30. Longos nove meses
— Bom... — Hoseok começou, sorrindo de maneira acolhedora para os outros dois que aguardava em silêncio e visivelmente ansiosos.
Para Minho foi um alívio retornar a sala e ver Jisung consciente e bem melhor para o que estava antes, visto que parecia não sentir mais dor. Entretanto, apenas uma parte do problema deles desapareceu.
— Foi realmente um momento delicado, você está grávido e quase perdeu o bebê. — O curandeiro falou. — Felizmente não demoraram muito para vir até mim.
O suspiro de alívio que Minho deu foi tão alto que ele conseguiu ouvir o curandeiro rir fracamente. Já Jisung, parecia estar meio perdido com as informações.
— Por via das dúvidas irei informar a vocês algumas coisas necessárias para evitar esse mesmo sufoco. — O Jung falou, arrumando o óculos redondo que parecia sequer ter lente. — Com esse aborto espontâneo nota-se que a gravidez é de risco, então nada de esforço.
— O que? — Jisung murmurou.
— Isso mesmo! Nada de correr, cavalgar por aí, treinar ou entrar em qualquer tipo de conflito. — Hoseok advertiu. — Evite o máximo se estressar, sua irritação pode ocasionar em outro aborto espontânea e será bem difícil já que os seus hormônios vão ficar a flor da pele e você terá picos de humor.
— Picos de humor ele já tinha sem estar grávido, agora então... — Minho murmurou, evitando rir. Entretanto, recebeu um leve murro na barriga. — Aí!
— E nada de sexo. — Hoseok deu o veredito final, rindo ao ver o Lee se entalar com a saliva. — Pelo menos é bom evitar durante os primeiros meses, após o sétimo mês é o mais recomendado para sua situação atual e tem que ser com cuidado e devagar.
— C-Certo... — Jisung respondeu sem jeito, somente na tentativa de encerrar aquele assunto visto o quão constrangedor era.
— Ele não gosta de ir muito lento. — Minho murmurou exasperado, coçando a cabeça confuso. Acabou recebendo outro murro, ouvindo a risada de Hoseok.
— Precisa aprender a gostar. — Por fim o curandeiro comentou. — Recomendo repouso total, principalmente no início dos três primeiros meses. Seu corpo está bem frágil, Jisung.
— Pode deixar, irei cuidar bem dele. — Minho falou ao sorrir, encarando o menor.
— Ah não... — Jisung murmurou tristemente. Já imaginava o quão infernal seria ter o Lee no seu pé vinte e quatro horas por dia mimando-o e o impedindo de fazer qualquer coisa.
Depois de passar mais algumas informações e entregar ao Lee uma lista de alimentos naturais que no momento são o ideal para o Han comer visto a falta de vitamina em seu corpo, foram liberados.
Os dois deixaram a sala em silêncio, Jisung estava levemente apoiado nos ombros do Lee e se concentrava em dar um passo de cada vez.
Seriam longos nove meses.
🚀
Após ter voltado para a torre e dormido o resto do dia, finalmente o Han acordou e bocejou. Encarou atordoado o quarto, vendo um prato de frutas ao lado da cama.
Ficou surpreso ao perceber que as frutas que estavam ali pareciam saudáveis e felizmente nenhuma poderia ter veneno e lhe matar, mordendo uma pequena manga madura e sentindo o gosto doce tomar conta de toda sua boca.
Meio distraído, seus olhos caíram para a barriga pequena enquanto ele mastigava, ainda descrente de que dentro dele havia um embrião se formando. Era meio assustador e ao mesmo tempo tão novo. Ele surtou com a gravidez de Seungmin, mas estranhamente estava tão calmo com a própria gravidez.
— Minho! — Falou alto ao ter sido arrancado de seu transe com o bater da porta, ficando irritado ao ver o enorme ovo ser carregado pelo Lee para próximo da cama. — O que raios pensa que está fazendo?!
— Minji foi morta pelos meio sangues, não poderia deixar seu ovo desprotegido naquele lugar então fui busca-lo enquanto você dormia. — O Lee respondeu e deu de ombros. — Ele pode ser o dragão do nosso bebê, o que acha?
— Você mal sabe lidar com dragões, principalmente os filhotes que são uns pestinhas. — Jisung falou, rindo divertido. — Como pretende faze-lo chocar?
— É preciso? — Minho pareceu incerto. — Eu realmente vou precisar chocar o ovo tipo uma galinha?
Jisung deu de ombros, vendo o outro praguejar baixinho. Era engraçado ver ele tão perdido e ao mesmo tempo tão determinado no que fazer.
— Aish. Irei pensar nisso depois. — Falou decidido. — Vou preparar seu banho.
— Ah, realmente não quero me banhar agora. — Jisung murmurou encolhendo o corpo na cama, desviando o olhar. — Está frio.
