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47. Prisioneiro

Talvez por causa da surpresa o comandante parou de olhar, mantendo a expressão surpresa enquanto os olhos escuros brilhavam ao fitar o Lee.

— É... — Balbuciou, rindo nervoso. — É legal ouvir isso.

Minho riu baixo e o abraçou de lado, puxando levemente o menor enquanto voltavam a andar. Permaneceram em silêncio pelos minutos que passaram, eles estavam presos em seus próprios pensamentos enquanto processavam as informações e a situação atual.

Perceberam murmúrios um pouco mais a frente e as pessoas paradas, rodeando alguma coisa com certa curiosidade, enquanto outros pareciam irritados. O comandante olhou o marido e então se soltou dele, caminhando apressado para onde o alvoroço se iniciava.

Quando Jisung alcançou os outros eles lhe deram espaço, conseguindo ver e reconhecer o meio sangue Changbin que estava caído no chão com as roupas sujas de areia, cabelos bagunçados e uma expressão de pânico.

— O que faz aqui? — Foi o primeiro questionamento do comandante, enquanto os olhos analisavam o inimigo em sua frente.

Changbin não respondeu, continuou imóvel enquanto olhava assustado para os rostos enraivecidos que o cercavam e os olhos escuros do líder em sua frente.

— Você está nos seguindo? — Jisung voltou a questionar, suspirando um pouco irritado com o silêncio do outro.

O antigo meio sangue encolheu o corpo quando um dos terráqueos alto enfiou o machado no chão ao seu lado, inclinando o corpo enquanto o analisava de perto. Changbin levantou os olhos amedrontados, encarando a ameaça direta ao seu lado.

Tudo que passava na cabeça do rapaz era que ele estava ferrado e com certeza morreria, maldita havia sido a hora que se perdeu naquela floresta confusa.

Changbin fechou os olhos com força ao perceber que o mesmo terráqueo que o ameaçou havia suspendido o machado novamente e estava pronto para o acertar, conseguindo ouvir a voz do comandante ordenando para que ele esperasse.

— Essa vai ser sua última chance de se explicar, quer falar agora ou perder a cabeça? —Abriu os olhos receoso vendo os olhos intensos de Jisung lhe fitarem.

— Eu... — O menor murmurou. — Eu não segui ninguém, estava fugindo quando me perdi.

— Fugindo?

— Digo, não exatamente fugindo. — Changbin se sentou no chão, olhando do comandante para o homem alto que estava ao seu lado com a lâmina afiada próximo a seu pescoço. — Resolvi deserdar do meu povo porque nunca concordei com as ações do meu líder e cheguei ao meu limite de tolerância.

Jisung o olhou em silêncio por longos segundos, suspirando antes de se virar para o terráqueo ao seu lado.

— Prenda ele. — Mandou, olhando o moreno. — Não o machuque.

O comandante novamente se afastou dando de cara com o Lee que não havia conseguido ir até onde ele estava antes, Minho conseguiu ver de longe o corpo do desconhecido ser suspenso enquanto amarravam seus pulsos com um cipó e jogavam um saco de linhagem em sua cabeça.

Começaram a subir a montanha rochosa com certa dificuldade já que o lugar era de difícil acesso, enquanto Minho observava curioso o terráqueo empurrar com certa brutalidade o desconhecido vendo-o se atrapalhar a cada passo cego que dava.

🚀

Um suspiro satisfeito foi ouvido quando o Lee olhou ao redor, ele estava totalmente realizado com o cômodo improvisado que havia acabado de arrumar. Eles foram se abrigar na montanha que os dragões se escondiam, era um lugar seguro que continha um vasto lago com cachoeira o qual a água era potável e uma região próxima do vulcão era quente.

Já que os dragões faziam buracos nas partes rochosas da enrome montanha para serem seus ninhos a ideia do Lee foram se abrigarem nas pequenas cavernas, cada família ficou com uma para si e como eram relativamente grandes dava para dividirem com os animais se fosse preciso.

Jeongin havia ficado com eles na caverna e o pequeno dragão também, eles dividiram o cumprimento do lugar deixando um cantinho para o adolescente colocar suas coisas e fazer sua cama. Era um lar temporário do seu povo, todos estavam cientes que iriam descansar e continuar com os treinamentos para que no momento certo atacassem os inimigos e reconstruissem o recanto em outro lugar.

— Ficou charmoso. — O Lee comentou completamente orgulhoso da arrumação que fez, havia feito algumas decorações com folhas em um tipo de cortina improvisada para que tivessem privacidade dividindo os "quartos" e também a colocou na entrada da caverna para que evitasse que qualquer pessoa os visse.

O comandante apenas o olhou com um sorriso cansado no rosto, ele estava deitado nos diversos cobertores que haviam feito de cama. Minho colocou várias camadas com o que conseguiu recuperar da torre para que ficasse ao menos confortável para o mais novo.

Minho se aproximou do menor e se deitou próximo a ele, acariciando a barriga grandinha enquanto a enchia de beijinhos ouvindo o riso fraco do comandante que sentia um pouco de cócegas.

— Já sabe qual nome você quer colocar no bebê? — Jisung perguntou, passando a mão abaixo do seu umbigo, sentindo a pele repuxar levemente quando ele se moveu.

— Tem tantas opções... — O moreno respondeu, olhando para a barriga. — Mas eu gosto de Siu, afinal ele vai ser o início da nova linhagem.

— E se for menina pode ser Jun, gosto de nomes curtos.

Minho concordou beijando novamente a barriga do marido, sorrindo ao ver o bebê chutar onde seus lábios tocaram. O comandante gargalhou, suspendendo o corpo e se sentando ao lado do menor enquanto encarava a cortina de folhas balançar com o sopro leve do vento.

O comandante o olhou percebendo que mais uma vez ele parecia bem distante, suspirando enquanto movia o corpo abraçando o mais velho.

— O que esta preocupando você? — Perguntou baixinho, apoiando o queixo no peito do moreno.

— Sobre o prisioneiro... O que você pretende fazer com ele?

— Hm... Ele pareceu sincero e realmente parecia perdido, mas quero o observar por um tempo antes de decidir qualquer coisa. — O menor respondeu. — Por que? Você o conhece?

— Eu nunca o vi antes, mas ele não parece ser uma pessoa ruim.

— Não o conheço, mas já o vi algumas vezes e uma delas ele acompanhava o seu irm- — Jisung se interrompeu ao perceber que tocaria no assunto que ele evitava desde que o Lee matou o irmão. -— Enfim, ele parece ser diferente se comparado aos outros, mas prefiro o estudar antes de decidir qualquer coisa.

Minho concordou e então abraçou o corpo quente, beijando os fios lisos carinhosamente enquanto sentia o menor relaxar em seus braços até finalmente cochilar.


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