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07. karatê kid

     Sabina tocou a campainha da casa de Any com o cotovelo, pois as mãos estavam ocupadas com as sacolas de comidas que compraram no caminho. Krystian fechou a porta do carro com o pé e logo se juntou a amiga na entrada da casa, segurando duas garrafas de vodca pelos gargalos. 

Any abriu a porta e o sorriso quando viu os amigos.

— Achei que não viesse mais.

— Eu disse viria, não disse? — Sabina sorriu docemente. — Trouxe comida e Krys, tudo bem?

Any ajudou Sabina com a sacolas, e abriu espaço para eles entrarem.

— Claro, mas o que aconteceu com a noite dos garotos?

— Os meninos são chatos, e eu não sei jogar FIFA. — Krys rolou os olhos e depositou as bebidas no balcão da cozinha.

— Krystian! — Heyoon gritou fazendo o chinês dar um pulo de susto. — Você trouxe mais bebidas, estava ouvindo minhas preces?

— Esqueceu que eu sou deus?

— Yoon, pega leve, você já bebeu demais. — Disse Sina, vindo logo atrás da namorada.

— Amor, hoje é sexta, no meu calendário a sexta é marcada como dia do desastre. — Heyoon levantou o copo vazio pra cima. — Vamos encher a cara, vamos comemorar que estamos juntas novamente!

A coreana passou os braços pelo pescoço de Sabina e Any e as puxou fazendo suas bochechas colarem umas nas outras.

— Eu amo vocês... Todas vocês!

— Krys, pra quê você trouxe mais bebidas? Você nem bebe...  — Disse Diarra, entrando na cozinha e olhando o conteúdo das sacolas.

— Não, maninha, mas nove garotas bêbadas em um mesmo lugar é igual a muitos segredos sendo revelados. — Krys deu um sorrisinho presunçoso.

— Bem, eu não tenho segredos mesmo, então bora beber! — Diarra levantou as mãos para cima e se juntou a Heyoon no balcão onde a mesma, com ajuda de Sina, preparava os shots de tequila.

As garotas encheram nove copos da bebida incolor em fileiras sobre o balcão.

— Onde estão as outras meninas? — Heyoon perguntou.

— Estão lá encima. — Respondeu Any, concentrada no brigadeiro de panela que fazia. 

A coreana correu até o pé da escada e gritou para as meninas descerem, não demorou muito elas se juntarem as outras ao redor do balcão da cozinha de Any.

— Quem vai beber? — Hina perguntou, pegando um copo e cheirando-o, ela olhou para olhou para Shivani com um sorriso desafiador, a indiana deu de ombro e pegou um shot, esperando as garotas pegarem os seus também.

— Eu passo...— Disse Sabina com a boca cheia de batata frita. — Alguém vai ter que dirigir.

— Também passo. Tenho que controlar Yoon para ela não fazer nada que possa se arrepender amanhã. — Sina sentou num banquinho perto ao lado da mexicana.

— Nunca fiz nada de que me arrependa. — defendeu-se.

— Não que você se lembre, certo? — Riu Diarra.

— Teve a vez em que você fez pole dance no poste de frente a delegacia e quase foi presa. — Lembrou Sofya, fazendo todas as meninas, exceto Sabina, rirem da lembrança.

— Quem lembra de quando a Heyoon e o Noah estavam bêbados e jogaram ovos podres na casa do diretor Fuller? — Joalin perguntou retórica.

— Ou quando a nossa coreana favorita acertou uma joelhada nas bolas de John Kavinsky depois que ele tentou agarrá-la? — Krys entrou na brincadeira.

— Vocês realmente acham que me arrependo de tudo isso? Eu faria tudo exatamente igual, bêbada ou não. — Heyoon pegou um copo e o levou para o céu. — Vamos fazer um brinde.

— A quê? — Shivani quis saber, segurando o copo com as duas mãos, receosa se beberia ou não.

Foi a vez de Any pegar um shot de tequila e entrar na roda das amigas.

— Vamos brindar a nós, que depois de quase dois anos, estamos reunidas novamente. — Disse ela, orgulhosa.

— A nós! — Diarra gritou levantando o copo.

— A nós! — As outras meninas acompanharam o bradar e juntaram seus copos no ar, ouvindo-se apenas o leve tintilhar do vidro.

Sina, que não estava bebendo aquela noite, brindou com água. Sabina estava concentrada comendo, mas a alemã puxou-a para se juntarem às demais, então a latinha "brindou" com seu sanduíche. Krys, que estava mais afastado, apenas gravava vídeos pra postar em suas redes sociais.