— Preparo um banho quente. — O Lee falou.
— Vai se banhar comigo? — A pergunta soou mais como uma súplica e o mais velho não pôde deixar de rir fraco.
Minho preparou a banheira, enchendo-a com água morna e separando não apenas a bucha de corpo, mas também o sabendo de flores que Seungmin tinha dado a eles de presente.
Separou uma roupa confortável para o comandante vestir após a ducha, indo até a cama onde ele estava e o pegando no colo.
— Você está me mimado demais e é apenas o início. — Jisung resmungou.
— Sei que gosta. — Minho retrucou, prendendo o cabelo do menor. — Se não gostasse iria me ameaçar de morte como sempre faz.
— Agora não posso, infelizmente não conseguirei criar uma criança que seria órfã de um dos pais. — O Han retrucou. — Se Yoongi ainda estivesse vivo... — Suspirou.
— Hahahaha olha só você pedindo para tomar banho sozinho. — Minho riu forçado, tentando disfarçar a irritação.
Jisung por sua vez riu baixo, entrando na banheiro após se despir, apoiando os braços na madeira enquanto olhava de baixo para o Lee que tirava as próprias roupas. Não demorou muito para que o pequeno espaço que sobrava fosse ocupado pelo moreno, ouvindo-o suspirar satisfeito com a temperatura da água.
Com certa leveza o Lee segurou a panturrilha do Han, pegando a bucha e a esfregando levemente na pele de Jisung que o fitava completamente concentrado, tentando não pensar muito na situação íntima que se encontravam. Era engraçado o hábito natural que adquiriram de trocar aquele tipo de toque íntimo e as vezes carinhoso, chegavam a fazer inconscientemente.
— Ho. — Murmurou o nome, atraindo a atenção do Lee. — O que você achou da ideia?
— Qual ideia?
— De ser pai... — Jisung resmungou, desviando o olhar. — É algo que precisava acontecer visto o propósito do nosso casamento, mas você acha que aconteceu no momento certo?
— Claro que sim. — Minho respondeu, puxando levemente o corpo alheio para cima do seu, fazendo com que um pouco de água caísse para fora da banheira com o movimento. — É legal pensar que agora realmente seremos uma família, e bem, não me sinto mais obrigado a ficar por querer ajudar ou por medo, eu quero ficar porque aprendi a gostar.
— Hum... de mim?
— Pff. — Minho riu ao notar as bochechas rubros do Han. — Eu gosto mais dos outros, você eu aturo.
Aparentemente chateado Jisung tentou se afastar do outro, sendo impedindo por Minho que segurava o riso. Ele realmente levou aquilo a sério? Que bobo.
Uma das mãos do Lee segurou o rosto do comandante, enquanto a outra apertava levemente a cintura final com cuidado o bastante para não machuca-lo. Os olhos escuros do acastanhado transmitiam um brilho estranho, o mesmo brilho que Minho viu aquela noite após a aparição repentina de Yoongi. Que o diabo o tenha.
Jisung ia falar algo, mas sequer teve tempo visto que o moreno acabou com a pequena distância que os separavam, juntando seus lábios. Poderia passar anos, mas Minho tinha certeza que nunca iria enjoar do gosto familiar da boca do comandante, muito menos das diversas sensações que sentia sempre que provava mais uma vez deles.
O sentimento era sempre o mesmo, como se não fosse possível enjoar da boca de Jisung, ele também não queria se enjoar. Com uma delicadeza gigante Minho deslizou a ponta da língua nos lábios alheios, invadindo o mais profundo da boca do comandante enquanto provava de seu gosto com um pouco mais de intensidade.
Com as mãos um pouco trêmulas, Minho tocou as costas nuas do menor que pareceu vibrar em cima de si, separando com certo pesar os lábios avermelhados. Jisung inspirou e então sorriu, aproximando o rosto do pescoço do Lee, raspando os dentes na pele molhada e branquinha.
— Você é inacreditável. — Minho comentou, rindo fraco ao sentir o corpo alheio deslizar em cima do seu. — Não vamos arriscar, lembra o que Hoseok falou?
— Você não precisa necessariamente penetrar e-
— Jisung. — Minho o chamou calmamente, segurando o rosto alheio com as mãos molhadas. — Outro dia, tudo bem? Hoje foi um dia longo e cansativo, não vamos arriscar.
Levemente insatisfeito ele concordou, suspirando. Voltaram a trocar beijinhos por mais uns minutos, sem intensificar muito as coisas graças ao receio que Minho sentia em perder o autocontrole e se precipitar. No final, terminaram de se lavar e foram dormir juntos, mais abraçados do que o comum visto que o comandante falou estar com frio e parecia mais carente do que o de costume.
Realmente seriam longos nove meses.
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