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Tears in rain

n/a: isso era pra ser só um devaneio da madrugada, mas estamos aqui. Como eu não sossego, além da música da mídia, tem uma playlist do spotify nessa vibe... Espero que gostem <3

Tears in rain

Foram 4 testes de compatibilidade diferentes. Com as perguntas mais diversas, desde a minha cor favorita até o que gosto de fazer no meu tempo livre, filmes, músicas, estilo de roupa, resultados combinados que me mostraram no final aquele rostinho sorridente que eu já conhecia sem, é claro, aquele monte de edição – desnecessária – que ofuscava a cor linda da sua pele e, para falar a verdade, a sua beleza.

Afinal, o seu momento mais bonito sempre vai ser de manhãzinha, quando você está se mexendo na cama em uma tentativa de lutar contra o sono, você afaga meus cabelos me forçando a me virar de forma preguiçosa para encarar a versão mais linda de você, carinha amassada de sono, aquele sorriso desenhado nos seus lábios que você ostenta antes mesmo de abrir os olhos, e adicione aquelas covinhas fundas nas suas bochechas, os fios de cabelo arrepiados e, pasme, até o desenho da sua testa é lindo.

"Ai que piegas", você vai me dizer, aposto a louça do almoço de domingo. Mas o que eu posso fazer? Só receba os elogios e pare de me encher.

Recapitulando, depois de ver o seu nome piscando junto com a sua foto pela quarta vez eu desisti.

No quarto teste eu desisti de tentar contrariar todas as evidências. Afinal, eu não precisava de nenhum teste bobo, já que sabia que éramos irritantemente compatíveis.

Quando conversamos pela primeira vez eu quis procurar o código de barras no seu pescoço – você vai lembrar que eu fiz isso com os meus lábios no segundo encontro –, porque eu tinha certeza de que você era um daqueles "namorados perfeitos" de anime, que, depois de preenchermos uma complexa de solicitação, eram entregues em casa dentro de uma daquelas caixas grandes (para você precisaria ser enorme, já que seria um boneco de 1,80m), que a transportadora deveria deixar na minha porta com o auxílio de um carrinho.

Enquanto você falava sobre um dos meus álbuns favoritos de uma banda que eu era simplesmente louca, eu cheguei a imaginar o entregador ofegante passar a mão na testa limpando o suor, enquanto segurava uma prancheta:

– Boa tarde, entrega da Tyrell Corporation. A senhorita pediu o "namorado perfeito", modelo Kim Namjoon? – eu só assistiria abobada a chegada daquilo que eu esperava desde a adolescência. – A senhorita poderia assinar aqui... Aqui... E aqui?

Então, o senhorzinho, com muito custo, deixaria a entrega no meio da sala e se despediria com um sorrisinho, imaginando várias coisas safadas com razão, pois quem "encomenda" um "namorado perfeito", não é mesmo?

Eu demoraria vários minutos para abrir a caixa que era duas vezes o meu tamanho, deixando de lado qualquer matéria que estivesse estudando, e quando finalmente você estivesse descoberto eu poderia ver aquela camisa com aquelas estampas meio indianas, meio étnicas, uma bermuda cáqui e um Adidas Originals com umas meias compridas meio retrôs. Afinal, eu, de certo, teria escolhido o modelo indie-estiloso-rapper-intelectual.

Eu leria bem por cima o manual de instruções, já que tenho zero paciência pra isso (ou para tudo) e você seria "ativado" e, como requisitado, você acordaria e a primeira coisinha que sairia da sua boca seria "hey, baby", porque o seu inglês vem acompanhado com um sotaque dos deuses.

Essa história de "namorado perfeito" foi muito louca, eu sei. O que eu estou querendo dizer é: da onde você surgiu e me levou ao teatro no primeiro encontro? Quem tem criatividade suficiente para isso esses dias? Eu teria ficado plenamente satisfeita em comer algo, beber uma cerveja, conversar.

Confesso que, inicialmente, achei um pouco pretensioso.

Você, inclusive, está naquela zona cinzenta entre a autenticidade e a pretensão. E se eu não desse uns puxões de orelha de vez em quando, você facilmente perderia horas discorrendo sobre o famoso "plano-sequência" em Acossado, que eu nunca consegui ver, pois cinema francês, ou, mais especificamente, os filmes do Godard têm aquele efeito sonífero em mim, o que você odeia e, mesmo resmungando "ah, não é possível que você já dormiu", nunca fez menção de me sacudir ou pausar o filme como forma de protesto.

