IRENE POV

O olhar dele estava agitado, temeroso, ao mesmo tempo parecia centrado e era tão intenso e caloroso que eu me sentia incendiar por dentro, eu me senti assustada assim que pulou em cima de mim, mas quando vi que era ele... o meu medo foi se transformando numa tensão, mas não numa tensão da qual ele fosse me fazer algum mal, mas uma tensão que gritava dentro de mim como se todas as vontades e ideias loucas que se passavam em minha mente, tudo que estivesse preso... pudesse ser exposto e satisfeito ali mesmo, naquele exato momento. 

Sentia o meu corpo fervilhar por dentro, eu não sabia exatamente o que estava acontecendo para aquela entrada repentina. Estive com a cabeça longe a ponto de não trancar a porta. Taehyung estava debruçado em cima de mim com a mão um pouco afastada dos meus lábios, o tecido da roupa que ele usava em baixo era fino e eu podia sentir claramente "ele" sobre a minha intimidade, a verdade era que ... engoli a seco só ao pensar, mas... e-eu me sentia atraída por ele! Não era algo apenas físico, eu era adulta e por vezes tinha minhas necessidades, mas... eu queria ter ele por perto, me sentia confortável em sua presença, era como se nos conhecêssemos a muito tempo, como se já estivesse destinado!

O jovem bonito em cima de mim, me fazia me sentir de uma forma única e ainda por cima... estava roubando a maior parte dos meus pensamentos naqueles dias. Era estranho, porém eu me culpava profundamente por isso! Taehyung era mais novo do que eu, quatro anos mais novo... mas mesmo assim eu me sentia pequena e frágil perto dele, como uma menina boba e impotente a princípio, o seu olhar e sua boca pareciam brincar comigo,  parecia algo natural dele, o sorriso, a língua dele sobre os lábios, mas a verdade é que eu REALMENTE não era uma garotinha desfrutando dos hormônios da adolescência, ao contrário disso, eu era uma mulher que carregava consigo maturidade de algumas outras relações! Me senti extremamente tentada naquele instante, não podia aguentar tanta pressão assim e eu tinha medo de como aquilo tudo podia terminar. Ele respirou fundo e fechou os olhos como se precisasse se concentrar em algo, como se tentasse sair do transe em que estávamos... em seguida ele olhou para frente e após alguns segundo me fitou, com as mãos nos meus ombros, o que voltou a me dar a apreensão inicial, não conseguia entender o que se passava na cabeça dele.

- Joo... – as mãos quentes dele apertou de leve os meus ombros, e ele deu uma pausa umedecendo os lábios pra continuar - .. os assassinos..

O meu coração palpitou mais forte, eu abri a boca mas nem sabia o que balbuciar direito, minha mente quase entrou em combustão naquele instante, a última coisa que eu pensei foi naquilo! Parecia uma loucura aquele assunto, T-Taehyung poderia estar falando... daquilo?

- A-assassinos?

- Joohyun.. eu ouvi duas vozes conversando no andar de cima.. – a voz dele estava mais tranquila agora, mas ainda transmitia medo e preocupação, o que começou a transpassar para o meu corpo que estava embaixo do dele - um deles disse que deu passe livre para algum dos assassinos... inclusive está passando nas notícias da televisão.

- Tae... – soltei seu apelido com esforço já que parecia que fui golpeada no estomago! Aquilo foi muito repentino, era muita coisa para eu processar de uma única vez, pelo jeito não só para mim. Ele parecia estar tão perplexo quanto.. – você quer dizer, passe livre.. aqueles passes livres?

A voz rouca dele concordou.

- Joohyun-ah... – o seu semblante foi ficando cada vez mais pesado até que ele suspirou profundamente - ... e-eu sinto muito – ele tombou para o lado se deitando ali, seu corpo amoleceu seu peito inflava conforme sua respiração profunda e audivel me roubava atenção. Ele parecia estar tão triste e desesperado que sua voz estava falha, a ponto de embargar! Meu coração se apertou de tal forma que doía junto, mesmo não conseguindo digerir rapidamente tudo o que estava acontecendo, sentia que algo estava muito errado, o que tinha acontecido nesse meio termo em que nos vemos?

- Por favor Tae... – eu me virei de lado fitando o seu perfil de barriga para cima, encarando aquele teto com os olhos marejados, um braço estava em cima de sua cabeça afastando o cabelo do rosto e o outro do meu lado estendido na minha cama, ele parecia golpeado, e era como se eu fosse também. Ao ver aquela expressão vazia em seu rosto de "o que será agora?" eu simplesmente optei por esvaziar a minha mente, meu ego ficou naquele programa musical no momento que Taehyung me tirou de lá! Sim, eu não iria me conter. Não era justo, precisava carregar parte daquela dor comigo... era como me sentia! Eu entendia perfeitamente a gravidade da situação, mas o fardo dele parecia pesado demais pra carregar sozinho, entrelacei a minha mão na mão dele, cruzando os nossos dedos, ele pareceu surpreso com o meu ato, ambos olhamos para as nossas mãos e era como se o calor dele se religasse ao meu corpo, nós dois subimos o olhar e nos entreolhamos. – Prometa que não vai esconder nada de mim?

A sua mão apertou ainda mais a minha e eu me senti presa a ele com tal ato. Seus olhos me encontraram e ficamos quase que em transe, fitos um no outro... como se não houvesse mais uma chance de volta, estava feito! Nada iria nos parar, seja lá o que for que estivéssemos prestes a enfrentar.