         Não muito distante dalí, na residência dos Beauchamp, o silêncio reinava no quarto do loiro. O único som a ser ouvido era do jogo eletrônico que Lamar e Bailey jogavam esparramados nos puffs coloridos, e o leve dedilhar que Noah dava nas cordas do violão. Josh estava deitado em sua cama lançando uma bolinha pra cima e agarrando-a no ar, os pensamentos bem longe dali.

— O que acham que as meninas estavam fazendo agora? — perguntou quebrando o silêncio.

— Provavelmente estão chorando enquanto lêem algum romance do Nicholas Sparks. — Noah supôs.

— Com certeza estão falando da gente. — Disse Bailey.

— Ou estão se maquiando, lendo Nicholas Sparks, enquanto falam da gente. Até por que quando garotas se reúnem é só pra falar sobre garotos, cor de esmalte e sobre quem tá pegando quem. — Indagou Lamar concentrado na tela da tv, seus dedos frenético conduziam os jogadores.

— Verdade... — Josh concordou, e os outros garotos também assentiram com a cabeça.

— Quer saber? — O britânico se levantou, desligando o jogo.

— Porra, Lamar eu tava quase marcando um gol!

— Devíamos fazer essa noite dos garotos igual a das meninas. — Começou ignorando os protestos de Bailey. — O objetivo dessa reunião era para relembrar os velhos tempos, relembrar a nossa amizade! Nós não apenas nos conhecemos a desde crianças, nós somos amigos desde crianças. — Enfatizou ele.

— Apesar de toda diversidade, éramos como uma família, mas agora parece que somos uns estranhos na vida dos outros. Me digam o que vocês sabem sobre mim? Eu não sei nada sobre você Bailey, só o que dizem nos corredores do colégio. — Deu como exemplo. — Quando éramos crianças seu sonho era ser jogador de futebol, seu sonho ainda é esse?

Bailey balançou a cabeça, negando.

— Tá vendo? — Lamar olhou para Josh e Noah. — Não nos conhecemos mais.

— Era esse o objetivo da Any para esta noite; tentar voltar nos conhecermos novamente. — Disse Josh.

— Então, vamos fazer isso! — Exclamou Lamar. — Vamos conversar, vamos nos conhecer. Me digam o que está acontecendo na vida de vocês.

— Ótimo, então eu começo. — Disse Beauchamp, batendo uma mão na outra. — Bem, faltam poucos meses para a gente terminar o colegial, Noah e Any já sabem disso mas vocês não... enfim, eu fui aceito na Rochester, uma conceituada escola de dança e música de Nova York.

— Parabéns, bro! — Lamar deu uns tapinha no ombro de Josh, Bailey também parabenizou o loiro.

— Enfim, Any também se inscreveu na Rochester, porém a carta de admissão dela ainda não chegou. Mas eu sei que ela vai será aceita, Any é muito talentosa. Nós vamos alugar um apartamento em NYC, e vamos morar juntos.

— Não acha que é muito cedo pra vocês morarem juntos? — Bailey fez uma careta só de imaginar a possibilidade.

— Acho totalmente normal, eu e Any namoramos à quase dois anos, e também não como se a gente fosse se casar.

— Morar juntos é praticamente um casamento sem contrato. — retrucou o filipino.

— Que seja, eu a amo, não me importo de passar o resto da vida com ela.

— Ew! — Noah fazendo uma careta.

Automaticamente, Bailey, Lamar e Josh o encararam.

— Que foi? — ele ergueu uma sobrancelha, confuso.

— Alguém tem passado muito tempo com uma mexicana cujo o nome não podia nem ouvir até o início dessa semana. — Caçoou Lamar, com um sorriso gigante no rosto.

Noah rolou os olhos, depois deu de ombros.

— Sabina me ajudou estudar para...

— Você não tinha sido bastante categórico quando disse que não precisava da ajuda dela? — o britânico o interrompeu.

Noah ergueu as mãos em sinal de rendição.

— Ok, não que isso seja da conta de vocês, mas nós meio que transamos ontem...

— Vocês o quê? — Josh e Lamar disseram em uníssono. Bailey já sabia então apenas revirou os olhos.

— E, hoje também...

— Meu Deus, é pior do que pensei. — Disse Bailey, massageando as pálpebras.

— Por quê tá dizendo isso? — Noah o questionou.

