CHOI SAN ACORDOU MAIS CEDO DO QUE O NORMAL. Tinha combinado com sua colega de trabalho para assim os dois poderem tomar um pequeno almoço juntos, também assim para o Choi não chegar atrasado pois se chegasse mais uma vez, com certeza levaria bronca pois sempre dava a desculpa que era seu autocarro atrasando, sendo que o autocarro passava todos os dias à hora certa do outro lado da rua a qual o hospital onde o Choi trabalhava parava todos os dias para deixar as pessoas que ou iam trabalhar no hospital, ou mesmo iam para outros trabalhos já que muitos comércios se concentravam ali.
   
San tinha arranjado um trabalho temporário enquanto estudava à noite — conseguindo sempre assimilar as horas que chegava a casa com as horas dormidas, pois ele tinha que acordar todos os dias cedo — sendo esse trabalho no hospital da cidade,
   
Assim que chegou perto do local onde tinha combinado com a sua colega, ele deu-lhe um sorriso grande, cumprimentando-a do jeitinho que ele tinha entendido que faziam na sua terra natal e, por conta do que lhe aconteceu, ela ensinava aos que confiava em se cumprimentarem de tal modo, e San era um dos que confiava. Por mais que ela ouvisse as lindas palavras de San, doía-lhe por não poder falar-lhe aquelas palavras também, ainda mais quando na sua mente tinha aprendido tudo direitinho para saber ler e escrever a língua dele.
   
— Dormiu bem? — Ele questiona enquanto faz os gestos ainda um pouco atrapalhados com sua mãos, mas ela se sentia orgulhosa por ele estar a aprender tão rápido a linguagem de sinais, além dele aceitar com ternura o facto de cumprimentar com um beijo na bochecha ser algo que ela fazia com quem sentia confiança — como citado. San gostava que ela se sentisse em casa, ainda mais quando não podia voltar por conta da sua condição financeira do momento e dívidas do seu pai para pagar.
   
San sabia que ela não tinha nascido aqui desde sempre, mas quando leu a história toda que ela escreveu para ele, ficou em tremendo choque. Além de quase ter morrido e era por esse exato momento que tinha ficado muda devido às lesões e ainda trauma, tudo tinha sido planeado e levaram à morte do seu pai, mas como ela sobreviveu, fizeram um acordo que, para ela não morrer, ela teria que pagar pelo menos metade do valor, pois a sua voz já tinha sido acabada por todos aqueles homens, então nunca mais ouviriam os xingamentos da voz que achavam demais irritante daquela jovem que na altura era apenas uma adolescente ingénua que achava que o pai era o seu heroi sem capa. Tirando as mentiras, ele era, mas nunca pensou que ele fosse tão mentiroso e ainda só descobrisse quando ele estivesse morto.
   
San sentiu-se tão comovido quando leu a história escrita no papel que não conteve as lágrimas. Quando ele descobriu que Beatriz Wong era muda, deu de tudo para saber linguagem de sinais pois os seus colegas de trabalho recomendaram, pois mesmo sendo uma boa ouvinte, ela tinha mais à vontade com os gestos, e ainda seu sonho era ser professora de línguas, que nunca será concretizado por conta de ter perdido a fala, então, ensina linguagem gestual até mesmo para as criancinhas de quem cuidava naquele trabalho, que mesmo não sendo a área que mais queria no seu decorrente profissional, tinha um amor inexplicável às crianças e com certeza não planeava ir embora tão cedo, por mais que fosse doloroso por conta de algo que só ela conseguia entender e escutar dentro todos aqueles corredores e portas do hospital.