Naquele primeiro encontro, a minha estranheza em ser convidada para ir ao teatro fez com que eu passasse o resto da noite testando se você era uma espécie de intelectual que gostava mesmo de teatro, cinema e literatura, ou se estava só tentando me impressionar, o que também seria compreensível, pois eu sou mesmo bem legal e bem difícil de ser impressionada.

Comecei um pouco desconfiada e passei para intrigada quando percebi, duas horas depois, que a conversa nunca acabava. Tudo que eu dizia, você, de alguma forma estranha, conseguia complementar e vice-versa, era quase cíclico, eterno. E, enquanto eu falava, você me olhava de uma forma meio abobada, como se, talvez, você estivesse pensando a mesma coisa que eu. Sim, irritantemente compatíveis.

Eu não sei quando foi, mas ainda não éramos tão íntimos – você sabe que eu sou de falar essas coisas meio inusitadas, meio aleatórias. Pois bem, estávamos no seu carro, você procurava uma vaga próxima a minha casa, e eu simplesmente disse que achava que você era uma espécie de versão masculina de mim. Você achou graça e eu também ri para disfarçar que estava levemente constrangida.

Quando eu notei isso, que éramos uma espécie de espelho um do outro, eu vi o quanto eu poderia ser arrogante, pretensiosa e pedante. Não tanto quando você, é claro, você ganha em todas essas categorias. Lembra da zona cinzenta? Então, às vezes você só fica sobre o "pretensioso" e chuta o balde da autenticidade, e eu só quero colocar você no "mudo". Até que você decide ficar quieto, agarra minha cintura por trás e passa a procurar o código de barras no meu pescoço, me fazendo bufar e conter, sem sucesso, o sorriso que a sua proximidade quase-sempre acompanha.

Eu fiz aqueles testes, você vai rir se procurar no meu histórico "quem é o seu bias no BTS?", do mesmo jeito que o meu pai achou graça quando contei que estávamos namorando. Já meu irmão mais novo achou que fosse uma pegadinha e minha mãe colocou o seu nome no google e tinha certeza de que sua filha estava namorando uma espécie de vampiro bonitinho (Sim, eu expliquei que era lente de contato. Sim, ela assistiu o MV de DNA, mesmo eu falando que seria melhor assistir o de Spring Day. Ao menos ela não viu aquele moicano loiro ousadíssimo da época do debut).

Quando você entrou pela porta da sala, porém, de uma timidez inicial, aquele sorriso contido ainda com covinhas, cabeça-baixa, chamando o meu pai de "senhor", todo mundo achou você "normal demais", só que em poucos minutos você já estava batendo altos papos com o meu pai sobre o cinema do Bergman, de como você achava "Morangos Silvestres" uma obra prima e eu só consegui revirar os olhos, tão pretensioso... Não vamos esquecer de que você virou, automaticamente, o namorado favorito da minha mãe quando começou aquele blábláblá sobre literatura, "nossa, ele é um grande leitor", ela diria tanto sobre a quantidade de livros que você já tinha lido, quanto sobre a sua altura (finge que você não sabe disso, porque é a nossa piada familiar). E sim, você também conquistou o meu irmão quando deu umas dicas sobre sintetizadores, de como desenvolver umas batidas legais e ainda deu um EP autografado da Jorja Smith para ele. Estava feito.

Eu me diverti fazendo os testes, mas ao mesmo tempo foi irritante ver que é isso mesmo. Nossa cor favorita é azul, porque somos fascinados pelo céu; gostamos de esticar as manhãs dos seus raros domingos livres em casa, ouvindo música, deixando a xícara de café esfriar; amamos sair pra andar na chuva, mesmo sujando um pouco os pés, observando como o mundo parece parar para assistir as gotinhas caindo do céu, sem contar aquele cheiro de chuva. A única divergência, que não é o suficiente para me tirar da zona de compatibilidade do leader do Bangtan, é que você é um carnívoro incurável e faz cara feia todas as vezes que eu escolho no cardápio frutos do mar, lamentando que não vai experimentar da minha comida.

Mas algumas coisas não estão nos testes, em bens materiais, nos hobbies, nas músicas ou nas palavras, justamente por que não são coisas. E eu posso tentar descrever, mas já sei que vou falhar, e mesmo assim aposto que você vai ficar todo derretidinho, o que é uma graça, esse marmanjo de 1,80 de coração mole.

Então, sobres essas coisas que não são coisas...

Tem aquele instante, quando você levanta a cabeça, seus olhos se fecham, as covinhas e aquele sorriso quando você está no palco. Como você diz, estar ali é como ter uma epifania, como se os sentidos das coisas se explicassem por elas mesmas, como se fosse só uma questão de estar. Eu não quero ser pretensiosa, mas ousaria dizer que a expressão se parece bastante com aquela de quando estamos juntos, em outro palco, só nosso.

Tem aquele momento em que a gente acredita estar dentro de um filme, e com você às vezes é assim, mas naquele dia foi sem precedentes. Nós tínhamos saído de uma festa e estávamos, portanto, um tom acima das pessoas que poderiam estar na rua se não estivesse chovendo tanto. Corríamos, mesmo que estivesse bem distante das nossas preocupações estar ou não se molhando. Paramos para tomar fôlego e ríamos sem nenhum motivo em especial, vendo nossas roupas encharcadas, as gotas caindo, caindo... E em um instante, entre um e outro, o tempo pareceu parar só para que você dissesse, dessa vez, despretensiosamente, citando um dos meus filmes favoritos: "all those moments will be lost in time, like tears in rain". Eu fiquei só contemplando aquele momento. Meus olhos chegaram a encher d'água, mas acho que você não viu, afinal as lágrimas se confundiram mesmo com as gotas da chuva.

Tem aquele som, o som das suas palavras, o modo como você se expressa, não só nas letras que você compõe, é a forma como você fala, como se pensasse em cada palavra, como se pesasse a sensibilidade uma por uma, como se todas as respostas pudessem ser poesia. Esse é um ponto fora da curva no teste de compatibilidade, porque eu nunca penso antes de falar, ou antes de nada quando estou com você, como se a sua presença legitimasse todas as besteiras que eu digo.

Tem aquele seu jeitinho, todo pretensioso de ser, como se soubesse de todas as respostas mesmo antes da pergunta, o catálogo humano de filmes cults, a biblioteca humana, a enciclopédia ambulante, o dicionário que fala. Insuportável... Sem mencionar o seu olhar debochado, como você arqueia as sobrancelhas e revira os olhos quando está sem paciência para os mortais. Mas sobre revirar os olhos, nem vem que não tem, sei bem que você pegou essa mania de mim.

E não podemos esquecer da forma como você tenta, inutilmente, ser cuidadoso com as coisas e, como se fosse uma resposta inversamente proporcional, elas sempre quebram nas suas mãos. Da mesma forma é com a gente, eu vejo bem no fundo dos seus olhos esse cuidado, mas dois desastrados juntos iam acabar incinerando a casa, derrubando o castelo de cartas. Afinal, esse equilíbrio delicado dos relacionamentos nas nossas mãos, nunca poderia dar certo, não é mesmo?

Eu e você somos esse equilíbrio frágil, nós somos os olhares, as palavras ditas, o silêncio, as brigas, o domingo em casa, o sábado no cinema, a semana solitária, o resultado dos testes, as compatibilidades irritantes, as incompatibilidades aparentemente inconciliáveis. Nós somo tudo, uma zona cinzenta, entre eu e você, uma junção curiosa do que sou eu do que é você, que se mistura e se perde, como lágrimas na chuva.

☔️

Plano-sequencia no cinema é um plano (take) que registra a ação de uma sequência inteira sem cortes.

Acossado: filme francês de 1961 dirigido por Jean-Luc Godard, cineasta fraco-suíço de vanguarda, um dos nomes mais importante da "Nouvelle Vague".

Morangos Silvestres: filme sueco de 1957 dirigido por Ingmar Bergman, cineasta e dramaturgo sueco que dirigiu alguns dos filmes mais influentes de todos os tempos.

Tanto o título quando a citação "All those moments will be lost in time, like tears in rain" (todos esses momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva) compõe o monólogo final do filme Blade Runner (1982, Ridley Scott).

RMday
❤️🎁🎊🎉❤️

Esse foi um jeito de comemorarmos juntos, nos 45 do segundo tempo (bem a minha cara mesmo) o niver desse deuso  do 'sexy brain', leader incrível, letrista. compositor (em suma, um partdão).
Espero que não tenham achado muito aleatório e tenham gostado.

Beijos da Maria ❤️

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