— Porque Sabina viu, através do storie da Diarra, você beijando outra garota horas depois de vocês terem ficado. Não entendo como vocês ainda transaram mesmo depois você ter sido um tremendo babaca com ela.

O americano suspirou alto, refletindo, encostou a cabeça na cama e baixou o gorro preto de forma que cobrissem os olhos.

— Vocês não entendem. — Disse ele, meio frustrado. — eu estava confuso, tipo, confuso pra caralho. Beijei outra pessoa pra ver se eu sentia algo, mas não rolou, não depois da Sabina. Eu até tentei me manter afastado, mas porra, desde que ela voltou não consigo tirá-la da cabeça um só segundo, parece uma obsessão. Ela me tem e sabe disso, eu a quero como nunca quis outra pessoa. Ainda a amo e ela me ama, não vejo motivos para ficarmos separados.

Noah concluiu, ajeitando o cabelo na testa sob o gorro preto. Quando levantou o olhar, seus amigos o encaravam pasmos.

— Falei tudo isso em voz alta, não foi? — Perguntou retórico.

Josh passou a mão pelo rosto e encarou o melhor amigo.

— Cara, você passou dois anos tentando esquecer a Sabina, dois longos anos tentando reconstruir os danos que ela causou na sua vida. Agora que ela volta, em dois dias você joga tudo isso pro ar? Onde fica o seu orgulho? Por um momento achei que realmente tinha superado. 

Josh falou, visivelmente irritado.

Em outras circunstâncias o canadense teria adorando a ideia de Noah estar disposto em se reconciliar com Sabina. Ele, mais do que niguém, queria ver os 14/14 unidos novamente. Mas quando se tratava da saúde física e mental do amigo, Josh se via obrigado em discordar da reaproximação dos dois.

Pouco o importava se ele virasse o carrasco da história, só não desejava ver Noah no estado em que estava meses atrás. O loiro testemunhou o estado deplorável em que o melhor amigo chegou, fundo do poço era pouco comparado. E, ainda por cima, por pedido da família Urrea, o canadense não pôde compartilhar com os outros amigos o que estava acontecendo, então ele teve que segurar a barra sozinho.

— Pensei que você fosse ficar feliz por mim...

— A gente tá falando da Sabina! Quem garante que ela não vai embora como fez antes? Porra, logo agora que você tá limpo...

Josh fez uma pausa ao perceber que estava muito alterado e falando o que não devia. Ele respirou profundamente, então continuou mais calmo:

— Ela vai te destruir, irmão. De novo. E dessa vez eu não vou estar aqui pra te ajudar... Queria ir pra Nova York sabendo que você vai ficar bem, e, com bem, eu quero dizer bem longe da Sabina.

— Fala sério, Beauchamp! — Bailey se meteu, fazendo Josh lembrar ele e Lamar estavam ouvindo tudo. — até quando você vai tratar a Sabina como se ela fosse a pior pessoa do mundo? Se me chamou aqui para falar mal da minha melhor amiga, eu já vou indo embora.

Bailey se levantou pra sair, porém Lamar o parou.

— Relaxa, bro, senta aí.

— Antes da Sabina ser sua melhor amiga, ela era a-minha-melhor-amiga — o canadense falou pausadamente, o tom de voz carregado de sarcasmo. — Eu realmente achava que a conhecia, até ela ir embora e nos deixar, então não me venha defendê-la, afinal ela não deu nenhuma explicação. A menos que você você saiba o motivo...

Josh lançou um olhar inquisitivo ao filipino, que desviou imediatamente e fitou um pôster de Joy Division na parede.

— Eu não sei de nada. — disse Bailey, baixo.

— Foi o que eu imaginei.

O silêncio se abateu sobre eles, até que Lamar se levantar do puff em um pulo.

— Vamos de karaokê? Quem topa? — Disse o britânico quebrando o clima estranho que havia se instalado no ambiente.

— Tô dentro! — Noah bateu uma mão na outra, animado por estarem mudando de assunto.

— Demorou... — Bailey se manisfestou, juntando-se à Lamar e Noah que escolhiam um playback. — O que vai ser?

— Vou buscar algo pra beber. — anunciou o loiro, mas os amigos que estavam discutindo o que iram cantar, não o deram ouvidos.

— Aqui só tem bandas das décadas de 80 e 90... — Murmurou Lamar, desanimado.

Bailey fez uma careta.

