XII - the final choice.
" Parece que não temos mais segredos, não é?"
Era uma tola. Completa tola. O que estava pensando de fato quando decidiu ouvir Phillip, ele disse ela que seria melhor ela ter uma conversa com Oliver, mas o que tinha ele de sensato? Ele dissera inúmeras vezes que ela devia ouvir seu coração, mas seu coração de inteligência não havia nada, nem mesmo sua mente comandava seu corpo.
As decisões tomadas por Florence eram feitas partir de certa inclinação ou influência, a cada palavra proferida diretamente ou indiscretamente sobre e para ela, qualquer pensamento vinha devido a algo que por um acaso ela escutara.
Então, quando Phillip disse que ela ir, fora a única coisa que seu ouvidos escutaram. Ir. Vê-lo. Encontra-lo. Conversar.
E então ela estava na porta dele, dele o maldito motivo e não ele o outro. Ele que a deixou, ele é claro que dizia ama-la e que a tinha prometido uma resposta. Lá estava Florence ( Skin por nascimento) Blower, era noite e provavelmente em Londres não era bom estar sozinho, mas aquela era Florence e obviamente não iria levar ninguém junto a ela.
O mordomo sonolento abriu a porta e a encarou esperando sua apresentação, até reconhecer seu rosto e pedir que entrasse, era a primeira vez que via um mordomo expressar qualquer tipo de sentimento. A mobília de Oliver era a mesma, e a casa ainda tinha um aspecto antigo como costuma ser mesmo, estava silencioso e apenas velas faziam o trabalho do sol.
O mordomo indicou o quarto de seu patrão, porém recusando ela rapidamente, logo se viu na sala de visitas onde deveria obviamente estar em qualquer visita formal. Apesar de qualquer um dizer que aquela não seria uma visita formal, o que havia de formal em sair a noite desacompanhada para adentrar a casa de um senhor recém visconde que por um acaso ainda não era casado? Não parecia nem um pouco elegante para uma moça como ela, mesmo que naquela altura nada mais importasse.
Ela suspirou e olhou envolta a procura de qualquer traço que a lembrasse, a casa era cheia de móveis e quadros, quadros cujo interesse de Florence se desfazia rapidamente.
- Sempre achei que fosse muito provável receber a realeza em minha casa, mas você, Florence Skin é uma surpresa. - zombou o novo visconde e adentrou a sala, ela conhecia aquele tom zombeteiro como ninguém. Ele estava incomodado com algo e não queria que ninguém soubesse, por isso usava sua ironia de defesa.
- Blower. - corrigiu ela inocentemente.
- Perdão?
- Não sou Florence Skin, Sou Florence Blower.
Ele sorriu e arqueou as sobrancelhas levantando o olhar e balançou a cabeça negativamente como se discordasse.
- Vou me limitar a chama-la de Flora. - disse ele. - Então, Flora. O que faz à minha casa durante a noite?
Parecia muito bobo quando ele falava daquela forma, como se ela realmente não soubesse o que estava fazendo. E o que estava fazendo? O que ela queria dizer?
Ele esperava a resposta dela enquanto encarava algo atrás dela como se olhar pata ela fosse dolorido demais, quando Florence olhou para ele, Oliver pareceu sentir seu olhar queimar e virou o rosto para ela deixando-se perder em seu olhar. De todas as decisões que ele havia tomado naqueles anos, aquela fora a menos inteligente.
Seu olhar brilhara quando ele a olhou, algo em seu estômago revirou e ela anotou mentalmente que diria a Phillip para trocar de peixeiro, por mais que soubesse que aquilo não era um enjôo. Oliver jamais a olhada com pena ou compaixão, ele a olhava de verdade, podia enxergar todo o seu rosto, porque ela via seus olhos se mexendo enquanto ele analisava todo o seu rosto, e obviamente contava suas sardas. Odiava quando ele fazia isto mesmo que fosse um traço dele.
- Me conte um segredo, Flora. - ele pediu, quase implorou, na verdade.
Ela se sentou de frente para ele e não afastou seu olhar.
- Eu conversei com Phillip mais cedo e quando olhei para ele hoje senti que talvez pudesse ama-lo, em algum momento olhar para ele e sentir que aquele seria o meu futuro. Um futuro de felicidade e amor, sem medo e segredos. Mas eu percebi que precisava vir aqui independentemente do que eu escolhesse, você me prometeu que voltaria e aqui está você e eu hoje prometi a Phillip que se ainda sentisse algo por você, eu não voltaria para ele. - ela sorriu. - Oliver, eu odeio você, eu deveria odiar muito mais e provavelmente deveria duelar com você.
- De fato.
- Mas a verdade é que talvez não possa viver sem você e eu sei que isto parece totalmente tosco e como se eu ainda fosse uma debutante à espera de um marido, Deus sabe que não sou, e você sabe que o destino para mim é só uma palavra. - ela parou para suspirar e ele agarrou sua mão. - Sentada aqui e agora eu percebo que nunca vou amar o Phillip como eu amo você, queria mesmo poder porque ele é incrivelmente melhor do que você jamais será e ele fez tudo por mim, porém percebo que se eu não fizer algo agora será o fim dele.
Ele a olhou.
- Então está dizendo que você me escolhe para sempre.
- Sim.
- Mas seu casamento com Phillip não pode ser anulado. - acrescentou ele.
- Não.
- Entendo. - concordou ele várias vezes. - Deixe-me dizer algo então, eu estou em casa há tempos, Flora. Voltei há anos e quando fui atrás de você, me disseram que estava bem. Casada. Feliz. E o que haveria eu de fazer? Era e é tudo o que eu sempre desejei para sua vida, e sinceramente, eu não me importo de viajarmos para Itália e nos convertemos ao catolicismo para casarmos lá, eu não me importo de viver aqui e ter de me casar para diminuir os riscos das pessoas descobrirem. Porque Florence, eu vou te contar um segredo: eu faria tudo por você.
- Parece que já não temos mais segredos, não é? - ela sorriu.
- É, eu acho que não. - ele a puxou para um abraço.
Florence sentiu que ali era sua casa e lembrou que sua casa era muito aconchegante, era tudo para ela, não importava como iria resolver aquilo se estivesse ali. E provavelmente todos a chamariam de egoísta, mas se fosse uma egoísta feliz, então aceitaria porque ela em experiência própria aprendeu que se arriscando ou não, guardando segredos ou não, sendo discreta ou não, a roda-social sempre falaria. E deixem que falem, aquela ali abraçada a Oliver nunca se importou, porquê estar em casa era muito bom e alguns riscos valiam a pena.
Aquele foi o dia que ela aprendeu que segredos salvam um coração tanto quanto o quebram. E assim como ela era feliz, ela sabia que ele o outro seria também, porque apesar de tudo ela percebeu que o amava, mas não como deveria, não como amava ele o maldito motivo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro