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21. Liberdade

Caminhavam tranquilamente pela vasta floresta, Minho estava distraído encarando as árvore e ouvindo o cantar dos pássaros.

De repente parou ao se ver em um penhasco, demoraram para chegar ali enquanto caminhavam em silêncio pela floresta, mas o lugar da tal surpresa que Jisung preparou seria aquele?

— Preparado? — Jisung perguntou, tentando conter sua alegria. 

— Eu acho que sim... — Minho resmungou, virando-se para o outro. — Na verdade eu não entendi muito bem o que voc-

Sem sequer esperar que ele terminasse a frase, Jisung o empurrou pelos ombros do penhasco e logo depois assobiou ao ouvir o grito desesperado do Lee. Correu para a ponta, vendo-o cair enquanto balançava as mãos e tinha uma expressão horrorizada no rosto.

Ao ver o enorme dragão se aproximar do penhasco, pulou em cima dele e então o animal voou em uma velocidade absurda de tão rápido em direção ao corpo de Minho que ainda caía, ficando embaixo do corpo dele fazendo-o cair de modo desajeitado em cima das costas escamosa do animal.

Minho deslizou e quase caiu, sentindo as mãos do comandante agarraram seus pulsos e o puxar para cima, ajudando-o a se sentar nas costas do dragão.

— Você quer me matar?! — Minho esbravejou em um misto de raiva e medo. Ainda estava horrorizado. 

— Deixe para me brigar depois.  — Jisung falou em um tom alto, rindo. — Apenas aproveite o momento.

O moreno mais nada falou, apenas encarou absorto as árvores verdes que pareciam tão pequenas vendo de cima, sorrindo minimamente ao sentir a sensação de liberdade.

Quando decidiu se tornar um astronauta foi justamente para sentir com frequência aquela sensação.  A sensação de que nada no mundo é capaz de o prender, aquela sensação de ser livre.

Obviamente voar em um dragão é algo novo e completamente assustador para si, mas ainda assim o fazia sentir um friozinho na barriga o deixando nostálgico com a sensação. Quando voltou para a terra e a viu daquela maneira, imaginou que nunca mais iria voar, agradecia por estar enganado.

Jisung o olhou por cima dos ombros ao sentir os braços do Lee rodearem sua cintura fina, mordendo a ponta da língua ao sentir o queixo de Minho em seu ombro.

— Por dentro das árvores,  Marana.

O Lee arqueou as sobrancelhas confuso com o idioma nativo do outro, ficando surpreso ao vê-los descer e adentrar a floresta, tendo a visão a cima de si das folhas verdes das enormes árvores. O dragão desviava de alguns troncos e galhos, indo na direção de um lago e virando, fazendo com que ele e Jisung ficassem de cabeça para baixo.

Minho soltou uma das mãos da cintura do Han apenas para tocar o fluído,  rindo ao ver seus dedos cortarem a água conforme voavam por cima do lago. Novamente o dragão virou, rodopiando levemente e parando ao chegarem do outro lado da margem, tocando as patas no chão.

O comandante inclinou o corpo para a frente e olhou nos olhos do dragão com um sorriso,  esfregando o rosto dele antes de virar levemente o corpo para o Lee. Minho recuou dando espaço para o que outro descesse da montaria, vendo-o pular no chão e o ajudar a descer do dragão logo depois.

— O que achou de voar assim? — Jisung perguntou visivelmente ansioso por uma resposta. Isso fez com que o Lee risse fracamente de si.

— Foi incrível,  não imaginei que teria a oportunidade de voar novamente. — Minho respondeu franco. — E claro, é totalmente diferente de todos os voos que fiz.

— Ah que bom que você gos-

— Mas você não deveria ter me empurrado! Você nem falou nada, não me deu um aviso, pensei que tentou me matar! — Minho o cortou e começou a falar eufórico. — O que deu em você para me apresentar a um novo dragão desse jeito?

Jisung apenas riu, aproximando seus corpos e abraçando o maior que envolveu o corpo pequeno no abraço.

— Desculpa ter assustado você. — Murmurou. — Marana não pode se aproximar do recanto, esse era o único jeito.

— Por que ele não pode se aproximar?

— É melhor você não saber. — O Han cochichou e se afastou. — Vamos nos banhar nesse lago? A água é quente porque tem um vulcão aqui perto.

— E se entrar em erupção? — Minho questionou preocupado. — Estamos meio longe de casa.

— Estamos?

Minho o olhou confuso, não conseguia entender exatamente o que o outro quis dizer com aquela pergunta,  mas percebeu que era uma pergunta retórica. 

— Estamos juntos,  então estamos em casa. — Resmungou ao perceber a confusão do Lee.

O moreno abriu um sorriso envergonhado genuinamente,  puxando o rosto pequeno do outro com as mãos e aproximando suas bocas em um rápido selar. Quando se afastou percebeu que as bochechas do comandante estavam rubras, rindo fracamente.  Era a primeira vez que o via sem graça.

— Mas não é fundo? Sabe que não sei nadar. — Minho falou averiguando o lago.

— Não é. 

Se sentindo convencido o Lee concordou, tirando a blusa e a jogando no chão próximo de onde o dragão estava deitado. Jisung também tirou a parte superior das vestes, preferiram ficarem com as calças.

Jisung se jogou no lago, mergulhando com tudo e submergindo logo depois,  virando o corpo na direção do Lee. Após suspirar, Minho juntou um pouco de coragem e pulou dentro da água, sentindo os pés descalços tocarem as pedras. A água ficava em sua cintura.

— Quando foi que fiz isso? — Jisung perguntou ao gargalhar, encarando o tronco nu do Lee.

— Fez o que? — Minho resmungou confuso, pegando um pouco de água com as mãos e jogando contra o próprio corpo.

Jisung nadou até onde ele estava, tocando a pele molhada do mais velho com os dedos curtos, apontando para uma pequena marca vermelha na clavícula do Lee. O moreno abaixou o olhar para verificar e então riu, dando de ombros logo depois.

— Eu não quero que você vá. — Jisung falou de repente,  olhando nos olhos do Lee com certa intensidade. — Por favor. 

Minho o observou surpreso,  sem saber exatamente o que falar ou como reagir a aquilo. Ele nunca imaginou que ouviria algo do tipo saindo dos lábios do comandante.

— Tudo bem. Não irei a lugar algum. — Minho cochichou,  beijando a bochecha do Han.

O comandante concordou,  empurrando levemente o corpo do moreno para trás o prendendo contra seu próprio corpo e a borda do rio, tomando os lábios de Minho para si pela primeira vez aquele dia. 

——

Eu achei esse capítulo tão fofo :'(

Tradução do Cingalês: Marana = Morte.

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