— Oh meu Deus! — Exclamou Noah, minutos depois, com os olhos brilhando de empolgação. — The Police, The Verve, Bon Jovi, Cyndi Lauper, Bonnie Tyler... Josh?

Noah se virou no instante que o amigo regressava ao quarto carregando consigo refrigerantes e alguns petiscos.

— Sim, eu lembro. — Respondeu sorrindo e se juntou aos amigos, com as doces lembranças de quando ele, Noah e Sabina cantavam Total eclipse of the heart em plenos pulmões no porão, o lugar era o refúgio do trio de amigos na casa de Beauchamp.

  
       Minutos mais tarde, os quatros garotos estavam abraçados de frente para o televisor cantando a letra de Eternal Flame totalmente fora do tom.

Say my name, sun shines through the rain, whole life so lonely and then come and ease the pain... — Cantou Noah desafinado, encenando dramaticamente.

I don't want to lose this feeling, ooooohCompletou Lamar, usando o controle remoto como microfone. Bailey fingia limpar lágrimas invisíveis, enquanto Josh bebia seu refrigerante imaginando ser uma bebida bem mais forte, entretanto, iria ficar só na imaginação mesmo, já que a mãe do garoto não tolerava bebidas alcoólicas dentro de casa e o loiro seguia à risca as regras da dona Úrsula.

— Uau! — Noah exclamou ofegante, ainda se recuperando das risadas incessantes. — Não lembro qual foi a última vez que me diverti tanto assim.

Agora eles quatro estavam deitados no tapete felpudo encarando o teto depois de terem se esgoelado no karaokê.

— Nem eu. — admitiu Bailey.

— Devíamos fazer isso mais vezes. — Disse Josh, Lamar assentiu e perguntou:

— O que vamos fazer agora?

— Vamos assistir um filme — O filipino sugeriu, e outros garotos concordaram.

— Todos estamos de acordo que devemos assistir Diário de uma paixão, certo? — Noah sentou no chão.

— Nem pensar! — Bailey levantou rapidamente, indignado. — A gente cantou as músicas que você escolheu no karaokê, agora eu escolho o filme.

— Não vamos assistir Karatê kid, May. — O americano revirou os olhos lembrando que esse era o filme favorito de Bailey. — Nem o Krys, que é chinês, aguenta esse filme. Ele só assistiu na primeira vez porque é amigo do Jaden Smith.

— Urrea, por que você me odeia? —  perguntou retórico, fingindo estar magoado.

— A gente vai assistir Karatê Kid, simDisse Josh, pondo fim a discussão, Noah bufou cruzando os braços. — tudo bem pra você, Lamar?

— Por mim, tanto faz. — Disse dando de ombros.

— Ótimo, o Bailey faz a pipoca.

— Eu? Por quê eu? Você que é dono da casa, eu sou o convidado. Te vira, bro.

— Vamos assistir o filme que você escolheu, o mínimo que você deveria fazer é a pipoca. — Retrucou o canadense.

— Niguém me respeita mesmo... — Resmungou emburrado, fazendo os outros rirem.

— Vamos lá, baby May, eu te ajudo — Lamar o acompanhou, dando tapinhas de incentivo no ombro do mais novo. — Não quero que você taque fogo na cozinha da tia Úrsula.

O quarto ficou silencioso quando os dois saíram. Noah encarava pensativo o rosto de Pierre Bouvier num pôster da banda canadense Simple Plan, então perguntou o que lhe afligia:

— Por que disse tudo aquilo? — Virou-se para o melhor amigo. — Sobre eu ter que me afastar de Sabina.

O loiro suspirou alto, massageando as pálpebras com os olhos fechados.

— Acho melhor esquecer este assunto se não quiser que os nossos amigos saibam onde você esteve no verão passado. — Disse, cansado. — E, cara, se você quiser voltar com a Sabina, tudo bem, vai em frente, eu te apoio, mas não concordo com isso. Você é frágil, Noah. Já passou por muita coisa nesses últimos tempos. Por favor, pare de flertar com a morte. Não pule sem paraqueda neste abismo que é Sabina Hidalgo.

Noah encarava o chão enquanto ouvia os cortantes conselhos de Josh, que repousava a mão em seu ombro. Ele sabia que o canadense tinha razão, embora nunca fosse admitir, Josh sempre tinha razão. Entretanto, Noah era teimoso, nunca seguia conselhos.

Ele gostava de correr riscos, ele gostava do perigo, e, acima de tudo, ele amava Sabina. As chances de acabar com o coração despedaçado de novo era eminente.

