequentemente o acontecido com Wendy, você se acha culpada pelo o que aconteceu, mesmo sendo essa uma situação fora do seu controle. - ela falava com eloquência enquanto eu maneava levemente a cabeça a encarando. - A não ser se você soubesse o que iria acontecer.. não iria conseguir mudar nada naquele quadro, é algo que estava fora do seu controle. Na nossa próxima consulta iremos trabalhar em cima deste sentimento. Já acabamos por agora.
Tenho que confessar que aquela uma hora passou rápido, ontem a noite após a notícia da Wendy, houve choro, tristeza e pranto, por fim, todos foram embora, só eu fiquei. O Sehun, insistentemente, quis me levar para o quarto após toda aquela notícia e despedida, mesmo eu dizendo que não havia necessidade para tal ato. Ver as meninas naquele estado, ter que se despedir delas, não era nada fácil, e ficar sem saber se Wendy iria voltar ou não por conta própria - pois os aparelhos estão a ajudando no momento - era demais para mim! Tudo o que eu queria era ficar sozinha.
[...]
- "Se tiver algo que eu possa fazer, pode me ligar neste número"
Ele me entregou um cartão de visitas, eu fingi um sorriso para não ser indelicada, mas não tinha motivos para ligar, não tinha nada que ele pudesse fazer, tudo dependeria da Wendy e das maquinas que estavam ligadas ao seu lado. Quando eu cheguei no quarto a noite, tinha duas malas de roupas, e um bilhete em cima da cama. "acho que tudo o que precisa está ai, qualquer coisa fale com o pessoal da sm que está responsável." Eu amassei o bilhete e joguei em algum canto aleatório daquele lugar, aquilo indicava que eu poderia me livrar daquela roupa de hospital pelo menos, me levantei da cama e fui pulando com um pé até a porta para trancar na chave, até que ela se abriu.
"- Oi! – a enfermeira pareceu que levou um susto ao me ver, sendo que o mesmo aconteceu comigo e eu apoiei todo o meu corpo na parede para não cair. – Não pode andar assim."
"- Pois não? – eu não estava afim de visitas."
"- Eu só vim avisá-la que nós temos uma ala para pessoas que ficarão em tratamento, é uma espécie de casarão, depois do parque que temos aqui – eu só concordava com a cabeça enquanto permanecia em pé – lá você vai ter um quarto com banheiro exclusivo, os seguranças vão te levar para lá junto com suas malas."
Eu olhei para tudo aquilo do lado da cama e balancei a cabeça concordando.
"- Está bem, vamos."
Me sentei na cadeira e comecei a andar com ela pra fora do quarto, em seguida os seguranças entraram e foram comigo até o local aonde eu iria residir nos próximos dois meses, conforme o previsto.
...
Passamos pelo bosque e pelo chafariz, do outro lado estava a casa, quando tinha ido ali com a Seulgi não havia reparado do outro lado, era uma casa bege, bem grande com o que parecia ter vários quartos, cerca de uns vinte pelo menos, havia uma rampa que dava acesso a entrada e um dos seguranças me empurrou rampa acima, subimos e chegamos no andar térreo, havia uma recepção em frente a porta principal da casa e em seguida largos corredores que davam acesso pela esquerda e pela direita, eles viraram a esquerda comigo, e na segunda porta do lado esquerdo eles pararam, o segurança atrás de mim abriu a porta e eu entrei, em seguida eles entraram com as minhas malas, fizeram reverência e saíram de lá, sem trocar nenhum palavra.
Peguei a chave da porta e tranquei por dentro, o chão era de madeira e as paredes cor creme, havia uma cama espaçosa de casal e do outro lado da parede um guarda roupa pequeno, mas que era o suficiente para guardar as minhas coisas, olhei em volta do quarto, o ambiente era pequeno mas aconchegante, a temperatura era mais quente do que a do quarto do hospital, o que dava uma sensação de não estar hospedada em um. Do lado do guarda roupa tinha uma porta, me aproximei empurrando a cadeira e era o banheiro, tinha um tamanho relativamente bom, talvez por causa da cadeira de rodas e também tinha barras de apoio, aquela situação ainda fazia tudo ficar pior, se o gesso não fosse tão pesado eu sairia arrastando, mas além do peso, aquilo doía quando eu tentava pular sem a cadeira, eu voltei para a cama e me joguei praticamente ali, fiquei me lembrando do que o médico disse sobre a Wendy e o medo tomava conta de mim, automaticamente eu fechei os olhos com força "pensa em outra coisa, pensa em outra coisa, pensa em outra cois.." "eu posso te chamar de noona..." EU ABRI OS MEUS OLHOS RAPIDAMENTE, "o que foi isso baechu?!" falei para mim mesma e dei uma risada assustada em seguida, comecei a pensar se conseguiríamos nos ver agora que fui trocada de lugar, "eu não tenho a intenção de te ver somente nos dias da consulta.." Aish Irene, a melhor forma de espantar os pensamentos é ocupando a cabeça com outros, "vou tomar um banho, afinal com esse gesso vai dar um bom trabalho"
[...]
A sala aonde fui atendida pela psicóloga ficava no térreo do hospital, eles tinham enfermeiras e seguranças que ajudavam pessoas numa condição parecida com a minha de entrar e sair do prédio. Havia sido a minha primeira noite naquele hospital e agora pela manhã, ainda tinha muito tempo livre pela frente, infelizmente. Estava caminhando em direção a recepção, até que vi de relance um bebedouro no fundo de um corredor da qual estava passando direto, achei melhor aproveitar a oportunidade.
- O tiro quase acertou o coração dela..
Eu parei a minha cadeira e senti a espinha gelar, o que era aquilo? Aquela voz era conhecida, parecia um pouco irritada e preocupada, me virei para os dois lados afim de tentar localizar o som e vi uma fenda de uma porta semi aberta um pouco mais a frente, fui indo devagar naquele curto corredor para não fazer barulho, aproximei o meu rosto da porta, mas não dava pra ver ninguém pela fenda.
- Calma Sehun.. no fim deu tudo certo..
...
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Oii minha gente!!!Espero que tenham gostado, teorias? Suposições? skskks se gostaram, deixem seus votos por favor e amo responder os comentários de vocês!
Já vou avisando que o próximo capitulo sai na segunda feira. Além disso, sexta feira que vem começará uma nova fanfic protagonizada pela nossa incrível, Park Sooyoung!!! Ou Joy, para os íntimos kkkk é isso gente, até mais!
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