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Capítulo 23

Mesmo que Nayeon estivesse arrependida de ter concordado com o plano da senhora Jihyo, Sana ainda podia dizer que ela queria desesperadamente rir.

Após entrarem na sala da senhora Tzuyu, ela fulminou Nayeon com um olhar assassino, vendo a menina entrar abraçada com Sana pela cintura. Jisoo comentou baixinho que a professora parecia tremer de raiva, observando com os olhos faiscando. A japonesa estava tentando decidir se achava graça ou sentia pena de Nayeon.

Outro momento bastante eufórico para todos foi quando Tzuyu pegou uma das alunas cochichando e fazendo comentários homofóbico sobre Nayeon e Sana. O resultado foi a menina sendo expulsa da sala e reprovado em todas as matérias da professora. Sana, como a pessoa que era, ficou com pena. Já Nayeon e Momo riram.

— Senhorita Im.

Nayeon parou com as carícias no braço de Sana encarou a professora, que havia pronunciado as palavras entre dentes. A menina loira piscou, tentando se recompor, e por fim sorriu largo, irritando Tzuyu ainda mais.

— Sim, senhora Chou?

— Ficará comigo depois da aula. Está precisando melhorar na minha matéria.

— Isso significa que vou poder ficar com Sana para as aulas de reforço? — Ela se virou para a mais nova e aumentou o sorriso, embora seus olhos estivessem cheios de pavor. — Ficaremos mais juntas lindinha!

— Não! — Tzuyu falou irritada. — Vai ficar durante o almoço.

— Não temos aula com a senhora depois do almoço, logo, não posso ficar. — Tzuyu piscou, seus olhos borbulhando de ódio.

— E a senhora não pode nos prender no horário de almoço, é contra o regulamento da escola. Não podemos estudar com fome. — A Minatozaki falou baixinho. Tzuyu olhou em sua direção, um tanto incrédula. A menina se virou para olhar Solar com um olhar de pena.

— Você quer que eu fique com você Nana?

— Se você-

— Você não vai ficar em lugar nenhum Sana. — Tzuyu a cortou imediatamente, fuzilando Nayeon com os olhos. — Você vai ter aulas comigo depois que terminar o horário escolar.

— Se a senhora tiver aqui ou na casa dela, então posso participar. Não tem nada que impeça.

O olho de Tzuyu começou a tremer descontroladamente e sua boca se comprimiu em uma fina linha reta. Nayeon começou a rezar baixinho, mas a tailandesa não notaria nem se quisesse.

— Ligarei para os seus pais, Sana, e os informarei sobre as aulas extras. Quero total comprometimento e nenhuma distração. Isso inclui amizades na sua casa. — Sana franziu o cenho.

— Mas-

— Tenho certeza que eles vão adorar saber que anda se agarrando pela escola, portanto, são as minhas regras ou nada.

Ela deu um sorrisinho cruel e se afastou da mesa delas, deixando as meninas de boca aberta.

— Filha da mãe! — Nayeon xingou baixinho.

— Cachorra sem vergonha! — Momo falou sem pensar, e se encolheu quando o olhar descrente das duas loiras pousou nela. — Desculpa.

— É minha amiga, vai ter que falar com a senhora Jihyo sobre o plano ter ido por água abaixo.

— Você não está nem triste. — Momo acusou, fazendo Nayeon dar de ombros e sorrir triunfante.

— Não acabou ainda. — Sana falou calma, e pegou seu lápis na mesa para recomeçar a copiar a matéria do quadro.

— Ela não é a única que tem truques.

*

— Eu vou reprova-la!

Jihyo. estava rodando em sua cadeira no escritório, olhando distraidamente um lápis branco, e apenas ergueu os olhos quando Tzuyu entrou feito um furacão em sua sala. Já sabendo do que se tratava, pôs um sorriso inocente no rosto e parou de girar, apoiando os cotovelos na mesa e seu queixo na mão.

— Quem? — Perguntou zombateira.

— I'm Nayeon! — Falou exasperada, e passou a mão pelos cabelos.

— Por qual razão? O namoro com Sana? — Jihyo a olhou com olhos mortais, e apontou o dedo para ela.

— Se você repet-

— A senhora Kim sabe sobre ela?

Tzuyu parou no mesmo instante, toda a raiva que sentia se dissipando. Jihyo a encarava sem expressão alguma, aguardando a resposta pelo que havia perguntado. Tzuyu piscou, ainda em choque, e seus lábios tremeram quando se abriram para proferir suas palavras.

— Por que saberia? — A voz da professora era baixa, contida, e medrosa. Jihyo detectou isso na mesma hora.

— Não sei. — Deu de ombros. — Ela é sua psicóloga, precisa saber, não?

— Acho que sim. — Falou baixinho. Jihyo assentiu lentamente, sem retirar os olhos dela. — Como sabe sobre a senhora Kim?

— Do mesmo jeito que você sabe sobre o que quer: investigando. — Ela voltou a rodar o lápis branco entre os dedos. — Quando pretendia me contar.

— Não vi necessidade. — Tzuyu evitava olha-la nos olhos, portanto, Jennie já sabia o que havia acontecido.

— Sei, e quer que eu acredite nisso?

— É a verdade. Ela-

— Está te dando "conselhos" para superar Tzuyu?

A voz de Jihyo era irônica, debochada. Tzuyu fechou os olhos. Ela já sabia.

—Jihyo-

— Não tem essa de Jihyo. — Ela cortou, se levantando da cadeira. — Sei muito bem o que está acontecendo. Juntei os pontos e você começou a ficar estranha logo após ir nessa mal amada.

— A senhora Kim está me ajudando!

— Imagina se estivesse sabotando. — Falou sarcástica.

— Eu e você não podemos continuar agindo como agíamos, ela está me ajudando a fazer o certo.

— É mesmo? Me explique o ataque que teve de manhã sobre as aulas de Sana se está dando tão certo assim.

Tzuyu abriu e fechou a boca, a encarando chocada. Por fim, balançou a cabeça e se arrumou nervosamente.

— Não sei do que está falando.

— Ah, você sabe.

— Não, não sei. Fique fora disso, Hyo. Por favor. — E saiu do mesmo jeito que entrou.

Jihyo se sentou novamente em sua cadeira, cruzou as pernas e batucou os dedos na mesa.

— Ficarei te devendo essa, Tzuyu. Se tem uma coisa que não irei fazer, é ficar de fora disso. Não quando tem alguém precisando de uma lição.

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