   

    . . .

   

     O dia mal havia amanhecido e Sabina Hidalgo já estava de pé encima de uma balança digital, encarando seu corpo no espelho do closet. Ela se recusava, a todo custo, olhar os números indicava seu peso, então encarava sua imagem sem se enxergar de fato. O redor dos olhos dela estavam roxos de olheiras, sinal de duas noites consecutivas sem dormir. 

Sabina havia voltado da casa de Any pouco depois das três da manhã. Estava tão cansada que quando sentou no sofá para tirar os sapatos acabou cochilando por lá mesmo. Duas horas depois, seu cérebro a despertou como um alerme, ela sabia tinha que levantar para malhar, sua consciência estava pesada por ter comido tantas besteiras, agora tinha que pagar o preço por sua compulsividade. Talvez duas horas de esteira não seria suficiente para eliminar tantas calorias.

Ela não sabia até quando seu corpo iria aguentar toda aquela negligência em não se alimentar e dormir direito. O cansado físico era visível, mas ela conseguia esconder muito bem com maquiagem, o psicológico ela sabia disfarçar com sorrisos. Não sabia se todo aquele esforço valia realmente a pena.

. . .

    Era uma linda manhã de sábado, no ápice do verão californiano. Noah estava mal humorado de pé em frente a casa de Josh, onde havia dormido depois deles terem assistido Karatê kid e Frozen. Quando acordou, Lamar e Josh ainda estavam esparramados na cama dormindo, não havia nenhum sinal de Bailey e o americano imaginou que o garoto tinha ido para casa de Sabina, já que ela morava no mesmo condomínio de Josh, especificamente de frente para casa do canadense.

Noah cogitou a ideia de ir lá apenas para provocá-la. Com as duas mãos nos bolsos do moletom e o gorro levantado para esconder o rosto do sol, ele caminhou despretensioso até lá. Mas antes que pudesse atravessar a rua, um mustang preto de listras brancas na lateral, que ele conhecia muito bem, parou ao seu lado, mesmo com os vidros fumê fechados ele podia ouvir a música alta vibrar através dele.

O vidro do motorista baixou lentamente revelando aos poucos o rapaz de cabelos platinados e óculos escuros, o trap que tocava no último volume irradiou pela rua silenciosa.

— A sua carona chegou — John Kavinsky gritou, sorrindo largamente.

Noah se aproximou e debruçando-se sobre a porta do motorista pra ter visão de dentro do carro, a fumaça de maconha dominava o interior do veículo.

— Tá fazendo o que por aqui? — Esse foi o jeito Noah de comprimentar o amigo.

— Vim fazer uma entrega para um desses filhinho de papai daqui. —Respondeu naturalmente.

Noah revirou os olhos diante da ironia do fato, afinal se havia um filhinho de papai ali, era Kavinsky. Ele era filho de um casal homoafetivo, um juiz e um delegado de Santa Mônica ambos bastantes influentes em Los Angeles, sempre que o garoto se metia em problemas, os pais passavam pano e jogava todos os podres do filho para de baixo do tapete. Bem diferente dos pais de Urrea, que sempre foram rigorosos na criação dos filhos, por serem fundadores da The Kings Academy, maior instituição educacional do ensino médio da Califórnia, Noah era obrigado a seguir a linha de garoto exemplar, tudo o que ele não era.

Ele olhou na direção da casa de Sabina, ele não entendia o por quê daquela ansiedade em vê-la, logo ele que tentou evitá-la tantas vezes desde que ela voltou. Desviou o olhar para a casa de Josh a sua frente, então decidiu entrar no carro antes que algum dos amigos o vissem com o platinado, eles sabiam que John Kavinsky era sinônimo de problema.

Assim que sentou no banco do passageiro, John lhe passou um beck cuidadosamente enrolado, Noah o segurou entre os dedos e o cheirou, como tinha a mania de fazer sempre.

— O que tem aqui? — O mais velho apenas sorriu, dando partida no carro. — Sério, não é só maconha, você misturou alguma coisa.

— Prova aí e me diz. — Respondeu rindo feito um bobo, na espectativa em saber o que o amigo iria achar da sua nova invenção.

Noah sugou a fumaça quente e espessa, mas não tragou, ele não estava afim de ficar chapado aquela hora da manhã, não quando em poucas horas iria rever a irmã que não via à semanas.

— Metanfetamina? — Arriscou ele.