- Joo... - num rompante sua voz grave sussurrou - eles me ouviram, não dava para voltar ao meu dormitório – seus olhos pareciam querer fraquejar, mas ainda assim me encarava profundamente, enquanto fazia valida a promessa de forma subliminar. – eu sai correndo e eles foram atrás de mim, a primeira coisa que eu pensei foi vim pra cá, o seu quarto era o único lugar que eu poderia vir, mas eu não pensei na hora, eu não pensei nas consequências, acredito que eles não viram eu entrando aqui... - sua voz estava trêmula, ele se virou pra cima encarando o teto novamente enquanto engolia a seco – mas e se viram? E se eles me viram e reconheceram? E se quiserem fazer algo com você como... não sei – disse com um riso seco – como chantagem... – ele levou novamente a outra mão ao rosto enquanto com a outra segurava fortemente a minha mão – eles são um de nós, não vai ser difícil para descobrirem...

- Tae-hyung... – eu peguei o outro braço dele que estava em sua cabeça e o puxei para ficar de frente para mim, ele fez isso e ficamos bem perto um do outro – shiiu – eu levei a minha mão até a boca dele, encostando nos seus lábios com os meus dedos, minha respiração estava desregular, todavia eu tentava controla-la a todo custo, a situação havia se invertido, cerca de dez centímetros era o que separava os nossos rostos e os meus dedos na sua boca entreaberta. Ficamos um olhando para o outro. O quarto escuro ainda que parcialmente iluminado, permitia que pudesse ver seus traços quase que com exatidão e profundeza. A mão que eu tinha puxado agora se direcionava ao meu rosto, com a ponta dos dedos... ainda que hesitante, ele acariciou levemente meu maxilar, logo a sua expressão foi se tornando mais leve e então afastei os meus dedos, um pequeno sorriso bobo e ao mesmo tempo travesso se juntava naqueles lábios.

- "Tae.." você estava me chamando de 'Tae'.. – ele disse de modo tão bobo e inapropriado que eu ri! Realmente era algo simples, mas que quando me dei conta.. de fato já estava fazendo. O mais interessante nisso era o fato de eu me sentir a vontade, mesmo que agindo como se fossemos íntimos! Muitos me achavam uma mulher fria e por vezes formal demais, contudo... Taehyung parece ter conseguido quebrar essa barreira invisível, eu podia ser eu mesma e me sentir livre pra isso o chamando daquele jeito, o seu riso era lindo e extremamente contagiante, ele terminou aquele momento expontaneo mordendo o lábio como se fosse uma tática para parar aquele sorriso.

- Nós vamos conseguir enfrentar tudo isso, okay!? – eu disse de maneira séria tentando lhe passar confiança. Num impeto aproximei novamente minha mão do rosto dele... no meu íntimo sabia que ele não iria me julgar por aquele ato. Ah, aqueles traços, aquele maxilar trincado dele, era como se pedisse para ser tocado! De forma leve o acariciei, sua expressão foi ficando mais profunda, seu olhar foi se intensificando assim como no momento em que ele estava em cima de mim. Certas coisas são impossíveis de controlar. Era como se os nossos corpos tomassem vontade própria, sua mão ainda estava no meu rosto quando foi deslizando até o meu pescoço, entre abri os lábios sentindo minha respiração pesar! O moreno de modo firme e cuidadoso foi movendo os dedos até a minha nuca. - Porque... – eu podia sentir sua respiração próxima a minha – você estava fora do seu quarto? – disse de maneira rápida pois se não fizesse assim não conseguiria falar mais nada.

Sua mão foi para a parte de trás do meu cabelo fazendo com que o contato de seus dedos com minha pele me arrancasse um arrepio que me cortou a espinha, d-desci meus olhos sobre seu rosto enquanto involuntariamente desci a mão até a gola de sua blusa.

- Por causa disso.

Ele me puxou pela nuca até ele e finalmente senti o calor do mais novo me invadir. Seus lábios se juntaram aos meus como se em segundos alguém pudesse adentrar por aquela porta para nos separar! Seu beijo era quente e sua boca se movia de forma tão necessitada quanto a minha. Senti meu interior estremecer ao mesmo tempo que formigava. Automaticamente nos colamos, emaranhados no lençol daquela cama nos movíamos junto com nossos lábios! Eu agarrei os cabelos dele afim de finalmente poder fazer aquelas loucuras que martelavam minha mente, apertei meus dedos ali enquanto com a outra mão subi por baixo da blusa dele em seu tórax, ouvir um grunhido rouco e abafado entre o beijo só me deixou mais animada! Não demorou para que a sua mão descesse da minha nuca para a minha cintura, me apertando por cima daquele tecido fino que me cobria. Taehyung me puxou juntando ainda mais os nossos corpos enquanto aprofundava o nosso beijo novamente ficando por cima de mim, a língua dele me inundou e eu estava totalmente excitada com aquilo, sua mão começou a andar ligeiramente pelo meu tronco fazendo eu gemer entre os beijos, aquele garoto estava me levando ao delírio, enquanto mordiscava os meus lábios arrepiando cada fio do meu corpo! De fato poderia ser uma loucura, poderia ser mais loucura ainda se eu não fizesse!

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