44. Voltar para a família
O comandante tentou contar quantos inimigos tinha ali para ver se ele sozinho daria conta, mas eram muitos. Aproximadamente vinte deles estava dentro da arena consigo, enquanto os outros continuavam a lutar do lado de fora.
Hendery deu alguns passos para a frente enquanto caminhava na direção do terráqueo, olhando para ele de cima a baixo com um sorriso.
— Achou que não teríamos coragem de invadir esse lugarzinho que você chama de recanto? — Questionou, olhando nos olhos do menor.
— Se você não fizesse aliados fortes sequer estaria do lado de fora de seus muros fracos, Hendery. — O comandante falou com um pouco de dificuldade em respirar, rindo forçado. — Está se vangloriando de um poder que não é seu?
— Para quem 'tá perto de morrer você está falando demais. — O meio sangue murmurou, inflando as bochechas.
— Eu não irei morrer, mas tenha certeza que quando eu sair daqui a primeira pessoa que irei atrás será você para lhe matar da maneira mais dolorosa que eu conseguir!
— É, mas isso seria se você saísse. — Hendery riu. — Olhe ao seu redor, olhe
lá fora, somos muitos.
O comandante não o respondeu apenas o olhou nos olhos sem se intimidar. Hendery se aproximou ainda mais parando na frente do menor com os braços cruzados, olhando para ele de cima a baixo.
— Eu gostaria muito de matar você, mas prometi a Felix que essa honra seria dele. — Falou sério, tocando o cabelo longo do menor que deu um tapa em sua mão, afastando-a. — Enquanto ele dá um fim em sua vida miserável irei atrás dos meus dragões, vi muitos deles lá fora.
— Não são e nunca serão seus!
— Você é ingênuo. — Hendery riu, finalmente se afastando. — Vamos lá pessoal, Felix sabe o que fazer.
Hendery acenou para ele e então se afastou enquanto assobiava despreocupado, sendo seguido pela metade dos homens. Sobrou apenas o comandante, Jeongin, Felix e outros dois homens que acompanhavam o Lee.
O olhar do comandante se direcionou ao outro que lhe encarava sério, enquanto segurava uma espada mais longa que a sua em uma das mãos. Ele avançou junto a seus homens na direção do comandante, parando somente para acertar Jeongin que tentou pular na frente pata impedir o ataque.
O adolescente caiu longe e desacordado, assustando Jisung que olhava para o corpo dele sem saber como reagir, completamente preocupado. Os três continuaram avançando em sua direção, enquanto ele se sentia encurralado e indefeso por estar longe de sua arma.
Antes que pudessem o atacar o pequeno dragão entrou em sua frente rugindo baixo, soprando fogo para os espantar. Felix conseguiu se afastar a tempo, evitando que a chama o atingisse, entretanto os outros dois que o acompanhavam foram atingidos e se jogaram no chão gritando de dor sentindo o fogo se alastrar por seus corpos.
O Lee olhou os companheiros que estavam no chão agonizando de dor com os corpos queimados, indo até eles antes de enfiar a espada em suas gargantas terminando com o seu sofrimento.
Jisung aproveitou aquela pequena distração para alcançar o machado que estava jogado no chão, segurando com força enquanto via o outro lhe olhar novamente.
— Felix, você realmente não precisa fazer isso. — Jisung falou tentando manter a calma, ouvindo o riso fraco do outro. — Ainda dá tempo de voltar atrás.
— E por que eu voltaria atrás agora? Sabe quantas pessoas eu precisei matar 'pra finalmente estar onde estou hoje e poder arrancar sua cabeça? — Ele o olhou. — Você destruiu com minha vida e a família que me restava e quer que eu volte atrás?
— Eu não destruí nada!
— Destruiu! O Minho escolheu viver uma mentira ao seu lado ao invés de ficar comigo como sempre foi! — O Lee alterou a voz falando alto e visivelmente irritado. — Grávido? Sério? — Riu desanimado. — Acha que uma aberração dessas vai prende-lo a você para sempre? Quando eu te matar essa coisa em sua barriga vai morrer e o meu irmão vai voltar para o meu lado, lugar o qual ele nunca deveria ter saído!
O Lee avançou rápido na direção do comandante, Jisung quase não conseguiu desviar do ataque sentindo o sangue quente escorrer por seu braço no corte fundo. Encarou o garoto que novamente foi pra cima de si, dando uma rasteira nele enquanto tentava o acertar com o machado, recebendo um chute no peito para longe.
Jisung caiu no chão com o corpo encolhido, segurando a barriga por puro reflexo sentindo suas costas ralarem nas pedras da arena com sua queda. Para evitar ter um impacto na barriga ele tentou cair de costas, não passaria por um quase aborto novamente. Girou o corpo com dificuldade ao ver que Felix tentou lhe acertar novamente, tentando se afastar dele e rastejar até o machado que na queda foi parar longe de seu corpo.