Kavinsky gargalhou estericamente, batendo o punho no volante, orgulhoso de si mesmo por Noah não ter adivinhado, logo ele que já havia experimentado de tudo.

— Oxycotin pura. — Revelou, já com o rosto vermelho de tanto rir, estava visivelmente chapado. Noah arregalhou os olhos em surpresa com a ousadia.

— Filho da puta! — gritou, rindo.

— O papai aqui era o melhor aluno de química da TKA, isso tinha que servir pra alguma coisa. — Gabou-se.

— Esses aqui são para você e para Zoë, já que vocês são as minha cobaias. — Ele entregou a Noah dois cigarros da sua nova criação, que guardou no bolso de seu moletom.

— Wou! Estou me sentindo honrado. — Ironizou.

— Vamos pra casa da Zoë? A festa de hoje vai ser lá.

— Tenho que ir buscar Linsey no aeroporto.

— Ótimo! Partiu para aeroporto de Los Angeles! — Exclamou alegremente. — Estava mesmo com saudade da minha Urrea favorita.

— Nem fodendo! — Noah riu sem humor. — A Lins te odeia e se ela o vir comigo só vai ficar mais paranóica ainda.

— Cara, sua família realmente acha que você tá limpo? — Kavinsky perguntou. Noah não respondeu, apenas encarava o lado de fora da janela.

A resposta estava bem clara.

.  .  .

— Bailey, por favor!

— Já disse que não, Sabina... — Ele passou a mão pelo rosto, cansado da insistência da amiga. —  Por que não chama o Krys ou a Diarra? Eles quem gostam desse tipo de festa de gala, e além do mais, eu nem tenho roupa pra isso.

— Se não quiser ir, só diz. Não precisa inventar desculpas. — Disse ela, terminando de colocar um brinco de brilhantes.

— Mas é justamente isso que eu estou a mais de meia hora dizendo.

Sabina sentou no banco estofado da sua penteadeira, e ficou encarando Bailey pelo reflexo do espelho. Ele também estava arrumado para sair, usava uma camisa social azul e o cabelo estava cuidadosamente penteado para trás.

— Shivani quer muito ir na festa da Zoë Infante, e eu prometi que iria também. Caso contrário, eu iria nessa festa de gente velha e sem graça, só pra te fazer companhia.

Sabina não respondeu, eles ficaram em silêncio.

— Ahn... você viu o Noah hoje? — O filipino perguntou movido pela curiosidade, lembrando do que o garoto havia dito na noite anterior, parecia estar sendo sincero.

Sabina bufou e negou com a cabeça, de repente sentindo uma enorme vontade de chorar apenas pelo fato de que quando ouviu o nome dele seu coração acelerou, se sentiu estúpida por isso. Ela também estava com vontade de chorar porque não queria ir naquele jantar de gala, mas sua agente não lhe deu a opção de recusar o convite. Só de imaginar rever o homem que a molestava desde que ela tinha apenas quinze anos fazia seu estômago revirar, estava apreensiva do que ele poderia fazer depois de Krystian tê-lo ameaçado. Enrico Carter não era o tipo de homem que costumava ser confrontado.

— Tem alguma razão para eu tê-lo visto hoje? — perguntou irônica.

Bailey ponderou se falava, ou não, o que o americano havia dito na noite dos garotos. Ele não gostava de ver a amiga triste, talvez saber que Noah ainda era completamente rendimento por ela a deixasse mais feliz.

— Acho que vocês tem que conversar. — Foi tudo o que ele disse antes de sentir o celular vibrar no bolso, e sorriu ao confirmar que era Shivani avisando que estava pronta. — Eu vou busca Shiv e as meninas pra festa da Zoë, quer uma carona?

— Não precisa, Donna virá me buscar. Mas eu vou descer com você.

Sabina guardou o celular na pequena bolsa de mão, pegou seu cashmere e o vestiu, o casaco preto passava um pouco da altura do joelho, cobrindo o vestido da mesma cor. A mexicana agradeceu mentalmente por isso, ela não se sentia à vontade no vestido curto e colado ao corpo que sua agente havia escolhido para aquele jantar.

Bailey a aguardava, segurando a porta do quarto, ela deu uma última conferida no espelho, sentindo-se totalmente insegura sobre seu corpo.

— Você está linda, Sabi. — Bailey disse o óbvio, mas ela não achava.

— Fica de olho no Noah pra mim nessa festa, por favor. — Disse parando na frente dele. — Não deixa ele se meter em encrenca.

— Pode deixar, agora vamos?

     

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