O meio sangue foi pra cima de si novamente, sendo chutado pelo comandante e cambaleando para trás, avançando novamente. Jisung tentou o chutar de novo, mas teve dificuldade e sentiu seus pulmões contraírem e um sufoco estranho o atingir, percebendo só depois que o Lee tentava lhe enforcar.
Felix apertava cada vez mais forte o seu pescoço vendo o rosto do outro ficar vermelho e ele sufocar enquanto debatia os pés, arranhando seus braços na tentativa de faze-lo lhe soltar.
Aconteceu tudo bem rápido, em um instante o Lee estava em cima do comandante o sufocando, mas no outro seu corpo voava para longe de Jisung que tossiu recuperando o ar com certa dificuldade. Os olhos escuros se direcionaram para Minho que estava tomando a sua frente enquanto encarava o irmão, vendo-o lhe encarar de volta rindo desacreditado.
— Qual a porra do seu problema?! — Minho questionou irritado, apontando a mão livre para o rosto do menor.
Jisung o olhou quase que aliviado ao ver que ele estava bem, fixando o olhar na adaga longa ensanguentada que ele carregava.
— Eu que te pergunto isso! Quais mentiras esse doente lhe contou ao ponto de o enfeitiçar dessa maneira? — Felix se levantou pegando sua espada. — Você nunca foi assim, Minho!
— Eu nunca mudei, muito menos fingir ser quem não sou. — O Lee mais velho retrucou. — Felix, podemos recomeçar aqui.
— Recomeçar aqui?!
— Isso! — Minho se afastou do Han, avançando de maneira cuidadosa na direção do irmão. — Assim como me aceitaram do jeito que sou, tenho certeza que vão aceitar você também. Seu lugar sempre esteve guardado.
Felix o encarou antes de abaixar a cabeça, sentindo as mãos do irmão tocarem seus ombros. Levantou o olhar e encarou o Lee mais velho, levando as orbes até a figura de Jisung que estava deitado no mesmo lugar com uma expressão dolorosa.
— Se permita voltar para a sua família.
— Você era a minha família, agora já não sei se ainda é. — Felix murmurou, era visível o quão magoado ele estava.
— Claro que sou e agora você não tem apenas a mim como sua família, mas terá eles também. — Minho falou com a voz terna, indicando os outros que estavam na arena.
Felix focou o olhar no comandante novamente, apertando com um pouco de força a espada em sua mão. Se sentia dividido entre as palavras do irmão e todas as histórias que os outros lhe contaram, Hendery e seu povo confiava nele e durante esses meses cuidaram de si como uma verdadeira família. Eles estavam contando que ele levaria a cabeça do comandante no final do dia para o acampamento, não poderia decepciona-los.
Em uma ação rápida ele empurrou o irmão o tirando de seu caminho, correndo na direção do comandante que abriu os olhos assustado enquanto tentava se rastejar até o machado alguns centímetros longe de si.
Quando Jisung finalmente alcançou a arma e se virou percebeu que o meio sangue já estava perto o bastante, tentando acerta-lo e errando. Fechou os olhos com força esperando a lâmina da espada o atravessar, percebendo que os segundos passaram e nada aconteceu.
Abriu os olhos receoso com o que poderia ver, sentindo seu corpo tremer e sua respiração lhe faltar ao ver o sangue de Felix pingar em seu rosto, enxergando a lâmina fina da adaga atravessada em seu peito. Os olhos assustados se fixaram no rosto de Minho que estava sério, vendo-o puxar a adaga com força antes de enfia-la novamente, ouvindo o baque do corpo e da espada que caíram no chão ao seu lado quando o moreno largou o irmão mais novo que agora estava morto.
O Lee se abaixou em sua frente segurando seu rosto com as mãos sujas de sangue, olhando em seus olhos visivelmente preocupado.
— Você está bem? — Questionou, verificando o corpo do menor e logo depois sua barriga.
— Minho... — O Han balbuciou atordoado, olhando para o corpo morto de Felix e logo depois para o Lee. — Você... Você...
— Eu disse que iria proteger vocês, não disse? — Murmurou, segurando a mão gelada do comandante enquanto juntava suas testas, suspirando.
Jisung fechou os olhos se permitindo suspirar aliviado, sentindo que por mais que seu corpo estivesse completamente dolorido, ele e seu bebê estavam bem. O sentiu mover mais calmo do que anteriormente com a aproximação do Lee.
Minho o olhou uma última vez antes de juntar seus lábios de maneira breve, ajudando o marido a se levantar com cuidado enquanto iam checar o adolescente que estava do outro lado da arena, desacordado.
——
Na minha cabeça iria ficar melhor e mais emocionante, mas foi o que consegui fazer kkk.
E o Lix foi de base, F.
Kisses.
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